Difference between revisions of "Porfírio, Carlos"

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Faro, 1895 - 1970.<br />
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Cineasta. Poeta. Pintor. Participou no movimento futurista português, designadamente como diretor da revista Portugal Futurista, em 1917.<br /> Foi aluno da Escola de Desenho Técnico de Pedro Nunes, em Faro, onde teve como professores Adolf Haussmann e Carlos Lyster Franco. Foi também aluno do Liceu de Faro.  
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'''Carlos''' Filipe '''Porfírio'''<br />
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Faro, 29 de Março de 1895 — Faro, 25 de Novembro de 1970<br />
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Cineasta.<br />
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Participou no movimento futurista português, designadamente como diretor da revista Portugal Futurista, em 1917.<br />  
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Foi aluno da Escola de Desenho Técnico de Pedro Nunes, em Faro, onde teve como professores Adolf Haussmann e Carlos Lyster Franco.<br />
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Foi também aluno do Liceu de Faro.<br />
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Pseudónimo(s) Nesso<br />
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*Biografia<br />
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Carlos Filipe Porfírio nasceu em Faro, a 29 de Março de 1895, frequentou o liceu nesta cidade, onde teve como professor Carlos Augusto Lyster Franco (1880-1959). Em Faro estudou pintura com Adolf Haussmann e a partir de 1914 estudou na Escola de Belas-Artes em Lisboa, com Luciano Freire e Condeixa.<br />Desistiu do curso e regressou a Faro, onde participa na sua primeira exposição coletiva em 1917. A partir deste ano dirige a rubrica "Futurismo – Gente Nova" no jornal O Heraldo de Faro, sob a direção de Carlos Lyster Franco, onde publicou poesias de Fernando Pessoa, Mário de Sá-Carneiro e José de Almada Negreiros. Publicou também versos seus sob o pseudónimo "Nesso" e de outros poetas algarvios. Ainda em 1917 dirige a revista Portugal Futurista, partindo depois para Espanha onde expõe em Sevilha.<br />De novo em Lisboa, expõe no Salão da Ilustração Portuguesa em 1922 e faz a sua primeira exposição individual no ano seguinte. Uma das sua obras expostas é o conhecido retrato de Judith Teixeira que ilustra a capa do livro da poetisa Decadência (1923).<br />Parte então para o estrangeiro, vive em Madrid, Roma e Paris e estuda cinema. Fixa residência nesta cidade, onde trabalha durante vários anos e conhece diversos artistas e intelectuais, designadamente Pablo Picasso e Simone de Beauvoir.<br />Tal como sucedera a alguns dos seus camaradas na I Grande Guerra, Carlos Porfírio regressou a Portugal em 1939, com a deflagração da II Guerra Mundial. Na década de 1940, época áurea do cinema português, realizou três longas-metragens.<br />Mais tarde fundou ainda o Museu Etnográfico Regional de Faro (atual Museu Regional do Algarve), inaugurado em 1962, do qual foi diretor.<br />Carlos Filipe Porfírio faleceu em Faro, a 25 de Novembro de 1970, tinha 75 anos de idade.<br />
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https://pt.wikipedia.org/wiki/Carlos_Filipe_Porf%C3%ADrio<br />
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*'''Filmografia'''<br />
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1945 Sonho de Amor<br />
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1945 A Revolução de Maio II<br />
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1948 Um Grito na Noite<br />
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*'''Bibliografia'''<br />
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AA.VV. (1996) Carlos Porfírio: Exposição Comemorativa do Primeiro Centenário, 1895/1995, Faro, Câmara Municipal e Conservatório Regional do Algarve.<br />
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JÚDICE, Nuno (org.) (1981), Poesia Futurista Portuguesa: Faro 1916-1917, Porto, A Regra do Jogo, 1981;<br />
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MARREIROS, Glória Maria (2001), Quem foi quem?: 200 Algarvios do Século XX, 2ª ed. Lisboa, Edições Colibri.<br />
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SOUSA PINTO, Manoel de (1922) "As Exposições – Carlos Porfírio" in Ilustração Portuguesa n.º 831, pp. 68-70<br />
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Pseudónimo(s) Nesso
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Nascimento 7 de abril de 1895
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Faro
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Morte 25 de novembro de 1970 (75 anos)
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Faro
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Nacionalidade Português
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Área Pintura, literatura, cinema
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Movimento(s) Futurismo
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Patronos Carlos Lyster Franco (1880-1959)
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Publicações Portugal Futurista
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Carlos Filipe Porfírio (Faro, 29 de Março de 1895 — Faro, 25 de Novembro de 1970) foi um artista poliedro: poeta, pintor, cineasta e ainda etnólogo e museólogo português, tendo participado no movimento futurista, designadamente como diretor da revista Portugal Futurista, publicada em 1917.
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*Pode saber mais sobre Carlos Posfírio nos seguintes linKs:<br />
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[https://republica-sba.webnode.com.pt/products/carlos-filipe-porfirio1/ - Biografia -In: «Quem foi quem?: 200 Algarvios do Século XX/ Glória Maria Marreiros.- 2ª ed.-  Lisboa: Edições Colibri, 2001; pags. 423-4»]<br />
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[https://republica-sba.webnode.com.pt/products/carlos-filipe-porfirio1/ -
