Difference between revisions of "Costa, Emiliano da"

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  Médico, escritor, poeta, pintor.'''Emiliano da Costa''' licenciou-se na Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra  em 1914. Fixou residência em Estoi onde exerceu a sua profissão. Homem de grande cultura dedicou-se desde sempre à pintura e à poesia, inspirando-se na natureza e nas gentes do campo, com quem se sentia muito próximo. A sua primeira obra poética terá surgido publicada no jornal do Liceu de Faro "O Académico" em 1906. É patrono de uma das [https://www.aeprosa.pt/204/poeta-emiliano-da-costa escolas] (em Estoi) do [[Agrupamento de Escolas Pinheiro e Rosa, em Faro | Agrupamento de Pinheiro e Rosa, em Faro]] e frequentou o ensino liceal em Beja.<br />
 
  Médico, escritor, poeta, pintor.'''Emiliano da Costa''' licenciou-se na Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra  em 1914. Fixou residência em Estoi onde exerceu a sua profissão. Homem de grande cultura dedicou-se desde sempre à pintura e à poesia, inspirando-se na natureza e nas gentes do campo, com quem se sentia muito próximo. A sua primeira obra poética terá surgido publicada no jornal do Liceu de Faro "O Académico" em 1906. É patrono de uma das [https://www.aeprosa.pt/204/poeta-emiliano-da-costa escolas] (em Estoi) do [[Agrupamento de Escolas Pinheiro e Rosa, em Faro | Agrupamento de Pinheiro e Rosa, em Faro]] e frequentou o ensino liceal em Beja.<br />
  
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O POETA, Augusto Emiliano da Costa, nasce na cidade de Tavira, a 3 de dezembro de 1884, ali dá os seus primeiros passos e aprende as primeiras letras. Das margens do rio Séqua/Gilão parte para Beja, onde vive a sua adolescência e frequenta o Liceu daquela cidade alentejana.
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Mais tarde ruma a Coimbra, onde se forma em Medicina, em 1914. Regressado ao Algarve, veio morar para Estoi, onde começa a exercer medicina na Rua da Igreja. Casa a 16 de março de 1915, aos trinta anos de idade, com Isabel Maria da Cruz Coelho de Brito e vão morar para a Rua do Pé da Cruz. Em 1919 é integrado no partido médico-cirúrgico com sede em Estoi e depois de uma longa carreira profissional reforma-se em 1954. Emiliano da Costa adotou a aldeia de Estoi como sua e aí permaneceu até à morte, em 1 de janeiro de 1968. in [https://avozdoalgarve.pt/d/apresentao-da-coleo-emiliano-da-costa-obra-potica-reunida-e-comentada-por-lus-barriga/41878]
  
 
*'''Aldeia Branca''' ''de Emiliano da Costa''<br />
 
*'''Aldeia Branca''' ''de Emiliano da Costa''<br />

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Emiliano-da-costa.jpg

  • Augusto Emiliano da Costa

Tavira, 03/12/1884 - Faro, 01/01/1968.

  • Breve Biografia:
Médico, escritor, poeta, pintor.Emiliano da Costa licenciou-se na Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra  em 1914. Fixou residência em Estoi onde exerceu a sua profissão. Homem de grande cultura dedicou-se desde sempre à pintura e à poesia, inspirando-se na natureza e nas gentes do campo, com quem se sentia muito próximo. A sua primeira obra poética terá surgido publicada no jornal do Liceu de Faro "O Académico" em 1906. É patrono de uma das escolas (em Estoi) do  Agrupamento de Pinheiro e Rosa, em Faro e frequentou o ensino liceal em Beja.

O POETA, Augusto Emiliano da Costa, nasce na cidade de Tavira, a 3 de dezembro de 1884, ali dá os seus primeiros passos e aprende as primeiras letras. Das margens do rio Séqua/Gilão parte para Beja, onde vive a sua adolescência e frequenta o Liceu daquela cidade alentejana. Mais tarde ruma a Coimbra, onde se forma em Medicina, em 1914. Regressado ao Algarve, veio morar para Estoi, onde começa a exercer medicina na Rua da Igreja. Casa a 16 de março de 1915, aos trinta anos de idade, com Isabel Maria da Cruz Coelho de Brito e vão morar para a Rua do Pé da Cruz. Em 1919 é integrado no partido médico-cirúrgico com sede em Estoi e depois de uma longa carreira profissional reforma-se em 1954. Emiliano da Costa adotou a aldeia de Estoi como sua e aí permaneceu até à morte, em 1 de janeiro de 1968. in [1]

  • Aldeia Branca de Emiliano da Costa

Circunscrito à moldura da janela,
Vai o quadro do dia já a meio,
Potes de azul derramam-se na tela
E o sol a rir-se, a rir, bate-lhe em cheio.
Que inundação! Por cima de quintais,
Sobre telhados, torres, parreiras,
É o céu, é o céu azul demais!
Aflita, a aldeia acorre: e o ar atira
O gesso, a cal, chapões de claridade,
A ver se a cor deslava, o azul se atira.
Que superabundância – a claridade!
E eu visto a bata de escaiolador.
E eu sou espátula, pincel, pintor.
E eu já não sei o que faça a tanta cor


Conchas


Minha infância de Luz mimada ao colo
Da onda à beira mar, oh minha infância!
Vais perdida a boiar, feita num rolo,
farpada de saudade, na distância...

Mal se apagou a estrela sobre o pólo,
Deixaste a praia em muda extravagância,
E perdeste pela areia, pelo solo,
As conchas que juntei, de sonho e ânsia.

Conchas que rendilharam mãos de magas,
Tão perdida na ausência imemóre!...
Ah! Se tu, coração - búzio do mar -

Me toasses aquele som das vagas
Barcarolas azuis, lindo folclore
Às ondinas cantado no luar!...

(Colectânea Musa Algarvia, 1927)




  • Bibliografia:

Heliantos, 1926.
Rosairinha, 1940.
Saudades do Silêncio, 1947.
Pampilhos, 1947.
Poesias Escolhidas, 1956.


  • Veja mais sobre Emiliano da Costa nos seguintes links:

- 1986- Emiliano da Costa por José Carlos Vilhena Mesquita


  • in https://arquivo.pt:

- 2004- Poema "Dor" e biografia de Emiliano da Costa no site da CM de Loulé.

- 2002- Reposição por Elviro Rocha Gomes da sua conferência, em 1956, sobre Emiliano da Costa.