Difference between revisions of "Gide, André - Livros Proibidos"

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'''André Gide'''
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'''André Gide'''(1869-1951) PRÉMIO NOBEL DA LITERATURA 1947
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Escritor francês que desde cedo mostrou apetência para a Literatura e a Poesia,  começou a publicar textos com apenas vinte anos, sendo um artista do Simbolismo, que logo abandonou  Na obra '''Nourritures Terrestres''' defendeu a doutrina do hedonismo ativo, ou seja o prazer como bem supremo. Desde então, o autor dedicou-se a examinar  problemas da liberdade individual e da responsabilidade, tendo entrado por vezes em conflito com a moralidade convencional. Em 1909, Gide foi um dos fundadores da revista literária Nouvelle Revue. Tornou-se o mentor de toda uma geração que, na sequência da Primeira Guerra Mundial, se preocupava em conciliar a lucidez da razão com as forças instintivas. Com '''Les Caves du Vatican''', de 1914, Gide foi pela primeira vez acusado de ser anticlerical. Um ano após a sua morte, em 1952, o Vaticano incluiu todas as suas obras no Índice de Livros Proibidos. Em 1925, lançou aquele que foi considerado um dos seus melhores romances, intitulado '''Les Faux-Monnayeurs''', onde o protagonismo foi dado à juventude parisiense, inclusivamente através de homossexuais, delinquentes e mulheres adúlteras.<br />
  
 
* Livro Proibido - '''Encontros - Antologia de Autores Modernos''' <br />
 
* Livro Proibido - '''Encontros - Antologia de Autores Modernos''' <br />
  Nesta Antologia de 1949 foram publicados alguns textos de Andre Gide dos quais reproduzimos alguns excertos.<br />
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  Nesta Antologia de 1949 foram publicados alguns textos do conto "A Volta do Filho Pródigo" de Andre Gide do qual reproduzimos alguns excertos.<br />
 
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-Le retour de l'enfant prodigue é um conto de André Gide. Gide escreveu a história no início de 1907. Baseia-se na parábola bíblica do filho pródigo. A história começa com o filho pródigo voltando para casa, não arrependido, mas faminto, pobre e frustrado por não ter conseguido atingir seu objetivo.
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'''A Volta do Filho Pródigo (Le retour de l'enfant prodigue)''' é um conto de André Gide escrito no início de 1907. Baseia-se na parábola bíblica do filho pródigo. A história começa com o filho pródigo voltando para casa, não arrependido, mas faminto, pobre e frustrado por não ter conseguido atingir seu objetivo, em que  o Pai simboliza o próprio Deus cristão, a Mãe compreensiva a Igreja Católica, o irmão mais velho a doutrina cristã e o mais novo, o rebelde, a sua filosofia da ruptura com os laços convencionais, sempre exibida em todas as suas obras.
  
'''L’ENFANT PRODIGUE'''<br />
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*Texto 1 (en francês)'''L’ENFANT PRODIGUE'''<br />
 
  Lorsqu’après une longue absence, fatigué de sa fantaisie et comme désépris de lui-même, l’enfant prodigue, du fond de ce dénûment qu’il cherchait, songe au visage de son père, à cette chambre point étroite où sa mère au-dessus de son lit se penchait, à ce jardin abreuvé d’eau courante, mais clos et d’où toujours il désirait s’évader, à l’économe  aîné qu’il n’a jamais aimé, mais qui détient encore dans l’attente cette part de ses biens que, prodigue, il n’a pu dilapider – l’enfant s’avoue qu’il n’a pas trouvé le bonheur, ni même su prolonger bien longtemps cette ivresse qu’à défaut de bonheur il cherchait. – Ah ! pense-t-il, si mon père, d’abord irrité contre moi, m’a cru mort,peut-être, malgré mon péché, se réjouirait-il de me revoir ; ah ! revenant à lui bien humblement, le front bas et couvert de cendre, si, m’inclinant devant lui, lui disant : « Mon père, j’ai péché contre le ciel et contre toi », que ferai-je si, de sa main me relevant, il me dit : « Entre dans la maison, mon fils » ?… Et l’enfant déjà pieusement s’achemine.<br />
 
