Difference between revisions of "Gomes, Elviro Rocha"

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'''Elviro''' Augusto da '''Rocha Gomes'''.<br />  
 
'''Elviro''' Augusto da '''Rocha Gomes'''.<br />  
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Constância - 28/10/1918 - Faro - 08/2009.<br />  
 
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Poeta. Ensaísta. Professor.  
Poeta e ensaísta. <br />
 
nasceu em Constância em 28 de Outubro de 1918 e faleceu em Faro, em Agosto de 2009
 
Licenciado em Filologia Germânica pela Universidade de Coimbra, foi professor em Coimbra, no Liceu Camões, em Lisboa, e nos liceus do Funchal, Viana do Castelo e Faro, onde finalmente se fixou.<br />
 
Foi director do Círculo Cultural do Algarve, sucedendo a Joaquim Magalhães (seu fundador), onde proferiu inúmeras conferências.  
 
Em 1990 foi-lhe atribuída a Medalha de Mérito, Grau Ouro, pelo Município de Faro, pelos serviços prestados nas áreas da educação e da cultura.
 
  
 
*'''«Octopa, octopa!'''<br />
 
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Publicado em "O Século", na rubrica "Pim, pam pum"<br />
 
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In '''Elviro Rocha Gomes''' – '''''Octopa''''' – Edição de Autor – Faro – 1983.<br />
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*'''«Os enganadores»'''<br />
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os do conto do vigário,<br />
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e os oráculos de Delfos<br />
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que eram vozes de pessoas escondidas:<br />
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a esses o desprezo.<br />
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Digam todos comigo:<br />
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Abaixo a exploração da boa fé!»<br />
 
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(Publicado por José Luz como "Exemplo desses versos cómicos"<br />
  
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*'''Ovelha tosquiada'''<br />
  
*'''Biografia'''<br />
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Tosquiaram a ovelha.<br />
 
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Parece uma velha.<br />
Elviro da Rocha Gomes, ilustre constanciense, poeta, escritor, tradutor e publicista, é reconhecido como responsável pela divulgação no nosso país de poetas de língua alemã.<br />Elviro Augusto da Rocha Gomes nasceu em Constância em 28 de Outubro de 1918 e faleceu em Agosto de 2009. Era filho de Isidoro da Silva Gomes (escritor e autor de «Ímpetos Naturais» sobre Constância) e de Georgina Rocha, filha do marítimo João Rocha, a qual terá falecido aos 36 anos de idade, em Macedo de Cavaleiros.<br />O autor licenciou-se em filologia germânica pela Universidade de Coimbra. Foi professor do Liceu em Lisboa, Coimbra, Funchal (para onde foi «desterrado» segundo alguns), Viana do Castelo e Faro (cidade onde se dedicou apenas à literatura).<br />
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Tão lisa e tão fria<br />
Elviro Gomes foi poeta, escritor, tradutor e publicista, tendo sido  responsável pela divulgação no nosso país de poetas de língua alemã. Foi Director do Círculo Cultural do Algarve e dinamizador de ciclos de conferências que marcaram a vida cultural da região na primeira metade do século XX. Escreveu para jornais e revistas, realçando-se: “Diário do Norte”, “Aurora do Lima”, “Gazeta do Sul”, “Algarve Ilustrado” e “O Algarve”, entre outros.  Segundo o Jornal «Região Sul, que vimos seguindo de perto, Elviro Gomes marcou, «pela sua forma diferente de ensinar, gerações de alunos que passaram pelo Liceu de Faro».  Em 1990, foi-lhe mesmo atribuída a Medalha de Mérito, Grau Ouro, pelo Município, «pelos serviços relevantes nas áreas da educação e da cultura». De acordo com o mesmo  órgão de imprensa, «Elviro  publicou dezenas de obras de poesia, boa parte com ilustrações de capa de Vicente de Brito e de José Maria Oliveira, sempre em edições de autor, que pontualmente oferecia a amigos, com a devida dedicatória".
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parece uma rã.<br />
In:
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Umas mãos hábeis<br />
https://porabrantes.blogs.sapo.pt/para-um-roteiro-literario-de-constancia-6010967
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roubaram-lhe o garbo<br />
 
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tirando-lhe a .<br />
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Assim ficou nua<br />
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no meio do prado.<br />
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Anda vaidade<br />
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passeando na rua<br />
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com lã que era sua.<br />
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E ela anda nua.<br />
  
*'''Bibliografia'''<br />
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*'''Garça Real'''<br />
  
'''Ensaio'''
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Ó garça que agora moras<br />
 
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Na mesma casa que eu<br />
'''A alma nos grandes romances de Hermann Stehr''', (1943)<br />
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onde estou eu também tu<br />
'''Albert Scheweizer''' (1957)<br />
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consideras tudo teu<br />
'''O que eles disseram de Portugal''', (1960)<br />
 
