|
|
(40 intermediate revisions by the same user not shown) |
Line 3: |
Line 3: |
| | | |
| '''António Vicente Campinas'''<br/ > | | '''António Vicente Campinas'''<br/ > |
− |
| + | |
| Vila Nova de Cacela, 1910 - Vila Real de Santo António, 1998<br/ > | | Vila Nova de Cacela, 1910 - Vila Real de Santo António, 1998<br/ > |
− | Militante do Partido Comunista Português, foi preso e obrigado ao exílio pelo regime do Estado Novo<br/ >
| |
− | Poeta e prosador<br/ >
| |
− | Começou a editar poesia em 1938, com o livro Aguarelas<br/ >
| |
− | Especialmente famoso é o seu poema "Cantar Alentejano", em honra de Catarina Eufémia, musicado por José Afonso, no álbum "Cantigas de Maio" editado no Natal de 1971.<br/ >
| |
| | | |
− | *'''Bibliografia'''<br/ >
| + | Poeta. Romancista. Cronista. Jornalista. Resistente antifascista. Patrono da Biblioteca Municipal de Vila Real de Santo António.<br/ > |
− | '''''Aguarelas'''''<br/ >
| + | |
− | '''''O azul do sul é cor do sonho''''' (narrativas)<br/ >
| + | |
− | '''''Raiz da Serenidade''''' (Poesia)<br/ > | + | * '''Cantar Alentejano'''<br/ > |
− | '''''Fronteiriços''''' 1952 (Romance)<br/ >
| + | <br/ > |
− | Aguarelas (poesia), 1938<br/ >
| + | Chamava-se Catarina<br/ > |
− | Recantos farenses (Livraria Campina), 1956<br/ >
| + | O Alentejo a viu nascer<br/ > |
− | Lisboa, Outono (Livraria Ibérica), 1959<br/ >
| + | Serranas viram-na em vida<br/ > |
− | Preia-mar, poesias (Ed.do Autor), 1969<br/ >
| + | Baleizão a viu morrer<br/ > |
− | Reencontro, 1971<br/ >
| + | <br/ > |
− | Escrita e combate – textos de escritos comunistas, 1976<br/ >
| + | Ceifeiras na manhã fria<br/ > |
− | Natais de exílio, 1978<br/ >
| + | Flores na campa lhe vão pôr<br/ > |
− | Homens e cães (contos), 1979<br/ >
| + | Ficou vermelha a campina<br/ > |
− | Três dias de inferno, (Jornal do Algarve), 1980<br/ >
| + | Do sangue que então brotou<br/ > |
− | Vigilância, camaradas (Jornal do Algarve), 1981<br/ >
| + | <br/ > |
− | Gritos da fortaleza, (Jornal do Algarve), 1981<br/ >
| + | Acalma o furor campina<br/ > |
− | Putos ao deus-dará, 1982<br/ >
| + | Que o teu pranto não findou<br/ > |
− | Rio Esperança, Guadiana, meu amigo (Jornal do Algarve), 1983<br/ >
| + | Quem viu morrer Catarina<br/ > |
− | Fronteira azul carregada de futuro (Ed.do Autor), 1984<br/ >
| + | Não perdoa a quem matou<br/ > |
− | O dia da árvore marcada (Nova Realidade), 1985<br/ >
| + | <br/ > |
− | Fronteiriços (Nova Realidade), 1986<br/ >
| + | Aquela pomba tão branca<br/ > |
− | Ciladas de amor e raiva (Ed. do Autor), 1987<br/ >
| + | Todos a querem p´ra si<br/ > |
− | Segredo do meio do mar (Ed. do Autor), 1988<br/ >
| + | Ó Alentejo queimado<br/ > |
− | Mais putos ao deus-dará (Orion), 1988<br/ >
| + | Ninguém se lembra de ti<br/ > |
− | O azul do sul é cor de sonho, narrativas, 1990<br/ >
| |
− | A dívida, os corvos e outros contos (em colaboração com Manuel da Conceição) 1992<br/ >
| |
− | Guardador de Estrelas, antologia, 1994<br/ >
| |
| <br/ > | | <br/ > |
− | | + | Aquela andorinha negra<br/ > |
| + | Bate as asas p´ra voar<br/ > |
| + | Ó Alentejo esquecido<br/ > |
| + | Inda um dia hás-de cantar<br/ > |
| <br/ > | | <br/ > |
− | | + | |
− | | + | *'''Manhã de Paz'''<br/ > |
− | | |
− | Poemas em memória de Catarina Eufémia<br/ >
| |
− | Poema "Manhã de Paz"<br/ >
| |
− | | |
− | | |
− | 2004-06-24<br/ >
| |
− | | |
− | Manhã de Paz (*)<br/ >
| |
− | de '''Vicente Campinas''' do livro '''''Raiz da Serenidade'''''<br/ >
| |
− | | |
| <br/ > | | <br/ > |
| Ai a manhã de Primavera<br/ > | | Ai a manhã de Primavera<br/ > |
Line 61: |
Line 47: |
| de semear rosas onde exista a dor!<br/ > | | de semear rosas onde exista a dor!<br/ > |
| <br/ > | | <br/ > |
− | Este poema, escrito em 1952, inspirou-se nos crimes e nas dores que pesavam sobre o povo coreano, nesse momento.<br/ > | + | In''''' Raiz da Serenidade'''''<br/ > |
| + | (Este poema, escrito em 1952, inspirou-se nos crimes e nas dores que pesavam sobre o povo coreano, nesse momento.)<br/ > |
| <br/ > | | <br/ > |
