Difference between revisions of "Luís, Fernando R."
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Foi correspondente do Diário de Notícias e colaborador do jornal «Barlavento» e das revistas «Florestas», «Prevenir» e «Protecção Civil».<br /> | Foi correspondente do Diário de Notícias e colaborador do jornal «Barlavento» e das revistas «Florestas», «Prevenir» e «Protecção Civil».<br /> | ||
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− | + | A memória murcha no tempo <br /> | |
− | + | Das palavras repetidas <br /> | |
− | + | Das seis reguadas <br /> | |
− | + | E três ponteiradas<br /> | |
− | + | Trauteadas <br /> | |
− | + | Como os números da tabuada <br /> | |
− | + | Em lengalenga <br /> | |
− | + | Cantarolada todos os dias da semana <br /> | |
− | + | De manhã e de tarde<br /> | |
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− | + | De fio a pavio <br /> | |
− | E repetir <br /> | + | Quatro e quatro oito<br /> |
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− | + | Oito berlindes à “marezinha”<br /> | |
− | + | Oito bonecos da bola à “palmadinha” <br /> | |
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+ | De trás para diante<br /> | ||
+ | Duas vezes cinco dez <br /> | ||
+ | É à vez <br /> | ||
+ | Dez botões à “paredinha” <br /> | ||
+ | Dez voltas ao “pé-coxinho” <br /> | ||
+ | Dez marcas ao “poialinho” <br /> | ||
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+ | Da frente para trás<br /> | ||
+ | Cinco vezes dois dez <br /> | ||
+ | E à “covinha” buto que se veja <br /> | ||
+ | E estalo que se ouça <br /> | ||
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+ | O regime do medo <br /> | ||
+ | O som do ponteiro<br /> | ||
+ | Ao canto o degredo <br /> | ||
+ | As orelhas de burro <br /> | ||
+ | A régua dura <br /> | ||
+ | O ensino da ditadura <br /> | ||
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+ | E o tempo a passar<br /> | ||
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+ | E lá chega a hora<br /> | ||
+ | Do recreio na eira <br /> | ||
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+ | O Zé da boina e o Patinha <br /> | ||
+ | E ao “toca e foge” <br /> | ||
+ | O Luís da canita e o Zé da Sanita<br /> | ||
+ | E a “pular à uva” <br /> | ||
+ | O Broa e o Papa Açorda <br /> | ||
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+ | E ao pião “à nicada” <br /> | ||
+ | O Biji-bitó o Ratinho e o Maló <br /> | ||
+ | E nas macacadas o Xico Caretas <br /> | ||
+ | A parodiar o Manel das Bufas Pretas <br /> | ||
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+ | E toca a sineta <br /> | ||
+ | No regresso à tormenta <br /> | ||
+ | De novo a ardósia <br /> | ||
+ | Mil vezes usada <br /> | ||
+ | Ensebada e requebrada <br /> | ||
+ | Com lápis de pedra <br /> | ||
+ | Mais uma vez a tabuada <br /> | ||
+ | Duas vezes dois quatro <br /> | ||
+ | Sem enganar <br /> | ||
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Revision as of 12:42, 23 June 2021
Fernando Reis Luís
Nasceu em Monchique, a 22 de Janeiro de 1945.
Licenciado em Gestão Bancária.
Poeta, professor, bancário, Agente Cultural.
Publicou contos e poemas, no «Juvenil», suplemento semanal do «Diário de Lisboa».
Foi correspondente do Diário de Notícias e colaborador do jornal «Barlavento» e das revistas «Florestas», «Prevenir» e «Protecção Civil».
22 - TEMPO DE ESCOLA
A memória murcha no tempo
Das palavras repetidas
Das seis reguadas
E três ponteiradas
Trauteadas
Como os números da tabuada
Em lengalenga
Cantarolada todos os dias da semana
De manhã e de tarde
De fio a pavio
Quatro e quatro oito
Um biscoito
Oito berlindes à “marezinha”
Oito bonecos da bola à “palmadinha”
De trás para diante
Duas vezes cinco dez
É à vez
Dez botões à “paredinha”
Dez voltas ao “pé-coxinho”
Dez marcas ao “poialinho”
Da frente para trás
Cinco vezes dois dez
E à “covinha” buto que se veja
E estalo que se ouça
O regime do medo
O som do ponteiro
Ao canto o degredo
As orelhas de burro
A régua dura
O ensino da ditadura
E o tempo a passar
A recontar
Duas vezes três seis
A repetir
Duas vezes três seis
A trautear
Oito e oito dezasseis
E lá chega a hora
Do recreio na eira
A lançar o ring
A menina do senhor doutor
A saltar à corda
A Rosa da Toina e a moça da Benta
E ao “apanha”
O Zé da boina e o Patinha
E ao “toca e foge”
O Luís da canita e o Zé da Sanita
E a “pular à uva”
O Broa e o Papa Açorda
E ao pião “à nicada”
O Biji-bitó o Ratinho e o Maló
E nas macacadas o Xico Caretas
A parodiar o Manel das Bufas Pretas
E toca a sineta
No regresso à tormenta
De novo a ardósia
Mil vezes usada
Ensebada e requebrada
Com lápis de pedra
Mais uma vez a tabuada
Duas vezes dois quatro
Sem enganar
Duas vezes dois quatro
E repetir
E repetir
E repetir.
