Quaresma, Amílcar

Amílcar Quaresma

Estoi, Faro, 11/03/1934 - 11/03/2009.

Professor. Escritor. Dramaturgo. Jornalista. É patrono da Biblioteca da Escola Emiliano da Costa, em Estoi, integrada no Agrupamento de Escolas Pinheiro e Rosa, em Faro.

Poema das sete cores, sete dores, in Diário, página 195:

Que fizeram, Poeta às tuas cores?
Que é feito desse verde tão amado,
Porque está o mundo abandonado,
Para que servem, Poeta, as tuas flores?

As tuas Bailarinas já não dançam
O bailado das cores imortais.
Triste são deste tempo estes sinais.
Se os poetas de pintar até se cansam.

Verde, amarelo, azul, violeta, alaranjado,
Variados sentimentos já dançaram.
Mas bailaram, com tristeza, sem calor

As tuas fúcsias no teu verso celebrado.
Pois no fim dessa dança, que bailaram,
O branco foi esquecido pelo autor.

Notas Biográficas

Amílcar Quaresma, natural de Estoi, desde cedo descobriu a sua vocação para as letras, criando, na escola primária, um jornal colorido a lápis de cor a que deu o nome de Foguete Fundou e dirigiu várias publicações, como "Rompeu a Alvorada", "Despertar", "Açoteia", "Jogral", "Tempo Jovem" e "Preto no Branco", muitas delas escolares, em conjunto com os milhares de alunos que ensinou. Professor na Escola Comercial e Industrial de Faro / Escola Secundária de Tomás Cabreira, nos anos 60 e 70 e na Escola Secundária João de Deus, em Faro, nas últimas décadas do século XX, onde dividiu a carreira, foi também dirigente associativo de várias coletividades, tendo fundado os "Jograis de Estoi". Faleceu aos 75 anos e dividiu a sua vida entre a docência, a literatura e a comunicação social.
Adaptado do blog da Biblioteca Escolar Prof. Amílcar Quaresma

Bibliografia:

- Diário, 1996.
- Estoi, aldeia branca, 1999.
- Os licíadas, 2001.
- Bailado das sete cores : a vida e a obra do poeta Emiliano da Costa, 2003.
Neste livro,"Amílcar, grande amigo de Emiliano, deixou patente a sua crença no valor da obra do poeta: «Cremos bem que Emiliano da Costa, na verdade um Poeta muito original, ficará na poesia portuguesa como aquele que, da forma mais impressionante, cantou a luz e as cores do Algarve (…)»40." In:http://hdl.handle.net/10400.1/5768