− | ''Mas, em 1966 é a terra mártir e violentada do Vietname, é o povo mártir e corajoso e heróico do Vietnam que sofre uma guerra sem quartel. Uma guerra criminosa onde a colossal máquina destrutiva dos E.U.A. é lançada em peso contra um pequeno e ainda pouco desenvolvido país asiático. Um país cujo povo se defende com uma coragem inultrapassável. Um povo, cujo espírito de luta e de sacrifício merece a admiração de todos os povos do mundo. Um povo que tem demonstrado, e continua a demonstrar, ser digno da solidariedade universal!<br/ >
| |
− | Em ambas as guerras, a que é passada e a que é presente, o espírito selvático, a soldo de interesses monopolistas destruiu e destrói a vida na Terra e a vida no Homem. Onde se fala da Coreia, em 1952, pode substituir-se por Vietnam, em 1966. Os mesmos invasores, o mesmo poder desenfreado de louco gigante tentando amordaçar o indomável pigmeu.''<br/ >
| |
− | Os anos semearam na Humanidade novas esperanças, e novas conquistas científicas embandeiram a sabedoria humana, elevando-se a uma altura superior à dos deuses… mas ainda existe, numa parte da Humanidade, a semente do crime em lugar da flor da fraternidade. E é contra essa parte desonrosa da raça humana que este grito é lançado. Na forma de um poema? Com o calor de um canto? Sim. Na forma de um poema. Com o calor de um canto. Singelo canto, é certo. Mais firme e sincero. Quente e contagiante, de amor à Paz. Mas dedicado na luta pela manutenção da Paz. Mas simples e fraterno, como o simples gosto de viver.<br/ >
| |
− | E se devêssemos dizer algo mais na defesa da Paz, se fosse necessário reforçar o espírito deste poema, diria agora como sempre, e mais:<br/ >
| |
− | — A Paz é a «RAIZ DA HUMANIDADE»! A Paz é o perfume da existência! É a alegria de viver! É a alma forte da Humanidade!<br/ >
| |
− | Pela defesa da Paz, pelo triunfo da Paz, demos os nossos cantos. A nossa luta. O nosso amor. E, se for preciso, a nossa vida!<br/ >
| |
| | | |
− | (*) Com cortes de Censura a vermelho.<br/ >
| + | '''Notas Biográficas'''<br/ > |
− | https://web.archive.org/web/20070313061453/http://www.noticiasdaamadora.com.pt/nad/artigodossaut.php?eaid=792&codaut=censura16&lng=pt
| + | <br/ > |
− | | + | Figura cimeira do neo-realismo português foi autor de vastíssima obra traduzida em várias línguas, que percorre diversos géneros literários, desde a poesia ao romance, passando pelo conto, novela, diário, crónica e narrativa intimista.(...) Começou a editar poesia em 1938, com o livro Aguarelas. Especialmente famoso é o seu(?) poema "Cantar Alentejano", em honra de Catarina Eufémia, musicado por José Afonso, no álbum "Cantigas de Maio" editado no Natal de 1971.<br/ ><br/ >Perfilou-se ao lado de romancistas célebres como Alves Redol, Manuel da Fonseca ou Fernando Namora, nos turtuosos caminhos da neo-realismo, sofrendo não raras vezes as perseguições da PIDE e até a ignomínia do cárcere. Pagou caro a sua ousadia de pintar a realidade social nos campos ou nas fábricas com o olhar acusador e perscrutante do socialista, que lutava pela emancipação das classes laboriosas. Militante do Partido Comunista Português, foi preso e obrigado ao exílio pelo regime do Estado Novo. |
− | in [[File:Logo-arquivo-pt.png | link=https://arquivo.pt/ | https://arquivo.pt]]''':'''<br />
| + | Em 1994,(...) a autarquia vila-realense prestou-lhe uma homenagem pública a que se associaram as principais entidades regionais.<br/ > |
− | | + | José Carlos Vilhena Mesquita<br/ >in https://arquivo.pt/wayback/20001016001248/http://www.3arede.pt:80/ajea/stilus/index.html |
− | https://arquivo.pt/wayback/20001016001248/http://www.3arede.pt:80/ajea/stilus/index.html - AJEA lamenta o falecimento de Vicente Campinas
| + | <br/ > |
− | | + | *'''Bibliografia'''<br/ > |
− | Poesia do Algarve no Parque das Nações, em Lisboa
| + | <br/ > |
− | | + | '''''Aguarelas'''''<br/ > |
− |
| + | '''''O azul do sul é cor do sonho''''' (narrativas)<br/ > |
− | | + | '''''Raiz da Serenidade''''' (Poesia)<br/ > |
− | O Clube Senior no Parque das Nações recebeu uma embaixada de poetisas algarvias a convite de "Os Amigos da Poesia" que decidiram incluir a nossa Região na 1.ª fase do programa "Os Espaços e os Poetas".