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https://www.cm-faro.pt/pt/50668/mostra-de-carlos-porfirio-assinala-aniversario-do-museu-regional.aspx
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Mostra de Carlos Porfírio assinala aniversário do Museu Regional
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Mostra de Carlos Porfírio assinala aniversário do Museu Regional
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NOTICIAS22 de dezembro 2017
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No âmbito da celebração de mais um aniversário do Museu Regional, que completou 55 anos no passado dia 15 de dezembro, será inaugurada, no próximo dia 05 de janeiro 2018, pelas 18h00, uma exposição em honra de Carlos Porfírio e da sua obra, com presença do Presidente e Vice-Presidente da Câmara Municipal de Faro e do Presidente da CCDR.
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A mostra estará patente na sala de exposições da CCDR- Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve- no edifício onde se localiza também o Museu Regional do Algarve- até ao dia 30 de março de 2018.
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Carlos Porfírio, um dos maiores pintores nascido no Algarve, esteve na criação do então Museu Etnográfico, aberto a 15 de dezembro de 1962 e rubricou um conjunto de obras representativas do património cultural dos concelhos algarvios. São algumas dessas pinturas que regressam agora ao seu espaço original e que voltam a integrar o discurso museológico que Porfírio tinha pensado para cada uma daquelas salas. Vão estar, assim, em exibição na sala de exposições da CCDR quadros de temas paisagísticos, tais como a Figueira e a Alfarrobeira, temas da arquitetura tradicional, a partir dos edifícios cubistas de Olhão e temas da festividade religiosa, com o conhecido trabalho da procissão de Nossa Senhora da Piedade de Loulé.
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Esta mostra, uma oportunidade interessante de ver reunidos alguns dos quadros de Carlos Porfírio de uma série mais alargada, é organizada pelo Município de Faro e CCDR Algarve, com o apoio das autarquias de São Brás de Alportel, Silves, Loulé e Olhão.
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Na inauguração estarão presentes o Presidente e Vice-Presidente da Câmara Municipal de Faro e o Presidente da CCDR Algarve.
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Sobre Carlos Porfírio
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Nascido em Faro a 29 de março de 1895 e falecido na mesma cidade, a 25 de novembro de 1970, grande pintor contemporâneo, Carlos Porfírio foi um artista eclético e um homem do mundo: pintor, cineasta, museólogo e etnólogo.
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Perfeitamente identificado com o referido movimento pós-simbolista, partiu para o estrangeiro após a sua primeira exposição, em 1923. Viajou pelo mundo e fixou-se em Paris, onde trabalhou durante vários anos. Conviveu com a intelectualidade francesa, da qual se destacam o pintor Pablo Picasso e a escritora Simone de Beauvoir.
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Em 1939 regressou a Portugal e fixou-se em Faro, onde desenvolveu relevante atividade, para além da pintura. Contribuiu para a criação da Alliance Française e do Círculo Cultural do Algarve. Criou, com muitos anos de labor, o Museu Etnográfico de Faro, para o qual expressamente concebeu os mais belos quadros descritivos dos costumes, dos saberes e das crenças do povo algarvio, de toda a produção pictórica nacional.
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Foi diretor do Museu que criou e ao qual deu alma através da sua arte de pintor, da sua fina perspicácia de etnólogo e de um sentido profundo de estética, que muito contribuíram para o excepcional resultado museográfico.
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Anos após a sua morte, por decisão bastante controversa, a maioria das obras do pintor, que constituíam, por certo, as mais valiosas peças do acervo do Museu foram dispersas por vários concelhos do Algarve. Muitas diligências têm sido feitas para conseguir o regresso das obras, sendo de realçar o empenhamento dos historiadores biógrafos de Carlos Porfírio, Teodomiro Neto e Emmanuel Correia, este com um livro sobre o pintor.
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https://folhadodomingo.pt/1970-o-ano-da-morte-de-carlos-porfirio/
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Opinião
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1970 – O ANO DA MORTE DE CARLOS PORFÍRIO
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Por Folha do Domingo -15 de Dezembro de 2010226
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A 25 de Novembro de 1970, falecia em Faro, com todo o desconhecimento, o maior pintor nascido no Algarve, de todos os tempos. Digo, pelas informações recebidas, dado a minha ausência do país. O professor Joaquim Magalhães, figura destacada nos meios culturais da cidade de Faro, a poucos dias de completar o seu emblemático quadro, “Mãe Soberana”, fora ignorado dos seus mais íntimos amigos. Então, o admirado homem da cultura, que foi Magalhães, escreveu no semanário “O Algarve”, da sua mágoa, pelo Europeu de Paris, no Algarve, aqui em Faro.
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Em 1995 a cidade cultural homenageou o pintor, pela passagem do seu centenário (1895-1995), numa exposição de toda a obra que o pintor executou para o “seu” Museu Etnográfico, em Faro, em 21 telas de grandes dimensões, à Goya, como se afirmou. Quadros esses, hoje dispersados pelo Algarve, nem sempre nas melhores condições de conservação. Que nunca entendemos o porquê do capricho do desmantelamento da obra que o genial pintor deixou, nessa marca de Mestre, para o futuro de Faro.
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Nessa evocação do centenário, conforme publicação do Catálogo de luxo, escrevi: “Carlos Porfírio – Um Algarvio do Século”.
