Penteado, Manuel

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Manuel Penteado

Faro,1874/1911

Foi escritor, militar e médico, tendo ocupado o lugar de tenente médico do quadro de Saúde do Ultramar e foi também cirurgião no Hospital de S. José em Lisboa.

FIGURAS DE FARO - MANUEL PENTEADO mapa cor de rosa Manuel Penteado (1874/1911) é natural de Faro. Foi escritor, militar e médico, tendo ocupado o lugar de tenente médico do quadro de Saúde do Ultramar e foi também cirurgião no Hospital de S. José em Lisboa. Os seus biógrafos reconhecem nele um escritor talentoso e poeta de grande sensibilidade que, só pela sua natural modéstia e reserva não logrou maior aceitação junto do público. Escreveu "Operações Cesarianas" e "Os Outros". As obras "Doentes","Livro Proibido" e "Póstumas" escreveu em colaboração com Fialho de Almeida, Henrique de Vasconcelos, Júlio Dantas, Júlio Bastos e José Abreu. Em 1874 governava em Portugal D. Luís "o POPULAR" (1861/1889) mas pensamos que o Dr. Manuel Penteado terá vivido mais no reinado de D.Carlos (1889/ 1908). O problema político que dominava o País nessa altura era a questão do"Ultimato" do governo britânico - entregue a 11 de Janeiro de 1890 por um "Memorando" - a Portugal, para a retirada das forças militares existentes no território compreendido entre as colónias de Moçambiquee Angola, no actual Zimbabwe , a pretexto de um incidente ocorrido entre portugueses e Macololos. A zona era reclamada por Portugal, que a havia incluído no famoso Mapa cor-de rosa, reclamando a partir da Conferência de Berlim uma faixa de território que ia de Angola à contra-costa, ou seja a Moçambique. A impossibilidade de resistência leva à imediata queda do governo, sendo nomeado a 14 de Janeiro um novo ministério presidido por António de Serpa Pimentel. Inicia-se um profundo movimento de descontentamento social, implicando directamente a família reinante, vista como demasiado próxima dos interesses britânicos, na decadência nacional patente no ultimato. Os republicanos capitalizam este descontentamento, iniciando um crescimento e alargamento da sua base social de apoio que levará à implantação da república em 5 de Outubro de 1910. Alimentando esse ambiente de quase insurreição, a 23 de Março, António José de Almeida, estudante universitário em Coimbra e futuro presidente da república, publica um artigo com o título Bragança, o último, que será considerado calunioso para o rei e o levará à prisão, e a 11 de Abril é posto à venda o Finis Patriae de Guerra Junqueiro ridicularizando a figura do rei. Formalizando a cedência portuguesa, a 20 de Agosto é assinado o Tratado de Londres entre Portugal e a Grã-Bretanha, definindo os limites territoriais de Angola e Moçambique. O tratado foi publicado no Diário do Governo de 30 de Agosto e apresentado ao parlamento na sessão de 30 de Agosto, o que desencadeia novos protestos e nova queda do governo.Foi neste ambiente conturbado que viveu o Dr. Manuel Penteado.

Bibliografia consultada: História de Portugal de Tomás de Barros Histórias à Solta nas Ruas de Faro de Dr. Libertário Viegas Recolha de João Brito Sousa http://adefesadefaro.blogspot.com/2008/01/figuras-de-faro-manuel-penteado.html

Manuel Penteado foi um grande escritor farense.

Nasceu em 1874 e foi tenente, médico e cronista.

Exerceu cirurgia no Hospital São José e publicou vários livros (“Operações cesarianas”, “Livro Proibido”, “Doentes”, etc.).

Dotado de grande sensibilidade, foi na época considerado um escritor talentoso. Privou com Júlio Dantas e Rafael Bordalo Pinheiro.

Morreu em Lisboa em 1911, depois de uma vida repartida, sobretudo, pela capital do império e pelo seu território colonial.

Faro dedica-lhe uma Rua, mas a biblioteca municipal não tem para consulta um único livro seu!… https://marafado.wordpress.com/2009/02/28/manuel-penteado/


Os desconhecidos Júlio Dantas (A Manuel Penteado) Dois cadáveres — vede — aguardam o meu corte: Um homem gigantesco e uma mulher perdida. Dormem nus, sobre a pedra, unidos pela morte, E talvez, sem se ver, passaram pela vida.

Ele, o morto, na seca e descarnada espalda Tem nomes de mulher e várias tatuagens; Treme de nojo o sol na sua pele jalda E abrem-lhe a boca verde uns esgares selvagens.

