Difference between revisions of "Veleda, Maria"

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Faro.<br />
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'''Maria Veleda''' é o pseudónimo de '''Maria Carolina Frederico Crispim'''.<br />
Maria Veleda é o pseudónimo de Maria Carolina Frederico Crispim.<br />
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Faro, 26/02/1871 - 08/04/1955.<br />
Escritora de Poesia e Prosa. Professora. Jornalista. Ativista feminista. Pioneira na luta pela educação das crianças e dos direitos das mulheres.<br />
 
Patrona da Escola Básica Maria Veleda, do Agrupamento de Escolas José Afonso, em Loures.
 
 
 
 
 
*'''Breve Biografia:'''<br />
 
Maria Veleda é o pseudónimo de Maria Carolina Frederico Crispim. Foi escritora de poesia e prosa, professora, jornalista, ativista feminista e pioneira na luta pela educação das crianças e dos direitos das mulheres.
 
 
 
https://www.facebook.com/notes/c%C3%A2mara-municipal-de-lisboa/maria-veleda-uma-mulher-de-sempre-e-para-sempre/3047987495221180/http://culturafamalicao.blogspot.com/2011/06/maria-veleda-vermelha-feminista.html
 
 
 
“Maria Veleda, uma mulher de Sempre e para Sempre”
 
CÂMARA MUNICIPAL DE LISBOA·DOMINGO, 8 DE MARÇO DE 2020·TEMPO DE LEITURA: 4 MINUTOS
 
Texto de Maria José Guerreiro da Franca (bisneta de Maria Veleda e fotografias do acervo familiar)
 
 
 
Não é fácil escrever sobre Maria Carolina Frederico Crispim. Algarvia, viveu uma infância feliz até à morte do pai. Assim, aos 15 anos (1886) começa a trabalhar como professora e a colaborar na imprensa regional, publicando poesia, contos, novelas, com alguns pseudónimos, sobretudo o de Maria Veleda.
 
Em 1890, aos 19 anos, adota uma criança de 14 meses, Luís Frederico Viegas, órfão de mãe. A esta criança vem juntar-se o seu filho biológico, Cândido Guerreiro Xavier da Franca, fruto da paixão pelo poeta Cândido Guerreiro, também algarvio, com quem Maria Veleda recusou o casamento, por considerar que o amor não era suficientemente correspondido. Casamento por conveniência – nunca! Ao recusar, Maria Veleda tem consciência das dificuldades que iria enfrentar como mãe solteira, numa sociedade marcada pelo preconceito e pela ideia da inferioridade da mulher. De 1899 até 1905 é professora em Odivelas (onde nasceu o filho) e em Serpa, continuando a colaborar na imprensa regional.
 
Em 1905 vai com a família para Lisboa onde as dificuldades são imensas! Luta arduamente pela sobrevivência, até que surge o convite para o lugar de professora-regente no Centro Escolar Republicano Dr. Afonso Costa. Assegurada a estabilidade, inicia Maria Veleda o contacto com individualidades republicanas, que se reuniam à noite no Centro para discutir os seus ideais e a oposição à Monarquia. Colabora no Jornal “A Vanguarda”, dedicando-se aos problemas feministas e pedagógicos, e defende o regime republicano. Participa em conferências, intervém em palestras e sessões nos vários centros republicanos, sempre defendendo a causa da mulher grávida e das crianças abandonadas e exploradas. Esta luta leva-a à criação de cursos femininos gratuitos para que as mulheres consigam sobreviver sem dependerem do homem.Em 1908, participa na realização do 1.º Congresso do Livre-Pensamento e na fundação da Liga Republicana das Mulheres Portuguesas, da qual será dirigente em 1911. Funda, em 1909, a Obra Maternal e publica “A Conquista”, compilação de todos os seus discursos.Proclamada a República, continua a sua luta pela consolidação dos ideais de liberdade: em jornadas pelo País; escrevendo e encenando peças de teatro; propondo leis de proteção às crianças; defendendo o voto feminino sem discriminação.
 