  Lorsqu’après une longue absence, fatigué de sa fantaisie et comme désépris de lui-même, l’enfant prodigue, du fond de ce dénûment qu’il cherchait, songe au visage de son père, à cette chambre point étroite où sa mère au-dessus de son lit se penchait, à ce jardin abreuvé d’eau courante, mais clos et d’où toujours il désirait s’évader, à l’économe  aîné qu’il n’a jamais aimé, mais qui détient encore dans l’attente cette part de ses biens que, prodigue, il n’a pu dilapider – l’enfant s’avoue qu’il n’a pas trouvé le bonheur, ni même su prolonger bien longtemps cette ivresse qu’à défaut de bonheur il cherchait. – Ah ! pense-t-il, si mon père, d’abord irrité contre moi, m’a cru mort,peut-être, malgré mon péché, se réjouirait-il de me revoir ; ah ! revenant à lui bien humblement, le front bas et couvert de cendre, si, m’inclinant devant lui, lui disant : « Mon père, j’ai péché contre le ciel et contre toi », que ferai-je si, de sa main me relevant, il me dit : « Entre dans la maison, mon fils » ?… Et l’enfant déjà pieusement s’achemine.<br />
  
 
https://www.ebooksgratuits.com/pdf/gide_le_retour_de_l_enfant_prodigue.pdf<br />
 
https://www.ebooksgratuits.com/pdf/gide_le_retour_de_l_enfant_prodigue.pdf<br />
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*Texto 1 (em português) '''O FILHO PRÓDIGO'''
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Quando  após longa  ausência,  fatigado  de sua fantasia e como desprendido  de si mesmo,  o filho pródigo, do  fundo dessa  privação  que procurava, lembra-se do rosto de seu pai, do quarto bastante amplo onde a mãe sobre o seu leito se inclinava, do  jardim regado pela água corrente, mas cercado e de onde sempre desejou fugir, do irmão previdente a quem  jamais  amou, mas que guarda ainda à sua espera a parte de seus bens que ele, pródigo, não conseguiu dilapidar — o jovem  reconhece não ter encontrado a felicidade, nem mesmo conseguido prolongar por muito tempo aquela embriaguez que, à falta de felicidade, procurou. — Ah! pensa con­sigo, se meu pai, que a princípio, irritado contra mim, me dera como morto, pudesse talvez, apesar  de  meu pecado,  alegrar-se  de  me  ver;  ah!  se  acaso  voltando humildemente,  a  fronte  baixa e coberta de cinzas, e inclinando-me diante dele, lhe disser: “Meu pai, pequei contra  o céu e contra  vós” — que farei  se, erguendo­ me  com  a  mão,  me  responder:  “Entra  em  casa,  meu filho”? . . . E o filho contrito já  se põe a caminho. In: https://gavetadoivo.wordpress.com/2016/10/12/o-filho-prodigo-afinal/
  