De tórax d’esmeralda, asa tecida d’ouro, Uma nervosa mosca, em passos indolentes, Para entrar-lhe na boca aflora o buço louro E começa a descer pela escada dos dentes.

Morto há dias, olhai que a rigidez se perde E que o seu corpo está gelatinoso e elástico: Suas costelas são como um teclado verde, Digno das longas mãos dum pianista fantástico!

Ela morreu de parto: entre as airosas coxas Que doira como um fruto uma lanugem pouca, Um feto mostra ao sol as suas carnes roxas, Ajoelhado, a rir, sem olhos e sem boca.

Tem rugas sobre o ventre, e lembra, cada ruga, As que a pedra ao cair traça nos verdes pântanos: Os seus cabelos são dum ruivo tartaruga, O seu rictus perturba e o seu olhar espanta-nos.

Bate-lhe em cheio o sol, como losango d’ouro; Tem no seio listrões de sangue que secou: E pelo flanco enorme, e pelo púbis louro, Lembra os ventres brutais que Van Miéris pintou.

Dir-se-ia que o morto a olha, — reparai, E lhe espreita e deseja as carnes violadas; D’aí, quem sabe lá se ele seria o pai Daquele feto roxo a rir às gargalhadas!

https://www.jornalopcao.com.br/colunas-e-blogs/contraponto/julio-dantas-e-um-escritor-portugues-porte-de-eca-de-queiroz-e-alexandre-herculano-12936/

Penteado, Manuel (1874-1911) militar, médico, escritor

Autor Singular1 As creanças Penteado, Manuel (1874-1911) Sociedade Futura, N.º 11, 15 de Outubro de 1902, Hygiene, p. 4 http://ric.slhi.pt/Sociedade_Futura/autor?id=aut_0000040502


Doentes (1897), em co-autoria com Manuel Penteado https://pt.wikipedia.org/wiki/J%C3%BAlio_Dantas

Manuel Penteado (Faro 1874-1911), médico, militar, escritor, poeta; Francisco Teixeira de Queirós (Arcos de Valdevez, 1848, Sintra 1919), romancista,

1.3. Colaboração Livro Proibido (Profecias, Farças & Sandices) [em colaboração com Henrique Vasconcelos e Manuel Penteado; ilustrações de Celso Hermínio e Francisco Teixeira], Lisboa 1904. https://dspace.uevora.pt/rdpc/bitstream/10174/4904/3/livro_FAlmeida%5B2%5D.pdf

R. Manuel Penteado N. em Faro em 1874 F. em Lisboa em 1911 Foi Tenente-Médico no Ultramar e exerceu medicina cirúrgica no Hospital de S. José, em Lisboa. Escritor de nomeada, Foi cronista do Jornal do Comércio. Escreveu poesias e peças de teatro. Editou vários livros, alguns relacionados com a medicina. https://www.uf-faro.pt/toponimia/ruas.pdf

ahistoriaiberica.blogspot.com/2019/01/fialho-de-almeida-vida-boemia-de-lisboa.html

22 À época, Lage habitava numa pensão, “uma curiosa toca de bons literatos e artistas, conhecida nas tertúlias pelo nome de “Ilha dos Kágados”, no largo de Camões, em Lisboa. Os seus hóspedes, e colegas de Lage, eram já figuras de relevo desse tempo: Manuel Penteado (1874-1911), militar, médico, escritor talentoso e poeta de grande sensibilidade, tendo escrito algumas obras de relevo, como Operações Cesarianas, e Livro Proibido, em parceria com Fialho de Almeida, Júlio Dantas e Henrique Vasconcelos, entre outros; Penteado colaborou ainda nos seguintes jornais: Diário Ilustrado, Diário da Manhã e Correio da Manhã; Augusto Gil (1873-1929) (advogado e poeta, e diretor geral das Belas-Artes); Armando Leça (1891-1977), folclorista, etnomusicólogo e compositor, foi um dos mais profícuos coletores da música portuguesa, colaborou na realização de diversas iniciativas do SPN, quer em concursos, quer em publicações, tendo sido, em 1939, encarregado pela Comissão dos Centenários de efetuar gravações de música do povo português; António Correia de Oliveira (1870-1960) foi jornalista e um grande poeta, cantor do saudosismo e viu muitos dos seus textos serem escolhidos para os livros únicos da língua portuguesa do ensino primário e secundário durante o Estado Novo; João Correia de Oliveira (1881-1960), prosador e autor dramático, escreveu, em colaboração com Francisco Lage, três peças; teve a seu cargo a Biblioteca da Alta Cultura, para a qual traduziu diversas obras filosóficas. Foi pois neste meio intelectual que Lage se movia, enriquecedor e influenciador do seu espírito, um ambiente que certamente lhe abriu perspetivas e horizontes de chegada, antes inconcebíveis. Não terá sido por acaso que foi na “Ilha dos Kágados” que Lage escreveu a sua primeira peça em parceria com João Correia de Oliveira, “Os lobos”, em 1920 (MACHADO, A. Pinto, “Saudades”, Diário do Norte, 18 de julho,