'''Vulpes Fabulosa''' (1960)<br />
 
'''Astros com luz própria''' (1961)<br />
 
'''Goethe''' (1962)<br />
 
'''A rosa na poesia''' (1962)<br />
 
'''Aves poéticas''' (1963)<br />
 
'''Apontamentos de literatura alemã''' (1966)<br />
 
'''Dificuldade de pensamento''' (1968)<br />
 
'''Impressões sobre poetas''' (1972)<br />
 
'''A ilha de Man''' (1973)<br />
 
'''Luz e lume na obra de Teixeira Gomes''' (1980)<br />
 
'''Hitler''' (1981)<br />
 
'''O riso de Fialho d’Almeida''' (1981)<br />
 
'''A crítica social na obra de Assis Esperança''' (1981)<br />
 
'''Enredando enredos''' (1982).<br />
 
 
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'''Poesia'''<br />
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Ó garça que voas alto<br />
 
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e entre as nuvens perpassas<br />
'''Deixaste cair uma rosa''' (1955)<br />
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lá em cima é só passeio<br />
'''Rua Longa''' (1956)
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ou alguma coisa caças?<br />
'''José''' (1958)<br />
 
'''O longe e o perto''' (1960)<br />
 
'''O sul do meu país''' (1960)<br />
 
'''Helen Keller''' (1961)<br />
 
'''Entre parêntesis''' (1961)<br />
 
'''Bom tom''' (1963)<br />
 
'''Desenhos de alma''' (1964)<br />
 
'''Aceitar''' (1965)<br />
 
'''Sorridente''' (1968)<br />
 
'''Com licença''' (1969)<br />
 
'''O dia do pai''' (1969)<br />
 
'''A bruxa''' (1973)<br />
 
'''25 de Abril''' (1974)<br />
 
'''Entender''' (1987)<br />
 
'''Ilusão''' (1988)<br />
 
'''Tréguas''' (2000)<br />
 
 
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'''Ficção em prosa''' <br />
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Ó garça que me acompanhas<br />
 
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em horas de solidão<br />
'''Libelinha''' (1962)<br />
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és tão meiga como um gato<br />
'''Nem sempre''' (1967)<br />
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e tão fiel como um cão<br />
'''Nel''' (1971).<br />
 
 
 
'''Teatro'''<br />
 
 
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Só tens um grande defeito<br />
'''Crueldade''' (1959)<br />
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és muito desconfiada<br />
'''Leopoldo Salvaterra''' (1959)<br />
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quando vem alguém a casa<br />
 
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ficas logo desconfiada<br />
'''Estudos linguísticos'''<br />
 
 
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'''Glossário sucinto para compreender Emiliano da Costa''' (1956)<br />
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Ó garça não tenhas medo<br />
'''Glossário sucinto para compreender Aquilino Ribeiro''' (s.d.)<br />
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que ninguém te fará mal<br />
'''Como falam os alemães''' (1974)<br />
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desejam é fazer festas<br />
'''Mostra a tua língua''' (1982).<br />
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à minha garça real<br />
 
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'''Traduções'''<br />
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por agora aqui termino<br />
 
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este meu canto corrido<br />
'''Em Prosa'''<br />
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E mais não digo p´ra que ele<br />
 
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não seja muito comprido.<br />
'''Educação e ensino nas escolas secundárias alemães''' (1943)<br />
 
'''A aranha negra, de Jeremias Gotthelf''' (s.d.)<br />
 
'''Um íntimo furor, de Kamala Markandaya''' (s.d.)v
 
 
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Poemas retirados do blogue de [Suzete Evaristo - https://imagenscompoemas.blogspot.com/2010/]
  
'''em verso'''<br />
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*'''Notas Biográficas'''<br />
'''Ramo de flores exóticas''' (1959)<br />
 
'''Poetas que a guerra emudeceu''' (1964)<br />
 
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'''Inéditos''' <br />
 
  
'''Henrique Verde''' (romance de Gottfried Keller -tradução)<br />
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'''Elviro da Rocha Gomes''', ilustre constanciense, poeta, escritor, tradutor e publicista, é reconhecido como responsável pela divulgação no nosso país de poetas de língua alemã. Era filho de Isidoro da Silva Gomes (escritor e autor de «Ímpetos Naturais» sobre Constância) e de Georgina Rocha. Escreveu para jornais e revistas, realçando-se: '''“Diário do Norte”''', '''“Aurora do Lima”''', '''“Gazeta do Sul”''', “Algarve Ilustrado” e “O Algarve”, entre outros. Segundo o Jornal «Região Sul,(...) '''Elviro [Rocha] Gomes''' marcou, «pela sua forma diferente de ensinar, gerações de alunos que passaram pelo Liceu de Faro». (...) De acordo com o mesmo  órgão de imprensa, «'''Elviro'''  publicou dezenas de obras de poesia, boa parte com ilustrações de capa de '''Vicente de Brito''' e de '''José Maria Oliveira''', sempre em edições de autor, que pontualmente oferecia a amigos, com a devida dedicatória". Licenciado em Filologia Germânica pela Universidade de Coimbra, foi professor em Coimbra, no Liceu Camões, em Lisboa, e nos liceus do Funchal, Viana do Castelo e Faro, onde finalmente se fixou. Foi diretor do Círculo Cultural do Algarve, sucedendo a Joaquim Magalhães (seu fundador). Em 1990 foi-lhe atribuída a Medalha de Mérito, Grau Ouro, pelo Município de Faro, pelos serviços prestados nas áreas da educação e da cultura.<br />
'''O jardim  sem estações do ano''' (contos orientais de Max Dauthendey, (tradução)<br />
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<br />In:https://porabrantes.blogs.sapo.pt/para-um-roteiro-literario-de-constancia-6010967
'''O candeeiro''' (Comédia)<br />
 
