Brito, Sérgio Palma
- Sérgio Manuel da Palma e Brito
Aljustrel - 1944
Trabalhou em diversas áreas económicas, nomeadamente no Turismo e na Aviação Comercial.
Escritor e ensaísta.
Estudou no Colégio de Aljustrel, nos Liceus de Faro e de Beja, frequentou o Instituto Superior Técnico.
Formou-se na Université Libre de Bruxelles em Ciências Económicas, com distinção.
Democrata convicto, na vida e nas escolhas políticas, coerentemente interventivo.
Comendador da Ordem do Mérito Agrícola, Comercial e Industrial.
- Biografia
Sérgio Palma Brito estudou no Colégio de Aljustrel, no Liceu de Faro e no de Beja, frequentou o Instituto Superior Técnico tendo sido expulso por motivos políticos
Fez serviço militar em Penamacor, donde desertou. Passou a fronteira a salto exilando-se na Bélgica, onde se formou na Université Libre de Bruxelles em Ciências Económicas, com distinção.
Com o 25 de Abril regressou a Portugal, desempenhando altos cargos em diferentes áreas, mas sobretudo ligadas ao turismo e à aviação comercial.
Em 2014, foi consultor no Centro Internacional de Investigação sobre Território e Turismo (Universidade do Algarve).
Atualmente exerce a função de Senior Analyst de Turismo e Transporte Aéreo
Consultor independente – uma maneira diferente de abordar o Turismo
A sua competência e conhecimentos valeram-lhe uma Medalha de Mérito e o título de Comendador.
De salientar a importâncias dos valores democratas no intervencionismo no movimento estudantil universitário, na deserção à guerra colonial e no consequente exílio em Bruxelas.
Principais funções exercidas
- Colaboração com ISCTE – IUL (2010-2020)
- Centro Internacional de Investigação sobre Território e Turismo (Universidade do Algarve): Consultor (2005-2016)
- Assessor Presidente CM de Portimão (2010-2011)
- Diretor Geral da CTP - Confederação do Turismo Português (2007-2009)
- Assessor da Administração, Grupo IMOCOM (2006)
- Diretor RCI Portugal, Cendant Goup (1987-2005)
- Assessor do Presidente da Torralta SA e Administrador da Hotelcar SA (1980-1986)
- Conselho Gerência ENATUR EP (1977-1979)
- Responsable de l’Appui aux Utilisateurs, Centre de Calcul Scientifique, Université Libre de Bruxeles (1970-1976);
- Assistant part time do professor Michel Theys na introdução à Informática de Gestão – alunos do quinto, depois quarto, ano da École de Comerce Solvay [business school da ULB]*
- Conseil Administration de l’Université Libre de Bruxelles (1974/76)
- Departamento de Turismo Universitário das Associações de Estudantes de Lisboa (1963-1965)
.
- Educação
- Licence en Sciences Économiques, Option Mahematique, Université Libre de Bruxelles, Grande Distinction*
- Duas cadeiras do 3º Ano do Instituto Superior Técnico, (expulso por motivos políticos).
- A atual Solvay Brussels School of Economics and Management resulta da fusão da seção de Sciences Economiques com a École de Commerce Solvay
- Bibliografia:
Notas Sobre a Evolução do Viajar e a Formação do Turismo, 2 volumes, 2003:
Território e Turismo no Algarve, 2009;
Imobiliária do Lazer e Turismo Residencial, 2010;
Sustentabilidade, Ordenamento do Território e Ambiente, 2010;
Direção Geral do Turismo – Contributos Para a História de uma Instituição, 2011;
Memórias de um Desertor – de Aljustrel a Bruxelas Via Penamacor, 2020;
TAP – Que Futuro? como chegámos aqui?! 2020;
Albufeira – Formação e Futuro do Turismo (em publicação).
- Reconhecimentos
- Comendador da Ordem do Mérito Agrícola, Comercial e Industrial (Mérito Comercial)
- Medalha de Mérito Turístico (Grau Prata).
in blog do autor
- Veja mais sobre Sérgio Palma Brito nos seguintes links:
- https://www.wook.pt/autor/sergio-palma-brito/655553
- http://sergiopalmabrito.blogspot.com/
- https://www.facebook.com/sergiopalmabrito
- blog pessoal de Sérgio Palma Brito.
- Galerias de imagens relativas às Conversas Tertulianas realizadas em Beja, com Sérgio Palma Brito.
Sergio Palma Brito 27 de Novembro de 2019 · Joaquim Magalhães foi o grande professor do Liceu de Faro que em 1960 me deu lição para a vida: “Numa Récita de Finalistas ainda vai, mas não voltes a representar [teatro] porque não tens jeito nenhum”. Afinal algum jeito terei para outras cenas. Em 1985 entrega-me o Premio Imprensa da então Comissão Regional de Turismo do Algarve, que ganhei com Teodomiro Neto. Na base, uma série de artigos sobre o Algarve que publiquei no Diário de Notícias graças à generosidade do Mário Mesquita. Viver também é recordar. Ver menos
"Viva o 25 de Abril!
Nasci em Aljustrel, uma das terras de Portugal ‘marcadas’ como comunista, a par de Baleizão, Couço, Barreiro e tantas outras.
Três meses depois dos 17 anos entro para o Instituto Superior Técnico e aceito militar no PCP.
Sou bom aluno, aos 23 anos termino o curso e Portugal já terá perdido a Guerra Colonial. Seria uma santa vidinha.
