Difference between revisions of "Brito, Vicente"

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  • João Cavaco Vicente de Brito

Faro, 29/09/1939

Médico. Pintor. Escultor. Escritor. Artista Plástico.

Vicente brito2.jpg Vicente1.jpg

  • Notas Biográficas

"Nascido em Faro a 27 de Setembro de 1939, na rua Aboim Ascenção, andou na “Escola Paga" no canto da rua Letes com a rua Batista Lopes, seguidamente mudou para a escola oficial ainda na rua Serpa Pinto e daí para as escolas do Carmo e S.Luis, onde terminou a quarta classe. Começou o ensino liceal em 1950 no Liceu João de Deus até 1959, terminando com a média de 12 valores.
Não era um bom estudante, seus pais sempre lhe deram a máxima liberdade o que lhe permitia participar nas boémias estudantis “ad libitum”… A sua educação foi o exemplo de trabalho e honestidade dos pais. Se não a tivesse seguido teria talvez sido um “bom malandro". Com a mudança de idade houve uma transformação súbita começou a estudar a sério.
Dispensou ao exame de admissão à Faculdade de Medicina de Coimbra, onde cursou os primeiros quatro anos de 1960 a 1964 sempre com as melhores classificações. Tinha definitivamente tomado juízo… Mudou para a Faculdade de Medicina de Lisboa,onde terminou o curso no Hospital de Santa Maria em 1966 com média de 16 valores, e a tese com vinte valores no Instituto Câmara Pestana o que lhe valeu o prémio da instituição.
Partiu para a Suíça logo a seguir à licenciatura onde esteve até 1969. Fez cirurgia geral, orto/traumatologia radiologia e radioterapia. Foi depois para a Inglaterra onde continuou a formação em ortopedia, traumatologia, cirurgia geral, plástica e de queimados, até 1973. Na GB fez o Primary F.R.C.S.( Glasgow ), para ter acesso a chefe de serviço, que ocupou até ao seu regresso a Portugal em fins de 1973.
De volta a Faro ofereceu-se para trabalhar no Hospital da Misericórdia de Faro. Foi aceite.
Entretanto foi mobilizado como “refratário" para as guerras de África, e enquanto aguardava a guia de marcha fez a preparação militar. em Mafra, e posteriormente é colocado como ortopedista no Hospital Militar da Estrela e na rua Artilharia 1. Adorou a tropa, a disciplina e a ordem sempre o atraíram. Não gosta da desordem da anarquia e da falta de rigor.
Entretanto dá-se o 25 de Abril ao qual adere com força e esperança. Viveu e participou em tudo que pode… Foi desmobilizado, voltou para o Hospital de Faro. Fez reconhecer pela Ordem dos Médicos a especialidade e começou a subir novamente a escala académica em Portugal. Entretanto a atividade política em Portugal é cada vez mais efervescente, o regime democrático instala-se.
Cheio de ideias inovadoras da sua vivência em Inglaterra, e de vontade de as pôr em prática no processo em curso, é convidado pela Frente Eleitoral Povo Unido, união das esquerdas com o Partido Comunista Português a encabeçar a lista de esquerda para as primeiras eleições democráticas autárquicas, em Portugal. O presidente da CMF, era o Dr. Almeida Carrapato nomeado pelo Partido Socialista, o mais votado nas eleições gerais para Assembleia da República. O mandato foi de 12/12 de 1976 a 12/12 de 1978.
O PS ganhou as eleições, os eleitos foram, Eng. Belchior (Presidente), Dr. Clamote, e o Sr. Álvaro, o PSD elegeu, o Eng. Tec. Matamouros e Marciano Nobre. A FEPU elegeu Vicente de Brito e Eng. Eurico Antunes. Foi-lhe entregue o pelouro da saúde, cujas bases de orientação se mantêm ainda hoje. Em 1981 ofereceu à CMF o retrato da primeira vereação democraticamente eleita, óleo sobre tela com 210/155cm.
Aos 12 anos pintou o seu primeiro quadro, uma natureza morta, “Os sapateiros”, e mais alguns que se perderam. No H. de Sta. Maria participou na primeira exposição coletiva de estudantes. Tanto na Suíça como na Grã-Bretanha pintou alguns quadros sempre que tinha tempo. Em 1976 faz a primeira exposição de arte no posto de Turismo ao lado do hospital. Ai consegue mostrar um pouco do que já tinha feito. A partir daí e até 2019 tem exposto com uma certa regularidade, em Portugal, Espanha e Inglaterra.
Em 1980 mudou para o atual hospital distrital de Faro. Aí com o seu amigo e saudoso Padre Coelho, homem de vistas largas, sem o qual nada teria sido possível, faz, como gosta, a sua primeira obra de grande dimensão, o tríptico da vida de Cristo, Crucificação, Pietá e Ressurreição ,com as escadas do bem e do mal suspensas do teto na frente do altar. No serviço de ortopedia , ala nascente e gabinete do Diretor, há também algumas obras musicais. Algumas desapareceram… Mais exposições, um painel no antiquário da Sé, pinturas e murais no centro ZEFA em Almancil, pintura das parede da sua habitação e outros trabalhos que poderão vir, se se sentir apoiado e com saúde. Com a passagem ao regime de exclusividade hospitalar a atividade artística sofreu um impulso.
Como ortopedista, no HDF, e em colaboração com os meus colegas ,consegue elevar o Serviço ao nível, nacional e internacional ,o que incomodou muita gente, infelizmente … Criou um departamento só para a cirurgia da mão, tirou o diploma Europeu de Cirurgia da Mão em 1999 em Bonn, o único médico português que o conseguiu, sendo reconhecido internacionalmente.
Infelizmente com o começo das privatizações no SNS, com a debandada dos médicos para a privada nada já existe. Andámos para trás. No HDF foi subindo de Chefe de Serviço a Diretor de Serviço até à aposentação."

