Difference between revisions of "Campina, Maria"

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'''Maria''' de Sousa Pereira '''Campina''' Ruivo <br />
  
Em elaboração
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Loulé, 1914 - Faro, 1984.<br />
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'''Maria de Sousa Pereira Campina Ruivo''' foi uma ilustre pianista e pedagoga.<br />
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Aluna de composição de Luís de Freitas Branco e de piano dos professores Mestre Joaquim Pires, Umbelina Felgueiras, Aroldo Silva e Varela Cid com quem acabou o curso superior com a classificação máxima de 20 valores em 7 de Julho de 1933. Foi ainda aluna do Prof. Winfried Wolf, austríaco, num curso de aperfeiçoamento.<br />
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Fundou em 1973, em Faro o Conservatório Regional do Algarve, a que mais tarde se acrescentou o seu nome. <br />
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*'''Biografia'''<br />
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Como queria ser concertista e professora deixou Loulé e foi viver para Lisboa, no Lar das Irmãs Doroteias, onde deu aulas nos colégios desta congregação religiosa.
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Depois de acabar o Curso de Piano e Composição, no Conservatório de Lisboa concorreu a quatro concursos de piano: o do Conservatório, o Rey-Colaço, o Beethoven e o Rodrigo da Fonseca tendo-os ganho todos, caso único em Portugal, o que levou o seu diretor, José Viana da Mota, a dizer "se mais houvera mais ganhara..."
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Em Loulé, realizou vários concertos de solidariedade, no Cine Teatro Louletano, para ajudar o hospital, quando o seu diretor era o Dr. José Bernardo Lopes.
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Tocou regularmente na Emissora Nacional a solo, em conjuntos de câmara e com orquestras nacionais e estrangeiras, percorrendo o país de Norte a Sul, e estrangeiro.
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Foi criadora da Pró-Arte juntamente com o Dr. Ivo Cruz,tendo feito parte da Direcção Central desta instituição cultural desde 1961, colaborando com cantores, declamadores e outros instrumentistas. Em Loulé, os primeiros concertos da Pró-Arte realizaram-se no salão nobre da Câmara Municipal. Integrou vários júris de Concursos de Piano, entre eles o de Viana da Mota a convite do pianista Sequeira Costa.
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Em Novembro de 1946 convidaram-na para fundar a Academia de Música da Madeira, onde foi professora e diretora, situação que teve a discordância do seu professor Varela Cid por “na ilha não haver qualquer actividade artística, prejudicando assim a sua carreira pianística”. Altruisticamente respondeu. "se não há, tem que começar a haver". Esteve no Funchal nove anos, onde deu concertos no Posto Emissor do Funchal, no Teatro Municipal Baltazar Dias, tanto a solo como colaborando com músicos portugueses e estrangeiros, fez palestras acompanhadas de música clássica e escreveu para revistas femininas da época, como "A Flama" ", Pais e Filhos" e outras.
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Na Madeira conheceu o pianista Winfried Wolf que a proprôs, como sua aluna, a concorrer em Agosto de 1949 ao Festival de Música de Salzburgo, concurso para pianistas solistas de orquestra, competindo com pianistas europeus e americanos, tocando a “4ª Fantasia Húngara” de Lizst, o que levou o grande maestro Josef Fritz, que fazia parte do júri a afirmar: "O segundo prémio dêem-no a quem quiserem, mas o primeiro tem que ser para a pianista portuguesa..."; foi galardoada com o primeiro prémio por unanimidade do júri, composto por grandes mestres como Leo Podolsky, Friedrich Wuhrer, Loris Margaritis e maestros como e Dr. Preussner. Dr. Paumgartner, Josef Krips, e.t.c. o que levou um crítico musical austríaco a dizer “ Maria Campina tocou com grande virilidade e virtuosismo a Fantasia Húngara de Lizst”.
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Fundou em 1973, em Faro o Conservatório Regional do Algarve[1] (a que mais tarde se acrescentou o seu nome). Após a morte do seu marido, António Pedro Ruivo, a Fundação Pedro Ruivo instituiu o Prémio Internacional de Piano Maria Campina a atribuir a alunos com talentos mas fracos recursos económicos.
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Existe um Museu Maria Campina, aberto ao público, no Edifício sede do Conservatório Regional do Algarve Maria Campina, onde estão expostos objectos (e mobiliário) pertencentes à ilustre pianista.<br />
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In Wikipedia<br />
  
