Difference between revisions of "José Afonso"

From Wikipédia de Autores Algarvios
Jump to: navigation, search
(Created page with "File:Joseafonso.png 205px<br /> *'''José''' Manuel Cerqueira '''Afonso''' dos Santos [''Zeca Afonso''] Aveiro, 2/8/1929 - Setúbal, 23/2...")
(No difference)

Revision as of 18:36, 14 November 2020

Joseafonso.png Zecaafonso58 59 faro.jpg

  • José Manuel Cerqueira Afonso dos Santos [Zeca Afonso]

Aveiro, 2/8/1929 - Setúbal, 23/2/1987.
Músico, cantor, poeta, cantautor.
Foi aluno do Liceu D.João III / Escola José Falcão, em Coimbra. e professor de português e francês nas (entre outras) escolas Industrial e Comercial de Lagos / Secundária Gil Eanes e Industrial e Comercial de Faro / Secundária de Tomás Cabreira no final dos anos 50 e início dos anos 60 do século XX.
É Patrono das seguintes escolas/agrupamentos: Escola Secundária Dr. José Afonso, em Arrentela, Seixal; Agrupamento de Escolas José Afonso, em Loures; Agrupamento de Escolas José Afonso, em Alhos Vedros, Moita e Escola 1/J1 Zeca Afonso do Agrupamento José Maria dos Santos, no Pinhal Novo, Palmela.

  • Trabalhos de alunos

Ouvir-.png José Afonso reinventado e cantado por alunos da turma PAE do agrupamento de escolas Tomás Cabreira, em Faro. Clique aqui para ouvir uma nova versão do Fura Fura.

Veio lá da terra
Um homem
Tentar a ventura
Põe a roupa
Na maleta
Lá vai de abalada
Não pensa em voltar
Faz como a formiga
Fura fura
Fura sem parar
Pela estrada fora
Era já
Meia-noite
Só cães a ladrar
A chuva na terra
O vento no mar
Um velho voltou
E disse-me adeus
Cantando e dançando
Debaixo do céu
"Que é pena, que é mágoa
Que uma ave de penas
Não possa voar"
Às vezes
Não tenho jeito
P'ra falar de amigos
Meu amigo
Passageiro
Dá-me o teu capote
Para me abrigar
Vai num barco à vela
Numa aduela
Vai fazer-se ao mar
Passaram-se os dias
Dias da
Vida dum cavalo
A galopar
E o homem a andar
E o homem a andar
Um velho voltou
E disse-me adeus
Cantando e dançando
Debaixo do céu
"Que é pena, que é mágoa
Que uma ave de penas
Não possa voar"


  • Trabalhos de alunos

Ouvir-.png Clique aqui para ouvir Ó Vila de Olhão numa leitura de Beatriz Lua, aluna do 12º 6ª, do agrupamento de escolas Tomás Cabreira, em 2019/2020.
E pode ainda clicar aqui para ver um site realizado pela Beatriz onde pode ouvir mais três poemas e dois excertos de textos de autores algarvios

Ó vila de Olhão
Da Restauração
Madrinha do povo
Madrasta é que não

Quem te pôs assim
Mar feito num cão
Foi o tubarão
Foi o tubarão
Foi o tubarão

Mulher empregada
Diz o povo vão
Que aquela empreitada
Não dá nada não

​Ó vila de Olhão
Da Restauração
Madrinha do povo
Madrasta é que não
Madrasta é que não
Madrasta é que não


  • Breve Biografia:
Foi (é) um dos mais ilustres portugueses do século XX. Músico, cantor, poeta, cantautor, professor,... Estudou no curso de Ciências Histórico-Filosóficas da Faculdade de Letras, em Coimbra e foi professor de português e francês no ensino secundário. Antifascista, foi expulso do ensino e perseguido pela PIDE. A sua canção "Grândola Vila Morena" foi uma das senhas (passou na rádio) usadas pelos militares revoltosos (capitães de abril) no desenrolar da revolução de abril (ou revolução dos cravos - 25/41974), que repôs a democracia em Portugal.
Da biografia publicada (que pode ver na íntegra aqui) na Associação José Afonso - AJA] destacamos: "Era conhecido como «bicho-cantor», o que lhe permitia não ser «rapado» pelas «trupes»" e "De 1961 a 1962 segue atentamente a crise estudantil deste último ano. Convive em Faro com Luiza Neto Jorge, António Barahona, António Ramos Rosa e Pité e namora com Zélia, natural da Fuzeta, que será a sua segunda mulher. Em 1962 é editado o álbum Coimbra Orfeon of Portugal, pela Monitor, dos Estados Unidos, com «Minha Mãe» e «Balada Aleixo»".