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A Câmara de Faro, com o advogado Botelheiro na sua administração, entendeu, por bem, homenagear o Homem do Futurismo Português.
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PORFÍRIO NA CIDADE FUTURISTA
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Após seis anos da implantação da República, a cidade de Faro viu surgir o movimento Futurista. Estávamos no ano de 1916. O país não tardaria a entrar nessa 1.ª grande guerra mundial, que a Europa imperialista acendera e contaminara, não só o continente europeu, como outros continentes, EUA inclusive.
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Porfírio era um jovem de 21 anos. Já percorrera a Europa central. Já convivera, por Montmartre toda a modernidade artística da cidade de Paris, entre amigos que se fazem numa noite de boémia, em amizades para uma vida.
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Porfírio convive com o futuro de todo o futurismo artístico europeu e mundial que se apresentava e se convivia na cidade das luzes: Pablo Picasso, a bailarina Olga Koklowa dos Ballets Russes (que viria a ser mulher de Picasso), Max Jacob, Jean Cocteau, Apollinaire, entre outros. Pela cidade de Paris vivia-se com todo o entusiasmo da juventude, o movimento futurista, iniciado pelo italiano, Filippo Tommaso Marinetti.
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E se o jornal novaiorquino “New York Times, no movimento que se vivia na capital francesa, declarava que Picasso era “o diabo em carne e osso”; já por Berlim, o crítico de arte Alfred Stieglitz, vinha na afirmação muito próxima que “Os futuristas eram uma perversão, qualquer coisa de colossal e diabólica”.
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A Paris artística, desde Rodin a Renoir, vinham os maiores apoios à nova geração que invadia a cidade magnífica, de todos os acontecimentos.
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Quando o nosso pintor regressa a Portugal, com o início da 1.ª grande guerra, nesse entusiasmo, Porfírio, Fernando Pessoa, Almada Negreiros, Mário de Sá-Carneiro, Santa Rita-Pintor e outros poucos, dão os primeiros movimentos para que Lisboa seja uma percursora do movimento de Filippo Marinetti. Os artistas conservadores e toda a imprensa lisboeta, em bloco, adjectiva os aderentes de loucos. Tanto que o correspondente em Lisboa do jornal “Mercure de France”, Philéas Lebesque, escrevia que Porfírio, Pessoa, Almada e seus seguidores, eram apelidados de loucos pelos lepidópteros de Lisboa.
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Cada país organizou o movimento às idiossincrasias locais (nacionais). Estudando o Futurismo português, nessa modernidade, são homens e mulheres do amor e do pacifismo, pela inteligência, que um país sem cultura morre…
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Como Shakespeare afirmou: A memória é a sentinela do Espírito.
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Eis, pela recusa em Lisboa, o grupo responsabiliza Porfírio junto do seu professor e artista pintor, Carlos Augusto Lyster Franco, em Faro, todo o apoio à divulgação do “Futurismo” em Portugal. E assim foi. O semanário farense “O Heraldo” esteve na origem do “Futurismo”, que daria a importância cultural e artística, com um Pessoa, um Sá-Carneiro, um Amadeu, um Porfírio. Aqui sendo oficializado.
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Durante os anos de 1916 a 1917, com o n.º da revista ” Portugal Futurista”, dirigida por Porfírio e publicada em Faro e anunciada a venda, em simultâneo, Faro/Lisboa. Só a ditadura instalada, com Sidónio Pais, em 1917, impediu a sua circulação, levando a apreensão do maior símbolo do movimento.
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Carlos Porfírio repousa no cemitério de Faro, na campa n.º 758-A, ao lado de Olga, a sua 3.ª e última esposa.
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Teodomiro Neto
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https://barlavento.sapo.pt/cultura/novo-catalogo-revela-dados-ineditos-sobre-vida-e-obra-de-carlos-porfirio
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Novo catálogo revela dados inéditos sobre vida e obra de Carlos Porfírio
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Por Bruno Filipe Pires -18 de junho de 2019 - 19:52
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Museu Municipal de Faro publica obra que reúne contributos de Fernando Rosa Dias e Luís Lyster Franco.
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Uma inesperada movida modernista, protagonizada por gente muito jovem, surgiu no Algarve, pouco antes de varrer o panorama artístico nacional, no início do século XX.
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Esta é, aliás, uma das conclusões apresentadas no catálogo da exposição «Carlos Porfírio, Diálogos do Modernismo (1914 – 2014)», patente no Museu Municipal de Faro, e apresentado naquele equipamento cultural na tarde de sábado, dia 15 de junho.
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Ouvido pelo «barlavento», Marco Lopes, diretor do Museu, explica que a publicação «traz muitas novidades, desde logo as várias relações que o pintor Carlos Porfírio estabeleceu com o círculo futurista lisboeta. Sabíamos que havia um relacionamento e diálogo com o Almada Negreiros, com o Amadeo de Souza-Cardoso, com Santa-Rita Pintor, e até o Fernando Pessoa. Mas através destas investigações vamos perceber que ele teve um papel mais ativo, quase de mediador, entre Faro, que já era uma periferia não só cultural mas do futurismo, com Lisboa, que era uma periferia do futurismo internacional.
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Este facto está agora documentado e justificado por dois especialistas. Um deles é Fernando Rosa Dias, professor universitário e comissário da exposição, «que já trazia uma larga investigação» anterior.