Maria de Sousa Pereira Campina Ruivo foi uma ilustre pianista e pedagoga. Fundou em 1973, em Faro o Conservatório Regional do Algarve, a que mais tarde se acrescentou o seu nome. Loulé, 1914 - Faro, 1984.
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Prémios e honras<br />
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Primeiro Prémio do Festival de Música de Salzburgo (1949)<br />
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Prémio Beethoven<br />
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Prémio Rodrigo da Fonseca<br />
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Prémio do Conservatório<br />
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Prémio Rey Colaço<br />
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Grau de Comendador da Ordem da Instrução Pública (1979)<br />
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PEREIRA, Maria Campina de Sousa
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Resumo:
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Loulé, 18/01/1914 – Faro, 27/02/1984
  
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Pianista de relevo nacional e internacional Maria Campina integrou o primeiro e segundo corpo docente da Academia de Música, Belas-Artes e Línguas do Funchal como professora de piano e posteriormente nas funções de diretora artística.
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Uma artista de grande projeção, galardoada com o 1º prémio do Conservatório Nacional e em 1979 com o grau de Comendador da Ordem de Instrução Pública.
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Biografia:
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maria_campina_iiA pianista portuguesa, Maria Campina de Sousa Pereira Ruivo nasceu em Loulé, em 18 de Janeiro de 1914 e faleceu em 27 de Fevereiro de 1984.
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Maria Campina, como era conhecida, teve como tutores Luís de Freitas Branco e Varela Cid e concluiu o Curso Superior de Piano do Conservatório Nacional, com a classificação de mérito de 20 valores.
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Enquanto frequentou aquele Conservatório, Maria Campina foi premiada com todos os galardões para os melhores alunos, incluindo o 1º prémio do Conservatório Nacional, nunca alcançado por qualquer outro aluno daquele estabelecimento de ensino.
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Em 1949 participou num concurso internacional da Áustria, no Mozarteum de Salzburgo, onde competiu com quinze dos maiores pianistas mundiais da sua época. No concurso austríaco interpretou obras de Mozart e de Johan Sebastian Bach. O júri, por unanimidade, o que raramente repetiu, declarou-a vencedora.I
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Este foi o seu reconhecimento internacional, uma vez que após o concurso realizou uma tournée pela Europa, América do Sul e África.
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Na década de 1940 a Emissora Nacional emitia, diariamente uma programação cultural e científica, concertos de música clássica e ópera, com especial enfoque para a estação Lisboa 2. A estação tinha a sua própria Orquestra Sinfónica que Maria Campina integrava como solista e integrava também a Orquestra Ligeira da Emissora Nacional, que percorria o país numa descentralização cultural que deixaria os músicos atuais surpreendidos. Para além da atividade relacionado com as referidas orquestras Maria Campina também se apresentava na rádio em récitas individuais.
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Mas a pianista não se limitava à música, também escrevia para os jornais nacionais, era conferencista e interessava-se pela vida cultural do país.
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Quanto à sua atividade profissional na área académica Maria Campina de Sousa Pereira iniciou como professora num colégio de Lisboa, em 1939. Posteriormente, na década de 1940 integrou o corpo docente da Academia de Música, Belas-Artes e Línguas da Madeira.
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No ano letivo de 1946-1947 Maria Campina integrou o 1º Corpo Docente da Academia de Música, Belas-Artes e Línguas da Madeira, fundada pelos irmãos Luiz Peter Clode e William Edward Clode.
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Na Academia madeirense desempenhou funções como professora de Piano e Iniciação Musical em conjunto com outros músicos seus contemporâneos: Paulo Manso, primeiro diretor artístico da Academia de Música e Belas Artes da Madeira e professor de Violino; Lisetta Zarone D'Arco Vieira, também docente de Piano; Wera da Cunha Telles, professora de Canto; Maria Glória Costa Manso, nas disciplinas de Português e Solfejo; o Capitão Gustavo Augusto Coelho também em Solfejo e André Cymbron Borges de Sousa, responsável pela disciplina de História de Arte.II
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De 1947 a 1952 Pedro Lamy Reis assumiu o cargo de diretor artístico da Academia e apesar de algumas alterações efetuadas no corpo docente manteve Maria Campina como professora de Piano.maria_campina O corpo docente da segunda direção era constituído por: Nicolau Mata, na docência de História e Geografia; Lufinha, na disciplina de Português; O. Floripes, em Solfejo; manteve também o Capitão Gustavo Coelho em Solfejo, com o acréscimo das disciplinas de Harmonia e Canto Coral; Wera Telles para Canto; Pedro Lamy Reis no ensino de Violino; Lisetta Zarone e Maria Campina como professoras de Piano; Antonieta na vertente Piano Infantil e Gweullian Cardoso, na disciplina de Inglês.III
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Entre 1952 e 1955 Maria Campina desempenhou funções como diretora artística da Academia de Música da Madeira, em substituição de Pedro Lamy Reis.IV