  
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*'''Bibliografia'''<br />
  
Estreou-se aos quatorze anos como poeta no «Pim-Pam-Pum» (suplemento inantil do jornal O Século, tendo também colaborado no Tic-Tac (que se publicou entre 1930 e 1937), O Gaiato: semanário infantil, dirigido por Alice Ogando, Civilização, dirigido por Ferreira de Castro e Campos Monteiro, Notícias Ilustrado e Folha de Vila Verde. Mais tarde passou a colaborar em vários jornais e revistas, como: Labor, Correio do Sul, Algarve, Gazeta do Sul, Aurora do Lima, Vértice, Diário de Lisboa, Diário Ilustrado, Voz da Madeira, República, O Primeiro de Janeiro (página de «Artes e Letras») e Anais do Município de Faro.É autor de um Glossário sucinto para melhor compreensão de Aquilino Ribeiro, e traduziu Um Íntimo Furor, de Kamala Markandala (1958), e alguns ensaios de língua alemã
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'''Ensaio'''
In:https://www.escritas.org/pt/bio/elviro-da-rocha-gome
 
  
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'''''A alma nos grandes romances de Hermann Stehr''''', (1943)<br />
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'''''Albert Scheweizer''''' (1957)<br />
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'''''O que eles disseram de Portugal''''', (1960)<br />
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'''''Vulpes Fabulosa''''' (1960)<br />
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'''''Astros com luz própria''''' (1961)<br />
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'''''Goethe''''' (1962)<br />
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'''''A rosa na poesia''''' (1962)<br />
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'''''Aves poéticas''''' (1963)<br />
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'''''Apontamentos de literatura alemã''''' (1966)<br />
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'''''Dificuldade de pensamento''''' (1968)<br />
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'''''Impressões sobre poeta''s''' (1972)<br />
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'''''A ilha de Man''''' (1973)<br />
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'''''Luz e lume na obra de Teixeira Gomes''''' (1980)<br />
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'''''Hitler''''' (1981)<br />
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'''''O riso de Fialho d’Almeida''''' (1981)<br />
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'''''A crítica social na obra de Assis Esperança''''' (1981)<br />
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'''''Enredando enredos''''' (1982).<br />
  
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'''Poesia'''<br />
  
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'''''Deixaste cair uma rosa''''' (1955)<br />
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'''''Rua Longa''''' (1956)
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'''''José''''' (1958)<br />
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'''''O longe e o perto''''' (1960)<br />
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'''''O sul do meu país''''' (1960)<br />
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'''''Helen Keller''''' (1961)<br />
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'''''Entre parêntesis''''' (1961)<br />
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'''''Bom tom''''' (1963)<br />
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'''''Desenhos de alma''''' (1964)<br />
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'''''Aceitar''''' (1965)<br />
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'''''Sorridente''''' (1968)<br />
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'''''Com licença''''' (1969)<br />
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'''''O dia do pai''''' (1969)<br />
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'''''A bruxa''''' (1973)<br />
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'''''25 de Abril''''' (1974)<br />
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'''''Entender''''' (1987)<br />
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'''''Ilusão''''' (1988)<br />
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'''''Tréguas''''' (2000)<br />
  
Elviro Gomes é considerado como um dos vultos incontornáveis da cultura farense.  Tal reconhecimento levou à criação em 2019, pela  União das Freguesias de Faro (Sé e São Pedro), Concurso Literário da União das Freguesia de Faro – “Elviro da Rocha Gomes”.  O objetivo é, cita-se,  «incentivar a criatividade e a produção literária em poesia e prosa, contribuindo-se assim para a defesa e enriquecimento da Língua Portuguesa e também para homenagear o poeta, professor e escritor Elviro da Rocha Gomes».
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'''Ficção em prosa''' <br />
  
Jaime Gomes, filho do literato, tem procurado recolher e divulgar através do seu blog,  a obra do pai. «Muitos são versos cómicos, com uma inocência e candura que espelham a personalidade única do autor, que adorava “entreter”. Mas também há os poemas sentidos, que nos fazem sonhar e os poemas críticos às injustiças do mundo que nos fazem pensar».
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'''''Libelinha''''' (1962)<br />
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'''''Nem sempre'''' (1967)<br />
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'''''Nel''''' (1971).<br />
  