João Cavaco Vicente de Brito
Medico e Artista (texto biográfico para leitura aquando da atribuição da medalha de ouro da cidade de Faro em 2020)

  • Bibliografia

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https://jornaldoalgarve.pt/de-medico-a-pintor-vicente-brito-apresenta-nova-exposicao-em-faro/

Vicente Brito é um artista farense que já foi médico e que assina agora a exposição de pintura “Da revolução ao fim do mundo II”, com inauguração marcada para o dia 6 de novembro, às 18:00 horas, no Museu Municipal de Faro. A Artadentro, Associaçao de Arte Contemporânea, regressa com o ciclo de arte contemporânea Eklektikós, em colaboração com o Museu Municipal de Faro, para apresentar a exposição, “Da revolução ao fim do mundo II”, do artista farense Vicente Brito.

Nesta mostra, Vicente Brito, conforme as suas convições cristãs e marxistas, apresenta “um conjunto de pinturas de grande poder expressivo, onde é evidente o olhar mordaz sobre o mundo e a energia combativa de quem age a bem da sociedade”, segundo nota da Artadentro.

A exposição, “não apenas nos oferece o diagnóstico possível — dada a realidade visível —, como sobretudo, nos oferece o exemplo paradigmático do poder do homem e da arte, aquecidos ao sol algarvio, no ultrapassar de contradições e obstáculos na realização de uma obra ímpar de liberdade e integridade”, destacou a entidade promotora da exposição.

O Museu Municipal de Faro está aberto de terça a sexta-feira, das 10:00 às 18:00. Aos sábados e domingos, as portas abrem-se das 10:30 às 17:00.

A exposição estará no Museu Municipal de Faro de 6 de novembro até 3 de janeiro de 2022.