 
 
Para combater a,superstição, Maria Veleda reunia 13 pessoas periodicamente.  Fizeram uma medalha para cada uma.
 
“No dia 13 de Maio desse ano (1911), reunimo-nos as treze companheiras num jantar que decorreu em meio da maior e mais comunicativa animação, com a assistência de muitas sócias da «Liga», que festejaram o acontecimento alegremente. Seguiu-se uma sessão solene, em que usaram da palavra Magalhães Lima, Agostinho Fortes, Tomás da Fonseca e ainda outros oradores. No final houve um sarau de arte. Vem a propósito salientar que não morreu nesse ano nem enquanto durou o «Grupo das Treze» nenhuma das suas componentes, muitas das quais ainda vivem depois de tantos anos decorridos. O jantar das 13 repetiu-se durante alguns anos, não se limitando a tão pouca coisa o desafio que fizemos à superstição, pois realizámos vários trabalhos de propaganda, que seria longo enumerar. Todas usávamos como distintivo uma medalhinha, com o número treze”
 
 
 
Desiludida com a atuação dos sucessivos governos republicanos, Maria Veleda retira-se da vida política, continuando o seu trabalho como delegada de Vigilância, na Tutoria da Infância, que considera a obra mais bela da então jovem República. Publica, em 1950, as suas “Memórias” no jornal República.
 
 
 
 
 
Prédio onde residiu Maria Veleda em Lisboa, Avenida General Roçadas
 
Contudo, esta mulher aguerrida e batalhadora não se dedicou exclusivamente às causas sociais e políticas, merecendo também ser referida a sua obra literária. Ao longo da vida, nunca deixou de escrever poesia, constituída sobretudo por inéditos. Os seus sonetos expressam o êxtase pelo Algarve, as desilusões, as saudades provocadas pela ausência do seu filho Cândido em Angola.Morreu em 1955, com 84 anos.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Maria Veleda – Mulher Persistente e lutadora. A minha bisavó. 8 março 2020
 
 
 
 
 
 
 
Maria Veleda
 
maria veledaMaria Veleda foi pioneira na luta pela educação das crianças e os direitos das mulheres, destacando-se como uma das mais importantes dirigentes feministas.
 
 
 
Estreou-se na imprensa com a publicação de poesia, contos e novelas, dedicando-se depois aos temas feministas e educativos. Em 1902 publicou Biblioteca Infantil, contos “Cor-de-Rosa”, e o opúsculo Emancipação Feminina.
 
 
 
Foi sócia fundadora da Liga Republicana das Mulheres Portuguesas e mentora da Obra Maternal para acolher e educar crianças abandonadas ou em perigo moral. Incentivou a criação do Grupo Dramático da Liga e escreveu peças de teatro feminista e revolucionário, levadas à cena em benefício da Obra. Em 1912, o governo nomeou-a Delegada de Vigilância da Tutoria Central da Infância de Lisboa.
 
 
 
Em 1908 criou cursos nocturnos e conferências educativas nos Centros Republicanos Afonso Costa, António José de Almeida e Botto Machado, para instruir e educar as mulheres, preparando-as para exercerem uma profissão e participarem na vida social e política.
 
 
 
Entre 1911 e 1915, como dirigente da Liga Republicana, empenhou-se na luta pelo sufrágio feminino, escrevendo, discursando, fazendo petições e chefiando delegações e representações aos órgãos de soberania. Combateu o alcoolismo e a prostituição, sobretudo, a de menores, e o direito de fiança por abuso sexual de crianças. Fundou o Grupo das Treze para combater a superstição, o obscurantismo e o fanatismo religioso que afectavam sobretudo as mulheres e impediam a sua emancipação.
 
 
 
Iniciada na Maçonaria, tornou-se livre-pensadora e aderiu aos ideais da República, tornando-se uma oradora brilhante. Alguns dos seus discursos e conferências foram publicados no livro A Conquista, prefaciado por António José de Almeida.
 
 
 
O combate à monarquia e ao clericalismo valeu-lhe a condenação por abuso de liberdade de imprensa.
 
