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''Em elaboração''
 
''Em elaboração''
  
Maria da Conceição de Sousa Eloi, que também usou o pseudónimo de Madressilva foi jornalista e escritora. Em 1921 foi cofundadora do Jornal A Avezinha, em Paderne. Paderne, Albufeira, 31.08.1898 - Faro, 07.12.1979.
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'''Maria da Conceição Eloi'''<br />
  
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'''Maria da Conceição''' de Sousa '''Eloi''' também usou o pseudónimo de '''Madressilva'''.<br />
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Nasceu em Paderne, Albufeira  a 31.08.1898 - Faleceu em Faro a 07.12.1979.<br />
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Foi jornalista e escritora  que lutou pela educação e pela cultura algarvia. <br />
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Em 1921 foi cofundadora do Jornal A Avezinha, em Paderne. <br />
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Minha "irmã morte", quando tu chegares<br />
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Não tentes desviar o meu destino,<br />
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Nunca gostei de coisas singulares,<br />
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É tudo em mim, humilde e pequenino.<br />
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É tudo em mim, suave e cristalino,<br />
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Sem loucas alegrias, vãos pesares,<br />
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Eu canto a vida, como a voz do sino<br />
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Vai espalhando sons por esses ares...<br />
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Como regressa ao ninho uma andorinha<br />
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Ao pressentir que a noite se avizinha,<br />
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E para repousar ali desceu,<br />
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Numa campa rasa ó minha "irmã morte!"<br />
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Quisera um epitáfio desta sorte:<br />
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"Minha aldeia, voltei! Anoiteceu"...<br />
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Na sua lápide funerária incrustaram, em jeito de homenagem, este belo poema da sua autoria
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Desde criança, nos bancos da escola primária, que revelava aptidões para a poesia, escrevendo versos dedicados aos colegas e professores. Não tendo podido ir mais além nos estudos, conseguiu aumentar a sua educação através da leitura de autores clássicos e de algumas lições de francês e de piano, adquiridas na convivência com as famílias mais ilustradas de Paderne.
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A vontade de auxiliar os pobres e de comunicar à sociedade a urgente necessidade de ajudar os mais desfavorecidos, levou-a editar, em Março de 1921, um jornal manuscrito inocentemente intitulado "a Avezinha", tendo como redactoras principais quatro meninas, e todas Marias, cujo coração transbordava de altruísmo e de amor pelo próximo. As quatro Marias, subscreviam os seus artigos e poesias, na pueril inocência das suas idades, com o pseudónimo de flores. Assim, além da Maria Conceição Elói, que assinava como Madressilva, colaboravam também a Maria Feliciana Marim Marques, como Violeta, a Maria da Conceição Mendes Costa Biker, como Rosa, e a Maria do Espírito Santo, como Hortênsia. Seguiu-lhes o exemplo, a ilustre Maria Francisca Arez Frias, que assinava os seus preciosos artigos com o pseudónimo de Gardénia. Ignoro, infelizmente, a identidade daquelas que assinavam com os criptónimos de Bonina, Urze, Assucena, Margarida, Camélia, Tília, etc. Pode mesmo dizer-se, que naquele pueril “jardim” despontou uma espécie de escola de jornalismo feminino.
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Inspiravam-se as cândidas redactoras no culto da natureza, na bondade e na fraternidade, a tal ponto que parece estar na sua génese a intenção de angariar esmolas para uma velhinha que se encontrava cega, o que só se poderia fazer estendendo a triste notícia a todos os amigos padernenses espalhados pelo Algarve. A designação do jornal, algo infantil, demonstra a inocência das suas fundadoras, que julgando-se pobres criaturas indefesas e perdidas nos montes do barrocal, longe dos centros culturais e das grandes cidades, procuravam através do voo da sua “Avezinha” transmitir a todos os seus conterrâneos uma mensagem de amor e fraternidade, consentânea com o espírito cristão que a todas irmanava.