Exemplo desses versos cómicos? João Villaret  leu na TV o poema «Vou de coche», de Elviro, que repesquei do blog de um seu sobrinho. Mas também há os poemas críticos que não perdem a sua actualidade…
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'''Teatro'''<br />
  
«Os enganadores»
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'''''Crueldade''''' (1959)<br />
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'''''Leopoldo Salvaterra''''' (1959)<br />
  
Agora os que nos mentem
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'''Estudos linguísticos'''<br />
  
e dizem que não mentem
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'''''Glossário sucinto para compreender Emiliano da Costa''''' (1956)<br />
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'''''Glossário sucinto para compreender Aquilino Ribeiro''''' (s.d.)<br />
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'''''Como falam os alemães''''' (1974)<br />
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'''''Mostra a tua língua''''' (1982).<br />
  
os do conto do vigário,
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'''Traduções'''<br />
  
os de lindas falas que induzem em erro
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'''Em Prosa'''<br />
  
e os oráculos de Delfos
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'''''Educação e ensino nas escolas secundárias alemães''''' (1943)<br />
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'''''A aranha negra, de Jeremias Gotthelf''''' (s.d.)<br />
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'''''Um íntimo furor, de Kamala Markandaya''''' (s.d.)v
  
que eram vozes de pessoas escondidas:
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'''em verso'''<br />
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'''''Ramo de flores exóticas''''' (1959)<br />
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'''''Poetas que a guerra emudeceu''''' (1964)<br />
  
a esses o desprezo.
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'''Inéditos''' <br />
 
 
Digam todos comigo:
 
 
 
Abaixo a exploração da boa fé!»
 
 
 
 
 
 
José Luz (Constância)
 
 
 
PS – não uso o dito AOLP. Na presente crónica procuro apenas compilar dados existentes  e disponíveis.
 
http://hemerotecadigital.cm-lisboa.pt/EFEMERIDES/PonteSobreoTejo/Imprensa/OAlgarve_21Ago1966.pdf
 
 
 
Octopa
 
Posted on 29 Maio, 2013 13:57 by ateneulivros Comment
 
Octopa
 
Octopa «€15.00»
 
Elviro Rocha Gomes – Octopa – Edição de Autor – Faro – 1983. Desc. 85 pág / 21 cm x 15 cm / Br. – Edição 500 exemplares – «Com Autografo»
 
 
 
https://ateneulivros.com/?p=13549
 
 
 
(1918- 2009) O Professor Elviro Augusto da Rocha Gomes, natural de Constância, foi licenciado em Germânicas pela Universidade de Coimbra, onde leccionou, tendo posteriormente passado por liceus de Lisboa, Funchal e Viana do Castelo, vindo a fixar-se em Faro, onde desenvolveu grande parte da sua actividade de professor. Elviro Rocha Gomes foi poeta, escritor, tradutor e publicista, sendo responsável pela divulgação em Portugal de poetas de Língua alemã. Foi Director do Círculo Cultural do Algarve e responsável por um sem número de conferências que marcaram a vida cultural do Algarve em meados do século passado, tendo escrito para jornais e revistas, com destaque para “Diário do Norte”, “Aurora do Lima”, “Gazeta do Sul”, “Algarve Ilustrado” e “O Algarve”, entre outros. Elviro da Rocha Gomes marcou, pela sua forma diferente de ensinar, gerações de alunos que passaram pelo Liceu de Faro, tendo-lhe sido atribuída a Medalha de Mérito, Grau Ouro, pelo Município, em 1990, pelos serviços relevantes nas áreas da educação e da cultura. Publicou dezenas de obras de poesia, boa parte com ilustrações de capa de Vicente de Brito e de José Maria Oliveira, sempre em edições de autor, que pontualmente oferecia a amigos, com a devida dedicatória.
 
 
 
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https://imagenscompoemas.blogspot.com/2010/
 
Ovelha tosquiada
 
 
 
Tosquiaram a ovelha.
 
Parece uma velha.
 
Tão lisa e tão fria
 
parece uma rã.
 
Umas mãos hábeis
 
roubaram-lhe o garbo
 
tirando-lhe a lã.
 
Assim ficou nua
 
no meio do prado.
 
Anda vaidade
 
passeando na rua
 
com lã que era sua.
 
E ela anda nua.
 
 
 
Elviro Rocha Gomes
 
(poeta popular - Faro)
 
 
 
Garça Real
 
 
 
Ó garça que agora moras
 
Na mesma casa que eu
 
onde estou eu também tu
 
consideras tudo teu
 
 
 
Ó garça que voas alto
 
e entre as nuvens perpassas
 
lá em cima é só passeio
 
ou alguma coisa caças?
 
