Correia, Arminda Nunes
Arminda Nunes Correia
Lagos, 26.12.1903 — Lisboa, 21.09.1988.
Cantora lírica. Professora de solfejo e de canto.
Notável intérprete de autores portugueses, valorizada pelos seus dotes de dicção e raro timbre de voz, obteve em 11 de Junho de 1943 o prémio Luísa Todi.
Foi professora de solfejo e de canto no Instituto de Música de Coimbra, Liceu Feminino de Coimbra, Academia de Amadores de Música, Conservatório Nacional de Música.
Teve como alunas Natália de Matos, Elsa Saque, entre outras.
- Biografia
Nasceu em Lagos, na Rua da Amendoeira. Filha de Francisco António Correia e de Guilhermina Nunes Correia.
Distinta cantora lírica, em 1927, subiu ao palco do Teatro de São Carlos, para a estreia absoluta de três óperas de Ruy Coelho: Inês de Castro, A Freira de Beja, e o Cavaleiro das mãos irresistíveis. Em 1928, participou também no São Carlos, numa outra ópera de Ruy Coelho: Belkiss.
Tomou parte de uma recital preenchido com a audição integral das canções de Ruy Coelho, na Liga Naval. Em 1929, Arminda Correia cantou as Beatitudes de César Franck. No início de 1930, cantou no Teatro D. Maria II na representação em Português da ópera Crisfal e canções de Ruy Coelho sobre poesias de D. Sancho I, D. Dinis, Bernadim Ribeiro e Francisco Rodrigues Lobo. Cantou em 1930, 1933 e 1934 a Paixão Segundo São Mateus, de Bach, no Teatro São Carlos e Palácio das Exposições. Em 1936, actuou em Paris, na Sorbonne, no âmbito das Comemorações Vicentinas. Em 1937, convidada a gravar algumas canções portuguesas pelo Musée de la parole et du geste, no mesmo ano, Armando José Fernandes dedicou as suas partituras do Desaparecido Carlos Queiroz e Ode de Horácio a Arminda Correia.Executou o ciclo de Fauré La Bonne Chanson, acompanhada ao piano por Jorge Croner de Vasconcelos, no Conservatório Nacional; cantando árias de Sousa Carvalho num concerto da Orquestra Filarmónica de Lisboa e interpretado canções portuguesas no Museu Condes de Castro Guimarães.
Em 1939, cantou na Quinzena de Portugal em Londres, realizou recitais no Instituto de Cultura Portuguesa de Bruxelas e em Paris, na Casa de Portugal, num total de 7 concertos, todos com canções de autores portugueses.No final dos anos 30 e princípios de 40 do século XX, a cantora executou uma série de recitais para a Emissora Nacional, acompanhada ao piano por Artur Santos. Integrando canções tradicionais, recolhidas e harmonizadas por Francisco de Lacerda. Também colaborou com Fernando Lopes Graça.Em 1941 e 1942 participou em concertos no Ateneu comercial de Lisboa, Teatro D. Maria II, faculdade de Letras de Coimbra e no Hotel Lusitano (Luso) em favor da Obra de Rua do Padre Américo, para além de ter actuado em serões musicais promovidos pela Emissora Nacional e pela FNAT, hoje INATEL.
In: Wikipédia
- Pode saber mais sobre Arminda Nunes Correia nos seguintes links:
- Vida e obra de Arminda Nunes Correia na página da Meloteca
- 2011 - Texto do blog "Topa Tudo" sobre Arminda Nunes Correia] - Texto da Toponímia de Lisboa sobre Arminda Nunes Correia.
A cantora lírica do Bairro da Música no seu 110º aniversário
Arminda Correia cujo 110º aniversário hoje se completa é a cantora lírica do grupo de figuras ligadas à música que deram nomes a arruamentos do Alto do Lumiar, em 2004, para assim se criar um Bairro da Música.
Esta artéria que fora a Rua A da Malha 3 do Alto do Lumiar e que ainda antes, era espaço da Quinta da Musgueira, foi inaugurada no Dia Mundial da Música de 2004 junto com mais 7 arruamentos com nomes de cantores, instrumentistas e maestros – Luís Piçarra, Adriana de Vecchi, Tomás Del Negro, Nóbrega e Sousa, Shegundo Galarza e Belo Marques – e uma Alameda da Música, criando assim pela primeira vez na cidade de Lisboa um Bairro com topónimos dedicados à Música.