| + | '''''Fronteiriços''''' 1952 (Romance)<br/ > |
− | | + | '''''Aguarelas''''' (poesia), 1938<br/ > |
− | Tudo começou quando uma das animadoras, Dr.ª Maria de Lurdes Esteves, se apaixonou pela "Breve Antologia da Poesia Feminina Algarvia" coordenada pela poetisa Nídia Horta e editada em dois volumes pela Câmara Municipal de Vila Real de Stº António.
| + | '''''Recantos farenses''''' (Livraria Campina), 1956<br/ > |
− | | + | '''''Lisboa, Outono''''' (Livraria Ibérica), 1959<br/ > |
− | As sessões decorreram nos dias 29 de Setembro, 13 e 27 de Outubro, sendo esta última sessão antecedida da apresentação de poetas alentejanos entre os quais destacaria a poetisa e contista Faustina Ripado.
| + | '''''Preia-mar''''', poesias (Ed.do Autor), 1969<br/ > |
− | | + | '''''Reencontro''''', 1971<br/ > |
− | As poetisas Algarvias, muitas incluídas na referida antologia, não se limitaram a dizer os poemas da sua autoria, antes privilegiaram a declaração de outros poetas da sua Região, entre eles Candido Guerreiro e João de Deus ditos por Rosélia Martins, Maria Luisa Pousão Sancho evocou seu avô João Lúcio e Bernardo Passos. Nídia Horta lamentou que o estado de saúde de António Ramos Rosa não lhe tivesse permitido estar presente e, deste laureado poeta, disse magistralmente um belo e difícil poema.
| + | '''''Escrita e combate – textos de escritos comunistas''''', 1976<br/ > |
− | | + | '''''Natais de exílio''''', 1978<br/ > |
− | Emiliano da Costa e António Pereira marcaram presença na bonita dicção de Lolita Ramirez. Pelas vozes de Maria Armanda Tavares Belo, Filipa Cristo, Nídia Horta e Lolita Ramirez escutaram-se ainda poemas de Teresa Rita Lopes, Maria José do Carmo, Celorico Drago, Sousa Mealha, Martinho Rita Bexiga, Maria Rosa, Antero Nobre e muitos outros.
| + | '''''Homens e cães (contos)''''', 1979<br/ > |
− | | + | '''''Três dias de inferno''''', (Jornal do Algarve), 1980<br/ > |
− | Um dos mais belos momentos proporcionados pela embaixada das poetisas algarvias teve lugar quando Nídia Horta homenageou postumamente o poeta vilarealense António Vicente Campinas com a declaração dramatizada do poema "Dança das Conquilheiras," do livro "Antemanhã da Liberdade" da autoria daquele escritor. Antes da declaração, num momento incluído na homenagem, foi invocada a figura humana de Vicente Campinas democrata e pedagogo, pela poesia Dr.ª Lolita Ramirez e por outras presentes que com ele conviveram.
| + | '''''Vigilância, camaradas''''' (Jornal do Algarve), 1981<br/ > |
− | | + | '''''Gritos da fortaleza''''', (Jornal do Algarve), 1981<br/ > |
− | Encantada com o poema das "Conquilheiras" a coordenadora e animadora das sessões sobre ele escreveu "Uma Epopeia Trágico-Marítima", texto que gentilmente cedeu para publicação no Jornal de Monchique. Sobre a prestação das nossas poetisas aquela senhora conhecedora e amante da poesia escreveu para o Jornal do Clube Sénior: As poetisas Algarvias que estiveram presentes nas sessões dedicadas ao Algarve trouxeram a magia desse espaço, nas palavras, na melodia, nos ritmos, nos odores, nos sons, na sinestesia que ressalta dos poemas lidos, declamados e representados. Foi o Algarve que veio passear a Lisboa e que mostrou tanto a riqueza da sua paisagem natural, como da sua paisagem humana.
| + | '''''Putos ao deus-dará''''', 1982<br/ > |
− | | + | '''''Rio Esperança, Guadiana, meu amigo''''' (Jornal do Algarve), 1983<br/ > |
− | Alguns homens deram a sua colaboração às sessões, com destaque para João Tavares que leu poemas com excelente dicção e Nuno Moniz Pereira que com sua mulher, a poetisa Maria Luisa Pousão Sancho, interpretou um interessante diálogo de sabor Algarvio.