 
 
Ó garça que me acompanhas
 
em horas de solidão
 
és tão meiga como um gato
 
e tão fial como um cão
 
 
 
Só tens um grande defeito
 
ás muito desconfiada
 
quando vem alguém a casa
 
ficas logo desconfiada
 
 
 
Ó garça não tenhas medo
 
que ninguém te fará mal
 
desejam é fazer festas
 
à minha garça real
 
 
 
por agora aqui termino
 
este meu canto corrido
 
E mais não digo p´ra que ele
 
não seja muito comprido.
 
 
 
Elviro Rocha Gomes
 
Poeta popular
 
 
 
 
 
 
 
http://absorto.blogspot.com/2019/01/auschwitz.html
 
A 27 de janeiro de 1945 as tropas soviéticas chegaram ao campo de concentração de Auschwit e libertaram os sobreviventes.
 
 
 
Tenho em casa uma brochura do meu velho professor de liceu Elviro Rocha Gomes, intitulada “Hitler – Quem foi e como chegou ao poder”, um libelo acusatório implacável do nazismo e do seu chefe.
 
 
 
Essa brochura abre com os números do holocausto. Entre muitos outros: “250 mil ou talvez perto de 300 mil (mortos) só em 1944, em Auschwitz; 8 milhões de mártires, ao todo, em todos os campos de concentração.”
 
 
 
Para que conste neste triste aniversário.
 
Publicada por Eduardo Graça à(s) 10:00 
 
 
 
http://joaonaylor.blogspot.com/2010/02/o-meu-avo-elviro.html
 
O meu avô Elviro
 
 
 
ELVIRO AUGUSTO ROCHA GOMES
 
(1918-2009)
 
 
 
O meu avô sempre foi um homem muito rico. O seu património era sobretudo o seu conhecimento, a sua cultura, a sua voz, a sua criatividade, o seu carisma, o seu interesse pelo próximo, as suas preocupações humanísticas, e por aí fora. Falar portanto sobre o meu avô é uma tarefa longa. Foi uma pessoa que marcou pela sua actividade como professor, escritor, tradutor e outros desempenhos na esfera cultural. Sei que causava uma impressão muito forte nas pessoas que se cruzavam com ele. Na Alemanha deram-lhe o epítome “Das unique”, ou seja “o único”. Além disto era o meu avô e é nessa qualidade que aqui o lembro.
 
 
 
 
 
 
 
Lembro-me de quando o meu avô ia visitar-me a Lisboa, na minha infância, da sua presença carismática. Uma vez, eu teria para aí uns seis anos, fomos a uma loja de roupa, deparando-nos com uma senhora visivelmente triste atrás do balcão, e enquanto eu via as roupas o meu avô foi conversando com a senhora, despoletando-lhe o riso. Provavelmente ofereceu-lhe também um dos livros que tinha sempre na sua mala a tiracolo. Depois de nos decidirmos quanto às roupas, um kispo e umas calças, a senhora insistiu em não cobrar nada, apesar do meu avô, cordialmente insistir em pagar. Ainda me lembro de a senhora, sensibilizada, afirmar que só uma pessoa como o meu avô para tê-la feito rir naquele momento!
 
 
 
 
 
 
 
Dávamos bons e grandes passeios a pé, dizíamos que íamos ver as grutas, e lá íamos nós confundindo pequenas clareiras em terrenos abandonados, ou hiatos em arbustos, com grutas. Jogávamos o jogo de descobrir o que um de nós estaria a ver, uma frase num cartaz, um sinal de trânsito, uma porta peculiar ou qualquer outra coisa que nós julgássemos difícil de o outro descobrir inserida no cenário dos nossos passeios. Conversávamos muito, o meu avô contava-me curiosidades históricas que eu apesar da idade ouvia atentamente graças á grande capacidade comunicativa do meu avô.
 
 
 
 
 
 
 
Tinha sempre um bloco de notas onde escrevia de imediato quando um poema ou uma ideia lhe ocorria, o que sucedia com muita frequência. Também gostava de desenhar com o que tinha á mão, esferográfica ou lápis. Desenhava caras, e as paisagens dos sítios por onde passava, a vista do apartamento onde eu vivia, a vista num jardim, ou numa esplanada de um café, etc.
 
 
 
 
 
 
 
Conversava abertamente com estranhos com quem se cruzava, e tinha um magnetismo que tornava gestos normalmente prosaicos e banais em momentos únicos repletos de humor como por exemplo comprar um bilhete de comboio, pedir uma informação, ser atendido num café ou num restaurante, etc.
 
 
 
 
 
 
 
Era sempre com enorme expectativa que eu aguardava as suas visitas e o privilégio de ouvir a sua voz grave e eloquente. Sabia agradar o neto, e íamos sempre comprar uma prenda ou mais. Quando estava em Faro e eu em Lisboa o meu avô enviava-me assiduamente postais em que descrevia episódios humoristicamente através de desenhos onde ele aparecia com o escasso cabelo desgrenhado e óculos contracenando comigo de calções e pernas tipo caniços.
 