 
'''O FILHO PRÓDIGO'''<br />
 
'''O FILHO PRÓDIGO'''<br />
  
  Depois de uma longa ausência, quando fatigado com a sua fantasia e como que desapaixonado de si mesmo, o filho pródigo, no fundo daquele desapego que procura, sonha com a face de seu pai, com aquele quarto nada estreito onde sua mãe se debruçava sobre o leito, com aquele jardim embebido em água corrente, mas fechado e donde sempre desejou evadir-se, com o irmão mais velho e economto de quem nunca gostou, mas que, na espectatin, conserva ainda aquela parte dos seus bens que, prdigo, não pode dissipar-o filho confessa que encontrou a felicidade, nem mesmo a de ter saldo prolongar aquela embriaguez que, à falta de feliidade, procurava.-Ah! pensa ele, se meu pai tão depressa irritado comigo, me julgou morto, talz, apesar do meu pecado, se alegrasse de me torar a ver; ah! voltando a ele muito humilde-ete, de cabeça baixa e coberta de cinza, se incnando-me perante ele, dizendo-lhe:. < Meu pai, pelei contra o cou e contra ti>, que faria eu se,letando-me com a sua mão, ele me disser: <Entra em casa, meu filho,?... E o filho já piedosamente sencaminha<br />
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*Texto 1 (em português) do livro '''Encontro'''
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  DEPOIS de uma longa ausência, quando fatigado com a sua fantasia e como que desapaixonado de si mesmo, o filho pródigo, no fundo daquele desapego que procura, sonha com a face de seu pai, com aquele quarto nada estreito onde sua mãe se debruçava sobre o leito, com aquele jardim embebido em água corrente, mas fechado e donde sempre desejou evadir-se, com o irmão mais velho e económico de quem nunca gostou, mas que, na espetativa, conserva ainda aquela parte dos seus bens que, pródigo, não pode dissipar -o filho confessa que não encontrou a felicidade, nem mesmo a de ter sabido prolongar aquela embriaguez que, à falta de felicidade, procurava.-Ah! pensa ele, se meu pai tão depressa irritado comigo, me julgou morto, talvez, apesar do meu pecado, se alegrasse de me tornar a ver; ah! voltando a ele muito humildemente, de cabeça baixa e coberta de cinza, se inclinando-me perante ele, dizendo-lhe:. < Meu pai, pequei contra o céu e contra ti>, que faria eu se, levantando-me com a sua mão, ele me disser: <Entra em casa, meu filho,?... E o filho já piedosamente se encaminha.
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LA MÈRE<br />
 
LA MÈRE<br />
 
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  Prodigue enfant, dont l’esprit, aux propos de ton frère, regimbe encore, laisse à présent ton cœur parler. Qu’il t’est doux, à demi couché aux pieds de ta mère assise, le front caché dans ses genoux, de sentir sa caressante main incliner ta nuque rebelle !<br /> – Pourquoi m’as-tu laissée si longtemps ?<br /> Et comme tu ne réponds que par des larmes :<br /> – Pourquoi pleurer à présent, mon fils ? Tu m’es  rendu. Dans l’attente de toi j’ai versé toutes mes larmes.<br /> – M’attendiez-vous encore ?<br />– Jamais je n’ai cessé de t’espérer. Avant de m’endormir,<br />chaque soir, je pensais : s’il revient cette nuit, saura-t-il bien ouvrir la porte ? et j’étais longue à m’endormir. Chaque matin, avant de m’éveiller tout à fait, je pensais : Est-ce pas aujourd’hui qu’il revient ? Puis je priais. J’ai tant prié, qu’il te fallait bien revenir.<br />
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  Prodigue enfant, dont l’esprit, aux propos de ton frère, regimbe encore, laisse à présent ton cœur parler. Qu’il t’est doux, à demi couché aux pieds de ta mère assise, le front caché dans ses genoux, de sentir sa caressante main incliner ta nuque rebelle !<br /> – Pourquoi m’as-tu laissée si longtemps ?<br /> Et comme tu ne réponds que par des larmes :<br /> – Pourquoi pleurer à présent, mon fils ? Tu m’es  rendu. Dans l’attente de toi j’ai versé toutes mes larmes.<br /> – M’attendiez-vous encore ?<br />– Jamais je n’ai cessé de t’espérer. Avant de m’endormir,<br />chaque soir, je pensais : s’il revient cette nuit, saura-t-il bien ouvrir la porte ? et j’étais longue à m’endormir. Chaque matin, avant de m’éveiller tout à fait, je pensais : Est-ce pas aujourd’hui qu’il revient ? Puis je priais. J’ai tant prié, qu’il te fallait bien revenir.<br />– Vos prières ont forcé mon retour.<br />– Ne souris pas de moi, mon enfant.<br />– Ô mère ! je reviens à vous très humble. Voyez comme je mets mon front plus bas que votre cœur ! Il n’est plus une de mes pensées d’hier qui ne devienne vaine aujourd’hui. À peine si je comprends, près de vous, pourquoi j’étais parti de la maison.<br />– Tu ne partiras plus ?<br />(Pág.15)  
– Vos prières ont forcé mon retour.<br />
 