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Depois da fase manuscrita, em que o jornalinho passava de mão em mão, com redobrados carinhos, o padre João Santos Silva, reconhecendo o esforço daquelas jovens e a utilidade daquele arauto da benemerência e da bondade, conseguiu que a diocese o aceitasse como boletim paroquial. Assim, em 17-7-1921, e sem quaisquer encargos para os seus fundadores, passou a editar-se em letra de forma, na tipografia União em Faro, aumentando o seu auditório e os seus horizontes de comunicação.
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Tornou-se, deste modo, no primeiro jornal do povo de Paderne. E durante quinze anos foi cumprindo os seus objectivos, humanitários e culturais, até que a emigração para o Brasil da Maria Feliciana, e a morte do padre João dos Santos Silva, suscitaram em 28-12-1939 a mudança da sede do jornal para Faro, onde sobreviveu até à edição n.º 331 datada de 17-10-1953. Nesse período «a Avezinha» foi dirigida pelo padre Dr. Sesinando Oliveira Rosa, tendo estranhamente como proprietário do título o Padre José Gomes da Encarnação bondosíssima figura do presbitério diocesano. O apoio das suas fundadoras e dos seus beneméritos colaboradores foi esmorecendo até que se extinguiu.
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Maria da Conceição Elói teve, felizmente, a alegria que ver ressurgir em Maio de 1977, a sua «Avezinha», pela mão de Arménio Aleluia Martins, seu dedicado amigo e admirador, que ainda tentou entregar-lhe o lugar de Directora que, modestamente, declinou. Continuou, porém, a colaborar até quase aos derradeiros dias da sua vida.
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O talento, sobretudo poético, de Maria da Conceição Elói revelar-se-ia noutras colunas da comunicação social algarvia, nomeadamente na «Folha do Domingo» e «Correio do Sul» (ambos de Faro), no «Povo Algarvio» (de Tavira), na «Folha de Alte» (Loulé), nas revistas «Portugal Feminino» e «Almanaque de Santo António» (ambas de Lisboa) e em mais duas outras que se editavam no Brasil.
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Consciente do seu valor, mas também desejosa de poder aferi-lo, concorreu a variadíssimos Jogos Florais, realizados tanto no Algarve como no resto do País, nomeadamente em Lisboa, Évora, Caldas da Rainha, Porto, Cascais. Desse modo obteve dezenas de prémios, entre 1ºs e 2°s lugares, assim como centenas de menções honrosas. Recebeu o último galardão em Lisboa, num concurso promovido pela revista «Mundo Rural», onde classificou em 2° lugar um dos seus contos. Ficou muito sensibilizada com o prémio atribuído e por isso decidiu ir a Lisboa, que foi dos raros actos públicos a que compareceu, pois o seu espírito modesto e simples não se compaginava com honrarias públicas.
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Exerceu uma fecunda actividade literária durante quase setenta anos, escrevendo em verso todos os géneros de poesia, e em prosa redigiu belos contos literários e inúmeras crónicas jornalísticas. Como poetisa possuía especial apetência para a composição de sonetos.
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No primeiro aniversário da sua morte o povo de Paderne homenageou-a com a colocação de uma lápida na casa onde nasceu, no sítio dos Montes Elóis, e uma placa evocativa junto do seu túmulo no cemitério local. Também lhe atribuiu o nome a uma das ruas da sua amada terra-natal.
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Maria da Conceição Elói, na velhice
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Em homenagem à sua obra poética, o Racal Clube de Silves escolheu-a para patrona dos VI Jogos Florais do Algarve, com a particularidade de ter sido a primeira mulher a receber essa distinção.
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O jornal «a Avezinha», prestou-lhe, porém, a mais profunda e merecida homenagem de todas as que se haviam realizado, quando o seu director, Arménio Aleluia Martins, decidiu realizar o maior dos sonhos que a pobre poetisa nunca concretizou em vida - a publicação em livro dos seus versos. O título já ela o havia escolhido quando confidenciou à sua dilecta amiga Joselina: “Mal acordei esta manhã, passou-me pela mente, este pensamento com a rapidez de um relâmpago – se um dia publicasse um livro, gostaria que lhe pusessem: «Ecos da Minha Voz»...” Com o apoio da Santa Casa da Misericórdia de Albufeira o livro saiu a público em Janeiro de 1983, com o título de Ecos da Minha Voz, cumprindo-se a vontade da sua autora.
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Acima de tudo Maria da Conceição Elói era uma mulher simples, alegre, afectuosa e expansiva. Tinha uma débil compleição física, era pequena e frágil, mas possuía um coração de ouro, uma alma de bondade e carinho, uma rara grandeza de espírito para uma mulher do campo, desprendida de vaidades e honrarias, que as mereceu, mas só as teve depois de morta.
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Revision as of 15:59, 14 June 2021