 
 
 
 
 
 
Todas as suas atitudes comigo eram pedagógicas, sempre me disse: “não deixes para amanhã aquilo que podes fazer hoje”. Instigava-me a desenhar ou a fazer composições, obras essas que me pagava sempre em dinheiro, guardando-as religiosamente numa gaveta. Um dia surpreendeu-me com uma carta que mencionava um prémio de desenho que eu tinha ganho, pois, sem me ter dito nada, o meu avô tinha enviado alguns desenhos meus para um concurso.
 
 
 
 
 
 
 
Depois de os meus pais se terem divorciado vivi com o meu avô e a minha mãe na casa dele. Nessa altura eu queria uma mesa de snooker ao que o meu avô sugeriu que a construísse. Fiz duas tentativas com materiais diversos, madeira, cortiça, uma mesa velha e após tê-la terminado o meu avô comprou-me um taco mas colocou-se o problema de arranjarmos umas bolas adequadas, e, depois de tentarmos jogar frustemente com bolas de ping-pong fomos á procura duma loja que vendesse bolas de golfe. Foi uma busca diligente, viajámos de comboio, andámos kilometros a pé, percorremos estradas difíceis até finalmente chegarmos à loja de que nos tinham informado nas nossas indagações. O meu avô determinado não tinha deixado esmorecer o meu pequeno sonho.
 
 
 
 
 
 
 
Em casa, foi no Jardim cheio de história, construído com carinho pelo meu avô, denominado Jardim da Concórdia que passámos algumas das nossas melhores convivências. Anos mais tarde, depois de ter voltado para Lisboa e novamente voltado a morar com o meu Avô, por volta dos meus 17 anos, foi no Jardim da Concórdia que esculpi o busto do meu avô em barro.
 
 
 
 
 
 
 
Nessa altura apesar da idade do meu avô rondar os 80 anos ele mantinha a mesma vitalidade com que sempre o conheci. Lembro-me de o ver empoleirar-se num muro estreito do Jardim para apanhar umas nêsperas. Continuávamos a fazer grandes caminhadas, por uma ou duas vezes fomos a pé de Faro até à praia de Faro, que presumo serem sensivelmente 8 Km, e voltámos a pé.
 
 
 
 
 
 
 
Mais tarde ainda, quando eu já tinha a minha mulher o meu avô passou a ser a nossa companhia predilecta, contagiando-nos com a sua presença e o seu bom humor, nas jantaradas ou almoçaradas para as quais ele frequentemente nos convidava.
 
 
 
 
 
 
 
Octogenário, era ainda um homem extremamente activo. A demonstrá-lo refiro por exemplo que se surgisse nas nossas conversas alguma dúvida sobre o significado exacto de uma palavra, ou qual a palavra mais apropriada para determinado contexto, o meu avô sem meias medidas ia imediatamente consultar a sua biblioteca. Era comum vê-lo de madrugada agarrado a um livro, a fazer um tradução ou a escrever poesia. Poemas que mos lia, amiúde, com grandes qualidades de actor. Quando hoje leio os seus poemas parece que quase ouço a sua voz, grave, eloquente e vivaz.
 
 
 
 
 
 
 
Parecia imortal mas veio a doença, no entanto, apesar do seu sofrimento, nunca quis de maneira nenhuma preocupar os outros e mostrou uma dignidade enormíssima. Nas primeiras vezes em que foi parar ao hospital em risco de vida, depois de ter ultrapassado os momentos mais críticos, continuava a fazer rir quem o rodeava.
 
 
 
 
 
 
 
Ainda houve duas vezes em que o meu avô me surpreendeu no meu local de trabalho dessa altura, tendo se deslocado a pé, uma distância considerável para irmos comer uns caracóis.
 
 
 
 
 
 
 
A minha maior riqueza é de longe e será sempre a interior tendo herdado do meu avô grande parte desse legado.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
(João Pedro. Madrugada, Fevereiro de 2010)
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Publicada por João Naylor em 17:55 
 
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Um comentário:
 
 
 
supergato8 de fevereiro de 2010 22:02
 
João, numa incursão à tua página do facebook descobri o teu site e o teu blog. Curiosa, como me é próprio, resolvi espreitar:-). Agradou-me esta simbólica homenagem ao teu avô, de quem sempre te ouvi falar com muito amor. Um beijinho e até breve. Fúlvia
 
  
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'''''Henrique Verde''''' (romance de Gottfried Keller -tradução)<br />
http://elvirismos.blogspot.com/
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'''''O jardim  sem estações do ano''''' (contos orientais de Max Dauthendey, (tradução)<br />
Este é um blogue em memória do meu pai, Elviro Augusto Rocha Gomes, poeta e escritor. Aqueles que quiserem adicionar poemas ou excertos de textos da autoria do meu pai, serão bem vindos. Muitos são versos cómicos, com uma inocência e candura que espelham a personalidade única do autor, que adorava “entreter”. Mas também há os poemas sentidos, que nos fazem sonhar e os poemas críticos às injustiças do mundo que nos fazem pensar.
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'''''O candeeiro''''' (Comédia)<br />
  
