Neves, Leonel

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Leonel Neves
Leonel Carlos Duarte Neves
Nasceu em Faro a 20 de junho de 1921 e faleceu a 6 de setembro de 1996 (75 anos) em Lagos.
Foi escritor e meteorologista.

  • Biografia


Nasceu em 20 de Junho de 1921, na cidade de Faro, filho de Carlos José Neves, e de Adriana da Conceição Duarte Neves.
Estudou em Faro até ao 6º ano do Liceu. A partir de 1937 passou a viver em Lisboa. Após terminar o ensino liceal, tentou entrar na Escola Naval, mas não foi admitido por falta de peso; obteve a licenciatura em Ciências Matemáticas na Universidade de Lisboa.
Pertenceu ao primeiro curso de meteorologistas portugueses, e ingressou no Serviço Meteorológico Nacional no seu início, em 1946. O seu trabalho levou-o aos Açores, onde ficou durante dois anos, a Moçambique - 6 anos - e ainda Timor-Leste (2 anos).
Durante a adolescência, começou a escrever para jornais e revistas no Algarve, tendo conseguido vários prémios nos Jogos Florais. O seu primeiro livro, Janela Aberta, foi bem recebido pela crítica, tendo sido elogiado por José Régio. Também escreveu letras para vários músicos, incluindo Anatólio Falé e António Mestre, tendo, com este último, elaborado várias canções e fados, que foram gravados por Amália Rodrigues e Luís Goes. Escreveu vários livros, especialmente para o público jovem, tendo trabalhado com António Fernando dos Santos, que lhe ilustrou diversas obras. Participou, igualmente, na antologia De que são feitos os sonhos, e na obras colectiva Canções e histórias em Quatro Estações, com o conto Como é a primavera?. Foi sepultado no Cemitério do Alto de São João, em Lisboa.
A Câmara Municipal de Lagos colocou, em 21 de Agosto de 2002, o seu nome numa rua da Freguesia de Santa Maria, no Concelho de Lagos.[2][1]
  • Bibiografia


Janela aberta: poemas (1940)
Natural do Algarve (1968)
O elefante e a pulga: poemas para crianças (1976)
Amigos em todo o mundo: poemas para os jovens e o povo (1977)
Histórias de Zé Palão (1979)
Um cavalo da cor do arco-íris: romancinho (1980)
Bichos de trazer por casa: poemas para crianças (1981)
Uma dúzia de adivinhas (1981)
O soldadinho e a pomba (1981)
O mistério do quarto bem fechado (1985)
O cão, o gato e a árvore (1987)
Dois macaquinhos à solta (1987)
Ontem à noite (1989)
Memórias de Timor-Leste (1994)
Um Extraterrestre em Lisboa
Sete Contos de Espantar
Novas Histórias do José Palão
Adivinhas e contos para ler na cama

http://guida.querido.net/autor.htm

Nasceu a 20 de Junho de 1921, em Faro. Aí estudou até ao 6º ano do Liceu (corresponde, hoje, ao 10º ano de escolaridade). A partir de 1937 passou a viver em Lisboa, Desde muito novo colaborou em vários jornais e revistas, tendo publicado o seu primeiro livro de poemas em 1940. Só após os 50 anos se dedicou à literatura para jovens; veio a falecer em Odiáxere, perto de Lagos, em 1996. Deixou uma vasta obra - sobretudo de literatura juvenil - tendo publicado, entre outros:

O livrinho dos macacos, poemas e um conto, Livros Horizonte, 1987 Sete contos de espantar, Atlântida Editora, 1975 (2ª edição - 1976) O elefante e a pulga: poemas para crianças, Livros Horizonte, 1976 (2ª edição, 1977) Bichos de trazer por casa: poemas para crianças, Editorial "A Comuna", 1975 (2ª edição, 1978) Dois macaquinhos à solta, 1977 Histórias do Zé Palão, contos, Livros Horizonte, 1977 Amigos em todo o mundo, poemas, Livros Horizonte, 1977 O soldadinho e a pomba, novela, Livros Horizonte, 1981 O polícia bailarino e outros contos, Livros Horizonte, 1979 O menino e as estrelas e outras histórias em verso, Livros Horizonte, 1979 Um cavalo da cor do arco-íris, Livros Horizonte, 1980 Uma dúzia de adivinhas, poemas, Livros Horizonte, 1981 João Careca, mestre detective, contos, Livros Horizonte, 1984 O mistério do quarto bem fechado, 1985 O cão, o gato e a árvore, novela, Edições Asa, 1977


QUARTA-FEIRA, 8 DE JULHO DE 2009 HOMENAGEM A LEONEL NEVES - http://vieiracalado2-poesia.blogspot.com/2009/07/homenagem-leonel-neves.html

A Universidade do Algarve, em Faro, homenageou o poeta algarvio Leonel Neves, no dia 10 de Julho.

