Matos, Raul

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  • Manuel Raul de Matos"

Faro -1915


Poente, fogo na Ria, Sete cores desiguais. Chilram aves morre o dia E vertem sangue os sapais...


Franklim Marques publicado na defesa em Julho de 2007 atrevi-me a glosar, em alinhavadas quintilhas, a referida quadra. A glosa não estará à altura do mote, mas o quadro encenado foi de uma beleza deslumbrante. Franklim Marques publicado na defesa em Julho de 2007


E a brisa, que a terra invade, Traz o cheiro a maresia Com um gosto de saudade E vem dizer à cidade: Poente, fogo na Ria.

Desmaia o Sol em esplendor Sobre a doca, sobre o cais. E, paleta de pintor, Depõe na tela, com amor, Sete cores desiguais.

Em alegre revoada, Regresso de romaria, Vai chegando a passarada Que no Jardim tem morada: Chilram aves, morre o dia.

Há alegria no ar, No chilreio dos pardais. Mas, por um dia tombar, Cai a tristeza no mar E vertem sangue os sapais...




  • Notas Biográficas

MATOS, Manuel Raul de – nasceu em Faro, em 1915. Em 1929, entrou para a Tipografia União (v.), de Faro, onde aprendeu a arte tipográfica especializando-se na impressão. A partir da década de 40, era ele quem dirigia os trabalhos de impressão dos jornais aqui impressos. Permaneceu nesta oficina até à sua aposentação, em 1985. Foi um poeta popular de reconhecido mérito. Concorreu a muitos concursos poéticos, cerca de trinta, e ganhou quatro primeiros prémios, vários segundos, terceiros e menções honrosas. Espalhou a sua produção poética por vários jornais da província. Parte da sua produção poética foi recolhida e editada pela Câmara Municipal de Faro, em 1988, sob o título Que terra é essa, o Algarve?!... (Poemas), (v. catálogo, n.º 210.). Dedicou-se também ao teatro amador. Em 1985, foi condecorado pela Câmara Municipal de Faro com a Medalha de Mérito da Cidade. Teodomiro Neto, em artigo publicado no jornal O Algarve, de 01/12/1988, intitulado “Dois Poetas da Palavra” (Raul de Matos e António Ramos Rosa), caracteriza assim o percurso do autor: “Raul de Matos começou a trabalhar na palavra, ainda criança, sem passar pela escola; foi agrupando letras metálicas até construir a palavra na tipografia União, onde o menino iniciou a precoce vida de homem. Como tipógrafo agarrou-se 442 profissionalmente às letras, depois o poeta ajuntou as palavras, claras, ligeiras, bonitas, simples. À sua medida…” In: https://folhadodomingo.pt/joao-pires-uma-memoria/

  • Bibliografia:


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