GAVETA DE POEMAS é um grupo onde o coordenador do FB Confraria dos Poetas Algarvios (virtual) publica alguns dos seus poemas, utilizando os heterónimos FRUIZ, para os Tercetos Livres (quasihaicus) e Cinco ao Quadrado; Fernando Estremoz, para as canções, e o próprio nome para a poesia em geral. Ver menos
- RESINA DA VOZ
Escrevo multiplicando as metáforas
E assim vou caminhando
Deixando sulcos na pedra dura
Escrevo usando o tear das sílabas
E o fermento dos dias
Dando voz ao silêncio dos lábios
Escrevo lançando flechas
Do meu arco de olhares
Atravessando os portais do sol
Escrevo sobre o chão movediço
E no mosto do húmus
Como resíduo do sonho e do tempo
Escrevo para guardar no lenho
As sementes das palavras
Em vaivém nos espelhos
Escrevo como vagamundo
Seguindo trilhos ocultos
Para além da resina da voz
- Pensamentos
- Ser optimista é voltar-se para o nascente ao fim da tarde e usar um espelho para ver o pôr do sol.
- Poesia é saber sentir o silêncio como se fosse a pureza da música
- Usando a paleta das cores só um poeta saberá pintar a transparência do silêncio
- Biografia
É um poeta algarvio com um largo currículo na arte poética, pelo que relativamente à poesia defende e milita uma imbricada relação entre a música, a arte visual e as palavras.Todas as obras do autor foram ilustradas por amigos seus, reconhecidos ilustradores, desenhistas e artistas plásticos (...) reafirmando a trilogia entre a pintura, a música e a palavra na sua forma e sentido poético, como António Carmo, Leandro Lamas, José Maria Oliveira e Igor Nunes Silva.
É o fundador da «Confraria dos Poetas Algarvios» que visa a promoção dos poetas da nossa região.
Muito ligado ao associativismo foi fundador e impulsionador de diversas associações ligadas ao desporto, à cultura, aos bombeiros e à política.
Após o 25 de Abril foi candidato à Assembleia Constituinte e foi eleito Deputado à Assembleia da República, nas primeiras eleições legislativas.
Fernando Reis Luís, detentor de uma das mais notáveis coleções de máquinas fotográficas do Algarve.
ARANDIS EDITORA
- Bibliografia
«Teia» (2 edições);
«A Seiva das Palavras»;
«Nos Socalcos da Serra»;
«Marés & Maresias»;
«Trezentos e Trinta e Três Tercetos»;
Ipsis Verbis»,
«Alquimia das Metáforas»
«Sombras no Chão»
nas colectâneas:
«Terra Luz»,
«Palavras de Liberdade»
«Mesturas»publicada em Espanha
«Homenagem a Manuel Maria»
«O Cancro: El, Eu e Nós»
«Antologia de Contos do Algarve»
Antologia Poética «O Trabalho»
- Pode saber mais sobre Fernando R. Luís nos seguintes links:
https://www.sulinformacao.pt/2019/11/fernando-reis-luis-lanca-novo-livro-de-poesia-em-faro/ - 2019 - O poeta algarvio Fernando Reis Luís apresenta o seu livro “Sombras no Chão”, no Club Farense.
https://arandiseditora.pt/book-author/fernando-reis-luis/
https://regiao-sul.pt/2017/06/26/artes-e-espetaculos/loule-a-alquimia-das-palavras-por-fernando-reis-luis-na-biblioteca-municipal/383814 - 2017 - Apresentação do livro “A alquimia das palavras” por Fernando Reis Luís na Biblioteca Municipal de Loulé
https://vivaportimao.pt/a-nao-perder/arquivo-2/353-apresentacao-do-livro-alquimia-das-metaforas-de-fernando-reis-luis - Casa Manuel Teixeira Gomes recebe a apresentação do Livro Alquimia das Metáforas, de Fernando Reis Luís, que contará com a apresentação do Dr. Carlos Osório autor de obras publicadas sobre fotografia e fotógrafos algarvios.
https://www.algarvemarafado.com/2019/11/19/fernando-reis-luis-lanca-novo-livro-de-poesia/
https://www.algarvemarafado.com/2016/06/18/os-poemas-fotograficos-de-fernando-reis-luis/
Fernando Reis Luís apresentando os poemas ‘fotográficos’ na Casa Manuel Teixeira Gomes, em Portimão, com ilustrações de José Maria Oliveira, e editado pela Arandis Editora.
https://www.pensador.com/autor/fernando_reis_luis/ - Vários pensamentos retirados da obra de Fernando R. Luís.
A minha poesia poderá ser encontrada nos sites: www.arandiseditora.pt
https://poetassigloveintiuno.blogspot.pt/.../label/PORTUGAL https://estudioraposa.com www.rumoaonossosul.blogs.sapo.pt https://www.pensador.com/colecao/fernando_r_luis/ https://poetassigloveintiuno.blogspot.com/search/label/PORTUGAL - Blog de Fernando Sabido Sanchez onde podemos encontrar diversas poesias de Fernando Reis Luís.