 
 
  
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Escritora. Poetisa. Prosadora. Professora. Jornalista. Ativista republicana e feminista. Pioneira na luta pela educação das crianças e dos direitos das mulheres.Patrona da Escola Básica Maria Veleda, do Agrupamento de Escolas José Afonso, em Loures.
  
  
Depois da implantação da República, por ocasião das incursões monárquicas, integrou o Grupo Pró-Pátria e percorreu o país, discursando em defesa do regime ameaçado. Em 1915, em nome dos ideais da liberdade e da democracia, combateu a ditadura de Pimenta de Castro e, a seguir, envolveu-se na defesa da entrada de Portugal na 1ª Guerra Mundial. Nesse mesmo ano, saíu da Liga Republicana das Mulheres Portuguesas, filiou-se no Partido Democrático e fundou a AssociaçãoFeminina de Propaganda Democrática.
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* Texto de '''Maria Veleda'''<br />
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in [http://culturafamalicao.blogspot.com/2011/06/maria-veleda-vermelha-feminista.html blogue culturafamalicao]:
  
Desiludida com a actuação dos governos que não cumpriram as promessas do Partido Republicano, abandonou o activismo político e feminista em 1921, após os acontecimentos da “noite sangrenta”. Todavia, na imprensa continuou a defender os ideais feministas e republicanos que sempre a nortearam.
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“Pobres éramos, pobres ficámos e pobres somos, mas nas nossas almas arde sempre a mesma chama sacrossanta que nos iluminava quando gritámos pela primeira vez: Viva a República! Porque acima da Morte que me espera, está o ideal que me norteia. Sim. Viva a República.
  
Natividade Monteiro
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* Poema de '''Maria Veleda''' de 1931<br />
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in [http://projectoteclar.blogspot.com/2010/12/poema-de-maria-veleda.html blogue projetoteclar.]:
  
https://www.cdocfeminista.org/maria-veleda/
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Penso que hei-de morrer, ai... brevemente<br />
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Pois da velhice pesam-me os invernos;<br />
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Que hei-de ascender aos gozos sempiternos,<br />
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Aos pés de Deus, magnânimo e clemente.<br />
  
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Em plena luz vivendo alegremente,<br />
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Do mundo esquecerei negros infernos,<br />
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Meus cânticos soltando, ledos, ternos,<br />
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Num poema de Amor, efervescente.<br />
  
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Mas quem há-de amparar-vos, ó meus filhos??<br />
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Seguir-vos na aspereza destes trilhos??<br />
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Incutir-vos coragem p’ra viver??<br />
  
1 DE DEZEMBRO DE 2010
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Tendes outros afectos... sei-o bem!<br />
Poema de Maria Veleda
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Mas não tendes, não tendes outra Mãe...<br />
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- Então choro... com pena de morrer!...<br />
  
  
Penso que hei-de morrer, ai... brevemente
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*'''Notas biográficas'''
Pois da velhice pesam-me os invernos;
 
Que hei-de ascender aos gozos sempiternos,
 
Aos pés de Deus, magnânimo e clemente.
 