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Além deste especialista, o catálogo conta com textos de Luís Lyster Franco, professor de Belas Artes e investigador, que aliás, tem um grande acervo de família.
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«Há muita correspondência trocada com o jornalista Mário Lyster Franco, e dá para perceber os primórdios do futurismo, através de cartas de pessoas como o Fernando Pessoa, que enviou um exclusivo para ser publicado no jornal O Heraldo, de Faro. O Carlos Porfírio estava, portanto, na vanguarda», sublinha Marco Lopes.
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A exposição, patente até setembro, demorou dois e meio anos a reunir. Isto porque muito do espólio estava disperso.
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«Essa foi uma das grandes dificuldades. O que estamos habituados a ver é uma produção artística mais tardia dos anos 1950 e 60. No entanto, sabíamos pelas várias investigações que havia obras dos anos 1910 e 20».
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A questão era: «onde estavam? Durante muito tempo tentámos localizar, e descobrimos que a maior parte estão em coleções privadas e particulares e em leiloeiras (que tentámos seguir o rasto mas a determinada altura não foi possível conhecer o paradeiro) e muito poucas em instituições conhecidas. Um das poucas obras que temos aqui exposta é da Gulbenkian, estava em reserva, e agora está ser mostrada pela primeira vez», revela o diretor do Museu Municipal de Faro.
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Até ao final do ano, segundo Marco Lopes, serão lançados novos catálogos.
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«Está prestes a sair um dedicado à sala do mosaico romano do Deus Oceano. Já temos um conjunto de publicações sobre as salas de exposição da área da arqueologia, mas ainda não tínhamos uma sobre esta sala, que recentemente levou um acrescento de informação e peças, e sentíamos necessidade de o contextualizar», explica.
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Outra novidade será um estudo completo sobre a coleção de cartazes de cinema reunidos pelo farense Joaquim António Viegas, antigo cenógrafo em Lisboa, que conseguiu alguma notoriedade, no princípio do século XX, e que está na reserva do Museu Municipal de Faro.
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«Esta coleção já fez correr rios de tinta, foi amplamente discutida. Está para ser publicada desde o tempo do presidente José Apolinário. É um estudo e uma investigação que já está pronta, e que agora temos oportunidade de publicar. Será com o apoio da editora Caleidoscópio, associada a temas do património e da cultura. Fará a distribuição pelo circuito nacional e internacional. É obra para 200 ou 300 páginas», avança.
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O catálogo reúne contribuições de vários autores, sob coordenação de Adelaide Ginga, conservadora no Museu Nacional de Arte Contemporânea do Chiado.
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Em novembro, sairá também o catálogo da parceria do ciclo de arte contemporânea A Arte Faz Bem?, com curadoria da Artadentro, realizado em colaboração com o Museu Municipal de Faro e apoiado pelo Município de Faro.
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https://sapientia.ualg.pt/bitstream/10400.1/4983/1/O%20Imagin%C3%A1rio%20popular%20na%20obra%20de%20Ata%C3%ADde%20Oliveira.pdf - 2000 - de JCV Mesquita · 2000 — Quando no início da década de sessenta o pintor Carlos Porfírio regressou à terra-natal, recebeu do Presidente da. Junta de Província do Algarve, Dr. José.
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18 páginas
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https://www.ccdr-alg.pt/repos/ccdr/web/info/ed/carlos-porfirio-algarvio-referencia-da-cultura-europeia-sessoes-ate-30-de-marco
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Data
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2018-01-05
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A exposição em honra de Carlos Porfírio e da sua obra, com pinturas a óleo do artista e também cineasta, que esteve na criação do então Museu Etnográfico de Faro, é inaugurada esta sexta-feira, dia 5 de janeiro, às 18h00, na sala de exposições da CCDR Algarve. Nascido a 29 de março de 1895, em Faro, Carlos Porfírio estudou na Escola de Belas Artes em Lisboa, onde conviveu com personalidades ligadas ao movimento Futurista, a chamada geração Orpheu – de que fazia parte Mário de Sá Carneiro, Almada Negreiros, Fernando Pessoa e outros.
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Esta iniciativa está integrada na programação do ano de 2018 – Ano Europeu do Património Cultural. Registe-se ainda que 2018 tem uma importância simbólica e histórica para a Europa e o seu património cultural, uma vez que assinala um número importante de eventos, como o 100.º aniversário do fim da Primeira Guerra Mundial ou os 30 anos da politica de coesão.
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O Centro Europe Direct Algarve/CCDR e o Museu Regional, em parceria, propôem-se organizar, nos meses de janeiro a março de 2018, sessões para exploração da obra do pintor no contexto europeu, dentro e fora de portas. Os pedidos poderão ser dirigidos para europedirect@ccdr-alg.pt.
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A mostra Comissariada pelo Museu Municipal de Faro, está integrada na celebração dos 55 anos do Museu Regional do Algarve. A Mostra poderá ser visitada na sala de exposições da CCDR Algarve, de segunda a sexta-feira, das 10h00 às 18h00.  A entrada é livre.
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#EuropeForCulture
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Eventos
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2018-02-02
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[[Category:Autores]][[Category:Poetas]][[Category:Artes Plásticas]][[Category:Pintores]][[Category:Cinema]][[Category:Faro]][[Category:Agr. João de Deus, em Faro]][[Category:Agr. Tomás Cabreira, em Faro]]
 