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A pianista afirmou-se como um talento na educação artística nacional, capaz de identificar as suas carências e dificuldades de acesso, para todos os alunos interessados numa formação pelas artes.
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Na década de 1940 Maria Campina participou em espetáculos produzidos pela Sociedade de Concertos da Madeira, que organizou diversos concertos em parceria com a Academia de Música e Belas Artes das Madeira. A convite da Sociedade Concertos vinham “atuar ao Funchal os melhores nomes nacionais de então e mesmo nomes de projeção internacional”.V
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Um exemplo desta atividade musical foi um concerto realizado a 12 de Novembro de 1946 com a participação de Isaura Pavia de Magalhães na execução de violoncelo, Maria Campina ao piano e José Eurico Lisboa como barítono.
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De Janeiro a Março de 1950 a Sociedade de Concertos também organizou vários recitais em que se destacaram os músicos e artistas: Ginette Doyen e Jean Fournier, no piano e violino; Reinhard Wolf e Maria Campina, na viola e piano; Janine Dacosta e Trio Lamy Reis, em violino; Lizetta Zarone, ao piano; Ramon Miravall no violoncelo. E o reconhecido pianista Sérgio Varela Cid, tutor de Maria Campina durante a sua formação académica no Conservatório Nacional.VI
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Em 1962 a pianista deu início à formação de um Conservatório Regional no Algarve. Apenas dez anos mais tarde em 1972 conseguiu receber os primeiros alunos no Conservatório Regional, ainda sem edifício oficial, a funcionar provisoriamente no Teatro Lethes, também conhecido como Colégio de Santiago Maior situado em Faro.
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Maria Campina faleceu em 27 de Fevereiro de 1984 sem que o projeto do Conservatório Regional do Algarve estivesse concluído e alojado com as condições necessárias, no entanto durante doze anos formou alunos no conservatório provisório.
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A conclusão deste projeto ficou a cargo de Pedro Ruivo, marido de Maria Campina, que conseguiu a construção do excelente edifício que atualmente alberga o Conservatório Regional do Algarve, através do apoio financeiro governamental e a cedência do terreno pela Câmara Municipal de Faro.
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Autoria:
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Andrade, Juliana (2011). “Maria Campina”. Realizado no âmbito da Disciplina Ciências Musicais VI, integrada no âmbito da Licenciatura em Educação Musical, do Instituto Superior de Ciências Educativas, Universidade da Madeira.
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Atualização:
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Ventura, Ana (2011). “Maria Campina”. Dicionário Online de Músicos na Madeira. Funchal: Divisão de Investigação e Documentação, Gabinete Coordenador de Educação Artística, atualizado em 14/09/2011.
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Bibliografia:
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Carita, R. & Sousa, L. (1988). 100 Anos do Teatro Municipal Baltazar Dias. Funchal: Câmara Municipal.
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Conservatório Regional do Algarve Maria Campina (2005). Biografia de Maria Campina. Acedido em http://www.conservatorioalgarve.com/up/historia-bin_ficheiro2_pdf_0849019001233077650-386.pdf a 14/07/2011.
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Conservatório Regional do Algarve Maria Campina (2005). Nota biográfica de Pedro Ruivo. Acedido a: http://www.conservatorioalgarve.com/up/historia-bin_ficheiro3_pdf_0231877001134203244-962.pdf em 15/09/2011.
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Gomes, J. V. (2005). Luiz Peter Clode e o Espólio Legado ao Arquivo Regional da Madeira. Funchal: Secretaria Regional do Turismo e Cultura; Direção Regional dos Assuntos Culturais; Arquivo Regional da Madeira.
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Notas de Referência:
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I Conservatório Regional do Algarve Maria Campina (2005). Biografia de Maria Campina. Acedido em http://www.conservatorioalgarve.com/up/historia-bin_ficheiro2_pdf_0849019001233077650-386.pdf a 14/07/2011.
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II Gomes, J. V. (2005). Luiz Peter Clode e o Espólio Legado ao Arquivo Regional da Madeira. Funchal: Secretaria Regional do Turismo e Cultura; Direção Regional dos Assuntos Culturais; Arquivo Regional da Madeira, pp.21; 23.
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III Gomes, J. V. (2005). Luiz Peter Clode e o Espólio Legado ao Arquivo Regional da Madeira. Funchal: Secretaria Regional do Turismo e Cultura; Direção Regional dos Assuntos Culturais; Arquivo Regional da Madeira, pp. 22-23.
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IV Gomes, J. V. (2005). Luiz Peter Clode e o Espólio Legado ao Arquivo Regional da Madeira. Funchal: Secretaria Regional do Turismo e Cultura; Direção Regional dos Assuntos Culturais; Arquivo Regional da Madeira, p. 26.
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V Carita, R. & Mello, L. S. (1988). 100 Anos do Teatro Municipal Baltazar Dias. Funchal: Câmara Municipal, p. 119.
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VI Carita, R. & Mello, L. (1988). 100 Anos do Teatro Municipal Baltazar Dias. Funchal: Câmara Municipal, pp. 119-120.
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https://recursosartisticos.madeira.gov.pt/index.php/projetos/d-musicos/biografia/131-pereira-maria-campina-de-sousa
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Located in: Biografias
 
