Brito, Sérgio Palma

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  • Sérgio Manuel da Palma Brito

Aljustrel - 1944
Trabalhou em diversas áreas económicas, nomeadamente no Turismo e na Aviação Comercial.
Escritor e ensaísta.
Estudou no Colégio de Aljustrel, nos Liceus de Faro e de Beja, frequentou o Instituto Superior Técnico.
Formou-se na Université Libre de Bruxelles em Ciências Económicas, com distinção.


  • Excerto da Autobiografiade Sérgio Palma Brito,inMemórias de um Desertor – de Aljustrel a Bruxelas Via Penamacor, 2020


"Viva o 25 de Abril!
Nasci em Aljustrel, uma das terras de Portugal ‘marcadas’ como comunista, a par de Baleizão, Couço, Barreiro e tantas outras.
Três meses depois dos 17 anos entro para o Instituto Superior Técnico e aceito militar no PCP.
Sou bom aluno, aos 23 anos termino o curso e Portugal já terá perdido a Guerra Colonial. Seria uma santa vidinha.
Não quero ver os meus Pais e amigos viverem com medo da PIDE ou perder o emprego e alguns a ser presos. Não quero ver mineiros e camponeses pobres serem presos e barbaramente torturados. Não quero ver jovens enviados para guerra perdida à nascença.
Sobretudo, quero que mineiros e camponeses pobres tenham trabalho humano, e dignidade na habitação, alimentação, saúde, educação, vestuário e calçado. Tão simples, como a que eu então já tenho. E acabar com a Guerra.
Adiro ao Partido Comunista Português (clandestino) sem formação política e com único desígnio: derrubar Salazar.
Em 1964 sou expulso do IST e denunciado à PIDE por funcionário clandestino do PCP de inesquecível nome, Nuno Alvares Pereira.
Em 1965 a PIDE não me prende como acontece a muitos. Ordena ao Ministério do Exército que me incorpore como soldado raso na 1ª Companhia Disciplinar em Penamacor, com condenados de delito comum. Une-nos convivência, solidariedade e respeito exemplares. É gente de princípios … exclusão feita de roubar e coisas mais graves. No livro conto tudo.
Ver a fotografia
Amiga de confiança diz-me ter lido pintada no muro do IST uma das mais belas frases da minha vida: “Liberdade para o Sérgio Palma Brito”. Ignoro quem pintou, mas foi quase ato de loucura … ainda por cima com nome tão longo.
Em Penamacor, são quatro meses de uma experiência humana riquíssima e que faz de mim Homem. Só hoje digo em publico o que então pensei: “Sou forte, porra!”. Entrei na CD com vinte anos.
A 3 de setembro de 1965 tenho licença de dez dias, a 10 não me apresento e a 23 sou dado como desertor do Exército da Guerra Colonial, a mais bela decisão nestes quase 77 anos de vida.
Dou o Salto para a Liberdade, atravesso os Pirenéus a pé. Não quero contar a travessia no livro (afinal, centenas de milhares de portugueses fizeram-no), mas a Helena Cabeçadas convence-me (conta, para se saber como era).
Exilio na Bélgica e 11 anos na Université Libre de Bruxelles em universo cosmopolita e fraterno, a Liberdade a que aspirava.
Encontro mineiros de Aljustrel a viver com a dignidade com que eu queria que vivessem em Portugal. Conheço o ‘socialismo comunista’. Saio do PCP tão discretamente como entrei.
Na ULB pinto o caneco, tenho um trabalho que adoro (informática científica e assistente em gestão), sou eleito para o Conselho de Administração e ‘faço coisas’ (ler o livro).
Aos 32 anos sou escolhido para o que era o topo da minha carreira na Universidade. Recuso e regresso a Portugal para trabalho incerto e em ambiente hostil.
Em 1944, sou registado português por obra de meus Pais e da Natureza.
Em 1977, sou português porque quero.
E esta liberdade de escolha também a devo ao 25 de Abril"

retirado do facebook do autor


  • Biografia


Sérgio Palma Brito estudou no Colégio de Aljustrel, no Liceu de Faro e no de Beja, frequentou o Instituto Superior Técnico tendo sido expulso por motivos políticos
Fez serviço militar em Penamacor, donde desertou. Passou a fronteira a salto exilando-se na Bélgica, onde se formou na Université Libre de Bruxelles em Ciências Económicas, com distinção.
Com o 25 de Abril regressou a Portugal, desempenhando altos cargos em diferentes áreas, mas sobretudo ligadas ao turismo e à aviação comercial.
Em 2014, foi consultor no Centro Internacional de Investigação sobre Território e Turismo (Universidade do Algarve).
Atualmente exerce a função de Senior Analyst de Turismo e Transporte Aéreo
Consultor independente – uma maneira diferente de abordar o Turismo
A sua competência e conhecimentos valeram-lhe uma Medalha de Mérito e o título de Comendador.