[[Category:Autores]][[Category:Poetas]][[Category:Artes Plásticas]][[Category:Pintores]][[Category:Cinema]][[Category:Faro]][[Category:Agr. João de Deus, em Faro]][[Category:Agr. Tomás Cabreira, em Faro]]

Revision as of 15:29, 21 October 2021

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Carlos Filipe Porfírio

Faro, 29 de Março de 1895 — Faro, 25 de Novembro de 1970
Cineasta.
Poeta.
Pintor.
Participou no movimento futurista português, designadamente como diretor da revista Portugal Futurista, em 1917.
Foi aluno da Escola de Desenho Técnico de Pedro Nunes, em Faro, onde teve como professores Adolf Haussmann e Carlos Lyster Franco.
Foi também aluno do Liceu de Faro.
Pseudónimo(s) Nesso

  • Biografia
Carlos Filipe Porfírio nasceu em Faro, a 29 de Março de 1895, frequentou o liceu nesta cidade, onde teve como professor Carlos Augusto Lyster Franco (1880-1959). Em Faro estudou pintura com Adolf Haussmann e a partir de 1914 estudou na Escola de Belas-Artes em Lisboa, com Luciano Freire e Condeixa.
Desistiu do curso e regressou a Faro, onde participa na sua primeira exposição coletiva em 1917. A partir deste ano dirige a rubrica "Futurismo – Gente Nova" no jornal O Heraldo de Faro, sob a direção de Carlos Lyster Franco, onde publicou poesias de Fernando Pessoa, Mário de Sá-Carneiro e José de Almada Negreiros. Publicou também versos seus sob o pseudónimo "Nesso" e de outros poetas algarvios. Ainda em 1917 dirige a revista Portugal Futurista, partindo depois para Espanha onde expõe em Sevilha.
De novo em Lisboa, expõe no Salão da Ilustração Portuguesa em 1922 e faz a sua primeira exposição individual no ano seguinte. Uma das sua obras expostas é o conhecido retrato de Judith Teixeira que ilustra a capa do livro da poetisa Decadência (1923).
Parte então para o estrangeiro, vive em Madrid, Roma e Paris e estuda cinema. Fixa residência nesta cidade, onde trabalha durante vários anos e conhece diversos artistas e intelectuais, designadamente Pablo Picasso e Simone de Beauvoir.
Tal como sucedera a alguns dos seus camaradas na I Grande Guerra, Carlos Porfírio regressou a Portugal em 1939, com a deflagração da II Guerra Mundial. Na década de 1940, época áurea do cinema português, realizou três longas-metragens.
Mais tarde fundou ainda o Museu Etnográfico Regional de Faro (atual Museu Regional do Algarve), inaugurado em 1962, do qual foi diretor.
Carlos Filipe Porfírio faleceu em Faro, a 25 de Novembro de 1970, tinha 75 anos de idade.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Carlos_Filipe_Porf%C3%ADrio


  • Filmografia

1945 Sonho de Amor
1945 A Revolução de Maio II
1948 Um Grito na Noite

  • Bibliografia

AA.VV. (1996) Carlos Porfírio: Exposição Comemorativa do Primeiro Centenário, 1895/1995, Faro, Câmara Municipal e Conservatório Regional do Algarve.
JÚDICE, Nuno (org.) (1981), Poesia Futurista Portuguesa: Faro 1916-1917, Porto, A Regra do Jogo, 1981;
MARREIROS, Glória Maria (2001), Quem foi quem?: 200 Algarvios do Século XX, 2ª ed. Lisboa, Edições Colibri.
SOUSA PINTO, Manoel de (1922) "As Exposições – Carlos Porfírio" in Ilustração Portuguesa n.º 831, pp. 68-70



Pseudónimo(s) Nesso Nascimento 7 de abril de 1895 Faro Morte 25 de novembro de 1970 (75 anos) Faro Nacionalidade Português Área Pintura, literatura, cinema Movimento(s) Futurismo Patronos Carlos Lyster Franco (1880-1959) Publicações Portugal Futurista Carlos Filipe Porfírio (Faro, 29 de Março de 1895 — Faro, 25 de Novembro de 1970) foi um artista poliedro: poeta, pintor, cineasta e ainda etnólogo e museólogo português, tendo participado no movimento futurista, designadamente como diretor da revista Portugal Futurista, publicada em 1917.