  
Em plena luz vivendo alegremente,
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'''Maria Veleda''' é o pseudónimo de Maria Carolina Frederico Crispim, nasceu em Faro. Foi escritora de poesia e prosa, professora, jornalista, ativista feminista e republicana, pioneira na luta pela educação das crianças e dos direitos das mulheres. Em 1906, aderiu ao Livre-Pensamento e foi iniciada na Maçonaria, na Loja Humanidade, com o nome simbólico de Angústias, integrando a comissão organizadora do 1.º Congresso do Livre Pensamento, juntamente com José França, Augusto José Vieira, Lourenço Correia Gomes e Francisco Teixeira, e foi uma das fundadoras do Grupo Português dos Estudos Feministas. Com o advento da República a 5 de Outubro de 1910, as feministas republicanas que militavam na Liga Republicana das Mulheres Portuguesas julgaram que havia chegado o momento de apresentarem as suas reivindicações ao novo regime político, contudo esta situação veio a criar divergências no seio do movimento, sobretudo entre Maria Veleda e a dirigente Ana de Castro Osório. Esta última defendia que o direito ao voto apenas para as mulheres que pagassem impostos, fossem maiores de idade e pertencessem à elite intelectual, tendo portanto que ser instruídas. '''Maria Veleda''' acreditava que este facto restringia o direito ao voto feminino e assim agravava a situação de desigualdade existente entre as mulheres portuguesas, argumentando que a maioria não teria sequer a oportunidade de aceder à instrução ou à educação de modo a ter autonomia económica ou a sua total emancipação da tutela masculina. Para ela, se se reconhecia às mulheres o direito de voto, era uma incoerência reclamá-lo só para aquelas que pagassem impostos ou fossem consideradas intelectuais. «Seria uma injustiça negar a algumas um direito que é de todas. As mulheres, ricas ou pobres, intelectuais ou analfabetas, devem poder votar em igualdade de circunstâncias com os homens». Na sua opinião, devia pedir-se "tudo" e se não dessem "tudo", não se aceitaria "nada".[9] Devido à crispação das duas facções, em 1911, Ana de Castro Osório demitiu-se da LRMP e Maria Veleda tomou o seu lugar, passando a presidir à organização, com o apoio de uma larga maioria, e a dirigir o periódico A Madrugada. Nesse ano, criou ainda dentro do movimento o Grupo das Treze[10], constituído simbolicamente por treze mulheres que pretendiam combater a ignorância e as superstições, o obscurantismo, o dogmatismo religioso e o conservadorismo que afectavam a sociedade portuguesa e impediam a emancipação das mulheres e o progresso humano.
Do mundo esquecerei negros infernos,
 
Meus cânticos soltando, ledos, ternos,
 
Num poema de Amor, efervescente.
 
  
Mas quem há-de amparar-vos, ó meus filhos??
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[[File:Veleda13.JPG|216px]]<br />
Seguir-vos na aspereza destes trilhos??
 
Incutir-vos coragem p’ra viver??
 
  
Tendes outros afectos... sei-o bem!
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*'''Bibliografia'''<br />
Mas não tendes, não tendes outra Mãe...
 
- Então choro... com pena de morrer!...
 
  
Maria Veleda, 1931
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[[File:Veleda, Maria-capa.jpg|104px]]<br />
  
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* Veja mais sobre '''Maria Veleda''' nos seguintes '''links:'''<br />
  
http://projectoteclar.blogspot.com/2010/12/poema-de-maria-veleda.html
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- https://pt.wikipedia.org/wiki/Maria_Veleda<br />
  
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[http://culturafamalicao.blogspot.com/2011/06/maria-veleda-vermelha-feminista.html - 2011 -  No blogue ''Cultura Famalicao'' O artigo de '''Maria Veleda''' “'''A Propósito''', publicado no jornal “A Vanguarda” em 9 de Fevereiro de 1908, a seguir ao regicídio, que esgotou duas edições do mesmo jornal, valeu a '''Maria Veleda''' um processo-crime por abuso de liberdade de imprensa, valendo-lhe as suas correligionárias da Liga Republicana das Mulheres Portuguesas, e testemunhando a seu favor personalidades como '''António José de Almeida, João Chagas, Manuel de Arriaga ou Ana de castro Osório''', entre outras."]
  
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[https://www.facebook.com/notes/c%C3%A2mara-municipal-de-lisboa/maria-veleda-uma-mulher-de-sempre-e-para-sempre/3047987495221180 - Post do facebook da Câmara Municipal de Lisboa do qual reproduzimos: "Em 1890, aos 19 anos, adota uma criança de 14 meses, Luís Frederico Viegas, órfão de mãe. A esta criança vem juntar-se o seu filho biológico, '''Cândido Guerreiro Xavier da Franca''', fruto da paixão pelo poeta '''Cândido Guerreiro''', também algarvio, com quem '''Maria Veleda''' recusou o casamento, por considerar que o amor não era suficientemente correspondido. Casamento por conveniência – nunca! Ao recusar, '''Maria Veleda''' tem consciência das dificuldades que iria enfrentar como mãe solteira, numa sociedade marcada pelo preconceito e pela ideia da inferioridade da mulher".]
  
