Magalhães, Joaquim - Cartas Sem Código Postal

Título: Cartas Sem Código Postal
Autor: Joaquim Peixoto Magalhães
Editora / Instituição: Câmara Municipal de Tavira
Ano de edição: 1999
Natureza / Conteúdo: Coletânea de cartas de Joaquim Magalhães (ou textos epistolares/enviados a amigos, correspondência, reflexões, etc.). 

• Prefácio do livro Cartas Sem Código Postal por Elviro Rocha Gomes, com o título:
  

Pequena amostra duma grande atividade

Estas cartas são uma pequena amostra da atividade dum homem a quem o Algarve deve em grande parte o tónus cultural e até o progresso que o caracterizava.
Foi e ainda é, mesmo octogenário, a personalidade mais em evidência belos seus dotes e ação durante o século XX no Algarve.
Pela pena e pela palavra, na escola e fora dela, foi sempre o pedagogo ou o cidadão pedagógico que a tudo ia e a todos estimulava e ajudava.
Cargos que ocupou foram sempre os mais elevados, os do topo, onde pôde impulsionar obras e espalhar ideias.
Isto é uma pequena amostrada sua prodigiosa atividade pois ficam por revelar muitas das suas vivências em muitos dos vários meios onde agiu: entre colegas professores, entre alunos, entre poetas, políticos, etc.
Mas por aqui se pode já avaliar o entusiasmo. a seriedade e o saber que dedicava a tudo e a todos - sendo de salientar as homenagens que estava sempre disposto a prestar a quem lhas merecia.
Lede, admirai e meditai.

Elviro Rocha Gomes
Faro, 14/6/96

Cartas Sem Código Postal de Joaquim Magalhães

• Excerto da "Carta Sem Código Postal" Nº 3669 de 3 de Outubro 1979
  

No centenário do pintor Lyster Franco

Meu caro Dr. Lyster Franco

Por razões de ordem familiar. estive fora do Algarve. durante uns largos dias que me fizeram o perder folhear diário da agenda em que registo, há anos, as datas que me parecem de interesse para a historia e para a cultura, em especial do Algarve. Folheando-a, agora, no regresso encontro realmente assinalado no dia 5 de Outubro, a passagem do centenário do Pintor Lvster Franco, seu Pai. Logo no começo do ano reparara na data e pensara com os meus botões que não se deveria deixá-la passar sem uma celebração condigna. Imaginei logo que seria não só indispensável, como de inteira justiça, uma homenagem à altura do talento do Pintor extraordinário que seu Pai foi. E essa homenagem só poderia ser uma exposição de uma boa amostra dos seus magníficos "carvões", das suas telas dos "poentes" de Faro, do ano da pneumónica, dos seus maravilhosos desenhos a lápis, não só aqui em Faro, mas por essa Província que ele soube amar como sua terra natal e pintar com uma mestrıa fidelíssima, de acordo com uma sensibilidade que nos impressiona mais hoje, talvez do que no tempo em que viveu, porque nos sabe transmitir o que sentıu e o simples espetador como eu, supõe entender.

P. 49

PDF com algumas (20) páginas do livro.