Difference between revisions of "Neruda, Pablo - Livros Proibidos"

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*'''Pablo Neruda''' (1904 - 1973)
 
*'''Pablo Neruda''' (1904 - 1973)
  
  Poeta, político e diplomata chileno. Ganhou o Prémio Nobel da Literatura em 1971.<br /> [[File:Encontro-Antologia-de-Autores-Modernos-censura.jpg|160px]]<br />
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  Poeta, político e diplomata chileno. Ganhou o Prémio Nobel da Literatura em 1971.<br />  
  
 
  Concebido como Canto Geral do Chile ou, mais precisamente, como uma obra de contornos épicos que abarcasse toda a geografia e história do Chile e as suas repercussões no homem, este livro, iniciado em 1938, viria a transformar-se, com o tempo, num Canto Geral da América. Obra escrita na sua maioria na clandestinidade, é mais representativa do autor que a construiu e forjou numa espécie de nomadismo constante, em busca da sua forma final. Metáfora da sua própria vida e das causas e convicções que abraçou. Foi objeto de inú- meras perseguições dos líderes políticos, especialmente no Chile e na Argentina. As suas obras foram censuradas e banidas.  
 
  Concebido como Canto Geral do Chile ou, mais precisamente, como uma obra de contornos épicos que abarcasse toda a geografia e história do Chile e as suas repercussões no homem, este livro, iniciado em 1938, viria a transformar-se, com o tempo, num Canto Geral da América. Obra escrita na sua maioria na clandestinidade, é mais representativa do autor que a construiu e forjou numa espécie de nomadismo constante, em busca da sua forma final. Metáfora da sua própria vida e das causas e convicções que abraçou. Foi objeto de inú- meras perseguições dos líderes políticos, especialmente no Chile e na Argentina. As suas obras foram censuradas e banidas.  

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  • Pablo Neruda (1904 - 1973)
Poeta, político e diplomata chileno. Ganhou o Prémio Nobel da Literatura em 1971.
Concebido como Canto Geral do Chile ou, mais precisamente, como uma obra de contornos épicos que abarcasse toda a geografia e história do Chile e as suas repercussões no homem, este livro, iniciado em 1938, viria a transformar-se, com o tempo, num Canto Geral da América. Obra escrita na sua maioria na clandestinidade, é mais representativa do autor que a construiu e forjou numa espécie de nomadismo constante, em busca da sua forma final. Metáfora da sua própria vida e das causas e convicções que abraçou. Foi objeto de inú- meras perseguições dos líderes políticos, especialmente no Chile e na Argentina. As suas obras foram censuradas e banidas. 

Pablo Neruda e o seu Canto Geral foram os protagonistas da edição do mês de junho que teve como convidado o músico, poeta e letrista Pedro Abrunhosa. O encontro, moderado por Nicolau Santos, aconteceu no dia 18 de junho. Concebido como Canto Geral do Chile ou, mais precisamente, como uma obra de contornos épicos que abarcasse toda a geografia e história do Chile e as suas repercussões no homem, este livro, iniciado em 1938, viria a transformar-se, com o tempo, num Canto Geral da América. Obra escrita na sua maioria na clandestinidade, é mais representativa do autor que a construiu e forjou numa espécie de nomadismo constante, em busca da sua forma final. Metáfora da sua própria vida e das causas e convicções que abraçou. Foi objeto de inú- meras perseguições dos líderes políticos, especialmente no Chile e na Argentina. As suas obras foram censuradas e banidas. A primeira edição do Canto Geral (de tiragem restrita e numerada, com ilustrações de Diego Riviera e David Siqueiros) foi publicada no México, em 1950, logo de seguida, no mesmo ano, numa edição clandestina no Chile. Poeta, diplomata, homem da palavra, exilado da sua pátria, viajante do mundo, Pablo Neruda teve na sua passagem por Espanha um período importante da sua vida. Regressou ao Chile em 1938, com um grupo de refugiados espanhóis. Tal atitude seria responsá- vel por novo desterro, desta vez no México, onde se dedicou intensamente à produção de poesia. Em 1943 regressou, uma vez mais, ao Chile, sendo recebido como um herói pelos seus conterrâneos. Nos anos seguintes dedicar-se-ia à causa pública chilena, mantendo um papel político ativo mas sem nunca abandonar a escrita. https://www.oeiras.pt/-/livros-proibidos-da-am%C3%A9rica-latina-

  • Livro Proibido - Encontro
  • “Hino e Regresso”

Pátria, pátria minha, a ti regressa o meu sangue.
Mas peço-te, como o filho cheio de pranto
pede à mãe:
Acolhe
esta guitarra cega
e esta fronte perdida.
Saí a procurar-te filhos pela terra,
saí a erguer vencidos com o teu nome de neve,
saí a erguer a tua estrela aos heróis feridos.

Agora quero dormir na tua substancia.
dá-me uma clara noite de cordas penetrantes,
a tua noite de navio, altura de estrelas.

Pátria minha: quero mudar de sombra.
Pátria minha: quero trocar de rosa.

Quero pôr o braço na tua frágil cintura
e sentar-me nas tuas pedras calcinadas pelo mar.
para deter o trigo e olhá-lo por dentro.

Vou escolher a flora delgada do nitrato,
vou fiar o estambre glacial do sino
e olhando a tua ilustre e solitária espuma
tecerei à tua beleza um ramo litoral.

Pátria, pátria minha,
toda rodeada de água combatente
e neve combatida,
em ti a águia junta-se ao enxofre
e na tua antártica mão de arminho e de safira,
uma gota incendiando céu.

Guarda a tua luz, oh pátria! Mantém
a dura espiga de esperança no meio
do cego ar temível.

Na tua remota terra caiu toda esta luz difícil,
este destino dos homens,
que te faz defender uma flor misteriosa,
só, na imensidade da América adormecida.

  • Outros poemas de Pablo Neruda

PoemaNeruda.png

  • Outros poemas em espanhol


El viento en la isla
El viento es un caballo:
óyelo cómo corre
por el mar, por el cielo.

Quiere llevarme: escucha
cómo recorre el mundo
para llevarme lejos.

Escóndeme en tus brazos
por esta noche sola,
mientras la lluvia rompe
contra el mar y la tierra
su boca innumerable.

Escucha como el viento
me llama galopando
para llevarme lejos.

Con tu frente en mi frente,
con tu boca en mi boca,
atados nuestros cuerpos
al amor que nos quema,
deja que el viento pase
sin que pueda llevarme.

Deja que el viento corra
coronado de espuma,
que me llame y me busque
galopando en la sombra,
mientras yo, sumergido
bajo tus grandes ojos,
por esta noche sola
descansaré, amor mío.


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