Campinas, António Vicente - Livros Proibidos

From Wikipédia de Autores Algarvios
Revision as of 20:47, 18 February 2024 by Admin (talk | contribs) (Created page with "165px<br /> *'''António Vicente Campinas''' (1910 - 1998) Poeta. Romancista. Cronista. Jornalista. Resistente antifascista. Patrono d...")

(diff) ← Older revision | Latest revision (diff) | Newer revision → (diff)
Jump to: navigation, search

Antonio-Vicente-Campinas.jpg

  • António Vicente Campinas (1910 - 1998)
Poeta. Romancista. Cronista. Jornalista. Resistente antifascista. Patrono da Biblioteca Municipal de Vila Real de Santo António.
  • Livros Censurados
Os seguintes livros de Vicente Campinas foram censurados, A Ilha dos Sonhos Malditos, 1957, Fronteiriços, 1957, Raiz da Serenidade, 1967 e Travessias, 1953. 
Vicente Capinas "perfilou-se ao lado de romancistas célebres como Alves Redol, Manuel da Fonseca ou Fernando Namora, nos turtuosos caminhos da neo-realismo, sofrendo não raras vezes as perseguições da PIDE e até a ignomínia do cárcere. Pagou caro a sua ousadia de pintar a realidade social nos campos ou nas fábricas com o olhar acusador e perscrutante do socialista, que lutava pela emancipação das classes laboriosas. Tornou-se num emérito militante do Partido Comunista Português, de quem aliás não recebeu benesses nem sinecuras políticas. Cremos até que o Partido Comunista o tinha colocado um pouco à margem, o que, aliás, não aconteceu em relação aos seus militantes escritores mais comercializáveis da Editorial Caminho. Julgamos, inclusivamente, que o Vicente Campinas nunca publicou qualquer livro com a chancela daquela editora". in antigo site da AJEA via arquivo.pt


  • Cantar Alentejano


Chamava-se Catarina
O Alentejo a viu nascer
Serranas viram-na em vida
Baleizão a viu morrer

Ceifeiras na manhã fria
Flores na campa lhe vão pôr
Ficou vermelha a campina
Do sangue que então brotou

Acalma o furor campina
Que o teu pranto não findou
Quem viu morrer Catarina
Não perdoa a quem matou

Aquela pomba tão branca
Todos a querem p´ra si
Ó Alentejo queimado
Ninguém se lembra de ti

Aquela andorinha negra
Bate as asas p´ra voar
Ó Alentejo esquecido
Inda um dia hás-de cantar

  • Manhã de Paz


Ai a manhã de Primavera
calma e sedosa de perfume e flor
— como qualquer primeiro amor
ornamentado de quimera
Haja o que houver e seja quando for
prometo sim! Prometo ter maneira
de semear rosas onde exista a dor!

In Raiz da Serenidade
(Este poema, escrito em 1952, inspirou-se nos crimes e nas dores que pesavam sobre o povo coreano, nesse momento.)



Perfilou-se ao lado de romancistas célebres como Alves Redol, Manuel da Fonseca ou Fernando Namora, nos turtuosos caminhos da neo-realismo, sofrendo não raras vezes as perseguições da PIDE e até a ignomínia do cárcere. Pagou caro a sua ousadia de pintar a realidade social nos campos ou nas fábricas com o olhar acusador e perscrutante do socialista, que lutava pela emancipação das classes laboriosas. Tornou-se num emérito militante do Partido Comunista Português, de quem aliás não recebeu benesses nem sinecuras políticas. Cremos até que o Partido Comunista o tinha colocado um pouco à margem, o que, aliás, não aconteceu em relação aos seus militantes escritores mais comercializáveis da Editorial Caminho. Julgamos, inclusivamente, que o Vicente Campinas nunca publicou qualquer livro com a chancela daquela editora.