[[Category:Autores]][[Category:Músicos]][[Category:Faro]][[Category:Loulé]]
 
[[Category:Autores]][[Category:Músicos]][[Category:Faro]][[Category:Loulé]]
 
[[Category:Conservatório Regional do Algarve]]
 
[[Category:Conservatório Regional do Algarve]]
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Maria Campina, a Louletana que pôs Salzburgo de pé
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Por barlavento -12 de maio de 2015 - 20:24
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[https://recursosartisticos.madeira.gov.pt/index.php/projetos/d-musicos/biografia/131-pereira-maria-campina-de-sousa - Página do Dicionário de Músicos.]
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[https://barlavento.sapo.pt/cultura/maria-campina-a-louletana-que-pos-salzburgo-de-pe - 2015 - Notícia sobre uma homenagem a Maria Campina]

Revision as of 15:43, 7 June 2021

Maria de Sousa Pereira Campina Ruivo

Loulé, 1914 - Faro, 1984.
Maria de Sousa Pereira Campina Ruivo foi uma ilustre pianista e pedagoga.
Aluna de composição de Luís de Freitas Branco e de piano dos professores Mestre Joaquim Pires, Umbelina Felgueiras, Aroldo Silva e Varela Cid com quem acabou o curso superior com a classificação máxima de 20 valores em 7 de Julho de 1933. Foi ainda aluna do Prof. Winfried Wolf, austríaco, num curso de aperfeiçoamento.
Fundou em 1973, em Faro o Conservatório Regional do Algarve, a que mais tarde se acrescentou o seu nome.

  • Biografia


Como queria ser concertista e professora deixou Loulé e foi viver para Lisboa, no Lar das Irmãs Doroteias, onde deu aulas nos colégios desta congregação religiosa.

