Difference between revisions of "Sena, Jorge de - Livro Proibido"
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Livro de poesia publicado em 1955, classificado por '''David Mourão-Ferreira''' como uma "obra de categoria excecional", mas que obrigou o autor a sucessivas visitas à sede da pide, para desbloquear a publicação da obra, por ser acusado de "subversivo" e "pornográfico", como se conta numa cronologia na exposição sobre o espólio de '''Jorge de Sena''' da Biblioteca Nacional de Portugal (BNP). <br />No Prefácio à obra, o próprio '''Jorge de Sena''' afirma que: '''"Vinte e um sonetos de um poema só''' ''foram fruto angustiosamente amadurecido de uma outra sinceridade: aquela que devemos a nós próprios e à nossa própria expressão, naqueles momentos, como que revelados, de aceitação transcendente, demasiado áspera para ser lembrada todos os dias, mesmo em presença da poesia, e de objetividade em face do mundo, demasiado incómoda para as vantagens quotidianas de sermos apenas nós próprios."''(pág.14)<br /> | Livro de poesia publicado em 1955, classificado por '''David Mourão-Ferreira''' como uma "obra de categoria excecional", mas que obrigou o autor a sucessivas visitas à sede da pide, para desbloquear a publicação da obra, por ser acusado de "subversivo" e "pornográfico", como se conta numa cronologia na exposição sobre o espólio de '''Jorge de Sena''' da Biblioteca Nacional de Portugal (BNP). <br />No Prefácio à obra, o próprio '''Jorge de Sena''' afirma que: '''"Vinte e um sonetos de um poema só''' ''foram fruto angustiosamente amadurecido de uma outra sinceridade: aquela que devemos a nós próprios e à nossa própria expressão, naqueles momentos, como que revelados, de aceitação transcendente, demasiado áspera para ser lembrada todos os dias, mesmo em presença da poesia, e de objetividade em face do mundo, demasiado incómoda para as vantagens quotidianas de sermos apenas nós próprios."''(pág.14)<br /> | ||
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Revision as of 12:47, 20 May 2024
Assunto: “Declaração”, abaixo assinado de vários Oposicionistas Portugueses, subscrito, entre outros, por Adolfo Casais Monteiro, Augusto Aragão e Jorge de Sena, declarando o seu apoio à organização no Brasil de um Movimento (de Unidade Democrática Portuguesa) de oposição ao salazarismo e ainda reconhecendo o “direito à autodeterminação e independência dos Povos Coloniais (...)”.
Data: Domingo, 22 de Outubro de 1961
Fundo: AMS - Arquivo Mário Soares
Tipo Documental: Documentos
- Jorge de Sena (1919-1978)
Jorge de Sena um dos mais relevantes escritores de língua portuguesa do século XX.
Opositor à ditadura, com obras apreendidas pela Censura por se tratarem de “subversivas” e “pornográficas”, foi um dos protagonistas da Revolta da Sé. “Com ordem de prisão” pela PIDE, em agosto de 1959, exilou-se no Brasil. Fugiu também da ditadura no Brasil e foi para os Estados Unidos, em 1965.
Tentou regressar à Europa, mas foi detido pela PIDE durante 24 horas, quando tentava entrar em Portugal pela fronteira espanhola.
Depois do 25 de Abril de 1974, regressou a Portugal, mas ficou apenas dois meses.
Faleceu no dia 4 de Junho de 1978, em Santa Bárbara, na Califórnia.
- Livro Proibido "AS EVIDÊNCIAS Poema em Vinte e um Sonetos"(1955)
Livro de poesia publicado em 1955, classificado por David Mourão-Ferreira como uma "obra de categoria excecional", mas que obrigou o autor a sucessivas visitas à sede da pide, para desbloquear a publicação da obra, por ser acusado de "subversivo" e "pornográfico", como se conta numa cronologia na exposição sobre o espólio de Jorge de Sena da Biblioteca Nacional de Portugal (BNP).
No Prefácio à obra, o próprio Jorge de Sena afirma que: "Vinte e um sonetos de um poema só foram fruto angustiosamente amadurecido de uma outra sinceridade: aquela que devemos a nós próprios e à nossa própria expressão, naqueles momentos, como que revelados, de aceitação transcendente, demasiado áspera para ser lembrada todos os dias, mesmo em presença da poesia, e de objetividade em face do mundo, demasiado incómoda para as vantagens quotidianas de sermos apenas nós próprios."(pág.14)
- Outros poemas de Jorge de Sena
- Poema 4 - A Cor da Liberdade Lido por Turma 3 do PLA
Não hei de morrer sem saber
qual a cor da liberdade.
Eu não posso senão ser
desta terra em que nasci.
Embora ao mundo pertença
e sempre a verdade vença,
qual será ser livre aqui,
não hei de morrer sem saber.
Trocaram tudo em maldade,
é quase um crime viver.
Mas, embora escondam tudo
e me queiram cego e mudo,
não hei de morrer sem saber
qual a cor da liberdade.
- Poema 1 XIX(pág.37)
- Poema 2 XX (Pág. 38)
- Poema 3 XXI (Pág.39)
Pág 22.
Da solidão que 0 vosso mal povoa
de monstruosas mãos e duros dentes,
lá onde agudo um só latido ecoa,
2 O amor se esconde em piolhosos pentes;
Do vácuo fedorento, excrementício,
com que de roubos vosso rasto acaba
idêntico a vós próprios desde o início,
que desde sempre foi a mesma baba;
Da solidão que dais e que roubais,
do vácuo que levais e que deixais,
do pavoroso nada que imitais
quando cobris dos ouropéis legais
○ horror de estardes sós em companhia
○ mal que sois em mim se refugia.
- Para saber mais:
https://comunidadeculturaearte.com/a-liberdade-na-vida-e-obra-de-jorge-de-sena/
https://xdata.bookmarc.pt/gulbenkian/cl/pdfs/172/PT.FCG.RCL.8904.pdf
https://www.publico.pt/2009/09/11/jornal/o-regresso-de-jorge-de-sena-17772400