| + | '''''Fronteira azul carregada de futuro''''' (Ed.do Autor), 1984<br/ > |
− | | + | '''''O dia da árvore marcada (Nova Realidade)''''', 1985<br/ > |
− |
| + | '''''Fronteiriços''''' (Nova Realidade), 1986<br/ > |
− | | + | '''''Ciladas de amor e raiva''''' (Ed. do Autor), 1987<br/ > |
− | Uma Epopeia Trágico-Marítima Feminina
| + | '''''Segredo do meio do mar''''' (Ed. do Autor), 1988<br/ > |
− | | + | '''''Mais putos ao deus-dará''''' (Orion), 1988<br/ > |
− |
| + | '''''O azul do sul é cor de sonho''''', narrativas, 1990<br/ > |
− | | + | '''''A dívida, os corvos e outros contos''''' (em colaboração com Manuel da Conceição) 1992<br/ > |
− | No poema "Dança das Conquilheiras", da autoria de António Vicente Campinas, magistralmente interpretado por Nídia Horta, foi recordado o Algarve dos anos 50, as mulheres que, na tarefa árdua da apanha da conquilha, lutavam corajosamente com o mar para conseguirem a sua sobrevivência e a dos seus familiares:
| + | '''''Poemas em memória de Catarina Eufémia'''''<br/ > |
− | | + | '''''Guardador de Estrelas''''', antologia, 1994<br/ > |
− | "- Ah! Se não
| + | <br/ > |
− | fora o mar
| + | [[File:LivrosCampinas.png|715px]][[File:VicenteCampinaslivro.jpg|132px]]<br /> |
− | como houvera
| + | Alguns livros de '''Vicente Campinas'''<br/ > |
− | de comer?!" | + | <br/ > |
− | | + | *Veja mais sobre António Vicente Campinas nos seguintes links:<br/ > |
− | Com alguma carga de erotismo e de sensualidade este poema apresenta-nos um mar avassalador e devorador da vida das mulheres que ousavam desafiá-lo. Personificado como um amante sedutor e violento, o mar traiçoeiro, ora brinca com as mulheres, ora se vinga das que desafiá-lo "O mar as tem / à mercê./ E mais dia/ menos dia/ mal daquela/ que ele amar."
| + | <br/ > |
− | | + | [https://www.jornaltornado.pt/antonio-vicente-campinas/ - 2018 - Texto do ''Jornal O Tornado'' sobre a vida e a obra de Vicente Campinas.]<br/ > |
− | A batalha pela conquista do pão é uma autêntica epopeia trágica, plena se sofrimento e de angústia, alucinante que é a metáfora da luta diária pela sobrevivência.
| + | [https://guadianadigital.sapo.pt/vicente-campinas-110-anos-do-nascimento/ - 2020 - Texto do ''Guadiana Digital'' sobre o 110º aniversário de '''Vicente Campinas'''.]<br /> |
− | | + | [https://aviagemdosargonautas.net/2012/04/19/poemas-sobre-o-alentejo-antonio-vicente-campinas/ - 2012 - Site onde se pode ler o poema de Vicente Campinas (?) sobre Catarina Eufémia e ouvi-lo na voz de José Afonso.]<br /> |
− | Esta paisagem humana natural do Algarve do passado foi recordada e levada ao conhecimento daqueles que, não sendo algarvios, hoje o escolhem para as suas férias de Verão e que talvez desconheçam algo do seu passado e possivelmente também algo do seu presente. E nada melhor do que a poesia para veicular esse conhecimento.
| + | <br/ > |
− | | + | *in [[File:Logo-arquivo-pt.png | link=https://arquivo.pt/ | https://arquivo.pt]]''':'''<br /> |
− | | + | <br/ > |
− | Maria de Lurdes de Freitas Esteves
| + | [https://arquivo.pt/wayback/20001016001248/http://www.3arede.pt:80/ajea/stilus/index.html - 2001 -Texto de Vilhena Mesquita sobre o falecimento de '''Vicente Campinas''', publicado pela AJEA.]<br /> |
− | 15 de Outubro de 2000
| + | [https://arquivo.pt/wayback/20040112104159/http://www.terravista.pt/nazare/7667/Jornal/actual/Geral/poesia.htm - 2004 - Notícia sobre O Clube Senior no Parque das Nações ter recebido uma embaixada de poetisas algarvias, onde um dos mais belos momentos teve lugar quando Nídia Horta homenageou postumamente o poeta vilarealense '''António Vicente Campinas''' com a declamação dramatizada do poema "Dança das Conquilheiras," do livro "Antemanhã da Liberdade" da autoria daquele escritor.]<br /> |
− | https://arquivo.pt/wayback/20091224022309/https://www.ualg.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=30646&Itemid=7
| + | [https://arquivo.pt/wayback/20081021124928/http://eb23-vcaiz.edu.pt/acti_depart/csh/catarina_euf/catar_euf.pdf - 2008 - Texto sobre Catarina Eufémia onde se refere que o poema de '''Vicente Campinas'''(?) "Cantar Alentejano" foi musicado por Zeca Afonso no álbum "Cantigas de Maio" editado no Natal de 1971.]<br /> |
− |
| + | [https://arquivo.pt/wayback/20091005043852/http://algarvebecre.blogspot.com/2009/09/vila-real-sa-com-nova-biblioteca.html - 2009 - Notícia sobre a conferência '''António Vicente Campinas: linhas de fronteira''' organizada pelo Centro de Estudos Linguísticos e Literários (CELL) da UAlg e pela Câmara Municipal de Vila Real de Santo António/Centro de Investigação e Informação do Património de Cacela.]<br /> |
