Penedo, Leão

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  • Leão do Nascimento Penedo

Faro, 13/08/1916 - Lisboa, 22/01/1976

Escritor. Jornalista. Argumentista. 

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Para ver "Dom Roberto" clique aqui:
https://www.youtube.com/watch?v=Lv8N3AsnbFg

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Para ver "Saltimbancos" clique aqui:
https://www.youtube.com/watch?v=aXZfGKl8KDI

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Para ver "Sonhar é Fácil" clique aqui:
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  • Notas Biográficas

Leão Penedo frequentou o Liceu de Faro que concluiu com distinção, seguindo depois para Lisboa e ali se tornou jornalista e escritor de mérito. Este farense que, conjuntamente com outros algarvios, integrou o movimento neorrealista, como Assis Esperança (Faro), Manuel do Nascimento (Monchique) e Vicente Campinas (Vila Real de Santo António), destacou-se em diversos géneros literários como a novela e o romance, e ainda no teatro e o cinema, como argumentista. A sua obra impregnada de realismo faz de Leão Penedo um dos mais ativos algarvios do neorrealismo tendo-a utilizado para denunciar situações de miséria e de opressão social. É autor, entre outros livros, de “Multidão”, (1942), “Caminhada” (1943), “Circo” ( 1946), “A Raiz e o Vento” ( 1954), e de argumentos adaptados para o cinema que deram origem a diversos filmes, como o “Circo” transformado em Saltimbancos, com os atores Raul Semedo e Maria Olguim, como protagonistas e "Sonhar é Fácil", com os atores António Silva e Laura Alves, entre outras obras que foram surgindo. Leão Penedo destacou-se pela frontalidade e pela denúncia de um regime de imposição que mascarava a realidade social, política e económica que se vivia em Portugal. O seu espólio encontra-se no Museu do Neo-Realismo, em Vila Franca de Xira e integra o toponímia da cidade de Faro.

  • Excerto de "O Algarve e o Cinema" de Roberto Nobre

A febre de cinema, que percorreu o país, contagiou cá no sul um rapazito magro e alto, narigudo e muito pálido, que tinha óculos, desenhava bonecos e rabiscava artiguelhos nas gazetas. Esse rapazola, que era um mau aluno no liceu, escrevia com o seu francês muito mal aprendido na aula do Dr. Dentinho à Casa Pathé, de Paris, a pedir preços de máquinas e outros artigos de filmar. Aquela respondia-lhe através da sua agência de Barcelona – e a sua insistência tornou-se lá tão conhecida que já lhe diziam nas respostas: “Fazemos votos que, desta vez, as nossas condições lhe venham a agradar...” Ora, talvez os preços deles não fossem muito caros, mas a bolsa do rapaz é que era muito pequena. No entanto, como sonhar não custa dinheiro, esse rapazote organizara in mente tudo, já pelo menos o que julgava principal: o desenho da nova grande marca e o título da nova importante produtora. A marca seria um golfinho e o título Gharb-Film. Escuso de lhes lembrar que o al-, que no árabe prece¬de a palavra gharb, é o artigo definido. O nosso rapazola, então, sabia da língua árabe quase tanto como de francês. “Gharb”, assim só, tal como o Reino de Chencir, simbolizava a nossa rica província moura. Antes, é claro, deste nosso Reino do Algarve ter sido invadido pelos bárbaros vindos do norte, descendentes dos visigodos, que depois nos subjugaram e ainda hoje nos dominam. Somos um país anexado.
Era em nome dessa inexistente grande empresa, a Gharb-Film, que o rapaz se carteava com a sua “congénere” Pathé Frères. Enquanto não vinham as respostas, ia remoendo as dec1inações de latim do Padre Guedes e tentando compreender para que lhe serviriam a ele, grande homem do cinema, as tábuas dos logaritmos.


Tortura.png Roberto.png Multidão.jpg Caminhada leao.jpg Circo1.png A-raiz-e-o-vento-romance.jpg Enjaulado1.png

  • Bibliografia:

- A vida de Edison (coautoria com Gentil Marques) (1941)
- O filho também roubou! (coautoria com Gentil Marques) (1941)
- A Tortura da Carne (coautoria com Gentil Marques) (1941)
- Multidão (1942)
- Caminhada (1943)
- Circo (1946)
- A Raiz e o Vento (1954)
- O Homem Enjaulado (s.d.)
- Thomas Edison, o Pequeno Génio (coautoria com Gentil Marques) (1958)
- D. Roberto (1962)

  • Filmografia:

- Saltimbancos (1952) (adaptação do "Circo" com argumento de Leão Penedo e realização de Manuel Guimarães)
- Sonhar é Fácil (1952) (co-autoria do argumento do filme de Perdigão Queiroga)
- Dom Roberto (1962) (argumento de Leão Penedo com realização de Ernesto de Sousa)