A Algarvia que é ascendente de Camões
Nuno Campos Inácio, natural de Portimão e doutorando em Estudos de Património pela Universidade do Algarve, tem-se dedicado à investigação histórica e à genealogia, sendo responsável pelo "Projeto de Genealogia do Algarve". Como editor e autor de diversas obras, incluindo estudos genealógicos e históricos, tem contribuído significativamente para a preservação da identidade cultural do Algarve. A sua análise sobre Camões reforça a presença do poeta no imaginário algarvio, seja pela sua ascendência, pelos locais que percorreu ou pelo apoio que recebeu de figuras locais na consolidação da sua obra imortal.
- Breve síntese do texto O Algarve de Camões de junho 09, 2023
Nuno Campos Inácio, no artigo "O Algarve de Camões" publicado no jornal Algarve Informativo de 9 de Junho de 2023, destaca várias ligações entre Luís de Camões e o Algarve, que vão desde a sua ascendência até à sua presença na região. Camões descende de Madragana ben Aloandro, amante de D. Afonso III, estabelecendo uma conexão ancestral com o território algarvio. Além disso, tinha parentesco com Rui Pereira da Silva, Alcaide-mor de Silves, onde se acredita que tenha permanecido e escrito um poema dedicado à Ribeira de Boina, exaltando a beleza natural da paisagem algarvia.
Outro vínculo relevante apontado por Campos Inácio é a proteção que Camões teria recebido da influente família Castelo Branco, nomeadamente do Conde D. Martinho de Castelo Branco, reconhecido pelo seu apoio às artes e literatura. Um dos laços mais simbólicos entre Camões e o Algarve encontra-se no exemplar de Os Lusíadas pertencente a D. Martinho, que o levou consigo para Alcácer Quibir e que, após a sua morte, foi resgatado no porto de Vila Nova de Portimão.
- Excerto do texto O Algarve de Camões:
Neste dia em que se celebra o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, afigura-se-nos oportuno recordar algumas ligações do nosso «Poeta Maior» à região algarvia.(...)
A quarta ligação podemos considerar como sendo patrimonial. Não do património de Camões, mas do património coletivo nacional. No Arquivo Nacional da Torre do Tombo encontra-se, num exemplar de «Os Lusíadas», o retrato mais antigo (e também o mais popular) de Luís Vaz de Camões. Esse exemplar do livro e esse retrato pertenciam a D. Martinho de Castelo Branco (II), que o levou para Alcácer Quibir, onde veio a falecer no campo de batalha. A 16 de Agosto de 1578 chegou ao porto de Vila Nova de Portimão o navio «São Francisco» carregado com o espólio do Conde desta vila, onde vinha «Os Lusíadas». Há algo de poético, de majestoso, perceber que um nobre guerreiro do século XVI tinha preocupações, levando um livro para o campo de guerra. Não será difícil de embarcar neste poema e assentar praça na areia do deserto, em torno de uma grande fogueira, ouvindo D. Martinho a declamar «Os Lusíadas» para os cavaleiros do seu exército, obra por si patrocinada e escrita por um imortal indelevelmente algarviano.
- Pode ler o artigo completo A Algarvia que é Ascendente de Camões no seguinte link:
https://algarveinformativo.blogspot.com/2023/06/o-algarve-de-camoes.html