− | university
| + | [https://arquivo.pt/wayback/20091005043852/http://algarvebecre.blogspot.com/2009/09/vila-real-sa-com-nova-biblioteca.html - 2009 - Notícia sobre a inauguração da Biblioteca Municipal de Vila Real de Santo António que recebeu o nome de '''António Vicente Campinas''', poeta e prosador algarvio]<br/ > |
− |
| |
− |
| |
− | students
| |
− | degrees
| |
− | cet
| |
− | undergraduate
| |
− | diploma/ masters
| |
− | doctoral degrees
| |
− | open courses
| |
− | learning opportunities
| |
− | ualg
| |
− | external
| |
− | academic calendar
| |
− | library and archives
| |
− | international
| |
− | prog. universia
| |
− | prog. erasmus mundus
| |
− | programa socrates
| |
− | prog. leonardo da vinci
| |
− | prog. tempus
| |
− | electronic tutorials
| |
− | social services
| |
− | academic services
| |
− | university radio – rua fm
| |
− | ualg tv
| |
− | ualg sport
| |
− | internships and employment
| |
− | placements
| |
− | scholarships
| |
− | ualg
| |
− | external
| |
− | publications
| |
− | awards
| |
− | associações de estudantes
| |
− | associação académica
| |
− | aiesec
| |
− | assoc. j. u. cristãos
| |
− | iaas - algarve
| |
− | social services
| |
− | comercial protocols
| |
− | staff
| |
− | academic services
| |
− | administration and finance
| |
− | contratos
| |
− | library and archives
| |
− | it services
| |
− | technical services
| |
− | human resources
| |
− | contratos (2008)
| |
− | rctfp (regime do contrato em funções públicas)
| |
− | procedimentos concursais
| |
− | formulários
| |
− | publicitacoes
| |
− | publications
| |
− | comercial protocols
| |
− | researchers
| |
− | r&d
| |
− | innovation and technological transfer
| |
− | intellectual property
| |
− | research and development
| |
− | library and archives
| |
− | fct
| |
− | awards
| |
− | placements
| |
− | scholarships
| |
− | ualg
| |
− | external
| |
− | publications
| |
− | ualg foundation for development
| |
− | comercial protocols
| |
− | media
| |
− | gabinete de comunicação
| |
− | notas de imprensa
| |
− | ualg nos media
| |
− | | |
− | | |
− | UAlg User
| |
− | helplogin
| |
− | | |
− | | |
− | news feeds
| |
− | RSS
| |
− | | |
− | site map
| |
− |
| |
− | contacts
| |
− |
| |
− | location
| |
− |
| |
− | NOTA 033/09 - PÁTIO DE LETRAS RECEBE CONFERÊNCIA SOBRE ANTÓNIO VICENTE CAMPINAS
| |
− | | |
− | António Vicente Campinas: linhas de fronteira é o tema da próxima conferência do ciclo Viajantes, Escritores e Poetas: Retratos do Algarve que terá lugar sexta-feira, dia 3 de Abril, no Pátio de Letras, em Faro, pelas 21h30. José Carlos Barros, poeta e actual vice-presidente da Câmara Municipal de Vila Real de Santo António, assegura esta terceira conferência do ciclo.
| |
− | | |
− | Inserido nas comemorações dos 30 anos da UAlg, o ciclo de conferências Viajantes, Escritores e Poetas – Retratos do Algarve é organizado pelo Centro de Estudos Linguísticos e Literários (CELL) da UAlg e pela Câmara Municipal de Vila Real de Santo António/Centro de Investigação e Informação do Património de Cacela, e decorre no Arquivo Histórico Municipal de Vila Real de Santo António e na Livraria Pátio de Letras, em Faro, nos meses de Março, Abril, Maio, Junho e Julho.
| |
− | | |
− | Com a coordenação geral de João Carvalho, docente da Faculdade de Ciências Humanas e Sociais da UAlg e de Catarina Oliveira, do Centro de Investigação e Informação do Património de Cacela, este evento trará às duas cidades algarvias vários especialistas das universidades do Algarve, de Lisboa e Nova de Lisboa, assim como poetas e escritores algarvios: José Joaquim Dias Marques; José Carlos Barros; Teresa Rita Lopes; João Carlos Carvalho; Isabel Dias; João David Pinto-Correia; Nuno Júdice; Gastão Cruz; João Minhoto Marques; Carina Infante do Carmo; Ana Alexandra Carvalho; Ana Catarina Ramos; Artur Gonçalves; Emanuel Guerreiro; Maria do Rosário Marinho; Vasco Barbosa Prudêncio e Pedro Ferré (Encerramento: Faro).
| |
− | | |
− | | |
− | https://arquivo.pt/wayback/20091005043852/http://algarvebecre.blogspot.com/2009/09/vila-real-sa-com-nova-biblioteca.html
| |
− | Vila Real SA com nova biblioteca
| |
− | | |
− | | |
− | Há muito aguardada esta estrutura cultural em Vila Real de Santo António, foi inaugurada a 9 de Setembro a Biblioteca Municipal de Vila Real de Santo António.