Principais funções exercidas

- Colaboração com ISCTE – IUL (2010-2020)
- Centro Internacional de Investigação sobre Território e Turismo (Universidade do Algarve): Consultor (2005-2016)
- Assessor Presidente CM de Portimão (2010-2011)
- Diretor Geral da CTP - Confederação do Turismo Português (2007-2009)
- Assessor da Administração, Grupo IMOCOM (2006)
- Diretor RCI Portugal, Cendant Goup (1987-2005)
- Assessor do Presidente da Torralta SA e Administrador da Hotelcar SA (1980-1986)
- Conselho Gerência ENATUR EP (1977-1979)
- Responsable de l’Appui aux Utilisateurs, Centre de Calcul Scientifique, Université Libre de Bruxeles (1970-1976);
- Assistant part time do professor Michel Theys na introdução à Informática de Gestão – alunos do quinto, depois quarto, ano da École de Comerce Solvay [business school da ULB]*
- Conseil Administration de l’Université Libre de Bruxelles (1974/76)
- Departamento de Turismo Universitário das Associações de Estudantes de Lisboa (1963-1965)
.

  • Educação


- Licence en Sciences Économiques, Option Mahematique, Université Libre de Bruxelles, Grande Distinction*
- Duas cadeiras do 3º Ano do Instituto Superior Técnico, (expulso por motivos políticos).

  • A atual Solvay Brussels School of Economics and Management resulta da fusão da seção de Sciences Economiques com a École de Commerce Solvay


  • Bibliografia:


Notas Sobre a Evolução do Viajar e a Formação do Turismo, 2 volumes, 2003:
Território e Turismo no Algarve, 2009;
Imobiliária do Lazer e Turismo Residencial, 2010;
Sustentabilidade, Ordenamento do Território e Ambiente, 2010;
Direção Geral do Turismo – Contributos Para a História de uma Instituição, 2011;
Memórias de um Desertor – de Aljustrel a Bruxelas Via Penamacor, 2020;
TAP – Que Futuro? como chegámos aqui?! 2020;
Albufeira – Formação e Futuro do Turismo (em publicação).


  • Reconhecimentos


- Comendador da Ordem do Mérito Agrícola, Comercial e Industrial (Mérito Comercial)
- Medalha de Mérito Turístico (Grau Prata).
in blog do autor

  • Veja mais sobre Sérgio Palma Brito nos seguintes links:

- https://www.wook.pt/autor/sergio-palma-brito/655553

- http://sergiopalmabrito.blogspot.com/

- https://www.facebook.com/sergiopalmabrito

- https://www.presstur.com/mais/quem-e-quem/sergio-palma-brito-cessa-funcoes-como-director-geral-da-ctp/

in https://arquivo.pt:

- blog pessoal de Sérgio Palma Brito.

- Notícia sobre o regresso de Sérgio Palma Brito ao Algarve para desenvolver um novo processo público ligsado ao Turismo.

- Link para descarregar o livro de Sérgio Palma Brito Sustentabilidade,Ordenamento do Território e Ambiente.

- Nota de Imprensa da CMF a anunciar a apresentação da obra de Sérgio Palma Brito Notas sobre a Evolução do Viajar e a Formação do Turismo apresentado pelo Prof. Doutor Adriano Pimpão, Reitor da Universidade do Algarve.

- Notícia sobre a realização em Alvor, 2008, sobreo futuro do Turismo,sendo Sérgio Palma Brito um dos oradores.

- Galerias de imagens relativas às Conversas Tertulianas realizadas em Beja, com Sérgio Palma Brito.

- Notícia do Jornal Barlavento sobre a possibilidade de Sérgio Palma Brito ser nomeado para presidente da AHETA.

- Notícia do Expresso onde Sérgio Palma Dias afirma: «Em Julho e Agosto nunca vou comer a restaurantes. É uma decisão pessoal, com que eu procuro atenuar a sazonalidade na região».

- Apresentação dos Corpos Sociais e o respetivo Programa de Ação, onde Sérgio Palma Dias ocupa um dos lugares.


Sergio Palma Brito 27 de Novembro de 2019 · Joaquim Magalhães foi o grande professor do Liceu de Faro que em 1960 me deu lição para a vida: “Numa Récita de Finalistas ainda vai, mas não voltes a representar [teatro] porque não tens jeito nenhum”. Afinal algum jeito terei para outras cenas. Em 1985 entrega-me o Premio Imprensa da então Comissão Regional de Turismo do Algarve, que ganhei com Teodomiro Neto. Na base, uma série de artigos sobre o Algarve que publiquei no Diário de Notícias graças à generosidade do Mário Mesquita. Viver também é recordar. Ver menos