– Ne souris pas de moi, mon enfant.<br />
 
– Ô mère ! je reviens à vous très humble. Voyez comme je mets mon front plus bas que votre cœur ! Il n’est plus une de mes pensées d’hier qui ne devienne vaine aujourd’hui. À peine si je comprends, près de vous, pourquoi j’étais parti de la maison.<br />
 
– Tu ne partiras plus ?<br />(Pág.15)  
 
  
 
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André Gide(1869-1951) PRÉMIO NOBEL DA LITERATURA 1947

Escritor francês que desde cedo mostrou apetência para a Literatura e a Poesia,  começou a publicar textos com apenas vinte anos, sendo um artista do Simbolismo, que logo abandonou  Na obra Nourritures Terrestres defendeu a doutrina do hedonismo ativo, ou seja o prazer como bem supremo. Desde então, o autor dedicou-se a examinar  problemas da liberdade individual e da responsabilidade, tendo entrado por vezes em conflito com a moralidade convencional. Em 1909, Gide foi um dos fundadores da revista literária Nouvelle Revue. Tornou-se o mentor de toda uma geração que, na sequência da Primeira Guerra Mundial, se preocupava em conciliar a lucidez da razão com as forças instintivas. Com Les Caves du Vatican, de 1914, Gide foi pela primeira vez acusado de ser anticlerical. Um ano após a sua morte, em 1952, o Vaticano incluiu todas as suas obras no Índice de Livros Proibidos. Em 1925, lançou aquele que foi considerado um dos seus melhores romances, intitulado Les Faux-Monnayeurs, onde o protagonismo foi dado à juventude parisiense, inclusivamente através de homossexuais, delinquentes e mulheres adúlteras.
  • Livro Proibido - Encontros - Antologia de Autores Modernos
Nesta Antologia de 1949 foram publicados alguns textos do conto "A Volta do Filho Pródigo" de Andre Gide  do qual reproduzimos alguns excertos.

Encontro-Antologia-de-Autores-Modernos-censura-excerto.jpg

Livrogides.jpg

A Volta do Filho Pródigo (Le retour de l'enfant prodigue) é um conto de André Gide escrito no início de 1907. Baseia-se na parábola bíblica do filho pródigo. A história começa com o filho pródigo voltando para casa, não arrependido, mas faminto, pobre e frustrado por não ter conseguido atingir seu objetivo, em que  o Pai simboliza o próprio Deus cristão, a Mãe compreensiva a Igreja Católica, o irmão mais velho a doutrina cristã e o mais novo, o rebelde, a sua filosofia da ruptura com os laços convencionais, sempre exibida em todas as suas obras.
  • Texto 1 (en francês)L’ENFANT PRODIGUE
Lorsqu’après une longue absence, fatigué de sa fantaisie et comme désépris de lui-même, l’enfant prodigue, du fond de ce dénûment qu’il cherchait, songe au visage de son père, à cette chambre point étroite où sa mère au-dessus de son lit se penchait, à ce jardin abreuvé d’eau courante, mais clos et d’où toujours il désirait s’évader, à l’économe   aîné qu’il n’a jamais aimé, mais qui détient encore dans l’attente cette part de ses biens que, prodigue, il n’a pu dilapider – l’enfant s’avoue qu’il n’a pas trouvé le bonheur, ni même su prolonger bien longtemps cette ivresse qu’à défaut de bonheur il cherchait. – Ah ! pense-t-il, si mon père, d’abord irrité contre moi, m’a cru mort,peut-être, malgré mon péché, se réjouirait-il de me revoir ; ah ! revenant à lui bien humblement, le front bas et couvert de cendre, si, m’inclinant devant lui, lui disant : « Mon père, j’ai péché contre le ciel et contre toi », que ferai-je si, de sa main me relevant, il me dit : « Entre dans la maison, mon fils » ?… Et l’enfant déjà pieusement s’achemine.