Em elaboração

Maria da Conceição Eloi

Maria da Conceição de Sousa Eloi também usou o pseudónimo de Madressilva.
Nasceu em Paderne, Albufeira a 31.08.1898 - Faleceu em Faro a 07.12.1979.
Foi jornalista e escritora que lutou pela educação e pela cultura algarvia.
Em 1921 foi cofundadora do Jornal A Avezinha, em Paderne.

  • ANOITECEU...


Minha "irmã morte", quando tu chegares
Não tentes desviar o meu destino,
Nunca gostei de coisas singulares,
É tudo em mim, humilde e pequenino.

É tudo em mim, suave e cristalino,
Sem loucas alegrias, vãos pesares,
Eu canto a vida, como a voz do sino
Vai espalhando sons por esses ares...

Como regressa ao ninho uma andorinha
Ao pressentir que a noite se avizinha,
E para repousar ali desceu,

Numa campa rasa ó minha "irmã morte!"
Quisera um epitáfio desta sorte:
"Minha aldeia, voltei! Anoiteceu"...

Na sua lápide funerária incrustaram, em jeito de homenagem, este belo poema da sua autoria

Desde criança, nos bancos da escola primária, que revelava aptidões para a poesia, escrevendo versos dedicados aos colegas e professores. Não tendo podido ir mais além nos estudos, conseguiu aumentar a sua educação através da leitura de autores clássicos e de algumas lições de francês e de piano, adquiridas na convivência com as famílias mais ilustradas de Paderne. A vontade de auxiliar os pobres e de comunicar à sociedade a urgente necessidade de ajudar os mais desfavorecidos, levou-a editar, em Março de 1921, um jornal manuscrito inocentemente intitulado "a Avezinha", tendo como redactoras principais quatro meninas, e todas Marias, cujo coração transbordava de altruísmo e de amor pelo próximo. As quatro Marias, subscreviam os seus artigos e poesias, na pueril inocência das suas idades, com o pseudónimo de flores. Assim, além da Maria Conceição Elói, que assinava como Madressilva, colaboravam também a Maria Feliciana Marim Marques, como Violeta, a Maria da Conceição Mendes Costa Biker, como Rosa, e a Maria do Espírito Santo, como Hortênsia. Seguiu-lhes o exemplo, a ilustre Maria Francisca Arez Frias, que assinava os seus preciosos artigos com o pseudónimo de Gardénia. Ignoro, infelizmente, a identidade daquelas que assinavam com os criptónimos de Bonina, Urze, Assucena, Margarida, Camélia, Tília, etc. Pode mesmo dizer-se, que naquele pueril “jardim” despontou uma espécie de escola de jornalismo feminino. Inspiravam-se as cândidas redactoras no culto da natureza, na bondade e na fraternidade, a tal ponto que parece estar na sua génese a intenção de angariar esmolas para uma velhinha que se encontrava cega, o que só se poderia fazer estendendo a triste notícia a todos os amigos padernenses espalhados pelo Algarve. A designação do jornal, algo infantil, demonstra a inocência das suas fundadoras, que julgando-se pobres criaturas indefesas e perdidas nos montes do barrocal, longe dos centros culturais e das grandes cidades, procuravam através do voo da sua “Avezinha” transmitir a todos os seus conterrâneos uma mensagem de amor e fraternidade, consentânea com o espírito cristão que a todas irmanava. Depois da fase manuscrita, em que o jornalinho passava de mão em mão, com redobrados carinhos, o padre João Santos Silva, reconhecendo o esforço daquelas jovens e a utilidade daquele arauto da benemerência e da bondade, conseguiu que a diocese o aceitasse como boletim paroquial. Assim, em 17-7-1921, e sem quaisquer encargos para os seus fundadores, passou a editar-se em letra de forma, na tipografia União em Faro, aumentando o seu auditório e os seus horizontes de comunicação. Tornou-se, deste modo, no primeiro jornal do povo de Paderne. E durante quinze anos foi cumprindo os seus objectivos, humanitários e culturais, até que a emigração para o Brasil da Maria Feliciana, e a morte do padre João dos Santos Silva, suscitaram em 28-12-1939 a mudança da sede do jornal para Faro, onde sobreviveu até à edição n.