| |
− | Esta nova biblioteca funciona num edifício concebido de raiz, em dois pisos, com cerca de 2 000 m2.
| |
− | Como a data coincidiu com a reunião nacional de coordenadores interconcelhios da RBE, Carmo Romão, Professora bibliotecária da ES Vila Real de Santo António, foi a "nossa" repórter de serviço:
| |
− | http://livrosietc.blogspot.com/2009/09/inauguracao-da-biblioteca-municipal.html
| |
− | http://livrosietc.blogspot.com/2009/09/inauguracao-ii.html
| |
− | http://livrosietc.blogspot.com/2009/09/inauguracao-iii.html | |
− | A biblioteca municipal recebeu o nome de António Vicente Campinas, poeta e prosador algarvio
| |
− | Sobre Vicente Campinas [Vila Nova de Cacela, 1910 - Vila Real de Santo António, 1998]
| |
− | Site: Biblioteca - Câmara Municipal de VRSAntónio
| |
− | | |
− | Vila Real merecia e o Algarve também. Para a equipa responsável pela nova biblioteca ficam os votos de bom sucesso.
| |
− | Data: 15.9.09
| |
− | | |
− | Etiquetas: Vila Real St. António
| |
− | | |
− | 0 comentários:
| |
− | Enviar um comentário
| |
− | | |
− | | |
− | Mensagem mais recenteMensagem antigaPágina inicial
| |
− | A visitar
| |
− | Algarve Directório de Bibliotecas
| |
− | Catálogos escolas DREALG
| |
− | Dia Int. das Bib. escolares
| |
− | DREAlg - Site
| |
− | PNL
| |
− | RBE - Blogue
| |
− | RBE - Lista
| |
− | RBE - Site
| |
− | Theka
| |
− | Assuntos
| |
− | Albufeira (34)
| |
− | Alcoutim (2)
| |
− | Algarve (6)
| |
− | Aljezur (2)
| |
− | Bibliotecas Municipais (9)
| |
− | Castro Marim (8)
| |
− | Catálogos (2)
| |
− | Comunidade (12)
| |
− | Concursos (11)
| |
− | Dias.Comemorativos (11)
| |
− | DREAlg (4)
| |
− | EBE.Algarve2009 (25)
| |
− | Encontros (30)
| |
− | Escritores (8)
| |
− | Faro (33)
| |
− | Formandos (7)
| |
− | Grupos.Trabalho (16)
| |
− | Ideias (24)
| |
− | Imprensa (5)
| |
− | Info-Blogue (1)
| |
− | Lagoa (3)
| |
− | Lagos (9)
| |
− | Loulé (21)
| |
− | Monchique (6)
| |
− | Obras (5)
| |
− | Olhão (20)
| |
− | PNL (1)
| |
− | Portimão (22)
| |
− | Projectos (3)
| |
− | RBE (8)
| |
− | Recursos (1)
| |
− | Redes.Concelhias (4)
| |
− | Saúde (2)
| |
− | Semana da leitura (6)
| |
− | Silves (4)
| |
− | Sinais.Visuais (5)
| |
− | São Brás Alportel (9)
| |
− | Tavira (12)
| |
− | Textos.Alunos (6)
| |
− | Utilizadores (5)
| |
− | Vila do Bispo (6)
| |
− | Vila Real St. António (12)
| |
− | Visitas.Entidades (5)
| |
− | Vídeos (4)
| |
− | Web.Algarve (2)
| |
− | Pesquisar blogue
| |
− | Blogues BE
| |
− | Sites BE
| |
− | Albufeira. EB1 de Brejos
| |
− | Albufeira. EB2,3 Dr. Francisco Cabrita
| |
− | Albufeira. EB23 D. Martim Fernandes
| |
− | Alcoutim. EBI Matinlongo
| |
− | DREAlg - Pesquisa de escolas
| |
− | Faro. EB1 nº 1 de Faro
| |
− | Faro. EB2,3 Afonso III
| |
− | Faro. EB2,3 de Santo António
| |
− | Faro. EB2,3 Dr. Joaquim Magalhães
| |
− | Faro. EB23 Emiliano Costa
| |
− | Faro. EBI/JI Montenegro
| |
− | Faro. ES Tomás Cabreira
| |
− | Faro. ES3 Pinheiro e Rosa
| |
− | Lagoa. EB2,3 Jacinto Correia
| |
− | Lagos. AVE Lagos nº1
| |
− | Lagos. EB 2,3 das Naus
| |
− | Lagos. ES Júlio Dantas
| |
− | Loulé. EB1 de Almancil
| |
− | Loulé. EB2,3 Dr. António Sousa Agostinho
| |
− | Loulé. EB2,3 São Pedro Mar
| |
− | Loulé. EB23 D. Dinis
| |
− | Loulé. ES Drª Laura Ayres
| |
− | Loulé. ES Loulé
| |
− | Monchique. AE Monchique
| |
− | Olhão. AE Dr. João Lúcio
| |
− | Olhão. EB2,3 prof. Paula Nogueira
| |
− | Olhão. ES Dr. Francisco F. Lopes
| |
− | Portimão. ES Manuel Teixeira Gomes
| |
− | Portimão. ES Poeta António Aleixo
| |
− | S. Brás de Alportel. ES José Belchior Viegas
| |
− | Silves. EB23 Dr. António Contreiras
| |
− | Silves. ES Silves
| |
− | VRSA. EB2,3 Infante D. Fernando
| |
− | Subscrever
| |
− | Mensagens
| |
− | Apresentações: BE Algarve
| |
− | A carregar...
