Aleixo, António
- António Fernandes Aleixo
Vila Real de Santo António, 18/02/1899 - Loulé 16/11/1949.
Poeta. Polícia. Cauteleiro. Patrono do Agrupamento de Escolas Poeta António Aleixo, Portimão.
António Aleixo destacou-se pela sua veia poética, sendo um dos mais reconhecidos poetas populares do nosso país. Desde muito jovem revelou arte para o improviso poético, impressionando pela forma repentista e singular do seu poetar. O encontro com Joaquim Magalhães, professor e Reitor do Liceu de Faro, durante a realização dos Jogos Florais de Faro, em 1937, deu lugar a uma parceria que fortificou na divulgação da sua obra levando o poeta a escrever:
"Não há nenhum milionário
que seja feliz como eu
tenho como secretário
um professor do liceu."
"O tal Aleixo, o poeta,
que dizem ser de Loulé
É uma figura incompleta
sem o Magalhães ao pé"
No Sanatório de Coimbra, durante o internamento, conheceu entre outros Tóssan, ali igualmente internado, e Miguel Torga, onde conviveu com ambos, em ambiente de profícua tertúlia.
- Quando Começo a Cantar
Nem sempre temos razão;
nos defeitos que apontamos,
nem todas as coisas são
como nós as encaramos
...
De te ver fiquei repeso,
em vez de ganhar, perdi;
quis prender-te, fiquei preso,
e não sei se te prendi...
...
O homem sonha acordado,
sonhando a vida percorre...
e desse sonho dourado
só acorda quando morre!
- Memórias Breves – Quando António Aleixo passou por Messines
Teodomiro Neto lembra António Aleixo nas em Memórias Breves: "O MEU TEMPO de conhecer o Filósofo do Povo: Poeta António Aleixo, na minha Terra – MESSINES. Foi num dia de Feira da Senhora da Saúde. Era o dia do meu aniversário, ainda muito menino. Meu Pai um homem que gostava das desgarradas e boémio suficiente, lá me levou à taberna do Galinha, ali perto das casas dos meus avós. Lembro, rua do Cemitério. Perto da taberna do Galinha, assim chamado. Minha Mãe, dizia-me que era o dia dos meus anos, vai ver onde está o Pai. E logo informa: Vai à taberna do Galinha ou do Abóbora, ou do Estravanca ou da Ti Joaquina Borges. Decidi ir à taberna, perto da casa dos meus avós paternos: do Galinha. Lá estavam os do costume, o Madeira, os que não me lembro. E o meu pai, que não faltou. Lá estava um homem alto e magro a dedilhar guitarra: era o Poeta Aleixo. Ficamos a saber que o Poeta do Povo estava tuberculoso, assim se afirmava, em verdade. Nesse dia de Feira, chamada da Senhora da Saúde, ficou na memória do garoto, que eu era, para uma “Eternidade”, a Imagem desse Homem magro e alto. Recordo, que nesse tempo, ouvia dizer, que os e as Messinenses, ou seja, uma parte da população da terra, estava em “fraquezas”, era a maldita doença. Não admira. A 2.ª grande guerra deixava a fome e o mal, nas casas dos pobres, e, ainda a doença do bacilo (bacilu), um caminho para a tuberculose, pela míngua da alimentação e falta dela nas casas, mesmo dos trabalhadores. Era o tempo da engorda dos comerciantes e dos senhores das fazendas." in: http://www.terraruiva.pt/2021/11/10/memorias-breves-36-quando-antonio-aleixo-passou-por-messines/
- Bibliografia
- Quando Começo a Cantar (1943)
- Intencionais (1945)
- Auto da Vida e da Morte (1948)
- O Auto do Curandeiro (1949)
A título póstumo foram publicados:
- O Auto do Ti Joaquim (1969)
-Este Livro que Vos Deixo' (1969)
-Inéditos – (1979)
- Veja mais sobre António Aleixo nos seguintes links:
- Fundação António Aleixo
- Wikipédia
- No site da Câmara Municipal de Loulé lê-se que "(...) No ano da edição do primeiro livro, (...) conhece (...) Miguel Torga, dedicando, a este um poema: “Por não ter outros melhores/ Este meu livrinho ofereço/ Ao maior entre os maiores/ Poetas que eu conheço”