  • Pode saber mais sobre Carlos Posfírio nos seguintes linKs:

- Biografia -In: «Quem foi quem?: 200 Algarvios do Século XX/ Glória Maria Marreiros.- 2ª ed.- Lisboa: Edições Colibri, 2001; pags. 423-4»

[https://republica-sba.webnode.com.pt/products/carlos-filipe-porfirio1/ -


https://www.cm-faro.pt/pt/50668/mostra-de-carlos-porfirio-assinala-aniversario-do-museu-regional.aspx Mostra de Carlos Porfírio assinala aniversário do Museu Regional Mostra de Carlos Porfírio assinala aniversário do Museu Regional NOTICIAS22 de dezembro 2017 No âmbito da celebração de mais um aniversário do Museu Regional, que completou 55 anos no passado dia 15 de dezembro, será inaugurada, no próximo dia 05 de janeiro 2018, pelas 18h00, uma exposição em honra de Carlos Porfírio e da sua obra, com presença do Presidente e Vice-Presidente da Câmara Municipal de Faro e do Presidente da CCDR. A mostra estará patente na sala de exposições da CCDR- Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve- no edifício onde se localiza também o Museu Regional do Algarve- até ao dia 30 de março de 2018.

Carlos Porfírio, um dos maiores pintores nascido no Algarve, esteve na criação do então Museu Etnográfico, aberto a 15 de dezembro de 1962 e rubricou um conjunto de obras representativas do património cultural dos concelhos algarvios. São algumas dessas pinturas que regressam agora ao seu espaço original e que voltam a integrar o discurso museológico que Porfírio tinha pensado para cada uma daquelas salas. Vão estar, assim, em exibição na sala de exposições da CCDR quadros de temas paisagísticos, tais como a Figueira e a Alfarrobeira, temas da arquitetura tradicional, a partir dos edifícios cubistas de Olhão e temas da festividade religiosa, com o conhecido trabalho da procissão de Nossa Senhora da Piedade de Loulé.

Esta mostra, uma oportunidade interessante de ver reunidos alguns dos quadros de Carlos Porfírio de uma série mais alargada, é organizada pelo Município de Faro e CCDR Algarve, com o apoio das autarquias de São Brás de Alportel, Silves, Loulé e Olhão. Na inauguração estarão presentes o Presidente e Vice-Presidente da Câmara Municipal de Faro e o Presidente da CCDR Algarve.


Sobre Carlos Porfírio

Nascido em Faro a 29 de março de 1895 e falecido na mesma cidade, a 25 de novembro de 1970, grande pintor contemporâneo, Carlos Porfírio foi um artista eclético e um homem do mundo: pintor, cineasta, museólogo e etnólogo. Perfeitamente identificado com o referido movimento pós-simbolista, partiu para o estrangeiro após a sua primeira exposição, em 1923. Viajou pelo mundo e fixou-se em Paris, onde trabalhou durante vários anos. Conviveu com a intelectualidade francesa, da qual se destacam o pintor Pablo Picasso e a escritora Simone de Beauvoir. Em 1939 regressou a Portugal e fixou-se em Faro, onde desenvolveu relevante atividade, para além da pintura. Contribuiu para a criação da Alliance Française e do Círculo Cultural do Algarve. Criou, com muitos anos de labor, o Museu Etnográfico de Faro, para o qual expressamente concebeu os mais belos quadros descritivos dos costumes, dos saberes e das crenças do povo algarvio, de toda a produção pictórica nacional. Foi diretor do Museu que criou e ao qual deu alma através da sua arte de pintor, da sua fina perspicácia de etnólogo e de um sentido profundo de estética, que muito contribuíram para o excepcional resultado museográfico. Anos após a sua morte, por decisão bastante controversa, a maioria das obras do pintor, que constituíam, por certo, as mais valiosas peças do acervo do Museu foram dispersas por vários concelhos do Algarve. Muitas diligências têm sido feitas para conseguir o regresso das obras, sendo de realçar o empenhamento dos historiadores biógrafos de Carlos Porfírio, Teodomiro Neto e Emmanuel Correia, este com um livro sobre o pintor.


https://folhadodomingo.pt/1970-o-ano-da-morte-de-carlos-porfirio/

Opinião

1970 – O ANO DA MORTE DE CARLOS PORFÍRIO Por Folha do Domingo -15 de Dezembro de 2010226 Pub

A 25 de Novembro de 1970, falecia em Faro, com todo o desconhecimento, o maior pintor nascido no Algarve, de todos os tempos. Digo, pelas informações recebidas, dado a minha ausência do país. O professor Joaquim Magalhães, figura destacada nos meios culturais da cidade de Faro, a poucos dias de completar o seu emblemático quadro, “Mãe Soberana”, fora ignorado dos seus mais íntimos amigos. Então, o admirado homem da cultura, que foi Magalhães, escreveu no semanário “O Algarve”, da sua mágoa, pelo Europeu de Paris, no Algarve, aqui em Faro.

Em 1995 a cidade cultural homenageou o pintor, pela passagem do seu centenário (1895-1995), numa exposição de toda a obra que o pintor executou para o “seu” Museu Etnográfico, em Faro, em 21 telas de grandes dimensões, à Goya, como se afirmou. Quadros esses, hoje dispersados pelo Algarve, nem sempre nas melhores condições de conservação. Que nunca entendemos o porquê do capricho do desmantelamento da obra que o genial pintor deixou, nessa marca de Mestre, para o futuro de Faro.

Nessa evocação do centenário, conforme publicação do Catálogo de luxo, escrevi: “Carlos Porfírio – Um Algarvio do Século”.