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[[File:Livrosde RochaGomesporPatríciaPalma.jpg|158px]]<br />
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Fotografia com capas de livros de Rocha Gomes publicada no [https://www.facebook.com/patricia.dejesuspalma Facebook de Patrícia de Jesus Palma]
  
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*Para saber mais sobre o Professor '''Elviro Rocha Gomes''' pode consultar os seguintes links:<br />
  
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-2010 [http://joaonaylor.blogspot.com/2010/02/o-meu-avo-elviro.html - homenagem do neto João Naylor  com o título "O meu avô Elviro" onde recorda alguns episódios da sua vida em comum]<br />
 +
-2010 [http://elvirismos.blogspot.com/ - Blogue de homenagem do filho Jaime Gomes para divulgação da sua obra. Segundo as suas palavras "Este é um blogue em memória do meu pai, Elviro Augusto Rocha Gomes, poeta e escritor. Aqueles que quiserem adicionar poemas ou excertos de textos da autoria do meu pai, serão bem vindos. Muitos são versos cómicos, com uma inocência e candura que espelham a personalidade única do autor, que adorava “entreter”. Mas também há os poemas sentidos, que nos fazem sonhar e os poemas críticos às injustiças do mundo que nos fazem pensar."]<br />
 +
[http://absorto.blogspot.com/2019/01/auschwitz.html - Blogue de Eduardo Graça com um apontamento pessoal sobre Elviro Rocha Gomes, onde se recorda a sua posição antifascista]<br />
 +
[https://www.escritas.org/pt/bio/elviro-da-rocha-gomes - No blogue Escritas.org]<br />
 +
[http://hemerotecadigital.cm-lisboa.pt/EFEMERIDES/PonteSobreoTejo/Imprensa/OAlgarve_21Ago1966.pdf -Na Hemeroteca Digital, jornal "O Algarve"]<br />
  
 
[[Category:Autores]][[Category:Escritores]][[Category:Faro]][[Category:Agr. João de Deus, em Faro]]
 
[[Category:Autores]][[Category:Escritores]][[Category:Faro]][[Category:Agr. João de Deus, em Faro]]

Latest revision as of 12:21, 15 November 2021

Elviro rocha gomes.jpg

Elviro Augusto da Rocha Gomes.
Constância - 28/10/1918 - Faro - 08/2009.

Poeta. Ensaísta. Professor. 
  • «Octopa, octopa!

Mónica canhoto,
mulher prazenteira,
era já velhinha
mãe trabalhadeira.

Sendo testemunha,
segundo se diz
lá no tribunal
disse-lhe o juiz:

-Em que é que se ocupa
Diga lá, mulher!
E então prontamente
pôs-se a responder:

-Ai, octopa octopa!
Que ofício esquisito!
(lhe diz o juiz)
Deve ser bonito!

Quê? Octopa? Octopa?
Em que é que trabalha?
Vai ela, explicou:
-Ó que topa! Ó calha.»

Publicado em "O Século", na rubrica "Pim, pam pum"
In Elviro Rocha GomesOctopa – Edição de Autor – Faro – 1983.

  • «Os enganadores»


Agora os que nos mentem
e dizem que não mentem
os do conto do vigário,
os de lindas falas que induzem em erro
e os oráculos de Delfos
que eram vozes de pessoas escondidas:
a esses o desprezo.
Digam todos comigo:
Abaixo a exploração da boa fé!»

(Publicado por José Luz como "Exemplo desses versos cómicos"

  • Ovelha tosquiada

Tosquiaram a ovelha.
Parece uma velha.
Tão lisa e tão fria
parece uma rã.
Umas mãos hábeis
roubaram-lhe o garbo
tirando-lhe a lã.
Assim ficou nua
no meio do prado.
Anda vaidade
passeando na rua
com lã que era sua.
E ela anda nua.

  • Garça Real

Ó garça que agora moras
Na mesma casa que eu
onde estou eu também tu
consideras tudo teu

Ó garça que voas alto
e entre as nuvens perpassas
lá em cima é só passeio
ou alguma coisa caças?

Ó garça que me acompanhas
em horas de solidão
és tão meiga como um gato
e tão fiel como um cão

Só tens um grande defeito
és muito desconfiada
quando vem alguém a casa
ficas logo desconfiada

Ó garça não tenhas medo
que ninguém te fará mal
desejam é fazer festas
à minha garça real

por agora aqui termino
este meu canto corrido
E mais não digo p´ra que ele
não seja muito comprido.