Não quero ver os meus Pais e amigos viverem com medo da PIDE ou perder o emprego e alguns a ser presos. Não quero ver mineiros e camponeses pobres serem presos e barbaramente torturados. Não quero ver jovens enviados para guerra perdida à nascença.
Sobretudo, quero que mineiros e camponeses pobres tenham trabalho humano, e dignidade na habitação, alimentação, saúde, educação, vestuário e calçado. Tão simples, como a que eu então já tenho. E acabar com a Guerra.
Adiro ao Partido Comunista Português (clandestino) sem formação política e com único desígnio: derrubar Salazar.
Em 1964 sou expulso do IST e denunciado à PIDE por funcionário clandestino do PCP de inesquecível nome, Nuno Alvares Pereira.
Em 1965 a PIDE não me prende como acontece a muitos.
Ordena ao Ministério do Exército que me incorpore como soldado raso na 1ª CoEm 1965 a PIDE não me prende como acontece a muitos. Ordena ao Ministério do Exército que me incorpore como soldado raso na 1ª Companhia Disciplinar em Penamacor, com condenados de delito comum.mpanhia Disciplinar em Penamacor, com condenados de delito comum. Une-nos convivência, solidariedade e respeito exemplares. É gente de princípios … exclusão feita de roubar e coisas mais graves. No livro conto tudo.
Ver a fotografia
Amiga de confiança diz-me ter lido pintada no muro do IST uma das mais belas frases da minha vida: “Liberdade para o Sérgio Palma Brito”. Ignoro quem pintou, mas foi quase ato de loucura … ainda por cima com nome tão longo.
Em Penamacor, são quatro meses de uma experiência humana riquíssima e que faz de mim Homem. Só hoje digo em publico o que então pensei: “Sou forte, porra!”. Entrei na CD com vinte anos.
A 3 de setembro de 1965 tenho licença de dez dias, a 10 não me apresento e a 23 sou dado como desertor do Exército da Guerra Colonial, a mais bela decisão nestes quase 77 anos de vida.
Dou o Salto para a Liberdade, atravesso os Pirenéus a pé. Não quero contar a travessia no livro (afinal, centenas de milhares de portugueses fizeram-no), mas a Helena Cabeçadas convence-me (conta, para se saber como era).
Exilio na Bélgica e 11 anos na Université Libre de Bruxelles em universo cosmopolita e fraterno, a Liberdade a que aspirava.
Encontro mineiros de Aljustrel a viver com a dignidade com que eu queria que vivessem em Portugal. Conheço o ‘socialismo comunista’. Saio do PCP tão discretamente como entrei.
Na ULB pinto o caneco, tenho um trabalho que adoro (informática científica e assistente em gestão), sou eleito para o Conselho de Administração e ‘faço coisas’ (ler o livro).
Aos 32 anos sou escolhido para o que era o topo da minha carreira na Universidade. Recuso e regresso a Portugal para trabalho incerto e em ambiente hostil.
Em 1944, sou registado português por obra de meus Pais e da Natureza.
Em 1977, sou português porque quero.
E esta liberdade de escolha também a devo ao 25 de Abril"
- Excerto da Autobiografiade Sérgio Palma Brito,inMemórias de um Desertor – de Aljustrel a Bruxelas Via Penamacor, 2020
Nasci em Aljustrel, uma das terras de Portugal ‘marcadas’ como comunista, a par de Baleizão, Couço, Barreiro e tantas outras.
Três meses depois dos 17 anos entro para o Instituto Superior Técnico e aceito militar no PCP.
(...)Adiro ao Partido Comunista Português (clandestino) sem formação política e com único desígnio: derrubar Salazar.
Em 1964 sou expulso do IST e denunciado à PIDE por funcionário clandestino do PCP de inesquecível nome, Nuno Alvares Pereira.
(...)Em 1965 a PIDE não me prende como acontece a muitos.
Ordena ao Ministério do Exército que me incorpore como soldado raso na 1ª Companhia Disciplinar em Penamacor, com condenados de delito comum.(...)Amiga de confiança diz-me ter lido pintada no muro do IST uma das mais belas frases da minha vida: “Liberdade para o Sérgio Palma Brito”. Ignoro quem pintou, mas foi quase ato de loucura … ainda por cima com nome tão longo.
Em Penamacor, são quatro meses de uma experiência humana riquíssima e que faz de mim Homem. Só hoje digo em publico o que então pensei: “Sou forte, porra!”. Entrei na CD com vinte anos.
A 3 de setembro de 1965 tenho licença de dez dias, a 10 não me apresento e a 23 sou dado como desertor do Exército da Guerra Colonial, a mais bela decisão nestes quase 77 anos de vida.
Dou o Salto para a Liberdade, atravesso os Pirenéus a pé.(...)Exílio na Bélgica e 11 anos na Université Libre de Bruxelles em universo cosmopolita e fraterno, a Liberdade a que aspirava.
(...). Saio do PCP tão discretamente como entrei.
Na ULB pinto o caneco, tenho um trabalho que adoro (informática científica e assistente em gestão), sou eleito para o Conselho de Administração e ‘faço coisas’ (ler o livro).
Aos 32 anos sou escolhido para o que era o topo da minha carreira na Universidade. Recuso e regresso a Portugal para trabalho incerto e em ambiente hostil.
Em 1944, sou registado português por obra de meus Pais e da Natureza.
Em 1977, sou português porque quero.
E esta liberdade de escolha também a devo ao 25 de Abril"
Excertos retirados do facebook do autor