Vicente Brito, nascido em Faro, em 1939,é licenciado em Medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa em 1966, prosseguindo os estudos de medicina até 1973 na Suíça e em Inglaterra. Em 1973, regressa a Portugal e inicia a sua carreira médica no Hospital de Faro, onde chega a diretor do Serviço do Ortopedia. Inicia-se na pintura nos anos 50 ao frequentar o atelier do pintor Sidónio, onde pinta o primeiro quadro. A sua obra, inspirada no Surrealismo e no Expressionismo alemão do Die Brücke, é exibida pela primeira vez em 1976, numa individual em Faro. Desde então, o seu trabalho é exibido regularmente, de modo individual ou coletivo, em Portugal e Espanha. As suas obras integram coleções particulares e institucionais em Portugal e Inglaterra.



https://postal.pt/papel/2021-11-05-Artadentro-apresenta-no-Museu-Municipal-de-Faro-Exposicao-Da-revolucao-ao-fim-do-mundo-II-de-Vicente-Brito-c94c0e04 FOTO D.R. Depois do interregno de Verão, a Artadentro regressa com o ciclo de arte contemporânea Eklektikós, em colaboração com o Museu Municipal de Faro, para apresentar a exposição, "Da revolução ao fim do mundo II", do artista farense Vicente Brito. que será inaugurada este sábado, pelas 18:00.

A exposição pode ser apreciada de terça a sexta-feira, das 10:00 às 18:00; ao fim de semana, dás 10:30 às 17:00, até 3 de janeiro de 2022. Encerra à segunda-feira e aos feriados.

Nesta mostra, Vicente Brito, conforme as suas convicções cristãs e marxistas — aparente paradoxo, dado Marx considerar a religião “o ópio do povo” sem, contudo, deixar de notar o seu potencial valor como ferramenta de protesto do proletariado —, apresenta um conjunto de pinturas de grande poder expressivo, onde é evidente o olhar mordaz sobre o mundo e a energia combativa de quem age a bem da sociedade.

Da revolução ao fim do mundo II, não apenas nos oferece o diagnóstico possível — dada a realidade visível —, como sobretudo, nos oferece o exemplo paradigmático do poder do homem e da arte, aquecidos ao sol algarvio, no ultrapassar de contradições e obstáculos na realização de uma obra ímpar de liberdade e integridade.

Quem é o artista

Vicente Brito (Faro, 1939), é licenciado em Medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa em 1966, prosseguindo os estudos de medicina até 1973 na Suíça e em Inglaterra. Em 1973, regressa a Portugal e inicia a sua carreira médica no Hospital de Faro, onde chega a diretor do Serviço do Ortopedia.

Autodidata, inicia-se na pintura nos anos 50 ao frequentar o atelier do pintor Sidónio, onde pinta o primeiro quadro. A sua obra, inspirada no Surrealismo e no Expressionismo alemão do Die Brücke, é exibida pela primeira vez em 1976, numa individual em Faro. Desde então, o seu trabalho é exibido regularmente, de modo individual ou coletivo, em Portugal e Espanha.

As suas obras integram coleções particulares e institucionais em Portugal e Inglaterra.



https://www.youtube.com/watch?v=cHsFoWpbDhA Video

Desterro Canal 192 subscritores Vicente de Brito nasceu em 1939 mas é um homem do amanhã. Reformado há anos da profissão de médico ortopedista, leva ainda às costas, há mais de cinco décadas, aquele que arriscamos dizer ser o seu verdadeiro ofício: a pintura. Digam que é exagerado, berrante, que dói à vista, que choca ou que é demasiado ousado. A piada de Vicente de Brito está mesmo aí. Ficar a conhecer esta lenda viva da nossa cidade foi o maior dos prazeres e é com o maior dos orgulhos que o apresentamos aqui. A casa mais colorida da cidade é a dele. Vão lá, batam à porta e deixem-se contagiar pelas inúmeras lições de vida que Vicente de Brito tem para contar. Eis uma delas.