Arminda Nunes Correia (Lagos/26.12.1903 – 21.09.1988/Lisboa), lacobrigense que concluiu os cursos de Canto e Piano no Conservatório de Lisboa, estreou-se como cantora lírica em 1927, no palco do São Carlos, na estreia absoluta de três óperas de Rui Coelho e, no último ano dessa década ainda cantou as Beatitudes de César Franck. Na década seguinte são de destacar as suas interpretações na ópera Crisfal (em português) no Teatro D. Maria II e, a Paixão Segundo São Mateus, de Bach, no São Carlos, bem como a sua actuação na Sorbonne, no âmbito das Comemorações Vicentinas e na Quinzena de Portugal em Londres, para além da gravação de canções portuguesas a convite do Musée de la parole et du geste. Nos anos 40 do século XX, executou uma série de recitais para a Emissora Nacional, com canções tradicionais portuguesas recolhidas por Francisco Lacerda e participou em concertos no Ateneu Comercial de Lisboa, Teatro D. Maria II, Faculdade de Letras de Coimbra e no Hotel Lusitano (Luso) em favor da Obra de Rua do Padre Américo, para além de ter actuado em serões musicais promovidos pela FNAT (hoje INATEL).
Notável intérprete de autores portugueses, valorizada pelos seus dotes de dicção e raro timbre de voz, tanto na interpretação de «lieder» alemães e franceses como em canções tradicionais portuguesas harmonizadas por Francisco de Lacerda ou Fernando Lopes Graça, Arminda Correia foi galardoada com o prémio Luisa Todi em 11 de Junho de 1943 e, em 1959, gravou no Reino Unido Canções Populares Portuguesas acompanhadas ao piano por Fernando Lopes Graça.
A esta carreira de cantora somou 14 anos de professora de solfejo e de canto no Instituto de Música de Coimbra, no Liceu Feminino de Coimbra, na Academia de Amadores de Música e, no Conservatório Nacional. Ao longo dos anos, o concelho de Lagos tem revelado ao país e ao mundo muitos talentos, em áreas como a música, as letras, as ciências, a investigação e o canto. A assembleia municipal propõe um ciclo de recolha e divulgação destas obras, a começar por nomes como Júlio Dantas, Anatólio dos Reis Falé, António Joaquim Júdice Cabral e Arminda Nunes Correia, entre outros
A assembleia municipal de Lagos aprovou recentemente, por unanimidade, uma recomendação no sentido de a câmara municipal iniciar um “ciclo de recolha, preservação e divulgação da obra de lacobrigenses”, nomeadamente nas áreas da música, letras, ciências, investigação e canto.
“No concelho e na cidade de Lagos, ao longo dos anos, têm-se revelado talentos de nível nacional e internacional, pelo que é da responsabilidade da comunidade em geral e dos órgãos autárquicos em particular, contribuírem para a recolha, conhecimento, preservação e divulgação deste património comum, nomeadamente de personalidades já falecidas e que doutra maneira cai no esquecimento, empobrecendo a vida de hoje”, lê-se na proposta.
A assembleia municipal cita vários nomes de lacobrigenses que poderão integrar a recolha, entre os quais Anatólio dos Reis Falé (professor, músico e compositor), António Joaquim Júdice Cabral (médico, cientista e político), Arminda Nunes Correia (cantora lírica), Bartolomeu Salazar Moscoso (jornalista, professor e advogado), Fausto Nunes Landeiro (médico), João Bonança (jornalista, escritor e político), José dos Santos Pimenta Formosinho (notário e arqueólogo), Júlia Barroso (atriz, cantora e professora), Júlio Dantas (escritor, médico e político), Manuel Nataniel de Carvalho Costa (professor, escritor e diplomata) e Raul Frederico Rato (militar).
De todos estes grandes lacobrigenses, os deputados municipais sugerem o nome da cantora lírica Arminda Nunes Correia, nascida em Lagos, em 1903, para dar início a este ciclo. “Esta lacobrigense levou a sua arte e a cultura portuguesa aos maiores palcos do país e da Europa e a quem Lagos já prestou uma primeira homenagem assinalando a casa onde nasceu e atribuindo o seu nome a uma avenida na cidade”, lembra a assembleia.
A ideia é organizar a recolha das obras dos lacobrigenses que se destacaram no país e no estrangeiro nas diversas áreas, assim como organizar “um plano para progressiva reedição, em suporte atualizado, das obras esgotadas ou não editadas”. Além disso, a proposta defende um espaço reservado na biblioteca municipal dedicado às obras destes lacobrigenses.
NC|JA