A Câmara de Faro, com o advogado Botelheiro na sua administração, entendeu, por bem, homenagear o Homem do Futurismo Português.

PORFÍRIO NA CIDADE FUTURISTA

Após seis anos da implantação da República, a cidade de Faro viu surgir o movimento Futurista. Estávamos no ano de 1916. O país não tardaria a entrar nessa 1.ª grande guerra mundial, que a Europa imperialista acendera e contaminara, não só o continente europeu, como outros continentes, EUA inclusive.

Porfírio era um jovem de 21 anos. Já percorrera a Europa central. Já convivera, por Montmartre toda a modernidade artística da cidade de Paris, entre amigos que se fazem numa noite de boémia, em amizades para uma vida.

Porfírio convive com o futuro de todo o futurismo artístico europeu e mundial que se apresentava e se convivia na cidade das luzes: Pablo Picasso, a bailarina Olga Koklowa dos Ballets Russes (que viria a ser mulher de Picasso), Max Jacob, Jean Cocteau, Apollinaire, entre outros. Pela cidade de Paris vivia-se com todo o entusiasmo da juventude, o movimento futurista, iniciado pelo italiano, Filippo Tommaso Marinetti.

E se o jornal novaiorquino “New York Times, no movimento que se vivia na capital francesa, declarava que Picasso era “o diabo em carne e osso”; já por Berlim, o crítico de arte Alfred Stieglitz, vinha na afirmação muito próxima que “Os futuristas eram uma perversão, qualquer coisa de colossal e diabólica”.

A Paris artística, desde Rodin a Renoir, vinham os maiores apoios à nova geração que invadia a cidade magnífica, de todos os acontecimentos.

Quando o nosso pintor regressa a Portugal, com o início da 1.ª grande guerra, nesse entusiasmo, Porfírio, Fernando Pessoa, Almada Negreiros, Mário de Sá-Carneiro, Santa Rita-Pintor e outros poucos, dão os primeiros movimentos para que Lisboa seja uma percursora do movimento de Filippo Marinetti. Os artistas conservadores e toda a imprensa lisboeta, em bloco, adjectiva os aderentes de loucos. Tanto que o correspondente em Lisboa do jornal “Mercure de France”, Philéas Lebesque, escrevia que Porfírio, Pessoa, Almada e seus seguidores, eram apelidados de loucos pelos lepidópteros de Lisboa.

Cada país organizou o movimento às idiossincrasias locais (nacionais). Estudando o Futurismo português, nessa modernidade, são homens e mulheres do amor e do pacifismo, pela inteligência, que um país sem cultura morre…

Como Shakespeare afirmou: A memória é a sentinela do Espírito.

Eis, pela recusa em Lisboa, o grupo responsabiliza Porfírio junto do seu professor e artista pintor, Carlos Augusto Lyster Franco, em Faro, todo o apoio à divulgação do “Futurismo” em Portugal. E assim foi. O semanário farense “O Heraldo” esteve na origem do “Futurismo”, que daria a importância cultural e artística, com um Pessoa, um Sá-Carneiro, um Amadeu, um Porfírio. Aqui sendo oficializado.

Durante os anos de 1916 a 1917, com o n.º da revista ” Portugal Futurista”, dirigida por Porfírio e publicada em Faro e anunciada a venda, em simultâneo, Faro/Lisboa. Só a ditadura instalada, com Sidónio Pais, em 1917, impediu a sua circulação, levando a apreensão do maior símbolo do movimento.

Carlos Porfírio repousa no cemitério de Faro, na campa n.º 758-A, ao lado de Olga, a sua 3.ª e última esposa.

Teodomiro Neto


https://barlavento.sapo.pt/cultura/novo-catalogo-revela-dados-ineditos-sobre-vida-e-obra-de-carlos-porfirio Novo catálogo revela dados inéditos sobre vida e obra de Carlos Porfírio Por Bruno Filipe Pires -18 de junho de 2019 - 19:52

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Museu Municipal de Faro publica obra que reúne contributos de Fernando Rosa Dias e Luís Lyster Franco. Uma inesperada movida modernista, protagonizada por gente muito jovem, surgiu no Algarve, pouco antes de varrer o panorama artístico nacional, no início do século XX.

Esta é, aliás, uma das conclusões apresentadas no catálogo da exposição «Carlos Porfírio, Diálogos do Modernismo (1914 – 2014)», patente no Museu Municipal de Faro, e apresentado naquele equipamento cultural na tarde de sábado, dia 15 de junho.

Ouvido pelo «barlavento», Marco Lopes, diretor do Museu, explica que a publicação «traz muitas novidades, desde logo as várias relações que o pintor Carlos Porfírio estabeleceu com o círculo futurista lisboeta. Sabíamos que havia um relacionamento e diálogo com o Almada Negreiros, com o Amadeo de Souza-Cardoso, com Santa-Rita Pintor, e até o Fernando Pessoa. Mas através destas investigações vamos perceber que ele teve um papel mais ativo, quase de mediador, entre Faro, que já era uma periferia não só cultural mas do futurismo, com Lisboa, que era uma periferia do futurismo internacional.