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[https://www.cdocfeminista.org/maria-veleda/ Página do Centro de Documentação e Arquivo Feminista Elina Guimarães da qual destacamos: - 2011 - "Em 1908 criou cursos nocturnos e conferências educativas nos Centros Republicanos Afonso Costa, António José de Almeida e Botto Machado, para instruir e educar as mulheres, preparando-as para exercerem uma profissão e participarem na vida social e política. Entre 1911 e 1915, como dirigente da Liga Republicana, empenhou-se na luta pelo sufrágio feminino, escrevendo, discursando, fazendo petições e chefiando delegações e representações aos órgãos de soberania".]
  
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[http://culturafamalicao.blogspot.com/2011/06/maria-veleda-vermelha-feminista.html - Artigo no blogue Cultura Famalicão com informação relevante sobre '''Maria Veleda''' da qual salientamos: "Filha da classe média algarvia, o pai, João Diogo Frederico Crispim, desempenhou cargos de relevo no município de Faro e foi director da Sociedade Teatral da mesma cidade, enquanto que a mãe, Carlota Perpétua da Cruz Crispim, pertencia à burguesia proprietária local. Desta forma, seria influenciada '''Maria Veleda''' pelo teatro, sonhando desde sempre com a pretensão de escrever peças de teatro com personagens femininas, participando, aos sete anos de idade, no Teatro Lethes, na peça “Lenço Branco”. Começa a colaborar, a partir dos dezanove anos, na imprensa algarvia e alentejana, caso dos jornais “O Distrito de Faro”, “Pequeno em Tudo”, “O Almanaque Braz de Alportel”, “O Repórter”, “O Algarve”, “O Alentejo, “A Tarde”, “O Cruzeiro do Sul", etc"]
  
Maria Veleda, bisavó da minha Amiga e Colega, Maria José Franca Miranda, foi uma grande lutadora pela Implantação da República e defensora dos Direitos e Independência das Mulheres.
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[https://museumunicipal.espinho.pt/fotos/balanco_social/catalogo_rostos_da_republica_compactado_21234457155eb41244b6435.pdf - Blogue do Museu Municipal de Espinho onde se pode ler  a biografia de Maria Veleda do qual transcrevemos o seguinte excerto: Professora primária de profissão foi, ainda, militante do movimento feminista e republicano, desenvolvendo o pendor de livre-pensadora e espiritualista.No ano de 1905, instalou-se em Lisboa, começando, nesta altura, a despertar o interesse por assuntos políticos, por isso, a sua literatura passou a ter nova feição, e a colaborar com jornais republicanos. Iniciou-se na maçonaria em 1907, na Loja Humanidade, com o nome simbólico Angústia. Foi cofundadora do Grupo Português de Estudos Feministas, onde exerceu o cargo de Presidente. Criou e ministrou cursos nocturnos no Centro Republicano Afonso Costa, assim como, nos Centros Republicanos António José de Almeida e Boto Machado. Em 1909, foi nomeada Vicepresidente da Direcção do Centro Escolar Fernão Boto Machado tornando-se sócia-fundadora da Liga Republicana das Mulheres Portuguesas e, por iniciativa própria, fundou a Obra Maternal, exercendo, em simultâneo, o cargo de Directora e professora.]
Mas, para além destes notáveis predicados, foi uma POETISA maravilhosa.
 
Com um grande abraço de felicitações para a Zé transcrevo, com sua autorização, este poema da sua Bisavó.
 
  
  
http://culturafamalicao.blogspot.com/2011/06/maria-veleda-vermelha-feminista.html
 
  
[[Category:Autores]][[Category:Escritoree]][[Category:Jornalistas]][[Category:Faro]]
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Veleda, Maria1.png Veleda, Maria2a.png Veleda, Maria3.png Veleda, Maria5.jpg

  • Maria Veleda

Maria Veleda é o pseudónimo de Maria Carolina Frederico Crispim.
Faro, 26/02/1871 - 08/04/1955.

