Magalhães, Joaquim - Romance do Poeta Aleixo
Título - Romance do Poeta Aleixo
Autor - Joaquim Peixoto Magalhães
Ano de edição - 1959
Natureza / Género - Poema — um esboço biográfico - poético dedicado a António Aleixo, em estilo de “romance” poético.
Contexto - A obra foi escrita integralmente em verso, com 206 estrofes (“duzentos e seis, mais precisamente”).
— Foi lida publicamente pela primeira vez em 1959, numa sessão que antecedeu a representação de “Auto do Curandeiro” em Faro, interpretada pelo grupo cénico do teatro amador local. A partir da insistência de ouvintes, o poema foi publicado posteriormente.
Joaquim Magalhães - Romance do Poeta Aleixo
- Prefácio do livro Romance do Poeta Aleixo com o título POEMA NUMA GAVETA - (pág. 3)
Em Novembro de 1949, poucos dias depois da morte do poeta António Aleixo, ainda fortemente emocionado pelo acontecimento escreveu o autor este <romance >.
Guardado e esquecido numa gaveta, aguardou quase dez anos a oportunidade de ser tirado e lido em público antes da primeira representação, em Faro, do <Auto do Curandeiro> do poeta popular, pelo grupo dos amadores do T. A. F..
Por sugestão de vários assistentes ao espetáculo, agora se publica.
Que o seja em boa hora.
Transcreve-se, de seguida, o início e o final do poema:
- Início
Em Vila Real aquela,
A das ruas em esquadria,
Foi que nasceu o cantor
De inspiração mais singela
E mais popular sabor
Desta província algarvia.
Lá, foi menino e brincou,
Naquela alegre inocência
De correr e de brincar,
Que é toda a nossa ciência,
Antes de a vida pesar.
Até os seis ou sete anos,
Na terra natal viveu;
Depois, foi ao seu destino,
P'ra Loulé, onde aprendeu
Os primeiros rudimentos,
Que a vida lhe ensinaria,
De um longo rol de tormentos,
Em que tudo passaria.
(P.5)
- Final
«E, como as folhas caindo,
também da vida tombou
o coração que a cantou:
a alma ao corpo fugiu
e o pobre Aleixo partiu,
num dia formoso e lindo.»
«Mas na sua garra fria
a morte apenas levou
consigo o homem mortal,
que o poeta, esse, ficou,
p'ra todo o sempre imortal
na sua terra algarvia,
pois os versos que ditou,
porque escrever mal sabia,
eu juro à fé de quem sou,
são da mais séria poesia
que em português se cantou»'.
Palavra de Professor de Liceu!
(P.15 e 16)
- Pode ler o poema todo no seguinte link:
https://agr-tc.pt/bibliotecas/JM/ORomanceDoPoetaAleixo-LivroDeJoaquimMagalhaes-1959.pdf
- O mesmo Poema foi republicado no jornal "Preto no Branco" da Escola Secundária de João de Deus nº 5, de Abril de 1985, com o título "O Poeta Aleixo - O Romance da sua vida...", ilustrado com uma xilogravura de Manuel Cabanas, com desenho de Tóssan.