Depois de acabar o Curso de Piano e Composição, no Conservatório de Lisboa concorreu a quatro concursos de piano: o do Conservatório, o Rey-Colaço, o Beethoven e o Rodrigo da Fonseca tendo-os ganho todos, caso único em Portugal, o que levou o seu diretor, José Viana da Mota, a dizer "se mais houvera mais ganhara..." Em Loulé, realizou vários concertos de solidariedade, no Cine Teatro Louletano, para ajudar o hospital, quando o seu diretor era o Dr. José Bernardo Lopes. Tocou regularmente na Emissora Nacional a solo, em conjuntos de câmara e com orquestras nacionais e estrangeiras, percorrendo o país de Norte a Sul, e estrangeiro. Foi criadora da Pró-Arte juntamente com o Dr. Ivo Cruz,tendo feito parte da Direcção Central desta instituição cultural desde 1961, colaborando com cantores, declamadores e outros instrumentistas. Em Loulé, os primeiros concertos da Pró-Arte realizaram-se no salão nobre da Câmara Municipal. Integrou vários júris de Concursos de Piano, entre eles o de Viana da Mota a convite do pianista Sequeira Costa. Em Novembro de 1946 convidaram-na para fundar a Academia de Música da Madeira, onde foi professora e diretora, situação que teve a discordância do seu professor Varela Cid por “na ilha não haver qualquer actividade artística, prejudicando assim a sua carreira pianística”. Altruisticamente respondeu. "se não há, tem que começar a haver". Esteve no Funchal nove anos, onde deu concertos no Posto Emissor do Funchal, no Teatro Municipal Baltazar Dias, tanto a solo como colaborando com músicos portugueses e estrangeiros, fez palestras acompanhadas de música clássica e escreveu para revistas femininas da época, como "A Flama" ", Pais e Filhos" e outras. Na Madeira conheceu o pianista Winfried Wolf que a proprôs, como sua aluna, a concorrer em Agosto de 1949 ao Festival de Música de Salzburgo, concurso para pianistas solistas de orquestra, competindo com pianistas europeus e americanos, tocando a “4ª Fantasia Húngara” de Lizst, o que levou o grande maestro Josef Fritz, que fazia parte do júri a afirmar: "O segundo prémio dêem-no a quem quiserem, mas o primeiro tem que ser para a pianista portuguesa..."; foi galardoada com o primeiro prémio por unanimidade do júri, composto por grandes mestres como Leo Podolsky, Friedrich Wuhrer, Loris Margaritis e maestros como e Dr. Preussner. Dr. Paumgartner, Josef Krips, e.t.c. o que levou um crítico musical austríaco a dizer “ Maria Campina tocou com grande virilidade e virtuosismo a Fantasia Húngara de Lizst”. Fundou em 1973, em Faro o Conservatório Regional do Algarve[1] (a que mais tarde se acrescentou o seu nome). Após a morte do seu marido, António Pedro Ruivo, a Fundação Pedro Ruivo instituiu o Prémio Internacional de Piano Maria Campina a atribuir a alunos com talentos mas fracos recursos económicos. Existe um Museu Maria Campina, aberto ao público, no Edifício sede do Conservatório Regional do Algarve Maria Campina, onde estão expostos objectos (e mobiliário) pertencentes à ilustre pianista.
In Wikipedia

Prémios e honras
Primeiro Prémio do Festival de Música de Salzburgo (1949)
Prémio Beethoven
Prémio Rodrigo da Fonseca
Prémio do Conservatório
Prémio Rey Colaço
Grau de Comendador da Ordem da Instrução Pública (1979)

