Difference between revisions of "Carriço, António da Silva"

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''O mais recente livro do António Manuel Venda tem por título «Os Sonhos e Outras Perigosas Embirrações».<br />
 
''O mais recente livro do António Manuel Venda tem por título «Os Sonhos e Outras Perigosas Embirrações».<br />
 
Os críticos literários têm-se debruçado atentamente sobre a sua escrita, e o jovem escritor (32 anos – 5 obras publicadas) tem vindo a alcançar um merecido êxito.
 
Os críticos literários têm-se debruçado atentamente sobre a sua escrita, e o jovem escritor (32 anos – 5 obras publicadas) tem vindo a alcançar um merecido êxito.
Porque muito já se disse, e sem a mínima pretensão a crítico, quero apenas usar do direito que me assiste de dar a minha opinião sobre o livro em causa. Por dois motivos: primeiro, pelo prazer que me dá partilhar, discutir até (se possível) as emoções da leitura; segundo, pela quase obrigação que se impõe de alguém de Monchique dar o seu parecer, dizendo de si, acerca de um escritor de Monchique. Estas duas razões bastam para agradecer-lhe o empenho que tem manifestado em levar o nome da nossa terra a muita gente que desconhece a sua existência. Empenho conseguido plenamente, pois os seus livros têm tornado Monchique num lugar mágico. (De tal forma que alguns dos seus leitores poderão duvidar que exista...). O chão que as suas fabulosas personagens pisam é o nosso. Esse Algarve profundo somos nós. Com as nossas histórias (e as dele), com os nossos costumes e vivências. Que ele preserva, recriando no presente um passado de espantos e projectando-os no futuro. Como raízes.<br />
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Porque muito já se disse, e sem a mínima pretensão a crítico, quero apenas usar do direito que me assiste de dar a minha opinião sobre o livro em causa. Por dois motivos: primeiro, pelo prazer que me dá partilhar, discutir até (se possível) as emoções da leitura; segundo, pela quase obrigação que se impõe de alguém de Monchique dar o seu parecer, dizendo de si, acerca de um escritor de Monchique. Estas duas razões bastam para agradecer-lhe o empenho que tem manifestado em levar o nome da nossa terra a muita gente que desconhece a sua existência. Empenho conseguido plenamente, pois os seus livros têm tornado Monchique num lugar mágico.  
É muito pessoal, muito minha, a leitura que faço destes «Sonhos».<br />
 
A capa... Reproduz um quadro de Amadeo de Souza-Cardoso (óleo s/ tela, c/ colagens) pertencente ao Centro de Arte Moderna José Azeredo Perdigão, da Fundação Calouste Gulbenkian. É um dos trinta e sete trabalhos do pintor que, com imenso êxito, durante um ano, estiveram recentemente expostos ao público de Nova Iorque, Washington e Chicago. Deste quadro e por essa ocasião disse um crítico norte-americano (Alan Artner, no «Chicago Tribune»): «É uma das mais impressionantes telas da pintura modernista (...) constitui uma obra densa e fragmentada (...) criando uma frenética colcha de retalhos que não tem paralelo na arte do seu tempo..<br />
 
Não sei se será demasiado pretensioso aplicar a parte final desta crítica ao livro a que a pintura serve de capa. Mas, com o devido respeito, atrevo-me a dizer que também o livro do António Manuel Venda é uma «obra densa» de delírios mágicos, «fragmentada» de sonhos, «frenética colcha de retalhos», em que «o frenesi é o delírio em continuidade» (conforme o definiu um médico do sécuo XVIII).<br />
 
O título... Revela uma das «embirrações» do autor, que tem sido uma constante em toda a sua obra: o sonho. Neste seu livro, mais do que em qualquer outro, os sonhos são sempre embirrações e as embirrações uma profunda necessidade de sonhar. Teimosamente. Eu sei o que isso é, porque também eu sofro dessa fome. Talvez de uma outra maneira, mais íntima, menos truculenta, mais idealista, mas sempre necessidade insaciável do sonho.
 
Abri o livro e li as primeiras linhas...<br />
 
«Às vezes, carinho, consigo ver-te no mar. As ondas costumam ser pequeninas, quase imperceptíveis, e por isso só te mexes quando os barcos se aproximam. Alguns de certeza são apenas a minha imaginação a fazer ondular o teu cabelo caído pelo rosto, mas há muitos que passam por ti como se nem sequer existisses.»<br />
 
Parei, admirado – mas este não é o António Manuel Venda que eu conheço... O que é isto? Talvez o fermento do sonho... E acabei o parágrafo.<br />
 
«Esses são bem reais, e a velha Luzia dos Engreneiros, do alto da rocha onde pesca ao fim da tarde, não se cansa de os amaldiçoar.»'<br />'
 
 
 
 
 
 
*'''Biografia'''<br />
 
*'''Biografia'''<br />
 
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Revision as of 10:50, 3 May 2021

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  • António da Silva Carriço

Nasceu em Monchique em 1930 e faleceu a 21 de novembro de 2019 em Lisboa
Jornalista.Cronista.Escritor. Bibliotecário


  • Post do Facebook de António Manuel Venda' de 28 de novembro de 2019 aquando do falecimento de Antónia Silva Carriço onde transcreve o texto de suporte à apresentação que este fez do livro Os Sonhos e Outras Perigosas Embirrações», no dia 14 de Dezembro de 2000, no auditório da Caixa Agrícola, em Monchique.

