Difference between revisions of "Matos, Raul"
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− | Poente, fogo na Ria, | + | Poente, fogo na Ria,<br /> |
− | Sete cores desiguais. | + | Sete cores desiguais.<br /> |
− | Chilram aves morre o dia | + | Chilram aves morre o dia<br /> |
− | E vertem sangue os sapais... | + | E vertem sangue os sapais...<br /> |
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− | + | Franklim Marques publicado na defesa em Julho de 2007 | |
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− | + | E a brisa, que a terra invade,<br /> | |
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− | + | Com um gosto de saudade<br /> | |
− | + | E vem dizer à cidade:<br /> | |
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− | + | Desmaia o Sol em esplendor<br /> | |
− | + | Sobre a doca, sobre o cais.<br /> | |
− | + | E, paleta de pintor,<br /> | |
− | + | Depõe na tela, com amor,<br /> | |
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+ | Em alegre revoada,<br /> | ||
+ | Regresso de romaria,<br /> | ||
+ | Vai chegando a passarada<br /> | ||
+ | Que no Jardim tem morada:<br /> | ||
+ | Chilram aves, morre o dia.<br /> | ||
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+ | '''Franklim Marques''' publicado na defesa em Julho de 2007<br /> | ||
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*'''Notas Biográficas'''<br /> | *'''Notas Biográficas'''<br /> | ||
− | + | '''Manuel Raul de Matos''' nasceu em Faro, em 1915. Em 1929, entrou para a Tipografia União de Faro, onde aprendeu a arte tipográfica especializando-se na impressão. A partir da década de 40, era ele quem dirigia os trabalhos de impressão dos jornais aqui impressos. Permaneceu nesta oficina até à sua aposentação, em 1985. Foi um poeta popular de reconhecido mérito. Concorreu a muitos concursos poéticos, cerca de trinta, e ganhou quatro primeiros prémios, vários segundos, terceiros e menções honrosas. Espalhou a sua produção poética por vários jornais da província. Parte da sua produção poética foi recolhida e editada pela Câmara Municipal de Faro, em 1988, sob o título '''''Que terra é essa, o Algarve?!'''''... (Poemas), Dedicou-se também ao teatro amador. Em 1985, foi condecorado pela Câmara Municipal de Faro com a Medalha de Mérito da Cidade. | |
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+ | '''Teodomiro Neto''', em artigo publicado no jornal '''O Algarve''', de 01/12/1988, intitulado '''“Dois Poetas da Palavra” (Raul de Matos e António Ramos Rosa)''', caracteriza assim o percurso do autor: “Raul de Matos começou a trabalhar na palavra, ainda criança, sem passar pela escola; foi agrupando letras metálicas até construir a palavra na tipografia União, onde o menino iniciou a precoce vida de homem. Como tipógrafo agarrou-se profissionalmente às letras, depois o poeta ajuntou as palavras, claras, ligeiras, bonitas, simples. À sua medida…” | ||
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Revision as of 11:23, 11 May 2022
[[]]
- Manuel Raul de Matos"
Faro -1915
Poente, fogo na Ria,
Sete cores desiguais.
Chilram aves morre o dia
E vertem sangue os sapais...
Franklim Marques publicado na defesa em Julho de 2007
E a brisa, que a terra invade,
Traz o cheiro a maresia
Com um gosto de saudade
E vem dizer à cidade:
Poente, fogo na Ria.
Desmaia o Sol em esplendor
Sobre a doca, sobre o cais.
E, paleta de pintor,
Depõe na tela, com amor,
Sete cores desiguais.
Em alegre revoada,
Regresso de romaria,
Vai chegando a passarada
Que no Jardim tem morada:
Chilram aves, morre o dia.
Há alegria no ar,
No chilreio dos pardais.
Mas, por um dia tombar,
Cai a tristeza no mar
E vertem sangue os sapais...
Franklim Marques publicado na defesa em Julho de 2007
"atrevi-me a glosar, em alinhavadas quintilhas, a referida quadra. A glosa não estará à altura do mote, mas o quadro encenado foi de uma beleza deslumbrante."
- Notas Biográficas
Manuel Raul de Matos nasceu em Faro, em 1915. Em 1929, entrou para a Tipografia União de Faro, onde aprendeu a arte tipográfica especializando-se na impressão. A partir da década de 40, era ele quem dirigia os trabalhos de impressão dos jornais aqui impressos. Permaneceu nesta oficina até à sua aposentação, em 1985. Foi um poeta popular de reconhecido mérito. Concorreu a muitos concursos poéticos, cerca de trinta, e ganhou quatro primeiros prémios, vários segundos, terceiros e menções honrosas. Espalhou a sua produção poética por vários jornais da província. Parte da sua produção poética foi recolhida e editada pela Câmara Municipal de Faro, em 1988, sob o título Que terra é essa, o Algarve?!... (Poemas), Dedicou-se também ao teatro amador. Em 1985, foi condecorado pela Câmara Municipal de Faro com a Medalha de Mérito da Cidade.
Teodomiro Neto, em artigo publicado no jornal O Algarve, de 01/12/1988, intitulado “Dois Poetas da Palavra” (Raul de Matos e António Ramos Rosa), caracteriza assim o percurso do autor: “Raul de Matos começou a trabalhar na palavra, ainda criança, sem passar pela escola; foi agrupando letras metálicas até construir a palavra na tipografia União, onde o menino iniciou a precoce vida de homem. Como tipógrafo agarrou-se profissionalmente às letras, depois o poeta ajuntou as palavras, claras, ligeiras, bonitas, simples. À sua medida…” In: https://folhadodomingo.pt/joao-pires-uma-memoria/
- Bibliografia:
- Veja mais sobre Raul de Matos nos seguintes links: