Difference between revisions of "Campinas, António Vicente"

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Com a coordenação geral de João Carvalho, docente da Faculdade de Ciências Humanas e Sociais da UAlg e de Catarina Oliveira, do Centro de Investigação e Informação do Património de Cacela, este evento trará às duas cidades algarvias vários especialistas das universidades do Algarve, de Lisboa e Nova de Lisboa, assim como poetas e escritores algarvios: José Joaquim Dias Marques; José Carlos Barros; Teresa Rita Lopes; João Carlos Carvalho; Isabel Dias; João David Pinto-Correia; Nuno Júdice; Gastão Cruz; João Minhoto Marques; Carina Infante do Carmo; Ana Alexandra Carvalho; Ana Catarina Ramos; Artur Gonçalves; Emanuel Guerreiro; Maria do Rosário Marinho; Vasco Barbosa Prudêncio e Pedro Ferré (Encerramento: Faro).
 
Com a coordenação geral de João Carvalho, docente da Faculdade de Ciências Humanas e Sociais da UAlg e de Catarina Oliveira, do Centro de Investigação e Informação do Património de Cacela, este evento trará às duas cidades algarvias vários especialistas das universidades do Algarve, de Lisboa e Nova de Lisboa, assim como poetas e escritores algarvios: José Joaquim Dias Marques; José Carlos Barros; Teresa Rita Lopes; João Carlos Carvalho; Isabel Dias; João David Pinto-Correia; Nuno Júdice; Gastão Cruz; João Minhoto Marques; Carina Infante do Carmo; Ana Alexandra Carvalho; Ana Catarina Ramos; Artur Gonçalves; Emanuel Guerreiro; Maria do Rosário Marinho; Vasco Barbosa Prudêncio e Pedro Ferré (Encerramento: Faro).
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Vila Real SA com nova biblioteca
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Há muito aguardada esta estrutura cultural em Vila Real de Santo António, foi inaugurada a 9 de Setembro a Biblioteca Municipal de Vila Real de Santo António.
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Esta nova biblioteca funciona num edifício concebido de raiz, em dois pisos, com cerca de 2 000 m2.
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Como a data coincidiu com a reunião nacional de coordenadores interconcelhios da RBE, Carmo Romão, Professora bibliotecária da ES Vila Real de Santo António, foi a "nossa" repórter de serviço:
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A biblioteca municipal recebeu o nome de António Vicente Campinas, poeta e prosador algarvio
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Sobre Vicente Campinas [Vila Nova de Cacela, 1910 - Vila Real de Santo António, 1998]
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Vila Real merecia e o Algarve também. Para a equipa responsável pela nova biblioteca ficam os votos de bom sucesso.
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Catarina Efigénia Sabino Eufémia (Alentejo, 13 de Fevereiro de 1928
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— Monte do Olival, Baleizão, 19 de Maio de 1954).
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No dia 19 de Maio de 1954, em plena época da ceifa do trigo, Catarina e mais treze
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outras ceifeiras foram reclamar com o feitor da propriedade onde trabalhavam para obter um
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aumento de dois escudos pela jorna. Os homens da ceifa foram, em princípio, contrários à
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constituição do grupo das peticionárias, mas acabaram por não hostilizar a acção destas. As
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catorze mulheres foram suficientes para atemorizar o feitor que foi a Beja chamar o proprietário
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e a guarda. Catarina fora escolhida pelas suas colegas para apresentar as suas reivindicações.
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A uma pergunta do tenente Carrajola da Guarda Nacional Republicana, Catarina terá
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respondido que só queriam "trabalho e pão". Como resposta teve uma bofetada que a enviou
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ao chão. Ao levantar-se, terá dito: "Já agora mate-me." O tenente da guarda disparou três
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balas que lhe estilhaçaram as vértebras. Catarina não terá morrido instantaneamente, mas
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poucos minutos depois nos braços do seu próprio patrão (entretanto chegado), que a levantou
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da poça de sangue onde se encontrava, e terá dito: Oh senhor tenente, então já matou uma
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mulher, o que é que está a fazer?
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Catarina, casada com António do Carmo, cantoneiro em Quintos, tinha três filhos, um
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dos quais de oito meses, que estava no seu colo quando foi baleada e ficou ferido na queda.
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Diz o povo que estava grávida quando morreu, cenário desmentido pelo médico legista
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que a autopsiou. Aparentemente, essa informação teria vindo de outras ceifeiras, a quem
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Catarina alguns dias antes de ser assassinada teria revelado o seu estado amenorreico.
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Durante a autópsia, o povo de Baleizão juntou-se no largo da Sé de Beja, a poucos metros do
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Hospital da Misericórdia, clamando em desespero e revolta: "Não foi uma, foram duas mortes!"
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Temendo a reacção da população, as autoridades resolveram realizar o funeral às
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escondidas, antecipando-o de uma hora em relação àquela que tinham feito constar. Quando
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se preparavam para iniciar a sua saída às escondidas, o povo correu para o caixão com gritos
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de protesto, e as forças policiais reprimiram violentamente a populaça, espancando não só os
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familiares da falecida, outros rurais de Baleizão, como gente simples de Beja que pretendia
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associar-se ao funeral. O caixão acabou por ser levado à pressa, sob escolta da polícia, não
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para o cemitério de Baleizão, mas para Quintos (a terra do seu marido cantoneiro António
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Joaquim do Carmo, o Carmona, como lhe chamavam) a cerca de dez quilómetros de Baleizão.
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Vinte anos depois, em 1974, os seus restos mortais foram finalmente transladados para
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Baleizão.
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Catarina Eufémia, a Lenda
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Ao torná-la numa lenda da resistência anti-fascista, o PCP teria adulterado alguns
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pormenores da vida e morte de Catarina Eufémia. Designadamente, fez-se crer que Catarina
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era militante do Partido Comunista no comité local de Baleizão, desde 1953, o que é,
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possivelmente, falso. A escolha de Catarina para porta-voz das ceifeiras terá sido mesmo
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influenciada pelo facto de não existirem as mínimas suspeitas de ser comunista. Aliás, Mariana
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Janeiro, uma militante comunista várias vezes presa pela PIDE, sempre rejeitou a hipótese de
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que Catarina estivesse ao serviço do partido. Por seu lado, António Gervásio, antigo dirigente
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do PCP no Alentejo, afirma que Catarina era de facto membro do comité local de Baleizão do
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PCP desde 1953. Também a União Democrática Popular reivindicou a militância de Catarina,
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tendo, mesmo, erigido um pequeno monumento em sua memória, que foi destruído por
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apoiantes do PCP em 23 de Maio de 1976.
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Sophia de Mello Breyner, Carlos Aboim Inglez, Eduardo Valente da Fonseca, Francisco
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Miguel Duarte, José Carlos Ary dos Santos, Maria Luísa Vilão Palma e António Vicente
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Campinas dedicaram-lhe poemas. O poema de Vicente Campinas "Cantar Alentejano" foi
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musicado por Zeca Afonso no álbum "Cantigas de Maio" editado no Natal de 1971.

Revision as of 11:15, 11 May 2021

Antonio-Vicente-Campinas.jpg

António Vicente Campinas

Vila Nova de Cacela, 1910 - Vila Real de Santo António, 1998
Militante do Partido Comunista Português, foi preso e obrigado ao exílio pelo regime do Estado Novo
Poeta e prosador
Começou a editar poesia em 1938, com o livro Aguarelas
Especialmente famoso é o seu poema "Cantar Alentejano", em honra de Catarina Eufémia, musicado por José Afonso, no álbum "Cantigas de Maio" editado no Natal de 1971.

  • Bibliografia

Aguarelas
O azul do sul é cor do sonho (narrativas)
Raiz da Serenidade (Poesia)
Fronteiriços 1952 (Romance)
Aguarelas (poesia), 1938
Recantos farenses (Livraria Campina), 1956
Lisboa, Outono (Livraria Ibérica), 1959
Preia-mar, poesias (Ed.do Autor), 1969
Reencontro, 1971
Escrita e combate – textos de escritos comunistas, 1976
Natais de exílio, 1978
Homens e cães (contos), 1979
Três dias de inferno, (Jornal do Algarve), 1980
Vigilância, camaradas (Jornal do Algarve), 1981
Gritos da fortaleza, (Jornal do Algarve), 1981
Putos ao deus-dará, 1982
Rio Esperança, Guadiana, meu amigo (Jornal do Algarve), 1983
Fronteira azul carregada de futuro (Ed.do Autor), 1984
O dia da árvore marcada (Nova Realidade), 1985
Fronteiriços (Nova Realidade), 1986
Ciladas de amor e raiva (Ed. do Autor), 1987
Segredo do meio do mar (Ed. do Autor), 1988
Mais putos ao deus-dará (Orion), 1988
O azul do sul é cor de sonho, narrativas, 1990
A dívida, os corvos e outros contos (em colaboração com Manuel da Conceição) 1992
Guardador de Estrelas, antologia, 1994



Poemas em memória de Catarina Eufémia
Poema "Manhã de Paz"


2004-06-24

Manhã de Paz (*)
de Vicente Campinas do livro Raiz da Serenidade


Ai a manhã de Primavera
calma e sedosa de perfume e flor
— como qualquer primeiro amor
ornamentado de quimera
Haja o que houver e seja quando for
prometo sim! Prometo ter maneira
de semear rosas onde exista a dor!

Este poema, escrito em 1952, inspirou-se nos crimes e nas dores que pesavam sobre o povo coreano, nesse momento.

Mas, em 1966 é a terra mártir e violentada do Vietname, é o povo mártir e corajoso e heróico do Vietnam que sofre uma guerra sem quartel. Uma guerra criminosa onde a colossal máquina destrutiva dos E.U.A. é lançada em peso contra um pequeno e ainda pouco desenvolvido país asiático. Um país cujo povo se defende com uma coragem inultrapassável. Um povo, cujo espírito de luta e de sacrifício merece a admiração de todos os povos do mundo. Um povo que tem demonstrado, e continua a demonstrar, ser digno da solidariedade universal!
Em ambas as guerras, a que é passada e a que é presente, o espírito selvático, a soldo de interesses monopolistas destruiu e destrói a vida na Terra e a vida no Homem. Onde se fala da Coreia, em 1952, pode substituir-se por Vietnam, em 1966. Os mesmos invasores, o mesmo poder desenfreado de louco gigante tentando amordaçar o indomável pigmeu.
Os anos semearam na Humanidade novas esperanças, e novas conquistas científicas embandeiram a sabedoria humana, elevando-se a uma altura superior à dos deuses… mas ainda existe, numa parte da Humanidade, a semente do crime em lugar da flor da fraternidade. E é contra essa parte desonrosa da raça humana que este grito é lançado. Na forma de um poema? Com o calor de um canto? Sim. Na forma de um poema. Com o calor de um canto. Singelo canto, é certo. Mais firme e sincero. Quente e contagiante, de amor à Paz. Mas dedicado na luta pela manutenção da Paz. Mas simples e fraterno, como o simples gosto de viver.
E se devêssemos dizer algo mais na defesa da Paz, se fosse necessário reforçar o espírito deste poema, diria agora como sempre, e mais:
— A Paz é a «RAIZ DA HUMANIDADE»! A Paz é o perfume da existência! É a alegria de viver! É a alma forte da Humanidade!
Pela defesa da Paz, pelo triunfo da Paz, demos os nossos cantos. A nossa luta. O nosso amor. E, se for preciso, a nossa vida!

(*) Com cortes de Censura a vermelho.
https://web.archive.org/web/20070313061453/http://www.noticiasdaamadora.com.pt/nad/artigodossaut.php?eaid=792&codaut=censura16&lng=pt

Arquivo.pt

https://arquivo.pt/wayback/20001016001248/http://www.3arede.pt:80/ajea/stilus/index.html - AJEA lamenta o falecimento de Vicente Campinas

Poesia do Algarve no Parque das Nações, em Lisboa


O Clube Senior no Parque das Nações recebeu uma embaixada de poetisas algarvias a convite de "Os Amigos da Poesia" que decidiram incluir a nossa Região na 1.ª fase do programa "Os Espaços e os Poetas".

Tudo começou quando uma das animadoras, Dr.ª Maria de Lurdes Esteves, se apaixonou pela "Breve Antologia da Poesia Feminina Algarvia" coordenada pela poetisa Nídia Horta e editada em dois volumes pela Câmara Municipal de Vila Real de Stº António.

As sessões decorreram nos dias 29 de Setembro, 13 e 27 de Outubro, sendo esta última sessão antecedida da apresentação de poetas alentejanos entre os quais destacaria a poetisa e contista Faustina Ripado.

As poetisas Algarvias, muitas incluídas na referida antologia, não se limitaram a dizer os poemas da sua autoria, antes privilegiaram a declaração de outros poetas da sua Região, entre eles Candido Guerreiro e João de Deus ditos por Rosélia Martins, Maria Luisa Pousão Sancho evocou seu avô João Lúcio e Bernardo Passos. Nídia Horta lamentou que o estado de saúde de António Ramos Rosa não lhe tivesse permitido estar presente e, deste laureado poeta, disse magistralmente um belo e difícil poema.

Emiliano da Costa e António Pereira marcaram presença na bonita dicção de Lolita Ramirez. Pelas vozes de Maria Armanda Tavares Belo, Filipa Cristo, Nídia Horta e Lolita Ramirez escutaram-se ainda poemas de Teresa Rita Lopes, Maria José do Carmo, Celorico Drago, Sousa Mealha, Martinho Rita Bexiga, Maria Rosa, Antero Nobre e muitos outros.

Um dos mais belos momentos proporcionados pela embaixada das poetisas algarvias teve lugar quando Nídia Horta homenageou postumamente o poeta vilarealense António Vicente Campinas com a declaração dramatizada do poema "Dança das Conquilheiras," do livro "Antemanhã da Liberdade" da autoria daquele escritor. Antes da declaração, num momento incluído na homenagem, foi invocada a figura humana de Vicente Campinas democrata e pedagogo, pela poesia Dr.ª Lolita Ramirez e por outras presentes que com ele conviveram.

Encantada com o poema das "Conquilheiras" a coordenadora e animadora das sessões sobre ele escreveu "Uma Epopeia Trágico-Marítima", texto que gentilmente cedeu para publicação no Jornal de Monchique. Sobre a prestação das nossas poetisas aquela senhora conhecedora e amante da poesia escreveu para o Jornal do Clube Sénior: As poetisas Algarvias que estiveram presentes nas sessões dedicadas ao Algarve trouxeram a magia desse espaço, nas palavras, na melodia, nos ritmos, nos odores, nos sons, na sinestesia que ressalta dos poemas lidos, declamados e representados. Foi o Algarve que veio passear a Lisboa e que mostrou tanto a riqueza da sua paisagem natural, como da sua paisagem humana.

Alguns homens deram a sua colaboração às sessões, com destaque para João Tavares que leu poemas com excelente dicção e Nuno Moniz Pereira que com sua mulher, a poetisa Maria Luisa Pousão Sancho, interpretou um interessante diálogo de sabor Algarvio.


Uma Epopeia Trágico-Marítima Feminina


No poema "Dança das Conquilheiras", da autoria de António Vicente Campinas, magistralmente interpretado por Nídia Horta, foi recordado o Algarve dos anos 50, as mulheres que, na tarefa árdua da apanha da conquilha, lutavam corajosamente com o mar para conseguirem a sua sobrevivência e a dos seus familiares:

"- Ah! Se não fora o mar como houvera de comer?!"

Com alguma carga de erotismo e de sensualidade este poema apresenta-nos um mar avassalador e devorador da vida das mulheres que ousavam desafiá-lo. Personificado como um amante sedutor e violento, o mar traiçoeiro, ora brinca com as mulheres, ora se vinga das que desafiá-lo "O mar as tem / à mercê./ E mais dia/ menos dia/ mal daquela/ que ele amar."

A batalha pela conquista do pão é uma autêntica epopeia trágica, plena se sofrimento e de angústia, alucinante que é a metáfora da luta diária pela sobrevivência.

Esta paisagem humana natural do Algarve do passado foi recordada e levada ao conhecimento daqueles que, não sendo algarvios, hoje o escolhem para as suas férias de Verão e que talvez desconheçam algo do seu passado e possivelmente também algo do seu presente. E nada melhor do que a poesia para veicular esse conhecimento.


Maria de Lurdes de Freitas Esteves 15 de Outubro de 2000 https://arquivo.pt/wayback/20091224022309/https://www.ualg.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=30646&Itemid=7

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NOTA 033/09 - PÁTIO DE LETRAS RECEBE CONFERÊNCIA SOBRE ANTÓNIO VICENTE CAMPINAS

António Vicente Campinas: linhas de fronteira é o tema da próxima conferência do ciclo Viajantes, Escritores e Poetas: Retratos do Algarve que terá lugar sexta-feira, dia 3 de Abril, no Pátio de Letras, em Faro, pelas 21h30. José Carlos Barros, poeta e actual vice-presidente da Câmara Municipal de Vila Real de Santo António, assegura esta terceira conferência do ciclo.

Inserido nas comemorações dos 30 anos da UAlg, o ciclo de conferências Viajantes, Escritores e Poetas – Retratos do Algarve é organizado pelo Centro de Estudos Linguísticos e Literários (CELL) da UAlg e pela Câmara Municipal de Vila Real de Santo António/Centro de Investigação e Informação do Património de Cacela, e decorre no Arquivo Histórico Municipal de Vila Real de Santo António e na Livraria Pátio de Letras, em Faro, nos meses de Março, Abril, Maio, Junho e Julho.

Com a coordenação geral de João Carvalho, docente da Faculdade de Ciências Humanas e Sociais da UAlg e de Catarina Oliveira, do Centro de Investigação e Informação do Património de Cacela, este evento trará às duas cidades algarvias vários especialistas das universidades do Algarve, de Lisboa e Nova de Lisboa, assim como poetas e escritores algarvios: José Joaquim Dias Marques; José Carlos Barros; Teresa Rita Lopes; João Carlos Carvalho; Isabel Dias; João David Pinto-Correia; Nuno Júdice; Gastão Cruz; João Minhoto Marques; Carina Infante do Carmo; Ana Alexandra Carvalho; Ana Catarina Ramos; Artur Gonçalves; Emanuel Guerreiro; Maria do Rosário Marinho; Vasco Barbosa Prudêncio e Pedro Ferré (Encerramento: Faro).


https://arquivo.pt/wayback/20091005043852/http://algarvebecre.blogspot.com/2009/09/vila-real-sa-com-nova-biblioteca.html Vila Real SA com nova biblioteca


Há muito aguardada esta estrutura cultural em Vila Real de Santo António, foi inaugurada a 9 de Setembro a Biblioteca Municipal de Vila Real de Santo António. Esta nova biblioteca funciona num edifício concebido de raiz, em dois pisos, com cerca de 2 000 m2. Como a data coincidiu com a reunião nacional de coordenadores interconcelhios da RBE, Carmo Romão, Professora bibliotecária da ES Vila Real de Santo António, foi a "nossa" repórter de serviço: http://livrosietc.blogspot.com/2009/09/inauguracao-da-biblioteca-municipal.html http://livrosietc.blogspot.com/2009/09/inauguracao-ii.html http://livrosietc.blogspot.com/2009/09/inauguracao-iii.html A biblioteca municipal recebeu o nome de António Vicente Campinas, poeta e prosador algarvio Sobre Vicente Campinas [Vila Nova de Cacela, 1910 - Vila Real de Santo António, 1998] Site: Biblioteca - Câmara Municipal de VRSAntónio

Vila Real merecia e o Algarve também. Para a equipa responsável pela nova biblioteca ficam os votos de bom sucesso. Data: 15.9.09

Etiquetas: Vila Real St. António

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https://arquivo.pt/wayback/20081021124928/http://eb23-vcaiz.edu.pt/acti_depart/csh/catarina_euf/catar_euf.pdf

Catarina Efigénia Sabino Eufémia (Alentejo, 13 de Fevereiro de 1928 — Monte do Olival, Baleizão, 19 de Maio de 1954). No dia 19 de Maio de 1954, em plena época da ceifa do trigo, Catarina e mais treze outras ceifeiras foram reclamar com o feitor da propriedade onde trabalhavam para obter um aumento de dois escudos pela jorna. Os homens da ceifa foram, em princípio, contrários à constituição do grupo das peticionárias, mas acabaram por não hostilizar a acção destas. As catorze mulheres foram suficientes para atemorizar o feitor que foi a Beja chamar o proprietário e a guarda. Catarina fora escolhida pelas suas colegas para apresentar as suas reivindicações. A uma pergunta do tenente Carrajola da Guarda Nacional Republicana, Catarina terá respondido que só queriam "trabalho e pão". Como resposta teve uma bofetada que a enviou ao chão. Ao levantar-se, terá dito: "Já agora mate-me." O tenente da guarda disparou três balas que lhe estilhaçaram as vértebras. Catarina não terá morrido instantaneamente, mas poucos minutos depois nos braços do seu próprio patrão (entretanto chegado), que a levantou da poça de sangue onde se encontrava, e terá dito: Oh senhor tenente, então já matou uma mulher, o que é que está a fazer? Catarina, casada com António do Carmo, cantoneiro em Quintos, tinha três filhos, um dos quais de oito meses, que estava no seu colo quando foi baleada e ficou ferido na queda. Diz o povo que estava grávida quando morreu, cenário desmentido pelo médico legista que a autopsiou. Aparentemente, essa informação teria vindo de outras ceifeiras, a quem Catarina alguns dias antes de ser assassinada teria revelado o seu estado amenorreico. Durante a autópsia, o povo de Baleizão juntou-se no largo da Sé de Beja, a poucos metros do Hospital da Misericórdia, clamando em desespero e revolta: "Não foi uma, foram duas mortes!" Temendo a reacção da população, as autoridades resolveram realizar o funeral às escondidas, antecipando-o de uma hora em relação àquela que tinham feito constar. Quando se preparavam para iniciar a sua saída às escondidas, o povo correu para o caixão com gritos de protesto, e as forças policiais reprimiram violentamente a populaça, espancando não só os familiares da falecida, outros rurais de Baleizão, como gente simples de Beja que pretendia associar-se ao funeral. O caixão acabou por ser levado à pressa, sob escolta da polícia, não para o cemitério de Baleizão, mas para Quintos (a terra do seu marido cantoneiro António Joaquim do Carmo, o Carmona, como lhe chamavam) a cerca de dez quilómetros de Baleizão. Vinte anos depois, em 1974, os seus restos mortais foram finalmente transladados para Baleizão. Catarina Eufémia, a Lenda Ao torná-la numa lenda da resistência anti-fascista, o PCP teria adulterado alguns pormenores da vida e morte de Catarina Eufémia. Designadamente, fez-se crer que Catarina era militante do Partido Comunista no comité local de Baleizão, desde 1953, o que é, possivelmente, falso. A escolha de Catarina para porta-voz das ceifeiras terá sido mesmo influenciada pelo facto de não existirem as mínimas suspeitas de ser comunista. Aliás, Mariana Janeiro, uma militante comunista várias vezes presa pela PIDE, sempre rejeitou a hipótese de que Catarina estivesse ao serviço do partido. Por seu lado, António Gervásio, antigo dirigente do PCP no Alentejo, afirma que Catarina era de facto membro do comité local de Baleizão do PCP desde 1953. Também a União Democrática Popular reivindicou a militância de Catarina, tendo, mesmo, erigido um pequeno monumento em sua memória, que foi destruído por apoiantes do PCP em 23 de Maio de 1976. Sophia de Mello Breyner, Carlos Aboim Inglez, Eduardo Valente da Fonseca, Francisco Miguel Duarte, José Carlos Ary dos Santos, Maria Luísa Vilão Palma e António Vicente Campinas dedicaram-lhe poemas. O poema de Vicente Campinas "Cantar Alentejano" foi musicado por Zeca Afonso no álbum "Cantigas de Maio" editado no Natal de 1971.