| |
− | BE Algarve
| |
− | | |
− | VRSA. EB2,3 de Monte Gordo
| |
− | 99 anos de República - Antecipando, desde já, o Centenàrio da República, que se comemora no próximo ano: 1910-20190, a BECRE inicia o seu ciclo de exposições com uma expo...
| |
− | | |
− | .Rede de Olhão
| |
− | As Bibliotecas Escolares "armaram" barraca - E foi assim durante a nossa I Mostra "Talivrenmonte". Veja aqui mais imagens deste evento organizado pela Rede Concelhia de Bibliotecas de Olhão para ass...
| |
− | | |
− | Portimão. AV Júdice Fialho
| |
− | Biblioteca Municipal Manuel Teixeira Gomes e as BEs - As Bibliotecas Escolares do concelho de Portimão pertencem a um Grupo de Trabalho Concelhio do qual também faz parte a Biblioteca Municipal. Desta parceria ...
| |
− | | |
− | Olhão. EB2,3 José Carlos da Maia
| |
− | MÊS INTERNACIONAL DAS BIBLIOTECAS ESCOLARES - As comemorações do Mês Internacional das Bibliotecas Escolares vão acontecer um pouco por todas as escolas do Agrupamento, durante o mês de Outubro. O lem...
| |
− | | |
− | Loulé. ES3 Laura Ayres
| |
− | Algarviadas - No passado dia 16 de Abril aconteceu no auditório da ESLA uma conversa com o Poeta Algarvio António Vieira Nunes com o patrocínio da Livraria ABC.
| |
− | Mostrar todos
| |
− | Vídeos BE Algarve
| |
− | A carregar...
| |
− | Seguidores
| |
− | | |
− | BM Algarve
| |
− | BM Tavira - Clube de Leitura
| |
− | Rede de Conhecimento BP
| |
− | BM Albufeira
| |
− | BM Castro Marim
| |
− | BM Faro
| |
− | BM Lagoa
| |
− | BM Lagos
| |
− | BM Loulé
| |
− | BM Monchique
| |
− | BM Portimão
| |
− | BM Tavira
| |
− | BM S. Brás Alportel
| |
− | BM Silves
| |
− | BM V.R. St. António. Blogue
| |
− | BM V.R. St. António
| |
− | Arquivo Distrital Faro
| |
− | B.Univ. do Algarve
| |
− | Blogue RBE
| |
− | A carregar...
| |
− | Ler bibliotecas
| |
− | Arquivo
| |
− | ▼ 2009 (133)
| |
− | ► Outubro (4)
| |
− | ▼ Setembro (17)
| |
− | Baixo Guadiana abriu ano de trabalho
| |
− | Gripe A e documentos de biblioteca
| |
− | Olhão prepara mostra de bibliotecas
| |
− | Rede de Bibliotecas de Albufeira em preparação
| |
− | Modelo Avaliação BE [RPBA.Set.2009]
| |
− | Sites e recursos digitais [RPBA.Set.2009]
| |
− | Gerir serviço BE [RPBA.Set.2009]
| |
− | Planificar o trabalho nas BE [RPBA.Set.2009]
| |
− | PNL e bibliotecas escolares - [RPBA.Set.2009]
| |
− | Bibliotecas do Algarve em números - [RPBA.Set.2009...
| |
− | Gripe A e bibliotecas - [RPBA.Set.2009]
| |
− | Reunião de bibliotecas escolares do Algarve [RPBA....
| |
− | Sesmarias e Fontainhas: escolas ecológicas
| |
− | Vila Real SA com nova biblioteca
| |
− | Reunião de bibliotecas escolares - Algarve
| |
− | Formação SIGB2009 - confirmações
| |
− | Formação SIGB2009
| |
− | ► Julho (9)
| |
− | ► Junho (18)
| |
− | ► Maio (36)
| |
− | ► Abril (15)
| |
− | ► Março (11)
| |
− | ► Fevereiro (8)
| |
− | ► Janeiro (15)
| |
− | ► 2008 (98)
| |
− | ► 2007 (25)
| |
− | Canal Slideshare - Slideshows
| |
− | A carregar...
| |
− | Biblioesfera PT
| |
− | Copyright
| |
− | Licença Creative CommonsOs textos deste blogue estão licenciados sob uma Licença Creative Commons. Os documentos ligados ou incorporados mantêm os direitos dos autores respectivos.
