Difference between revisions of "Cabrita, Sotero - Meditações"
| Line 57: | Line 57: | ||
Saudade!...<br /> | Saudade!...<br /> | ||
<br /> | <br /> | ||
| − | Visão ( | + | <br /> |
| − | + | '''Visão''' (Página 14)<br /> | |
| + | <br /> | ||
Fluidos pensamentos meus<br /> | Fluidos pensamentos meus<br /> | ||
Que vi nas ondas do mar<br /> | Que vi nas ondas do mar<br /> | ||
| Line 77: | Line 78: | ||
E deixou de perto velas.<br /> | E deixou de perto velas.<br /> | ||
<br /> | <br /> | ||
| − | + | <br /> | |
| − | |||
'''Caravela e a ilusão''' (Páginas 16 e 17)<br /> | '''Caravela e a ilusão''' (Páginas 16 e 17)<br /> | ||
<br /> | <br /> | ||
Revision as of 14:00, 8 October 2025
EM CONSTRUÇÃO

Inserir texto não-formatado aqui
- Promoção da Leitura / Divulgação da Cultura no Algarve
Meditações de Sotero Cabrita, algumas páginas.
https://wikialgarve.pt/autoresalgarvios/index.php/Cabrita,_Sotero
Cabrita, Sotero
Poeta. Ativista político. Antigo aluno da Escola Comercial e Industrial de Faro / Tomás Cabreira nos anos 50 do século XX.
Notas Biográficas
Sotero nasceu em Estoi, tendo trabalhado na TAP. Antifascista, apoiou a campanha de Humberto Delgado. Segundo o Professor Joaquim Magalhães que prefaciou o seu primeiro livro e o único que conhecemos, era um jovem poeta muito promissor na sua simplicidade e intuição poética.
- Alguns poemas o livro "Meditações":
- Saudade (Páginas 23 e 24)
Saudade!...
Amor que se sente
Por um ente
Ausente. . .
Desejo de o voltar a ver,
De com ele reviver
As mesmas ilusões,
As mesmas cantigas,
As mesmas aflições.
Saudade !...
Dor forte e profunda
Do nosso amor oriunda
Saudade !...
Monotonia que abre os corações
De dor,
Dor forte e profunda
Do nosso amor oriunda
Saudade !...
Monotonia que abre os corações
De dor,
Desejo forte que arrasta para aflições
De amor.
Saudade!
Também sou como os outros,
Meu peito também sente, também chora,
Sou poeta, por isso minha alma implora
Esse bálsamo divino,
— Tão belo!...
Saudade ! . . .
Adeus ... Até que um dia, venha a viver-te
Com ansiedade.
Saudade!...
Visão (Página 14)
Fluidos pensamentos meus
Que vi nas ondas do mar
Que negros cabelos teus
A vogar... vogar.., vogar...
E cada onda, a soluçar,
Parecia chamar Deus
P'ra de perto contemplar
Os negros cabelos teus.
Como eu em êxtase olhava
As ondulações marinhas,
Cheio d'ira por não tê-las.
Ondas viram que eu chorava,
O mar tornou-as mansinhas
E deixou de perto velas.
Caravela e a ilusão (Páginas 16 e 17)
Partiu um dia a Caravela
Airosa e bela
Sulcando os mares.
E regressou.
Mas já sem mastros e sem velas
Arruinada
Cansada
Despedaçada.
Como vinha a caravela!
E como fora a caravela I
Senhor! Que transformação!
Tal como a caravela
A ilusão
Esta minha ilusão
É tal qual ela
Partia alegre,
Partia armada
De ar triunfante
Andou perdida
Andou errada
Na vida errante.
E volta agora
Também sem vela
Qual caravela
Despedaçada.