25deabril
50 anos do 25 de Abril - Leituras em Liberdade
A wikialgarve associa-se às comemorações dos 50 anos do 25 de Abril com
leituras por alunos do ensino secundário e do 3.º ciclo do ensino básico de
poemas e textos de obras censuradas pela polícia política (PIDE) do estado novo.
Contents
- 1 Autores Censurados
- 1.1 Afonso, José [Zeca]
- 1.2 Brito, Casimiro de
- 1.3 Santareno, Bernardo
- 1.4 Alegre, Manuel
- 1.5 Amado, Jorge
- 1.6 Andrade, Eugénio
- 1.7 Barreno, M. Isabel
- 1.8 Borges, J. Luís
- 1.9 Cabral, Alexandre
- 1.10 Carlos, Papiano
- 1.11 Correia, Natália
- 1.12 Correia, Romeu
- 1.13 Costa, M. Velho
- 1.14 Costa, M. Velho
- 1.15 Costa, Orlando da
- 1.16 Dias, Barata
- 1.17 Fafe, José Fernandes
- 1.18 Ferreira, Vergílio
- 1.19 Figueiredo, Carmen
- 1.20 Fonseca, Manuel da
- 1.21 Fonseca, Tomás da
- 1.22 Gide, André
- 1.23 Gomes, M. Teixeira
- 1.24 Gomes, Soeiro P.
- 1.25 Gonçalves, Orlando
- 1.26 Horta, M. Teresa
- 1.27 Lamas
- 1.28 Lefèbvre, Henri
- 1.29 Leibowitz, René
- 1.30 Lorca, Frederico Garcia
- 1.31 Malraux, André
- 1.32 Namora, Fernando
- 1.33 Neruda, Pablo
- 1.34 Nietzsche, F
- 1.35 Pascoais
- 1.36 Pires, J. Cardoso
- 1.37 Raposo, Hipólito
- 1.38 Redol, Alves
- 1.39 Reed, John
- 1.40 Régio, José
- 1.41 Ribeiro, Aquilino
- 1.42 Robins, Harold
- 1.43 Rodrigues, Urbano T.
- 1.44 Santareno, Bernardo
- 1.45 Sartre, Jean-Paul
- 1.46 Torga Miguel
- 1.47 Torga, Miguel
- 1.48 Tsé-Tung, Mao
- 1.49 Whitman, Walt
Autores Censurados
Afonso, José [Zeca]
Músico. Cantor. Poeta. Cantautor. Leituras de poemas escolhidos dos livros proibidos Cantar de Novo e Cantares.
Brito, Casimiro de
Poeta. Romancista. Contista. Ensaísta. Leituras da Obra Proibida Vietname em nome da liberdade e de outros poemas.
Santareno, Bernardo
Dramaturgo. Médico psiquiatra. Leituras da do livro Romances do Mar.
Alegre, Manuel
Canto e as Armas, O
Leitura - O Canto e as armas, Manuel Alegre
“As mãos”
Com mãos se faz a paz se faz a guerra. Com mãos tudo se faz e se desfaz. Com mãos se faz o poema – e são de terra. Com mãos se faz a guerra – e são a paz.
Com mãos se rasga o mar. Com mãos se lavra. Não são de pedras estas casas mas de mãos. E estão no fruto e na palavra as mãos que são o canto e são as armas.
E cravam-se no Tempo como farpas
as mãos que vês nas coisas transformadas.
Folhas que vão no vento: verdes harpas.
De mãos é cada flor cada cidade. Ninguém pode vencer estas espadas: nas tuas mãos começa a liberdade.
Manuel Alegre, O Canto e as Armas, 1967
“O canto e as armas”
Canto as armas e os homens as pedras os metais e as mãos que transformando se transformam. Eu canto o remo e a foice. Os símbolos. Meu sangue é uma guitarra tangida pelo Tempo.