Poemas retirados do blogue de [Suzete Evaristo - https://imagenscompoemas.blogspot.com/2010/]

  • Notas Biográficas

Elviro da Rocha Gomes, ilustre constanciense, poeta, escritor, tradutor e publicista, é reconhecido como responsável pela divulgação no nosso país de poetas de língua alemã. Era filho de Isidoro da Silva Gomes (escritor e autor de «Ímpetos Naturais» sobre Constância) e de Georgina Rocha. Escreveu para jornais e revistas, realçando-se: “Diário do Norte”, “Aurora do Lima”, “Gazeta do Sul”, “Algarve Ilustrado” e “O Algarve”, entre outros. Segundo o Jornal «Região Sul,(...) Elviro [Rocha] Gomes marcou, «pela sua forma diferente de ensinar, gerações de alunos que passaram pelo Liceu de Faro». (...) De acordo com o mesmo órgão de imprensa, «Elviro publicou dezenas de obras de poesia, boa parte com ilustrações de capa de Vicente de Brito e de José Maria Oliveira, sempre em edições de autor, que pontualmente oferecia a amigos, com a devida dedicatória". Licenciado em Filologia Germânica pela Universidade de Coimbra, foi professor em Coimbra, no Liceu Camões, em Lisboa, e nos liceus do Funchal, Viana do Castelo e Faro, onde finalmente se fixou. Foi diretor do Círculo Cultural do Algarve, sucedendo a Joaquim Magalhães (seu fundador). Em 1990 foi-lhe atribuída a Medalha de Mérito, Grau Ouro, pelo Município de Faro, pelos serviços prestados nas áreas da educação e da cultura.

In:https://porabrantes.blogs.sapo.pt/para-um-roteiro-literario-de-constancia-6010967

  • Bibliografia

Ensaio

A alma nos grandes romances de Hermann Stehr, (1943)
Albert Scheweizer (1957)
O que eles disseram de Portugal, (1960)
Vulpes Fabulosa (1960)
Astros com luz própria (1961)
Goethe (1962)
A rosa na poesia (1962)
Aves poéticas (1963)
Apontamentos de literatura alemã (1966)
Dificuldade de pensamento (1968)
Impressões sobre poetas (1972)
A ilha de Man (1973)
Luz e lume na obra de Teixeira Gomes (1980)
Hitler (1981)
O riso de Fialho d’Almeida (1981)
A crítica social na obra de Assis Esperança (1981)
Enredando enredos (1982).

Poesia

Deixaste cair uma rosa (1955)
Rua Longa (1956) José (1958)
O longe e o perto (1960)
O sul do meu país (1960)
Helen Keller (1961)
Entre parêntesis (1961)
Bom tom (1963)
Desenhos de alma (1964)
Aceitar (1965)
Sorridente (1968)
Com licença (1969)
O dia do pai (1969)
A bruxa (1973)
25 de Abril (1974)
Entender (1987)
Ilusão (1988)
Tréguas (2000)

Ficção em prosa

Libelinha (1962)
Nem sempre' (1967)
Nel (1971).

Teatro

Crueldade (1959)
Leopoldo Salvaterra (1959)

Estudos linguísticos

Glossário sucinto para compreender Emiliano da Costa (1956)
Glossário sucinto para compreender Aquilino Ribeiro (s.d.)
Como falam os alemães (1974)
Mostra a tua língua (1982).

Traduções

Em Prosa

Educação e ensino nas escolas secundárias alemães (1943)
A aranha negra, de Jeremias Gotthelf (s.d.)
Um íntimo furor, de Kamala Markandaya (s.d.)v

em verso
Ramo de flores exóticas (1959)
Poetas que a guerra emudeceu (1964)

Inéditos

Henrique Verde (romance de Gottfried Keller -tradução)
O jardim sem estações do ano (contos orientais de Max Dauthendey, (tradução)
O candeeiro (Comédia)

Livrosde RochaGomesporPatríciaPalma.jpg
Fotografia com capas de livros de Rocha Gomes publicada no Facebook de Patrícia de Jesus Palma

  • Para saber mais sobre o Professor Elviro Rocha Gomes pode consultar os seguintes links:

-2010 - homenagem do neto João Naylor com o título "O meu avô Elviro" onde recorda alguns episódios da sua vida em comum
-2010 - Blogue de homenagem do filho Jaime Gomes para divulgação da sua obra. Segundo as suas palavras "Este é um blogue em memória do meu pai, Elviro Augusto Rocha Gomes, poeta e escritor. Aqueles que quiserem adicionar poemas ou excertos de textos da autoria do meu pai, serão bem vindos. Muitos são versos cómicos, com uma inocência e candura que espelham a personalidade única do autor, que adorava “entreter”. Mas também há os poemas sentidos, que nos fazem sonhar e os poemas críticos às injustiças do mundo que nos fazem pensar."
- Blogue de Eduardo Graça com um apontamento pessoal sobre Elviro Rocha Gomes, onde se recorda a sua posição antifascista
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-Na Hemeroteca Digital, jornal "O Algarve"