O texto pode ser lido na íntegra no link abaixo, e do qual se transcreve um excerto:

https://m.facebook.com/story.php?story_fbid=10218068588999917&id=1042766737&sfnsn=mo


  • UMA LEITURA D’ «OS SONHOS...» DO ANTÓNIO MANUEL VENDA


O mais recente livro do António Manuel Venda tem por título «Os Sonhos e Outras Perigosas Embirrações».
Os críticos literários têm-se debruçado atentamente sobre a sua escrita, e o jovem escritor (32 anos – 5 obras publicadas) tem vindo a alcançar um merecido êxito. Porque muito já se disse, e sem a mínima pretensão a crítico, quero apenas usar do direito que me assiste de dar a minha opinião sobre o livro em causa. Por dois motivos: primeiro, pelo prazer que me dá partilhar, discutir até (se possível) as emoções da leitura; segundo, pela quase obrigação que se impõe de alguém de Monchique dar o seu parecer, dizendo de si, acerca de um escritor de Monchique. Estas duas razões bastam para agradecer-lhe o empenho que tem manifestado em levar o nome da nossa terra a muita gente que desconhece a sua existência. Empenho conseguido plenamente, pois os seus livros têm tornado Monchique num lugar mágico.

  • Biografia


António da Silva Carriço fez o Curso Geral dos Liceus em Lisboa onde  trabalhou nos Serviços de Estudo do Instituto Nacional de Estatística.
Em Monchique foi funcionário da Câmara Municipal, responsável pela Biblioteca da Fundação Calouste Gulbenkian durante trinta e dois anos e depois da Biblioteca Municipal de Monchique.
A Câmara Municipal de Monchique, em 2004, deu o seu nome à Biblioteca Municipal passando a ser apelidada de Biblioteca Municipal António da Silva Carriço, atendendo ao seu contributo e ao facto de ser uma «figura proeminente na vida cultural do concelho de Monchique»
Foi correspondente do «Jornal Novidades», do «O Século» e do «Diário de Lisboa».
Desde 1985 foi cronista e redator do Jornal de Monchique.
Foi dirigente no Agrupamento de Monchique do Corpo Nacional de Escutas e teve uma breve passagem pelo teatro como encenador. Foi membro diretivo e fundador da Academia de Heráldica do Algarve. Participou em jornadas, encontros e debates e tem colaboração dispersa em revistas e jornais, sendo membro da Associação de Jornalistas e Escritores do Algarve.
Silva Carriço está ainda referenciado no Dicionário Cronológico de Autores Portugueses e um trabalho seu vem incluído num manual escolar.
  • Bibliografia:

- Memória das Coisas, crónicas, 1995
- O Sabor da Vida. crónicas, 1997
- Retrato da Paisagem Enquanto Gente, crónicas, 2005
- Oito crónicas suas são incluídas na antologia Escritores Portugueses do Algarve, organizada por Ilena Gonçalves, 2006
- Zé Ventura - As Cores do Tempo António Silva Carriço e Ze Ventura .2007
- António Maria Callapez – um olhar a Sul, livro-catálogo organizado por Ana Rosário Nunes, com o texto Uma Abertura de Alma de António Silva Carriço, 2008
- Reflexos com 13 contos de Natal, editado pelas Paulinas, 2014


  • Prémios Literários

Em 1982 foi galardoado com uma Menção Honrosa, na modalidade «Poesia Lírica» nos Jogos Florais do Algarve, promovidos pelo Racal Clube de Silves.

Em 1990 voltou a ser galardoado com uma Menção Honrosa, na modalidade «Conto» nos Jogos Florais do Algarve, promovidos pelo Racal Clube de Silves.

Em 1996 é-lhe atribuído o 2.º Prémio de Comunicação Social, a nível nacional, da Região de Turismo do Algarve, pelo artigo «O Prazer da Diferença».

Em 1997 o Clube de Jornalistas de Braga distingue-o com o Prémio Especial Verde Minho (prémio único) patrocinado por aquela Região de Turismo, com o trabalho «O Irresistível Fascínio do Verde», publicado no Jornal de Monchique.

Em 1998, a convite da Associação de Professores de Português, participa no 1.º Encontro Regional de Professores de Português com Escritores Algarvios e publica o trabalho «Sabina na Casa de Espelhos» no n.º 1 da Revista Stilus.

Em 2002 ganha o 1.º Prémio Manuel Teixeira Gomes, instituído pela Câmara Municipal de Portimão com o patrocínio da Delegação Regional da Cultura do Algarve, atribuído ao conto Entre o Corpo e a Rosa, seu primeiro trabalho de ficção.

A Câmara Municipal de Monchique, em 2004, deu o seu nome à Biblioteca Municipal passando a ser apelidada de Biblioteca Municipal António da Silva Carriço, atendendo ao seu contributo e ao facto de ser uma «figura proeminente na vida cultural do concelho de Monchique»
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Foi Comissário das exposições de artes plásticas da pintora Zé Ventura, apoiadas por «Faro Capital Nacional da Cultura» e pelo Município de Monchique, e é autor do texto do livro Zé Ventura – As Cores do Tempo, premiado em 2007 no London Book Festival.


Fotos Livros


  • Veja mais sobre António Silva Carriço nos seguintes links:

- notícia do falecimento de António da Silva Carriço em21 de novembro de 2019 com um texto de Vilhena Mesquita sobre o autor.