Difference between revisions of "António Aleixo - Inéditos"

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Inéditos

Prefácio, com o título "Pequena explicação", escrito por Joaquim Magalhães, para o livro de António Aleixo - "Inéditos"

Neste prefácio, Joaquim Magalhães explica a publicação de composições inéditas de António Aleixo, reunidas com cuidado a partir de manuscritos e testemunhos de quem com ele conviveu. Destaca o talento singular do improvisador algarvio, cuja sensibilidade e inteligência se manifestam nas suas quadras, espontâneas e profundamente humanas.
A leitura deste livro permite aprofundar a compreensão da obra e do pensamento do poeta, revelando dimensões até então desconhecidas e confirmando a sua importância na literatura portuguesa.

PEQUENA EXPLICAÇÃO

  • Excerto 1

Dado o condicionalismo que forçosamente limitou a publicação integral de todo o material que se ia recolhendo no convívio com o poeta, houve que o selecionar na altura das edições dos primeiros livrinhos; e, depois, no seu conjunto, de modo a evitar sempre possíveis prejuízos. Assim se justifica que se tenha conservado inédito um certo número de composições que o talento superior de António Aleixo improvisava, cantava, ditava ou escrevia, mas que as circunstâncias atuais da vida portuguesa já permitem dar a conhecer.
Não cremos que este conjunto de peças inéditas, até agora mantido em reserva, venha tornar maior a justa aura de popularidade que a parte já divulgada da obra do Poeta lhe conquistou. Mas também estamos convencidos de que a não diminui - apenas a confirma e lhe dá, talvez, maior amplitude.
Tanto basta, em nosso parecer, para justificar o esforço de se ter recolhido, de manuscritos por vezes dificultosos de interpretar, e colhido de testemunhos vivos de conviventes do poeta, pequenas ou pouco extensas composições que foram, e são, outras tantas contribuições para o conhecimento mais amplo de uma obra, cuja publicação revelou um raro poeta.

  • Excerto 2

Neste volume de inéditos se publica o que pareceu de alguma importância para tornar mais nítida a imagem do singular improvisador algarvio. Supomos que a leitura destes inéditos dará. aos que a fizerem, a mesma impressão que temos de que valeu a pena a iniciativa de os ditar.
Não é, naturalmente, possível garantir que se tenha recolhido tudo o que a memória fiel dos amigos e simples conviventes ocasionais, contactados, fixou e se transcreve. Julgamos ainda que pequenas composições de circunstância muito restrita nada acrescentariam glória literária do poeta, nem da imagem de fulgurante talento que dele fazemos.
Esperamos que os leitores mais exigentes julguem este empreendimento esta decisão pelo cuidado posto, desde a primeira publicação, na escolha e no respeito pelo que consideramos melhor e o tornou merecedor da aura de aceitação de que o seu nome hoje justamente disfruta.
Cremos ainda que a obra de Aleixo, agora aumentada com este volume, possibilita um estudo mais aprofundado do que de melhor o poeta nos deixou.

  • Excerto 3

Ficam, deste modo, à disposição dos que o queiram, ou possam fazer, mais elementos para a compreensão de um pensamento, tão perfeito pela forma como pela originalidade do conteúdo, que foi sendo elaborado e expresso na sua forma predileta e espontânea de quadras, com inspiração espevitada na convivência com pessoas de mais evoluída cultura, sobretudo nos seus últimos anos de vida. O improvisador, semianalfabeto e de poucas letras, adquiriu e assimilou, ouvindo, essa cultura por forma singularmente séria e profunda, bastante para impressionar os que o leem e se admiram, com justa razão, perante o caso raro e excecional.
Não nos parecem necessárias mais considerações. Esta curta explicação, ainda que indispensável, julgamos que será suficiente. Só que ficaria incompleta se não se dissesse, aqui mesmo, que sem o trabalho imenso de recolha e ordenação de elementos que Ezequiel Ferreira beneditinamente fez, teria sido impossível apresentar tudo o que se apresenta.
Joaquim Magalhães


  • Algumas quadras do livro "Inéditos" de António Aleixo

Pobres, para que nascem eles?..:
É fácil de compreender:
Nascem p'ra escravos daqueles
Que podem fugir de o ser.

Quem trabalha e mata a fome
Não come o pão de ninguém;
Mas quem não trabalha e come,
Come sempre o pão de alguém

Entre grandes e pequenos
Ficávamos quase iguais,
Dando a uns um pouco menos
E a outros um pouco mais.

É triste que a gente veja
Tanta gente que não come:
○ pão que a muitos sobeja
Matava bem essa fome...

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