PEREIRA, Maria Campina de Sousa Resumo: Loulé, 18/01/1914 – Faro, 27/02/1984

Pianista de relevo nacional e internacional Maria Campina integrou o primeiro e segundo corpo docente da Academia de Música, Belas-Artes e Línguas do Funchal como professora de piano e posteriormente nas funções de diretora artística. Uma artista de grande projeção, galardoada com o 1º prémio do Conservatório Nacional e em 1979 com o grau de Comendador da Ordem de Instrução Pública. Biografia: maria_campina_iiA pianista portuguesa, Maria Campina de Sousa Pereira Ruivo nasceu em Loulé, em 18 de Janeiro de 1914 e faleceu em 27 de Fevereiro de 1984. Maria Campina, como era conhecida, teve como tutores Luís de Freitas Branco e Varela Cid e concluiu o Curso Superior de Piano do Conservatório Nacional, com a classificação de mérito de 20 valores. Enquanto frequentou aquele Conservatório, Maria Campina foi premiada com todos os galardões para os melhores alunos, incluindo o 1º prémio do Conservatório Nacional, nunca alcançado por qualquer outro aluno daquele estabelecimento de ensino. Em 1949 participou num concurso internacional da Áustria, no Mozarteum de Salzburgo, onde competiu com quinze dos maiores pianistas mundiais da sua época. No concurso austríaco interpretou obras de Mozart e de Johan Sebastian Bach. O júri, por unanimidade, o que raramente repetiu, declarou-a vencedora.I Este foi o seu reconhecimento internacional, uma vez que após o concurso realizou uma tournée pela Europa, América do Sul e África. Na década de 1940 a Emissora Nacional emitia, diariamente uma programação cultural e científica, concertos de música clássica e ópera, com especial enfoque para a estação Lisboa 2. A estação tinha a sua própria Orquestra Sinfónica que Maria Campina integrava como solista e integrava também a Orquestra Ligeira da Emissora Nacional, que percorria o país numa descentralização cultural que deixaria os músicos atuais surpreendidos. Para além da atividade relacionado com as referidas orquestras Maria Campina também se apresentava na rádio em récitas individuais. Mas a pianista não se limitava à música, também escrevia para os jornais nacionais, era conferencista e interessava-se pela vida cultural do país. Quanto à sua atividade profissional na área académica Maria Campina de Sousa Pereira iniciou como professora num colégio de Lisboa, em 1939. Posteriormente, na década de 1940 integrou o corpo docente da Academia de Música, Belas-Artes e Línguas da Madeira. No ano letivo de 1946-1947 Maria Campina integrou o 1º Corpo Docente da Academia de Música, Belas-Artes e Línguas da Madeira, fundada pelos irmãos Luiz Peter Clode e William Edward Clode. Na Academia madeirense desempenhou funções como professora de Piano e Iniciação Musical em conjunto com outros músicos seus contemporâneos: Paulo Manso, primeiro diretor artístico da Academia de Música e Belas Artes da Madeira e professor de Violino; Lisetta Zarone D'Arco Vieira, também docente de Piano; Wera da Cunha Telles, professora de Canto; Maria Glória Costa Manso, nas disciplinas de Português e Solfejo; o Capitão Gustavo Augusto Coelho também em Solfejo e André Cymbron Borges de Sousa, responsável pela disciplina de História de Arte.II De 1947 a 1952 Pedro Lamy Reis assumiu o cargo de diretor artístico da Academia e apesar de algumas alterações efetuadas no corpo docente manteve Maria Campina como professora de Piano.maria_campina O corpo docente da segunda direção era constituído por: Nicolau Mata, na docência de História e Geografia; Lufinha, na disciplina de Português; O. Floripes, em Solfejo; manteve também o Capitão Gustavo Coelho em Solfejo, com o acréscimo das disciplinas de Harmonia e Canto Coral; Wera Telles para Canto; Pedro Lamy Reis no ensino de Violino; Lisetta Zarone e Maria Campina como professoras de Piano; Antonieta na vertente Piano Infantil e Gweullian Cardoso, na disciplina de Inglês.III Entre 1952 e 1955 Maria Campina desempenhou funções como diretora artística da Academia de Música da Madeira, em substituição de Pedro Lamy Reis.IV A pianista afirmou-se como um talento na educação artística nacional, capaz de identificar as suas carências e dificuldades de acesso, para todos os alunos interessados numa formação pelas artes. Na década de 1940 Maria Campina participou em espetáculos produzidos pela Sociedade de Concertos da Madeira, que organizou diversos concertos em parceria com a Academia de Música e Belas Artes das Madeira. A convite da Sociedade Concertos vinham “atuar ao Funchal os melhores nomes nacionais de então e mesmo nomes de projeção internacional”.V Um exemplo desta atividade musical foi um concerto realizado a 12 de Novembro de 1946 com a participação de Isaura Pavia de Magalhães na execução de violoncelo, Maria Campina ao piano e José Eurico Lisboa como barítono. De Janeiro a Março de 1950 a Sociedade de Concertos também organizou vários recitais em que se destacaram os músicos e artistas: Ginette Doyen e Jean Fournier, no piano e violino; Reinhard Wolf e Maria Campina, na viola e piano; Janine Dacosta e Trio Lamy Reis, em violino; Lizetta Zarone, ao piano; Ramon Miravall no violoncelo. E o reconhecido pianista Sérgio Varela Cid, tutor de Maria Campina durante a sua formação académica no Conservatório Nacional.VI Em 1962 a pianista deu início à formação de um Conservatório Regional no Algarve. Apenas dez anos mais tarde em 1972 conseguiu receber os primeiros alunos no Conservatório Regional, ainda sem edifício oficial, a funcionar provisoriamente no Teatro Lethes, também conhecido como Colégio de Santiago Maior situado em Faro. Maria Campina faleceu em 27 de Fevereiro de 1984 sem que o projeto do Conservatório Regional do Algarve estivesse concluído e alojado com as condições necessárias, no entanto durante doze anos formou alunos no conservatório provisório. A conclusão deste projeto ficou a cargo de Pedro Ruivo, marido de Maria Campina, que conseguiu a construção do excelente edifício que atualmente alberga o Conservatório Regional do Algarve, através do apoio financeiro governamental e a cedência do terreno pela Câmara Municipal de Faro. Autoria: Andrade, Juliana (2011). “Maria Campina”. Realizado no âmbito da Disciplina Ciências Musicais VI, integrada no âmbito da Licenciatura em Educação Musical, do Instituto Superior de Ciências Educativas, Universidade da Madeira.

