Difference between revisions of "Campinas, António Vicente - Livros Proibidos"
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- António Vicente Campinas (1910 - 1998)
Poeta. Romancista. Cronista. Jornalista. Resistente antifascista. Patrono da Biblioteca Municipal de Vila Real de Santo António.Vicente Capinas "perfilou-se ao lado de romancistas célebres como Alves Redol, Manuel da Fonseca ou Fernando Namora, nos tortuosos caminhos da neo-realismo, sofrendo não raras vezes as perseguições da PIDE e até a ignomínia do cárcere. Pagou caro a sua ousadia de pintar a realidade social nos campos ou nas fábricas com o olhar acusador e perscrutante do socialista, que lutava pela emancipação das classes laboriosas.in antigo site da AJEA via arquivo.pt
Poeta, ficcionista e jornalista profissional. De 1937 a 1939 dirigiu o semanário Foz do Guadiana, suspenso pela censura de Salazar. Dirigiu igualmente o quinzenário Jornal de Cinema. Colaborou nos jornais regionais: Jornal do Algarve, Correio do Sul, Barlavento, O Algarve, A Planície, Bandarra, Gazeta do Sul e Notícias da Amadora, Diário do Sul, Diário do Alentejo e Jornal do Barreiro. Também colaborou em revistas e jornais de Lisboa, Coimbra e do Porto, como O Diabo (década de 30), Sol Nascente, Áquila, Cinéfilo, Pensamento, Vértice, Quatro Ventos, República. O seu primeiro romance, Fronteiriços, editado em 1953, foi imediatamente proibido e apreendido pela PIDE (polícia política do regime de Salazar). Segredo no Meio do Mar, é o relato de dez dias passados no «segredo» da fortaleza de Peniche, onde esteve preso em 1950 por se opor à ditadura salazarista. Da sua poesia afirmou João Rui de Sousa ser «a memória que – não pondo de parte a pulsão de uma bem vincada positividade moral, o aceno de uma fraternidade mesmo se apenas sonhada – testemunha sobretudo os olhos cansados pela ira do abandono, os colapsos de frio e de sono, de destroços, de aconteceres existencialmente menos felizes». Sobre os seus romances, José Manuel Mendes diz serem «bem a denúncia das injustiças sociais, um painel realista, não eufemizado, da desgraça a que são condenados os sem eira nem beira num universo de opressão». Vergílio Alberto Vieira chama a atenção para a coragem desta escrita «que ganha raiz em pleno salazarismo e chega ao nosso tempo com a limpidez só pela autenticidade popular assumida». Poemas seus estão incluídos nas seguintes antologias: Vietname (1970), Escrita e Combate (1976), Textos Manuscritos (1977), Uma Certa Maneira de Cantar (1977), Poemabril (1984), Água Clara: Poetas em Vila Viçosa (1987).
- Livros Proibidos
A Ilha dos Sonhos Malditos (1957) Fronteiriços (1957), Raiz da Serenidade (1967) e Travessias (1953).
- Raiz da Serenidade
(Este poema, escrito em 1952, inspirou-se nos crimes e nas dores que pesavam sobre o povo coreano, nesse momento.
- Poema 1 Manhã de Paz
Ai a manhã de Primavera
calma e sedosa de perfume e flor
— como qualquer primeiro amor
ornamentado de quimera
Haja o que houver e seja quando for
prometo sim! Prometo ter maneira
de semear rosas onde exista a dor!
- Para saber mais:
A grande seara da fome tinha papoilas vermelhas pintadas sobre as clareiras que não sabiam teu nome, Catarina! Eras bela haste de espiga que florira e dera grãos e mais grãos tinha p'ra dar na sementeira da esperança, Catarina. Na planície alentejana sombria e desventurada p'la força da escravidão, a fome corroi o povo que ainda tem olhos vendados pla cegueira e tirania dos exploradores da terra. Mas a luta pelo pão, pelo pão de cada dia, acendeu nos deserdados as fogueiras de ódio e guerra contra a injustiça e opressão, contra os senhores da terra. https://drive.google.com/file/d/0B8qf4EMOlMBkYTAxNzY3ODktMTUxNy00YmFlLWE0NTctMmJiNGE2YTA3MDk2/view?ddrp=1&hl=pt_PT&resourcekey=0-7aGr3wvd-qzFuDO7rOYbzg