Guerreiro, Aníbal C. - Esboços de um Algarve Menor
Aníbal C. Guerreiro - Esboços de um Algarve Menor - Prefácio de JM
PREFÁCIO
Aníbal Guerreiro não é um estreante nestes domínios da palavra escrita e do papel impresso. Tanto em jornais, em que cedíssimo se iniciou, como em publicações individualizadas, Aníbal Guerreiro ultrapassou a barreira do anonimato, para afirmar uma personalidade com nome próprio. É um homem que se aplica naquilo que empreende. Um homem que não desiste de se interessar, como pessoa humana, sempre atenta à vida que o rodeia, por tudo aquilo que justifica a existência pessoal e coletiva. Tudo isto revela uma força que se aprimora com as naturais resistências do ambiente. Desta feita volta-se mais declaradamente para o seu Algarve natal. E vai fazer-nos uma apresentação da sua terra e das suas gentes em escritos, ou relatos, ou contos, ou histórias que revelam atividades, tradições, costumes usos desta província algarvia de Portugal.
Em Aníbal Guerreiro, os processos descritivos do jornalismo dos tempos da sua iniciação na literatura são, aqui e além, animados por histórias que nos prendem, cativam e até, às vezes, nos emocionam. O que é sinal de boa qualidade. E tanto mais de notar quanto é certo o autor ser, por formação da vida e mar- cas da experiência, um homem de iniciativas empresariais. Mas o jornalista dos desportos, que inicialmente foi, o entusiasta da música, que continua a ser, o homem que viveu a história dos transportes rodoviários e documentadamente sobre esta temática escreveu um livro, lança-se agora na ficção, ou na quase ficção. Não na ficção imaginária ou imaginada e abstrata, que às vezes nos prende e ataranta, mas na crónica e na ficção do real quotidiano que é o fluir da vida vivida. De ontem e de hoje. Com um projeto novo na sua atividade de escritor. Com uma ideia central, sempre em mente: o Algarve. O seu Algarve. O nosso Algarve. Em tom maior como nos trabalhos anteriores. Em tom menor, em contraponto que raia a poesia, agora, nesta nova prova de um talento de homem atento à vida da sua, nossa, província natal.
JOAQUIM MAGALHÃES