Atualização: Ventura, Ana (2011). “Maria Campina”. Dicionário Online de Músicos na Madeira. Funchal: Divisão de Investigação e Documentação, Gabinete Coordenador de Educação Artística, atualizado em 14/09/2011.

Bibliografia: Carita, R. & Sousa, L. (1988). 100 Anos do Teatro Municipal Baltazar Dias. Funchal: Câmara Municipal.

Conservatório Regional do Algarve Maria Campina (2005). Biografia de Maria Campina. Acedido em http://www.conservatorioalgarve.com/up/historia-bin_ficheiro2_pdf_0849019001233077650-386.pdf a 14/07/2011.


Conservatório Regional do Algarve Maria Campina (2005). Nota biográfica de Pedro Ruivo. Acedido a: http://www.conservatorioalgarve.com/up/historia-bin_ficheiro3_pdf_0231877001134203244-962.pdf em 15/09/2011.


Gomes, J. V. (2005). Luiz Peter Clode e o Espólio Legado ao Arquivo Regional da Madeira. Funchal: Secretaria Regional do Turismo e Cultura; Direção Regional dos Assuntos Culturais; Arquivo Regional da Madeira.


Notas de Referência: I Conservatório Regional do Algarve Maria Campina (2005). Biografia de Maria Campina. Acedido em http://www.conservatorioalgarve.com/up/historia-bin_ficheiro2_pdf_0849019001233077650-386.pdf a 14/07/2011.


II Gomes, J. V. (2005). Luiz Peter Clode e o Espólio Legado ao Arquivo Regional da Madeira. Funchal: Secretaria Regional do Turismo e Cultura; Direção Regional dos Assuntos Culturais; Arquivo Regional da Madeira, pp.21; 23.


III Gomes, J. V. (2005). Luiz Peter Clode e o Espólio Legado ao Arquivo Regional da Madeira. Funchal: Secretaria Regional do Turismo e Cultura; Direção Regional dos Assuntos Culturais; Arquivo Regional da Madeira, pp. 22-23.


IV Gomes, J. V. (2005). Luiz Peter Clode e o Espólio Legado ao Arquivo Regional da Madeira. Funchal: Secretaria Regional do Turismo e Cultura; Direção Regional dos Assuntos Culturais; Arquivo Regional da Madeira, p. 26.


V Carita, R. & Mello, L. S. (1988). 100 Anos do Teatro Municipal Baltazar Dias. Funchal: Câmara Municipal, p. 119.


VI Carita, R. & Mello, L. (1988). 100 Anos do Teatro Municipal Baltazar Dias. Funchal: Câmara Municipal, pp. 119-120.

https://recursosartisticos.madeira.gov.pt/index.php/projetos/d-musicos/biografia/131-pereira-maria-campina-de-sousa

Located in: Biografias

Maria Campina, a Louletana que pôs Salzburgo de pé Por barlavento -12 de maio de 2015 - 20:24

- Página do Dicionário de Músicos.

- 2015 - Notícia sobre uma homenagem a Maria Campina