| |
− | Autores
| |
− | BE Algarve
| |
− | Paulo Izidoro
| |
− | | |
− | | |
− | https://arquivo.pt/wayback/20081021124928/http://eb23-vcaiz.edu.pt/acti_depart/csh/catarina_euf/catar_euf.pdf
| |
| | | |
− | Catarina Efigénia Sabino Eufémia (Alentejo, 13 de Fevereiro de 1928
| + | [[Category:Autores]][[Category:Escritores]][[Category:Poetas]][[Category:Jornalistas]][[Category:Patronos]][[Category:Vila Real de Santo António]] |
− | — Monte do Olival, Baleizão, 19 de Maio de 1954).
| |
− | No dia 19 de Maio de 1954, em plena época da ceifa do trigo, Catarina e mais treze
| |
− | outras ceifeiras foram reclamar com o feitor da propriedade onde trabalhavam para obter um
| |
− | aumento de dois escudos pela jorna. Os homens da ceifa foram, em princípio, contrários à
| |
− | constituição do grupo das peticionárias, mas acabaram por não hostilizar a acção destas. As
| |
− | catorze mulheres foram suficientes para atemorizar o feitor que foi a Beja chamar o proprietário
| |
− | e a guarda. Catarina fora escolhida pelas suas colegas para apresentar as suas reivindicações.
| |
− | A uma pergunta do tenente Carrajola da Guarda Nacional Republicana, Catarina terá
| |
− | respondido que só queriam "trabalho e pão". Como resposta teve uma bofetada que a enviou
| |
− | ao chão. Ao levantar-se, terá dito: "Já agora mate-me." O tenente da guarda disparou três
| |
− | balas que lhe estilhaçaram as vértebras. Catarina não terá morrido instantaneamente, mas
| |
− | poucos minutos depois nos braços do seu próprio patrão (entretanto chegado), que a levantou
| |
− | da poça de sangue onde se encontrava, e terá dito: Oh senhor tenente, então já matou uma
| |
− | mulher, o que é que está a fazer?
| |
− | Catarina, casada com António do Carmo, cantoneiro em Quintos, tinha três filhos, um
| |
− | dos quais de oito meses, que estava no seu colo quando foi baleada e ficou ferido na queda.
| |
− | Diz o povo que estava grávida quando morreu, cenário desmentido pelo médico legista
| |
− | que a autopsiou. Aparentemente, essa informação teria vindo de outras ceifeiras, a quem
| |
− | Catarina alguns dias antes de ser assassinada teria revelado o seu estado amenorreico.
| |
− | Durante a autópsia, o povo de Baleizão juntou-se no largo da Sé de Beja, a poucos metros do
| |
− | Hospital da Misericórdia, clamando em desespero e revolta: "Não foi uma, foram duas mortes!"
| |
− | Temendo a reacção da população, as autoridades resolveram realizar o funeral às
| |
− | escondidas, antecipando-o de uma hora em relação àquela que tinham feito constar. Quando
| |
− | se preparavam para iniciar a sua saída às escondidas, o povo correu para o caixão com gritos
| |
− | de protesto, e as forças policiais reprimiram violentamente a populaça, espancando não só os
| |
− | familiares da falecida, outros rurais de Baleizão, como gente simples de Beja que pretendia
| |
− | associar-se ao funeral. O caixão acabou por ser levado à pressa, sob escolta da polícia, não
| |
− | para o cemitério de Baleizão, mas para Quintos (a terra do seu marido cantoneiro António
| |
− | Joaquim do Carmo, o Carmona, como lhe chamavam) a cerca de dez quilómetros de Baleizão.
| |
− | Vinte anos depois, em 1974, os seus restos mortais foram finalmente transladados para
| |
− | Baleizão.
| |
− | Catarina Eufémia, a Lenda
| |
− | Ao torná-la numa lenda da resistência anti-fascista, o PCP teria adulterado alguns
| |
− | pormenores da vida e morte de Catarina Eufémia. Designadamente, fez-se crer que Catarina
| |
− | era militante do Partido Comunista no comité local de Baleizão, desde 1953, o que é,
| |
− | possivelmente, falso. A escolha de Catarina para porta-voz das ceifeiras terá sido mesmo
| |
− | influenciada pelo facto de não existirem as mínimas suspeitas de ser comunista. Aliás, Mariana
| |
− | Janeiro, uma militante comunista várias vezes presa pela PIDE, sempre rejeitou a hipótese de
| |
− | que Catarina estivesse ao serviço do partido. Por seu lado, António Gervásio, antigo dirigente
| |
− | do PCP no Alentejo, afirma que Catarina era de facto membro do comité local de Baleizão do
| |
− | PCP desde 1953. Também a União Democrática Popular reivindicou a militância de Catarina,
| |
− | tendo, mesmo, erigido um pequeno monumento em sua memória, que foi destruído por
| |
− | apoiantes do PCP em 23 de Maio de 1976.
| |
− | Sophia de Mello Breyner, Carlos Aboim Inglez, Eduardo Valente da Fonseca, Francisco
| |
− | Miguel Duarte, José Carlos Ary dos Santos, Maria Luísa Vilão Palma e António Vicente
| |
− | Campinas dedicaram-lhe poemas. O poema de Vicente Campinas "Cantar Alentejano" foi
| |
− | musicado por Zeca Afonso no álbum "Cantigas de Maio" editado no Natal de 1971.
| |