Lefebvre, Henri - Livros Proibidos

From Wikipédia de Autores Algarvios
Revision as of 20:31, 29 February 2024 by Admin (talk | contribs)

Jump to: navigation, search

Henri Lefebvre 1971.jpg Lefebvre.jpg Encontro-Antologia-de-Autores-Modernos-capa.jpg Encontro-Antologia-de-Autores-Modernos-censura.jpg

  • Henri Lefebvre (1901 — 1991)
Filósofo e sociólogo francês. Estudou filosofia na Universidade de Paris, onde se graduou em 1920. A obra de Henri Lefebvre é bastante extensa (escreveu mais de 70 livros), abrangendo análises do marxismo no século XX à luz dos textos do próprio Marx, e mantendo intenso debate com grandes filósofos da época, como Sartre. Em Portugal foram publicados os livros O Marxismo (1974) e o O Pensamento de Lenin (1957).
  • Livro Proibido - Encontros - Antologia de Autores Modernos
Nesta Antologia de 1949 foram publicados alguns textos de Henri Lefebvre dos quais reproduzimos alguns excertos.
Encontro-Antologia-de-Autores-Modernos-censura-excerto.jpg
  • Excerto 1 - Notas breves sobre alguns lugares tornados comuns.
O poeta desdobra-se, insuportavelmente, pois “eu é um outro”, e sabe-o. Mas ele torna a encontrar, ao nível da vida elementar, sensível e na confusão – na nevrose mantida – uma espécie de unidade informe. “Inefável tortura”, acrescenta a carta bem conhecida, pois o poeta “procura mesmo, esgota em si todos os venenos” e todas as formas de sofrimento e de loucura. (Rimbaud Carta de 15 de Maio de 1871). É ao nível do real quotidiano que se opera a alquimia que o transmuda em poesia por meio das palavras. E nos “Chants de Maldoror”, é bem da aproximação imprevista de dois objetos familiares – por exemplo um guarda-chuva e uma máquina de costura sobre uma mesa de dissecção – que surge o efeito da surpresa, o choque simultaneamente intelectual e nervoso, no qual Lautréamont descobre aquilo a que chama ainda a beleza.
               
  • Excerto 2 - Notas breves sobre alguns lugares tornados comuns.
A antiga sabedoria sabia que a velhice é um mal pior que a morte. Os nossos metafísicos que tanto nos falam do “outro – diferente do ser” (para imitar uma vez mais o seu palavreado), não nos falam muito da velhice. É que este pensamento nada tem de excitante ou do outro mundo. É apenas uma triste realidade; e, no entanto, este pensamento diz-nos o que temos a vencer, imediatamente e em cada um de nós, ainda que sejamos muito jovens, e em todos os instantes da vida quotidiana. Sabe-se, muito bem, por outro lado, que a velhice não tem necessidade de procurar o pensamento da morte, que vem só por si, sem nada trazer. Mas se a juventude sente a necessidade de pensar na morte para estimular o desejo de viver; só ela se proclama com orgulho, julgando-se carregada de verdade pelo simples facto de ser juventude – e se, ao mesmo tempo, ela emurchece com o pensamento obsidiante da morte, então é preciso lamentá-la por essa velhice prematura!
A filosofia aliou-se, portanto, com a literatura nesta grande conspiração contra a vida quotidiana do homem.
Logo25abril50anosleiturascensuradas.png

Wiki-nao-censurada-lapisazul.png

Voltar à Página Inicial da wiki 25 de Abril - 50 anos - Leituras em Liberdade