Difference between revisions of "Tolstoi, Leão - Livro Proibido"

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*Livro Proibido - A Próxima Revolução
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*'''Livro Proibido - A Próxima Revolução'''
  1908
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  Um dos livros menos conhecidos do eminente ficcionista russo Leão [Lev] Tolstoi (1828-1910), '''A Próxima Revolução''' é um ensaio de não-resistência cujo prefácio foi capa do The New York Times em 1909, tendo sido traduzido para português no ano anterior e publicado pela Livraria Central de Gomes de Carvalho. Contudo, só seria proibido em Portugal quase meio século depois. O censor estava ciente do problema, mas desfigurou o tema: ''“Embora este livro tenha decerto a sua divulgação feita pois a sua publicação data de 1908, julgo que actualmente não deve ser permitido por ser um livro de franca propaganda à revolução Russa que instituiu o Comunismo”''.<br />In:https://loja.publico.pt/products/copia-de-coleccao-biblioteca-da-censura-25-leao-tolstoi-a-proxima-revolucao-1908
  
 
* excerto 1, pág. 43.
 
* excerto 1, pág. 43.
 
  São pessoas que gostam do poder: homens inconscientes,<br />maus, cruéis , promptos no seu interesse a cometerem<br />violências de toda a espécie, saques, assassínios.<br />Numa sociedade sem governo, estes homens seriam<br />bandidos, reprimidos nos seus atos, por um lado pela luta<br />com os homens que quisessem molestar (linchagem); por<br />outro lado, e principalmente pela mais poderosa arma; a<br />opinião pública.<br />Enquanto que na sociedade governada pelo poder, pela<br />violência, estes mesmos homens açambarcam o poder e<br />gozam d'elle; não só não são reprimidos pela opinião publica,<br />como, pelo contrário, são sustentados, glorificados, exaltados<br />por uma opinião publica comprada e e provocada artificialmente.<br /><br />
 
  São pessoas que gostam do poder: homens inconscientes,<br />maus, cruéis , promptos no seu interesse a cometerem<br />violências de toda a espécie, saques, assassínios.<br />Numa sociedade sem governo, estes homens seriam<br />bandidos, reprimidos nos seus atos, por um lado pela luta<br />com os homens que quisessem molestar (linchagem); por<br />outro lado, e principalmente pela mais poderosa arma; a<br />opinião pública.<br />Enquanto que na sociedade governada pelo poder, pela<br />violência, estes mesmos homens açambarcam o poder e<br />gozam d'elle; não só não são reprimidos pela opinião publica,<br />como, pelo contrário, são sustentados, glorificados, exaltados<br />por uma opinião publica comprada e e provocada artificialmente.<br /><br />

Revision as of 15:14, 8 May 2024

  • Leão Tolstoi ( - )
coiso e tal e coiso

27341 leao tolstoi a proxima revolucao.jpeg TolstooiCensura.png

  • Livro Proibido - A Próxima Revolução
Um dos livros menos conhecidos do eminente ficcionista russo Leão [Lev] Tolstoi (1828-1910), A Próxima Revolução é um ensaio de não-resistência cujo prefácio foi capa do The New York Times em 1909, tendo sido traduzido para português no ano anterior e publicado pela Livraria Central de Gomes de Carvalho. Contudo, só seria proibido em Portugal quase meio século depois. O censor estava ciente do problema, mas desfigurou o tema: “Embora este livro tenha decerto a sua divulgação feita pois a sua publicação data de 1908, julgo que actualmente não deve ser permitido por ser um livro de franca propaganda à revolução Russa que instituiu o Comunismo”.
In:https://loja.publico.pt/products/copia-de-coleccao-biblioteca-da-censura-25-leao-tolstoi-a-proxima-revolucao-1908
  • excerto 1, pág. 43.
São pessoas que gostam do poder: homens inconscientes,
maus, cruéis , promptos no seu interesse a cometerem
violências de toda a espécie, saques, assassínios.
Numa sociedade sem governo, estes homens seriam
bandidos, reprimidos nos seus atos, por um lado pela luta
com os homens que quisessem molestar (linchagem); por
outro lado, e principalmente pela mais poderosa arma; a
opinião pública.
Enquanto que na sociedade governada pelo poder, pela
violência, estes mesmos homens açambarcam o poder e
gozam d'elle; não só não são reprimidos pela opinião publica,
como, pelo contrário, são sustentados, glorificados, exaltados
por uma opinião publica comprada e e provocada artificialmente.