Escritora. Poetisa. Prosadora. Professora. Jornalista. Ativista republicana e feminista. Pioneira na luta pela educação das crianças e dos direitos das mulheres.Patrona da Escola Básica Maria Veleda, do Agrupamento de Escolas José Afonso, em Loures.


  • Texto de Maria Veleda

in blogue culturafamalicao:

“Pobres éramos, pobres ficámos e pobres somos, mas nas nossas almas arde sempre a mesma chama sacrossanta que nos iluminava quando gritámos pela primeira vez: Viva a República! Porque acima da Morte que me espera, está o ideal que me norteia. Sim. Viva a República.”

  • Poema de Maria Veleda de 1931

in blogue projetoteclar.:

Penso que hei-de morrer, ai... brevemente
Pois da velhice pesam-me os invernos;
Que hei-de ascender aos gozos sempiternos,
Aos pés de Deus, magnânimo e clemente.

Em plena luz vivendo alegremente,
Do mundo esquecerei negros infernos,
Meus cânticos soltando, ledos, ternos,
Num poema de Amor, efervescente.

Mas quem há-de amparar-vos, ó meus filhos??
Seguir-vos na aspereza destes trilhos??
Incutir-vos coragem p’ra viver??

Tendes outros afectos... sei-o bem!
Mas não tendes, não tendes outra Mãe...
- Então choro... com pena de morrer!...


  • Notas biográficas

Maria Veleda é o pseudónimo de Maria Carolina Frederico Crispim, nasceu em Faro. Foi escritora de poesia e prosa, professora, jornalista, ativista feminista e republicana, pioneira na luta pela educação das crianças e dos direitos das mulheres. Em 1906, aderiu ao Livre-Pensamento e foi iniciada na Maçonaria, na Loja Humanidade, com o nome simbólico de Angústias, integrando a comissão organizadora do 1.º Congresso do Livre Pensamento, juntamente com José França, Augusto José Vieira, Lourenço Correia Gomes e Francisco Teixeira, e foi uma das fundadoras do Grupo Português dos Estudos Feministas. Com o advento da República a 5 de Outubro de 1910, as feministas republicanas que militavam na Liga Republicana das Mulheres Portuguesas julgaram que havia chegado o momento de apresentarem as suas reivindicações ao novo regime político, contudo esta situação veio a criar divergências no seio do movimento, sobretudo entre Maria Veleda e a dirigente Ana de Castro Osório. Esta última defendia que o direito ao voto apenas para as mulheres que pagassem impostos, fossem maiores de idade e pertencessem à elite intelectual, tendo portanto que ser instruídas. Maria Veleda acreditava que este facto restringia o direito ao voto feminino e assim agravava a situação de desigualdade existente entre as mulheres portuguesas, argumentando que a maioria não teria sequer a oportunidade de aceder à instrução ou à educação de modo a ter autonomia económica ou a sua total emancipação da tutela masculina. Para ela, se se reconhecia às mulheres o direito de voto, era uma incoerência reclamá-lo só para aquelas que pagassem impostos ou fossem consideradas intelectuais. «Seria uma injustiça negar a algumas um direito que é de todas. As mulheres, ricas ou pobres, intelectuais ou analfabetas, devem poder votar em igualdade de circunstâncias com os homens». Na sua opinião, devia pedir-se "tudo" e se não dessem "tudo", não se aceitaria "nada".[9] Devido à crispação das duas facções, em 1911, Ana de Castro Osório demitiu-se da LRMP e Maria Veleda tomou o seu lugar, passando a presidir à organização, com o apoio de uma larga maioria, e a dirigir o periódico A Madrugada. Nesse ano, criou ainda dentro do movimento o Grupo das Treze[10], constituído simbolicamente por treze mulheres que pretendiam combater a ignorância e as superstições, o obscurantismo, o dogmatismo religioso e o conservadorismo que afectavam a sociedade portuguesa e impediam a emancipação das mulheres e o progresso humano.