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Leonel Neves nasceu em Faro, em 1921, onde fez a Escola Primária, mas as suas raízes levavam-no sempre para o Barlavento (Casalta, na serra, e Vale da Lama, junto ao mar, em Odeáxere, Lagos), durante as férias.

A continuação dos estudos foi em Lisboa, para cursar Matemática na Faculdade de Ciências e formar-se em Engenheiro Geógrafo. Durante este período, juntamente com Ário de Azevedo, Joel Serrão, Rui Grássio, pertence à redacção do jornal Horizonte, da Universidade de Lisboa.

Como poeta, em 1950, colabora com o compositor e guitarrista João Bagão, na renovação do fado de Coimbra, tendo o Dr. Paradela de Oliveira gravado dois dos primeiros fados. Fez, também, várias letras para a música do compositor e acordeonista António Mestre, que foram gravadas por Amália Rodrigues.

Encetou a sua actividade literária, publicando o 1º livro, Janela Aberta.

Depois de ingressar no Serviço Meteorológico Nacional, então no seu início, casa com Maria de Lourdes e, com os dois filhos, Ana Maria e João, parte para Santa Maria, nos Açores.

Vai a Londres onde se especializa com o Prof. Dobson na medição do ozono e, de regresso aos Açores, realiza das primeiras medições ozonométricas quando o problema da camada de ozono ainda não era do conhecimento público.

As suas actividades profissionais levam-no a Lourenço Marques (hoje, Maputo), Moçambique, onde exerce as funções de Inspector do Serviço Meteorológico, cargo que o leva a percorrer todo o território. O passo seguinte é Timor, em 1964, onde permanece dois anos e exerce as funções de Chefe do Serviço Meteorológico de Timor

Quando, em 1966, regressa a Portugal, colabora no grupo do Dr. Luís Góis, fazendo letras para vinte e duas canções e publica Natural do Algarve, Guimarães Editores, em 1968. A Universidade do Algarve fez uma 2ª edição, em 1986, prefaciada por David Mourão-Ferreira

A seguir à publicação do conto Como é a Primavera? no livro Primavera, Vol. 1 de Histórias e Canções em Quatro Estações, colecção coordenada por Maria Alberta Menéres, (Edições ASA), publica, em 1989, Ontem à Noite (Lisboa, Livros Horizonte).

A partir de 75, ensaia uma longa série de publicações de livros infanto-juvenis, muitos dos quais ilustrados por Tóssan, e participa na antologia coordenada por Luísa Ducla Soares (Areal Editores).

Nos últimos anos, Leonel Neves continua a escrever poesia e livros infantis: Visita inúmeras escolas, por todo o país, lendo e falando do seus contos, transmitindo a sua mensagem de fraternidade, mas também do imaginário e da utopia. O seu apego a uma sã pedagogia e convívio com as crianças, o seu sentido humanista e as reminiscências da juventude estão sempre presentes, e delas fez o sentido mais profundo da sua vida.

Morre, a 6 de Setembro, em Odeáxere, no concelho de Lagos. É trasladado para Lisboa, para o Cemitério do Alto de S. João, onde o corpo é cremado (como era seu desejo) e as cinzas depositadas no Jardim das Cinzas.

A 20 de Fevereiro, é postumamente lançado em sessão no Salão Nobre do Teatro Nacional D. Maria ll, Memória de Timor-Leste (Guimarães, Pedra Formosa, Edições). Foram ditos poemas pela actriz Maria do Céu Guerra e pelo editor, poeta Firmino Mendes. Na mesa estiveram presentes e falaram sobre o autor o Prof. Manuel Gomes Guerreiro (ex-reitor da Universidade do Algarve), o Prof. Ário de Azevedo (ex-reitor da Universidade de Évora), o Prof. Joel Serrão (historiador) e o Dr. José Blanc de Portugal (poeta, musicólogo e meteorologista).

Tinha inéditas as obras: Novas Histórias do Zé Palão e Adivinhas e Contos para Ler na Cama. E em projecto, a obra, Retrato de António Aleixo, para a qual havia reunido bastante documentação e trabalhava no livro de poesia A Cal Cúbica e as Manchas, que agora é editado.

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MINHA HOMENAGEM A LEONEL NEVES

meu grande amigo... e primo

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CAL CÚBICA


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Amigo, indefectível amigo,

amigo dos simples, das hortas, do milho

desabrochando deslumbramentos

a esvoaçar por cima de vales e serras

.

já cá andam as andorinhas

que tu desenhavas em palavras

sobrevoando os lugares

de teus olhos transparentes, azuis

olhando antigas casas onde ardiam

os folguedos da tua juventude

a voz serena da simplicidade das coisas chãs

na água fresca correndo no leito antiquíssimo

do rio das tuas memórias.

.