https://www.ebooksgratuits.com/pdf/gide_le_retour_de_l_enfant_prodigue.pdf


  • Texto 1 (em português) O FILHO PRÓDIGO
Quando  após longa  ausência,  fatigado  de sua fantasia e como desprendido  de si mesmo,  o filho pródigo, do  fundo dessa  privação  que procurava, lembra-se do rosto de seu pai, do quarto bastante amplo onde a mãe sobre o seu leito se inclinava, do  jardim regado pela água corrente, mas cercado e de onde sempre desejou fugir, do irmão previdente a quem  jamais  amou, mas que guarda ainda à sua espera a parte de seus bens que ele, pródigo, não conseguiu dilapidar — o jovem  reconhece não ter encontrado a felicidade, nem mesmo conseguido prolongar por muito tempo aquela embriaguez que, à falta de felicidade, procurou. — Ah! pensa con­sigo, se meu pai, que a princípio, irritado contra mim, me dera como morto, pudesse talvez, apesar  de  meu pecado,  alegrar-se  de  me  ver;  ah!  se  acaso  voltando humildemente,  a  fronte  baixa e coberta de cinzas, e inclinando-me diante dele, lhe disser: “Meu pai, pequei contra  o céu e contra  vós” — que farei  se, erguendo­ me  com  a  mão,  me  responder:  “Entra  em  casa,  meu filho”? . . . E o filho contrito já  se põe a caminho. In: https://gavetadoivo.wordpress.com/2016/10/12/o-filho-prodigo-afinal/

O FILHO PRÓDIGO

  • Texto 1 (em português) do livro Encontro
DEPOIS de uma longa ausência, quando fatigado com a sua fantasia e como que desapaixonado de si mesmo, o filho pródigo, no fundo daquele desapego que procura, sonha com a face de seu pai, com aquele quarto nada estreito onde sua mãe se debruçava sobre o leito, com aquele jardim embebido em água corrente, mas fechado e donde sempre desejou evadir-se, com o irmão mais velho e económico de quem nunca gostou, mas que, na espetativa, conserva ainda aquela parte dos seus bens que, pródigo, não pode dissipar -o filho confessa que não encontrou a felicidade, nem mesmo a de ter sabido prolongar aquela embriaguez que, à falta de felicidade, procurava.-Ah! pensa ele, se meu pai tão depressa irritado comigo, me julgou morto, talvez, apesar do meu pecado, se alegrasse de me tornar a ver; ah! voltando a ele muito humildemente, de cabeça baixa e coberta de cinza, se inclinando-me perante ele, dizendo-lhe:. < Meu pai, pequei contra o céu e contra ti>, que faria eu se, levantando-me com a sua mão, ele me disser: <Entra em casa, meu filho,?... E o filho já piedosamente se encaminha.


LA MÈRE

Prodigue enfant, dont l’esprit, aux propos de ton frère, regimbe encore, laisse à présent ton cœur parler. Qu’il t’est doux, à demi couché aux pieds de ta mère assise, le front caché dans ses genoux, de sentir sa caressante main incliner ta nuque rebelle !
– Pourquoi m’as-tu laissée si longtemps ?
Et comme tu ne réponds que par des larmes :
– Pourquoi pleurer à présent, mon fils ? Tu m’es rendu. Dans l’attente de toi j’ai versé toutes mes larmes.
– M’attendiez-vous encore ?
– Jamais je n’ai cessé de t’espérer. Avant de m’endormir,
chaque soir, je pensais : s’il revient cette nuit, saura-t-il bien ouvrir la porte ? et j’étais longue à m’endormir. Chaque matin, avant de m’éveiller tout à fait, je pensais : Est-ce pas aujourd’hui qu’il revient ? Puis je priais. J’ai tant prié, qu’il te fallait bien revenir.
– Vos prières ont forcé mon retour.
– Ne souris pas de moi, mon enfant.
– Ô mère ! je reviens à vous très humble. Voyez comme je mets mon front plus bas que votre cœur ! Il n’est plus une de mes pensées d’hier qui ne devienne vaine aujourd’hui. À peine si je comprends, près de vous, pourquoi j’étais parti de la maison.
– Tu ne partiras plus ?
(Pág.15)
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