Veleda13.JPG

  • Bibliografia

Veleda, Maria-capa.jpg

  • Veja mais sobre Maria Veleda nos seguintes links:

- https://pt.wikipedia.org/wiki/Maria_Veleda

- 2011 - No blogue Cultura Famalicao O artigo de Maria VeledaA Propósito, publicado no jornal “A Vanguarda” em 9 de Fevereiro de 1908, a seguir ao regicídio, que esgotou duas edições do mesmo jornal, valeu a Maria Veleda um processo-crime por abuso de liberdade de imprensa, valendo-lhe as suas correligionárias da Liga Republicana das Mulheres Portuguesas, e testemunhando a seu favor personalidades como António José de Almeida, João Chagas, Manuel de Arriaga ou Ana de castro Osório, entre outras."

- Post do facebook da Câmara Municipal de Lisboa do qual reproduzimos: "Em 1890, aos 19 anos, adota uma criança de 14 meses, Luís Frederico Viegas, órfão de mãe. A esta criança vem juntar-se o seu filho biológico, Cândido Guerreiro Xavier da Franca, fruto da paixão pelo poeta Cândido Guerreiro, também algarvio, com quem Maria Veleda recusou o casamento, por considerar que o amor não era suficientemente correspondido. Casamento por conveniência – nunca! Ao recusar, Maria Veleda tem consciência das dificuldades que iria enfrentar como mãe solteira, numa sociedade marcada pelo preconceito e pela ideia da inferioridade da mulher".

Página do Centro de Documentação e Arquivo Feminista Elina Guimarães da qual destacamos: - 2011 - "Em 1908 criou cursos nocturnos e conferências educativas nos Centros Republicanos Afonso Costa, António José de Almeida e Botto Machado, para instruir e educar as mulheres, preparando-as para exercerem uma profissão e participarem na vida social e política. Entre 1911 e 1915, como dirigente da Liga Republicana, empenhou-se na luta pelo sufrágio feminino, escrevendo, discursando, fazendo petições e chefiando delegações e representações aos órgãos de soberania".

- Artigo no blogue Cultura Famalicão com informação relevante sobre Maria Veleda da qual salientamos: "Filha da classe média algarvia, o pai, João Diogo Frederico Crispim, desempenhou cargos de relevo no município de Faro e foi director da Sociedade Teatral da mesma cidade, enquanto que a mãe, Carlota Perpétua da Cruz Crispim, pertencia à burguesia proprietária local. Desta forma, seria influenciada Maria Veleda pelo teatro, sonhando desde sempre com a pretensão de escrever peças de teatro com personagens femininas, participando, aos sete anos de idade, no Teatro Lethes, na peça “Lenço Branco”. Começa a colaborar, a partir dos dezanove anos, na imprensa algarvia e alentejana, caso dos jornais “O Distrito de Faro”, “Pequeno em Tudo”, “O Almanaque Braz de Alportel”, “O Repórter”, “O Algarve”, “O Alentejo, “A Tarde”, “O Cruzeiro do Sul", etc"

- Blogue do Museu Municipal de Espinho onde se pode ler a biografia de Maria Veleda do qual transcrevemos o seguinte excerto: Professora primária de profissão foi, ainda, militante do movimento feminista e republicano, desenvolvendo o pendor de livre-pensadora e espiritualista.No ano de 1905, instalou-se em Lisboa, começando, nesta altura, a despertar o interesse por assuntos políticos, por isso, a sua literatura passou a ter nova feição, e a colaborar com jornais republicanos. Iniciou-se na maçonaria em 1907, na Loja Humanidade, com o nome simbólico Angústia. Foi cofundadora do Grupo Português de Estudos Feministas, onde exerceu o cargo de Presidente. Criou e ministrou cursos nocturnos no Centro Republicano Afonso Costa, assim como, nos Centros Republicanos António José de Almeida e Boto Machado. Em 1909, foi nomeada Vicepresidente da Direcção do Centro Escolar Fernão Boto Machado tornando-se sócia-fundadora da Liga Republicana das Mulheres Portuguesas e, por iniciativa própria, fundou a Obra Maternal, exercendo, em simultâneo, o cargo de Directora e professora.