Difference between revisions of "Costa, Emiliano da"
Line 1: | Line 1: | ||
− | [[File:Emiliano-da-costa.jpg]][[File:BustoEmilianoporSidónio.JPG|132px]][[File:Busto2EmilianoporSidónio.JPG|121px]][[File:RetratoEmídioporValadas.JPG|142px]][[File:Emilianoporgullander1950.JPG|113px]][[File:EmilianoMaxtams.JPG|116px]][[ File:EmilianoPorfírio.JPG|116px]]<br /> | + | [[File:Emiliano-da-costa.jpg]][[File:BustoEmilianoporSidónio.JPG|132px]][[File:Busto2EmilianoporSidónio.JPG|121px]][[File:RetratoEmídioporValadas.JPG|142px]][[File:Emilianoporgullander1950.JPG|113px]][[File:EmilianoMaxtams.JPG|116px]][[ File:EmilianoPorfírio.JPG|116px]][[File:Emilianoautorretrato.JPG|106px]]<br /> |
*Augusto '''Emiliano da Costa'''<br /> | *Augusto '''Emiliano da Costa'''<br /> | ||
Tavira, 03/12/1884 - Faro, 01/01/1968.<br /> | Tavira, 03/12/1884 - Faro, 01/01/1968.<br /> |
Revision as of 14:51, 13 May 2022
- Augusto Emiliano da Costa
Tavira, 03/12/1884 - Faro, 01/01/1968.
Médico. Escritor. Poeta. Pintor.
- Aldeia Branca de Emiliano da Costa
Circunscrito à moldura da janela,
Vai o quadro do dia já a meio,
Potes de azul derramam-se na tela
E o sol a rir-se, a rir, bate-lhe em cheio.
Que inundação! Por cima de quintais,
Sobre telhados, torres, parreiras,
É o céu, é o céu azul demais!
Aflita, a aldeia acorre: e o ar atira
O gesso, a cal, chapões de claridade,
A ver se a cor deslava, o azul se atira.
Que superabundância – a claridade!
E eu visto a bata de escaiolador.
E eu sou espátula, pincel, pintor.
E eu já não sei o que faça a tanta cor
Conchas
Minha infância de Luz mimada ao colo
Da onda à beira mar, oh minha infância!
Vais perdida a boiar, feita num rolo,
farpada de saudade, na distância...
Mal se apagou a estrela sobre o pólo,
Deixaste a praia em muda extravagância,
E perdeste pela areia, pelo solo,
As conchas que juntei, de sonho e ânsia.
Conchas que rendilharam mãos de magas,
Tão perdida na ausência imemóre!...
Ah! Se tu, coração - búzio do mar -
Me toasses aquele som das vagas
Barcarolas azuis, lindo folclore
Às ondinas cantado no luar!...
(Colectânea Musa Algarvia, 1927)
- Notas Biográficas
Emiliano da Costa licenciou-se na Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra em 1914. Fixou residência em Estoi onde exerceu a sua profissão. Homem de grande cultura dedicou-se desde sempre à pintura e à poesia, inspirando-se na natureza e nas gentes do campo, com quem se sentia muito próximo. A sua primeira obra poética terá surgido publicada no jornal do Liceu de Faro "O Académico" em 1906. É patrono de uma das escolas (em Estoi) do Agrupamento de Pinheiro e Rosa, em Faro e frequentou o ensino liceal em Beja.
"Emiliano da Costa, médico e poeta algarvio, nasceu em Tavira, mas foi na aldeia de Estoi que viveu a maior parte da sua vida, exercendo a medicina com proficiência e bondade. Foi um homem de fina sensibilidade, muito culto e dotado de um apurado espírito de observação. Desenhava lindamente, amava a música, apreciava a natureza, e no remanso campestre procurava o seu refúgio. Detestava os compadrios políticos e as manifestações beáticas de campanário, respeitava as tradições e divertia-se a reinar com a inocência do povo. Criou na gente do campo uma cumplicidade fraterna, que ainda hoje é lembrada. A sua residência possui um valiosíssimo espólio artístico que deveria transformar-se num pólo museológico que valorizasse a freguesia de Estoi e a cultura algarvia." in artigo publicado, em 17-04-1986, no suplemento de «Cultura» do conceituado vespertino «Diário de Notícias».
- Bibliografia:
Heliantos, 1926.
Rosairinha, 1940.
Saudades do Silêncio, 1947.
Pampilhos, 1947.
Poesias Escolhidas, 1956.
- Veja mais sobre Emiliano da Costa nos seguintes links:
- 1986- Emiliano da Costa por José Carlos Vilhena Mesquita
- 2004- Poema "Dor" e biografia de Emiliano da Costa no site da CM de Loulé.
- 2002- Reposição por Elviro Rocha Gomes da sua conferência, em 1956, sobre Emiliano da Costa.