Cercas, José

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Josecercas pintor-alcoutim-1914-1992.png

  • José Rodrigues Cercas

Nasceu em Aljezur, a 1 de Abril de 1914, faleceu em Lisboa a 5 de Dezembro de 1992, e encontra-se sepultado em Aljezur..
Estudou no Seminário de Faro mas não chegou a ser ordenado padre. Frequentou a Escola de Belas Artes, em Lisboa e foi funcionário da Direcção Geral da Aeronáutica Civil.
Foi pintor mas suas obras são de difícil identificação pois além do pseudónimo Manuel Fontana, usava siglas diversas ou nem sequer as assinava.
Foi poeta e publicou em 1936 um livro com o título Sonetos.


  • Os Meus Sonetos

Os meus sonetos foram meditados,
Na catedral da minha fantasia.
São rubros prantos do morrer do dia,
São lágrimas de poentes torturados.

Neles pus a minha alma e os meus cuidados
E as ambições e mágoas que sentia;
Quiz que tivessem garras e magia,
Que fosse versos-lobos esfaimados.

Não consegui o meu dourado fito,
Lutei num sonho sem saber vencer,
Não pude traduzir o infinito.

Silêncio e pó e cinza no meu ser:
Ante meus olhos, o que vejo escrito
É só a sombra do que eu quis dizer.


  • Regresso

Minha querida terra, que saudade!
Maior ainda não senti talvez.
No dia em que parti para a cidade,
Um longo adeus o meu olhar te fez.

E tu parecias triste, na ansiedade
De quem ia ficar na viuvez;
Toldou-se no teu céu a claridade
E em mim toda a alegria se desfez.

Um dia hei-de voltar ao teu abrigo
E até essas velhinhas mais curvadas
Hão-de cantar e hão-de bailar comigo.

Reviverei as cenas já passadas:
O riso irónico dum aldeão amigo,
Um conto… e uma fogueira às gargalhadas.


  • Esperança

Não sei por que má sorte amanheci,
Neste soturno anoitecer da vida.
Não sei que mão fatal me trouxe aqui,
A este imundo beco sem saída.

Não sei se estou na morte ou se nasci,
Se, além da dor, existe outra guarida.
A morte já a vi, já a senti
E a vida nunca foi por mim sentida.

Vale de lágrimas; nuvens desgrenhadas;
Céu sem luar; estrelas apagadas;
Fantásticas visões em torvelinho!

Incerto aguardo as horas misteriosas,
Sempre à espera que floresça em rosas
O grão que todos pisam no caminho…


  • Bibliografia:

Poemas Ineditos de Jose Cercascapa.jpg
-Sonetos


  • Exposições:

-XII Exposição de Arte Moderna, (1948).
-Salão Silva Porto (Porto 1952).
-Casino Estoril (1954).
-Galeria Arte Capitel (Leiria 1977).


  • Veja mais sobre José Cercas nos seguintes links:

-https://cm-aljezur.pt/pt/agenda/795/exposicao-pintor-jose-cercas---junta-de-freguesia-de-odeceixe.aspx
-https://cm-aljezur.pt/pt/950/poemas-ineditos-de-jose-cercas.aspx
-https://cms.cm-aljezur.pt//upload_files/client_id_2/website_id_1/Atividade_Municipal/Publicacoes/Poemas_Ineditos_de_Jose_Cercas.jpg
-https://www.facebook.com/groups/112435589102146/permalink/1340768962935463
-http://www.adpha.pt/adpha2013eva_024.htm
-https://pt.wikipedia.org/wiki/Jos%C3%A9_Cercas
-http://www.algarveexpress.pt/?p=7262
-https://cm-aljezur.pt/pt/menu/248/casa-museu-pintor.aspx
-https://pt.wikipedia.org/wiki/Casa_Museu_Pintor_Jos%C3%A9_Cercas