º 331 datada de 17-10-1953. Nesse período «a Avezinha» foi dirigida pelo padre Dr. Sesinando Oliveira Rosa, tendo estranhamente como proprietário do título o Padre José Gomes da Encarnação bondosíssima figura do presbitério diocesano. O apoio das suas fundadoras e dos seus beneméritos colaboradores foi esmorecendo até que se extinguiu. Maria da Conceição Elói teve, felizmente, a alegria que ver ressurgir em Maio de 1977, a sua «Avezinha», pela mão de Arménio Aleluia Martins, seu dedicado amigo e admirador, que ainda tentou entregar-lhe o lugar de Directora que, modestamente, declinou. Continuou, porém, a colaborar até quase aos derradeiros dias da sua vida. O talento, sobretudo poético, de Maria da Conceição Elói revelar-se-ia noutras colunas da comunicação social algarvia, nomeadamente na «Folha do Domingo» e «Correio do Sul» (ambos de Faro), no «Povo Algarvio» (de Tavira), na «Folha de Alte» (Loulé), nas revistas «Portugal Feminino» e «Almanaque de Santo António» (ambas de Lisboa) e em mais duas outras que se editavam no Brasil. Consciente do seu valor, mas também desejosa de poder aferi-lo, concorreu a variadíssimos Jogos Florais, realizados tanto no Algarve como no resto do País, nomeadamente em Lisboa, Évora, Caldas da Rainha, Porto, Cascais. Desse modo obteve dezenas de prémios, entre 1ºs e 2°s lugares, assim como centenas de menções honrosas. Recebeu o último galardão em Lisboa, num concurso promovido pela revista «Mundo Rural», onde classificou em 2° lugar um dos seus contos. Ficou muito sensibilizada com o prémio atribuído e por isso decidiu ir a Lisboa, que foi dos raros actos públicos a que compareceu, pois o seu espírito modesto e simples não se compaginava com honrarias públicas. Exerceu uma fecunda actividade literária durante quase setenta anos, escrevendo em verso todos os géneros de poesia, e em prosa redigiu belos contos literários e inúmeras crónicas jornalísticas. Como poetisa possuía especial apetência para a composição de sonetos. No primeiro aniversário da sua morte o povo de Paderne homenageou-a com a colocação de uma lápida na casa onde nasceu, no sítio dos Montes Elóis, e uma placa evocativa junto do seu túmulo no cemitério local. Também lhe atribuiu o nome a uma das ruas da sua amada terra-natal.

Maria da Conceição Elói, na velhice Em homenagem à sua obra poética, o Racal Clube de Silves escolheu-a para patrona dos VI Jogos Florais do Algarve, com a particularidade de ter sido a primeira mulher a receber essa distinção. O jornal «a Avezinha», prestou-lhe, porém, a mais profunda e merecida homenagem de todas as que se haviam realizado, quando o seu director, Arménio Aleluia Martins, decidiu realizar o maior dos sonhos que a pobre poetisa nunca concretizou em vida - a publicação em livro dos seus versos. O título já ela o havia escolhido quando confidenciou à sua dilecta amiga Joselina: “Mal acordei esta manhã, passou-me pela mente, este pensamento com a rapidez de um relâmpago – se um dia publicasse um livro, gostaria que lhe pusessem: «Ecos da Minha Voz»...” Com o apoio da Santa Casa da Misericórdia de Albufeira o livro saiu a público em Janeiro de 1983, com o título de Ecos da Minha Voz, cumprindo-se a vontade da sua autora. Acima de tudo Maria da Conceição Elói era uma mulher simples, alegre, afectuosa e expansiva. Tinha uma débil compleição física, era pequena e frágil, mas possuía um coração de ouro, uma alma de bondade e carinho, uma rara grandeza de espírito para uma mulher do campo, desprendida de vaidades e honrarias, que as mereceu, mas só as teve depois de morta.


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