Canto as armas e as mãos. E as palavras que foram areias tempestades minutos. E o amor. E também a memória do cravo e da canela. E também a quentura de outras mãos: terra e astros. E também a tristeza e a festa. O sangue e as lágrimas. O vinho: puro arder. E também a viagem: navegação lavoura indústria – esse combate. Procurai-me nas armas no sílex no barro. Pedra: meu nome é esse. E escreve-se no vento. Canto o carvão e as cinzas as gazelas e os peixes na fogueira contínua das cavernas. E a pele do tigre sobre a pele do homem. Eis meu rosto: está gravado na rocha. Procurai-me no fóssil e no carvão. Meu rosto é cinza e Primavera.
Canto as armas e os homens. Porque a Tribo me disse: tu guardarás o fogo. E por armas me deu o bronze das palavras.
Meu nome é flecha. E perde-se no pássaro. Começa meu canto onde começa a construção. Pastores do tempo são meus dedos. Caçadores de coisas impossíveis. Eu canto os dedos que transformam e se transformam. Canto as marítimas mãos de Magalhães. As mãos voadoras de Gagárine.
Procurai-me no mar procurai-me no espaço. Estou no centro da terra. Meu nome é cinza. E espalha-se no vento. Sou adubo fermentação floresta. E cintilo nas armas.
Canto as armas e o Tempo. As minhas armas o meu tempo. E desarmado pergunto à flor pergunto ao vento: vistes lá o meu país? E o meu país está nas palavras. Porque a Tribo me disse: tu guardarás o fogo. E por armas me deu esta espada este canto.
Manuel Alegre, O Canto e as Armas, 1967
Amado, Jorge
Capitães da Areia (*) Mar Morto (*) São Jorge dos Ilhéus (*)
Andrade, Eugénio
Encontro - Antologia de autores modernos
Barreno, M. Isabel
Novas Cartas Portuguesas
Borges, J. Luís
História Universal da Infâmia
Cabral, Alexandre
Sol Nascerá Um Dia, O
Carlos, Papiano
Estrada Nova
Correia, Natália
Comunicação
Correia, Romeu
Sábado Sem Sol
Costa, M. Velho
Maria Adelaide (Linha acrescentada pela BEAETC)
Costa, M. Velho
Novas Cartas Portuguesas
Costa, Orlando da
Sete Odes do Canto Comum
Dias, Barata
Amanhã Quando Romper o Dia
Fafe, José Fernandes
Encontro - Antologia de autores modernos
Ferreira, Vergílio
Manhã Submersa (*)
Figueiredo, Carmen
Famintos
Fonseca, Manuel da
Cerromaior (*) Seara do Vento
Fonseca, Tomás da
Filha de Labão (*)
Gide, André
Encontro - Antologia de autores modernos
Gomes, M. Teixeira
Novelas Eróticas
Gomes, Soeiro P.
Engrenagem (*) Esteiros (*)
Gonçalves, Orlando
Tormenta
Horta, M. Teresa
Minha Senhora de Mim Novas Cartas Portuguesas
Lamas
Duas Conferências em Defesa da Paz
Lefèbvre, Henri
Encontro - Antologia de autores modernos
Leibowitz, René
Encontro - Antologia de autores modernos
Lorca, Frederico Garcia
Encontro - Antologia de autores modernos
Malraux, André
Condição Humana, A
Namora, Fernando
Domingo à Tarde (*)
Neruda, Pablo
Encontro - Antologia de autores modernos
Nietzsche, F
Anti-Cristo, O
Pascoais
Duas Conferências em Defesa da Paz
Pires, J. Cardoso
Dinossauro Excelentíssimo
Raposo, Hipólito
Amar e servir
Redol, Alves
Barca dos Sete Lemes, A (*)
Reed, John
Dez Dias Que Abalaram o Mundo
Régio, José
Jogo da Cabra Cega, O (*)
Ribeiro, Aquilino
Arcanjo Negro, O (*) Quando os Lobos Uivam
Robins, Harold
Aventureiros, Os
Rodrigues, Urbano T.
Nús e Suplicantes
Santareno, Bernardo
Romances do Mar
Sartre, Jean-Paul
Moscas, As (*)
Torga Miguel
Encontro - Antologia de autores modernos
Torga, Miguel
Bichos (*) Criação do Mundo, A (*) Diário (*)
Tsé-Tung, Mao
Citações
Whitman, Walt
Encontro - Antologia de autores modernos