Já por cá andam as andorinhas

a desenhar as tuas palavras nos céus

a sobrevoar a cal cúbica das casas meridionais

da tua juventude

.

o milho verde das frescas hortas

as serras os montes e os vales

da mesma água antiquíssima do rio

por onde andaste

com a simplicidade dos teus olhos azuis

na frescura de folguedos juvenis

desabrochando deslumbramentos

que apenas ficaram… sabes

nos versos que escreveste.

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Este poema já foi publicado no 1º volume de 5 POETAS DE LAGOS (Liliete Cardeira da Silva, Nídio Duarte, Cristiano Cerol, Pedro Magalhães e eu próprio), ed. do Grupo de Amigos De Lagos.


Links

- 2020 -Crónica da TSF

https://planetalgarve.com/2014/10/16/serao-de-poesia-o-mar-ao-fundo-por-afonso-dias-na-biblioteca-municipal-lidia-jorge-24-de-outubro/

Serão de Poesia “O Mar ao Fundo” por Afonso Dias na Biblioteca Municipal Lídia Jorge | 24 de outubro BY JORGE MATOS DIAS ON 16 OUTUBRO, 2014 • ( LEAVE A COMMENT ) Dia 24 de outubro, sexta-feira, venha até à Biblioteca Municipal Lídia Jorge, em Albufeira. Passe o serão connosco a ouvir poesia e música de algarvios – naturais ou adotados – sobre o mar do Algarve que inspirou tantos poetas, bem como o último trabalho discográfico de Afonso Dias que agora vai ser apresentado em Albufeira.

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No dia 24 de outubro vai decorrer um Serão de Poesia, por Afonso Dias, às 21h30, na Biblioteca Municipal Lídia Jorge, em Albufeira.

“O Mar ao Fundo” é o título escolhido para o evento, um espetáculo musical sobre o último trabalho discográfico com o mesmo nome, da autoria de Afonso Dias, que inclui poesia de António Ramos Rosa, António Pereira, Leonel Neves, João Lúcio, Teresa Rita Lopes, Carlos Brito, António Aleixo, Sophia de Mello Breyner, Maria da Conceição Silveira, Natércia Duarte e composições, pesquisa e seleção de Afonso Dias. Conta ainda com a participação especial de Tânia Silva.

O tema deste trabalho discográfico decorre de um verso do poeta armacenense António Pereira: “Sou algarvio/e a minha rua tem o mar ao fundo”. É construído com poesia e música de algarvios – naturais ou adotados – e de amantes do Algarve. “É este mar algarvio que o Infante desafiou, que Gil e Lançarote afrontaram e que deslumbrou Sophia, que hoje inspira este projeto” sublinha. «O Algarve, a que João Lúcio chamou “o meu país do sul”, é pátria de poetas. Há mais de mil anos. De berço uns, por acolhimento outros, todos eles amantes desta terra virada ao mar. Sempre o mar sobrepondo-se, pela magia da distância e da aventura, à ruralidade inicial que hoje sobrevive. Porque ao longo dos tempos foi sempre o mar do Algarve a tecer-lhe o destino, a esculpir-lhe os sonhos, a desenhar-lhe a história».

Afonso Dias há largos anos que serve o Algarve como autor, cantor, ator de teatro, divulgador de poesia em centenas e centenas de sessões, como militante da cultura.

Para ouvir e desfrutar de um raro momento de beleza e de magia, no próximo dia 24 de outubro, na Biblioteca Municipal Lídia Jorge.

Por: Município de Albufeira LEONEL NEVES Leonel Neves nasceu em Faro em 1921. Foi Técnico Superior do Serviço Meteorológico Nacional e autor de muitos livros para crianças. Na poesia a sua primeira publicação foi em 1940 "Janela Aberta" e a mais tarde, em 1968, publicou "Natural do Algarve", com prefácio de David Mourão-Ferreira. É deste segundo livro que extraímos um poema que tem a Serra de Monchique por tema.


http://confrariadospoetasejograis.blogspot.com/

CANÇÃO DA FOIA


No alto da serra de Monchique não há meta nem rota. Acaba-se a Terra... (A Terra é um pião e a Fóia a carota.)


De longe é azul, e ali terra seca, deserta e parada. A norte e a sul, jardim e charneca são terra, mais nada.


Serra de Monchique, a mais linda que há e mais fontes deu - a quem suba e fique na Fóia, dará só pedras e céu.


Lá dormem as nuvens, lá moram os ventos e poisam estrelas; lá, noite, tu vens sem mãos nem unguentos, sem frutos nem velas.


Mas de dia, quando o sol traz com ele os longes que viu, o mar é tão grande do alto daquele mirante algarvio,


que lá vê a gente a nau dos milagres que é todo o Algarve e a proa em São Vicente e a bússola em Sagres... (A Fóia é a gávea.)


Leonel Neves in "Natural do Algarve" Publicada por Unknown à(s) 10:27 S