Para conhecer melhor o artista: artevicentedebrito.com

Página oficial: facebook.com/nodesterro

Mail: desterrogeral@gmail.com



http://adefesadefaro.blogspot.com/2007/04/largo-da-palmeira.html Quem fosse ao consultório médico do Dr. Vicente de Brito, na rua Filipe Alistão à esquerda quando se desce e, à saída da porta virasse à esquerda, daí a pouco estaria no Largo da Palmeira. O pessoal do campo nesses anos cinquenta, ia muito ao consultório do Dr. Brito (chamavam-lhe assim), que era uma pessoa que tinha boas ligações a eles, pois creio que os seus familiares eram de Santa Bárbara de Nexe. O Dr. Brito era um bom médico que sabia falar com aquele pessoal, indo, quando fosse preciso a casa de cada, dar uma consulta. E conversava com aqueles compadres todos, mais ou menos nestes termos: então o que é que "vomeceias" estão semeando agora?... já mataram o porco?... fizeram o presunto?... e coisas assim. Era um bom conversador. Fui lá uma vez com a minha mãe quando a minha avó esteve muito doente.

O Largo da Palmeira tinha a sua arrogância, passava ali a gente ilustre da cidade todo os dias, como o Dr. Júlio Carrapato, advogado distinto, o pintor e escultor Sidónio, o Prof. Xico Zambujal o Prof. Fortes e o Prof. Daniel Faria que andavam sempre juntos e cujo poiso era no café a Brasileira, o Prof. Ferradeira na sua cadeira de rodas, o Prof. Santos que dava explicações de Inglês que depois do almoço tomava café no Aliança, o Prof. Gil, grande figura da cidade a explicar matemática aos alunos do Liceu, o Rialito, espanhol e camisa dez, grande jogador de futebol do Farense, o Zé Nanotas, igualmente grande jogador futebol e camisa sete, o Teca a vender jogo e à procura do Sampas, o filho do coronel e tantas e tantas figuras relevantes da cidade.

Se para ir ao médico a minha mãe ia ao Dr. Brito, para comprar vassouras, pás, enxadas, alviões, martelos, tesouras de poda e coisas assim ela ia à Casa Telles. A Casa Telles era uma casa de ferragens que ficava á esquina da Rua Filipe Alistão já no Largo da Palmeira em frente à barbearia do Nugas Tinha de tudo na sua arte e era uma referência na cidade. Continuando à esquerda, surge uma rua que vai dar a S. Pedro, à alfaiataria do Valentim, um homem muito conhecido em Faro, mas que é natural das Pontes de Marchil. Eu o engº Carlos Alberto Diogo, acompanhávamos mais com o Valêncio, o irmão. Uma história boa para contar era a história dos alfaiates de Faro. O melhor e também o mais caro era o Pintassilgo, cuja loja se situava perto do Largo e ainda o Barros que ficava lá em cima na rua da circunvalação, que vai do Refúgio ate ao mercado.

Mas voltando ao Largo é imperioso não esquecer que é ali a sede do SCFarense, orgulho dos Farenses, cujas histórias mais antigas me eram contadas pelo João Coelho, que tinha sido jogador do clube e na época tinha um táxi e que me dizia que a vida dele tinha sido como a do Marlon Bando no filme "Há Lodo no Cais". Há ali também o Grémio da Lavoura onde os camponeses iam vender o milho e outros cereais resultante da exploração agrícola. O Distrito de Reserva também lá está com o amigo Rocha à cabeça.

No largo juntava-se o pessoal do campo com a malta da cidade em perfeita harmonia. De Mar e Guerra vinha o comerciante António Cadeiras, das Pontes de Marchil vinha o Toíca Guerreirão negociante de gado que todos os dias de manhã ia comprar uma maço de cigarros Português Suave à venda do Viriato nas Pontes de Marchil com uma nota de mil escudos (uma fortuna naquele tempo), do Montenegro vinha o Mateus Marinhas, da Chaveca vinha o Joaquim Caco, homem de cento e vinte quilos de peso e o mais forte aí dos arredores da cidade. Uma vez, o Caco e o Mateus Bolas, aí da Jardina, pegaram um toiro de cernelha na feira da Malveira e saíram em ombros.

O objectivo do encontro desta velhada era almoçar no Restaurante dos "Dois Irmãos", que ficava situado no Largo. (continua)

João Brito Sousa Publicado 4th April 2007 por ADF Etiquetas: Faro figuras historias de Faro