Este facto está agora documentado e justificado por dois especialistas. Um deles é Fernando Rosa Dias, professor universitário e comissário da exposição, «que já trazia uma larga investigação» anterior.

Além deste especialista, o catálogo conta com textos de Luís Lyster Franco, professor de Belas Artes e investigador, que aliás, tem um grande acervo de família.

«Há muita correspondência trocada com o jornalista Mário Lyster Franco, e dá para perceber os primórdios do futurismo, através de cartas de pessoas como o Fernando Pessoa, que enviou um exclusivo para ser publicado no jornal O Heraldo, de Faro. O Carlos Porfírio estava, portanto, na vanguarda», sublinha Marco Lopes.

A exposição, patente até setembro, demorou dois e meio anos a reunir. Isto porque muito do espólio estava disperso.

«Essa foi uma das grandes dificuldades. O que estamos habituados a ver é uma produção artística mais tardia dos anos 1950 e 60. No entanto, sabíamos pelas várias investigações que havia obras dos anos 1910 e 20».

A questão era: «onde estavam? Durante muito tempo tentámos localizar, e descobrimos que a maior parte estão em coleções privadas e particulares e em leiloeiras (que tentámos seguir o rasto mas a determinada altura não foi possível conhecer o paradeiro) e muito poucas em instituições conhecidas. Um das poucas obras que temos aqui exposta é da Gulbenkian, estava em reserva, e agora está ser mostrada pela primeira vez», revela o diretor do Museu Municipal de Faro.

Até ao final do ano, segundo Marco Lopes, serão lançados novos catálogos.

«Está prestes a sair um dedicado à sala do mosaico romano do Deus Oceano. Já temos um conjunto de publicações sobre as salas de exposição da área da arqueologia, mas ainda não tínhamos uma sobre esta sala, que recentemente levou um acrescento de informação e peças, e sentíamos necessidade de o contextualizar», explica.

Outra novidade será um estudo completo sobre a coleção de cartazes de cinema reunidos pelo farense Joaquim António Viegas, antigo cenógrafo em Lisboa, que conseguiu alguma notoriedade, no princípio do século XX, e que está na reserva do Museu Municipal de Faro.

«Esta coleção já fez correr rios de tinta, foi amplamente discutida. Está para ser publicada desde o tempo do presidente José Apolinário. É um estudo e uma investigação que já está pronta, e que agora temos oportunidade de publicar. Será com o apoio da editora Caleidoscópio, associada a temas do património e da cultura. Fará a distribuição pelo circuito nacional e internacional. É obra para 200 ou 300 páginas», avança.

O catálogo reúne contribuições de vários autores, sob coordenação de Adelaide Ginga, conservadora no Museu Nacional de Arte Contemporânea do Chiado.

Em novembro, sairá também o catálogo da parceria do ciclo de arte contemporânea A Arte Faz Bem?, com curadoria da Artadentro, realizado em colaboração com o Museu Municipal de Faro e apoiado pelo Município de Faro.


https://sapientia.ualg.pt/bitstream/10400.1/4983/1/O%20Imagin%C3%A1rio%20popular%20na%20obra%20de%20Ata%C3%ADde%20Oliveira.pdf - 2000 - de JCV Mesquita · 2000 — Quando no início da década de sessenta o pintor Carlos Porfírio regressou à terra-natal, recebeu do Presidente da. Junta de Província do Algarve, Dr. José. 18 páginas

https://www.ccdr-alg.pt/repos/ccdr/web/info/ed/carlos-porfirio-algarvio-referencia-da-cultura-europeia-sessoes-ate-30-de-marco Data 2018-01-05 A exposição em honra de Carlos Porfírio e da sua obra, com pinturas a óleo do artista e também cineasta, que esteve na criação do então Museu Etnográfico de Faro, é inaugurada esta sexta-feira, dia 5 de janeiro, às 18h00, na sala de exposições da CCDR Algarve. Nascido a 29 de março de 1895, em Faro, Carlos Porfírio estudou na Escola de Belas Artes em Lisboa, onde conviveu com personalidades ligadas ao movimento Futurista, a chamada geração Orpheu – de que fazia parte Mário de Sá Carneiro, Almada Negreiros, Fernando Pessoa e outros.

Esta iniciativa está integrada na programação do ano de 2018 – Ano Europeu do Património Cultural. Registe-se ainda que 2018 tem uma importância simbólica e histórica para a Europa e o seu património cultural, uma vez que assinala um número importante de eventos, como o 100.º aniversário do fim da Primeira Guerra Mundial ou os 30 anos da politica de coesão.

O Centro Europe Direct Algarve/CCDR e o Museu Regional, em parceria, propôem-se organizar, nos meses de janeiro a março de 2018, sessões para exploração da obra do pintor no contexto europeu, dentro e fora de portas. Os pedidos poderão ser dirigidos para europedirect@ccdr-alg.pt.

A mostra Comissariada pelo Museu Municipal de Faro, está integrada na celebração dos 55 anos do Museu Regional do Algarve. A Mostra poderá ser visitada na sala de exposições da CCDR Algarve, de segunda a sexta-feira, das 10h00 às 18h00. A entrada é livre.

  1. EuropeForCulture

Eventos 2018-02-02