  • Discografia:

-JA tem um discografia muito extensa, aqui ficam apenas 3 exemplos:
FADOS DE COIMBRA . Single/78 rpm
01 . CONTOS VELHINHOS letra/música Ângelo Vieira Araújo 02 . INCERTEZA letra/música Eduardo Tavares de Melo

-BALADAS E CANÇÕES . EP/45rpm (editado a partir do LP Baladas e Canções)
01 . CANÇÃO LONGE letra Popular Açores / José Afonso música José Afonso 02 . OS BRAVOS letra/música Popular Açores 03 . BALADA ALEIXO letra António Aleixo música José Afonso 04 . BALADA DO OUTONO Instrumental música José Afonso arranjo Rui Pato

-Ó VILA DE OLHÃO . SINGLE/45rpm (editado a partir do EP Cantares de José Afonso . 1964)
01 . Ó VILA DE OLHÃO letra José Afonso / quadra popular música José Afonso 02 . MARIA letra/música José Afonso

No site da AJA pode ver a sua | discografia e a sua | bibliografia

  • Veja mais sobre José Afonso nos seguintes links:

- Associação José Afonso
- Blogue Cont'Arte
- Wikipédia
in https://arquivo.pt:
- 1997 - Notícia do jnoticias.pt sobre uma noite de Fado em Alfama em que no programa das "Festas de Lisba 97" também aconteceram "reinterpretações de Zeca Afonso".
- 1997 - Página da UMinha com a Cronologia da vida de José Afonso.
- 1998 - Página na Univ. do Minho sobre José Afonso que apresenta letras de muitas das duas canções.
- 1998 - Entrevista a Rui Pato que, entre outros assuntos, fala da Canção de Coimbra e do seu amigo Zeca Afonso.
- 1999 - Página na UNL sobre José Afonso e a canção Grândola Vila Morena.
- 2005 - Página do Instituto Camões sobre JA
- 2008 - Blog com músicas, entrevistas, comentários…sobre JA
- 2008 - Letra e música de JA "O que faz falta…"
- 2008 - Blog em ingês de homenagem a JA
- 2008 - Notícia sobre o prémio JA ganho por Mafalda Veiga
- 2008 - Poemas de homenagem a JA por Janita Salomé, Natália Correia e António Ramos Rosa
- 2009 - Biografia bastante completa de JA
- 2009 - Home page da Associação José Afonso
- 2009 - Indice de autores, poemas e músicas (Uminho)
- 2011 - Nomeações de albuns portugueses para o prémio José Afonso
- 2013 - Página bastante completa com músicas de JA
- 2015 - Página da Wikipédia Sobre JA
- 2016 - Blog de homenagem e recordações sobre JA
- 2017 -Blog sobre os discos e as canções de JA
- 2017 - Capa para o disco Vila d'Olhão" de JA feita por Maluda

in Infacebook.png


Tereza Bento no seu facebook reproduz o texto de Hélida Carvalho Santos que recorda Zeca Afonso enquanto seu professor no liceu de Setúbal: "Bem, eu sou o vosso novo professor de Organização Política, mas devo dizer-vos que não percebo nada disto. Vocês já deram isto o ano passado, não foi? Então sabem, de certeza, mais que eu.", "Eu estudaria, isso sim, uma Organização Política que funcionasse, como noutros países acontece, não é esta fantochada que não passa de pura teoria. Na prática não existe, é uma Constituição carregada de falsidade. Portugal vive numa democracia de fachada, este regime que nos governa é uma ditadura desumana e cruel."," Mas, atenção, vocês é outra coisa. Vocês vão ter que estudar porque, no final do ano, vão ter que fazer exame para concluírem o vosso 7.º ano e poderem entrar na Faculdade."," Mas as minhas aulas vão ser aulas de cultura e política geral. Vão ficar a saber que há países onde existem regimes diferentes deste, que nos oprime, países onde há liberdade de pensamento e de expressão, educação para todos, cuidados de saúde que não são apenas para os privilegiados, enfim, outras coisas que a seu tempo vos ensinarei". Texto completo aqui(6/8/2020)


  • Os Vampiros

No céu cinzento sob o astro mudo
Batendo as asas pela noite calada
Vêm em bandos com pés de veludo
Chupar o sangue fresco da manada

Se alguém se engana com seu ar sisudo
E lhes franqueia as portas à chegada
Eles comem tudo eles comem tudo
Eles comem tudo e não deixam nada [bis]

A toda a parte chegam os vampiros
Poisam nos prédios poisam nas calçadas
Trazem no ventre despojos antigos
Mas nada os prende às vidas acabadas

São os mordomos do universo todo
Senhores à força mandadores sem lei
Enchem as tulhas bebem vinho novo
Dançam a ronda no pinhal do rei

Eles comem tudo eles comem tudo
Eles comem tudo e não deixam nada [bis]

No chão do medo tombam os vencidos
Ouvem-se os gritos na noite abafada
Jazem nos fossos vítimas dum credo
E não se esgota o sangue da manada

Se alguém se engana com seu ar sisudo
E lhes franqueia as portas à chegada
Eles comem tudo eles comem tudo
Eles comem tudo e não deixam nada [bis]

Eles comem tudo eles comem tudo
Eles comem tudo e não deixam nada [bis][bis]

in Álbum Baladas de Coimbra, letra e música de José Afonso, 1963.