O poema “A parábola do pucaro d’agua”, dedicado a Manuel Penteado, cuja identi'cação não é fácil de encontrar, inicia com uma citação do historiador francês Michelet, extraída de “O Povo” (facultada em versão portuguesa), que, como este título indica, sobrevaloriza a camada popular, no que à arte diz respeito, contrariamente ao que “Acreditaram os românticos”, visto que “o viver do povo encerra em si uma poesia sagrada.”, “na pequenez e na humildade”, relembrando-o as “sombras de Rembrandt”. Evocar Michelet para tratar de uma questão de “púcaro de água”, numa poesia, dá que pensar. A temática do texto lírico, extremamente longo, com vinte e oito estrofes, sendo o mais extenso dos cinco aqui transcritos, é singela e subdivide-se: a poesia, a religião, a sede, a água e a pobreza. A re=exão linguística reaparece em “Assim na branda fala portuguesa/ O désse eu, como o tenho em pensamento!...”, como, voltando de novo à epígrafe deste estudo, se a linguagem verbal não fosse su'cientemente capaz de dar conta do que o poeta pensa e sente. A sintaxe de Augusto Gil, neste poema, é diversa da das quatro composições já analisadas. Constitui um caso à parte por ter frases bem mais longas do que nas anteriores poesias. Nesta composição, nem todo o 'm de estrofe corresponde a uma frase (cf. (VI), (XV), (XXII) e (XXVII)) porque formam frase com os versos da estrofe seguinte, num “enjambement”, embora não seja o modelo estruturante que predomine porque, em quase todas as estrofes, se assinala uma frase: 'm de frase e 'm de estrofe. Algumas (pouquinhas) possuem duas frases: (VII), (VIII) e (XII). A pontuação a indicar a fronteira frásica inclui o ponto e as reticências, estando estas, no entanto, em maioria. Ocorre, igualmente, o ponto de exclamação, mas, numa ocorrência, vem logo seguido de reticências (VII) e é relevante veri'car que este sinal 'naliza a última frase do poema que se quer exclamativo. No texto, há apenas um ponto de interrogação, apesar de este também vir seguido de reticências (V)

Livro Proibido (1904) Livro Proibido (1904)

De Fialho de Almeida e Henrique de Vasconcelos e Manuel Penteado, Lisboa,

https://archive.org/stream/fialhodealmeidai00barruoft/fialhodealmeidai00barruoft_djvu.txt


... ...(Ref. 17104)LIVRO PROHIBIDO (PROFECIAS, FARÇAS & SANDICES)Ano: 1904 1ª Edição Lisboa; Centro Typographico Colonial; In-8º de141(5) páginas; Encadernado

Fialho d´Almeida, Abundio Gomes e Manuel Penteado escreveram, Celso Herminio e francisco Teixeira Interpretaram. "Vae o leitor assistir a um espectaculosinho em três actos complexo- tragédia, comédia de salão e uma revista politica e de costumes- onde tres escritorestrataram de lhe resumir, em tres figurações diferentes, o quantum d´anotação filosofica, optimismo ou agrura dos seus espiritos fasciados." Exemplar encadernado, aparado, possui pequenas manchas de acidez nas capas de brochura, miolo em bom estado de conservação.

https://www.livrariaalfarrabista.com/?pesq=sim

Embora o impacto de Cancioneiro chinez na literatura portuguesa não seja fácil de determinar, são vários os diálogos intertextuais que se detectam na viragem do século: Idyllios chinezes (1897), do poeta brasileiro Luís Guimarães, Filho (1876-1940); Lei-San – Phantasia dramatica em um acto (1903), de Manuel Penteado (1874-1911), peça representada no Teatro D. Amélia a 31 de Março de 1903; e Lin-Tchi-Fá. Poesias do Extremo Oriente (1925), obra única de Maria Tamagnini (1900-1933). https://orientalistasdelinguaportuguesa.wordpress.com/antonio-joaquim-de-castro-feijo/