Difference between revisions of "Santos, Honorato dos"
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Segundo Vilhena Mesquita no seu blogue https://promontoriodamemoria.blogspot.com/2022/01/honorato-santos-um-ignorado-historiador.html '''''Honorato Santos''' era um cidadão muito estimado e bastante respeitado entre os seus conterrâneos(...). Possuía uma privilegiada memória, era inteligente, perspicaz e persistente na sua avidez pelo conhecimento. Tornou-se conhecido pela sua natural apetência para a música, sendo um apreciado instrumentista de piano, frequentador das nobres tertúlias citadinas.(...)Tanto em Faro como em Olhão o nome do '''Honorato Santos''' era sinónimo de louvável dedicação à leitura, de rara persistência ao estudo e de forte apego à investigação histórica. As centenas de nótulas e pequenos artigos sobre “Velharias Históricas do Algarve” valeram-lhe a nomeação para o Instituto Arqueológico do Algarve, que era aliás o único título de que se orgulhava, e do qual fazia alarde nos seus cartões de visita.<br />Desempenhou diferentes cargos públicos na cidade de Faro, nomeadamente na Fazenda Pública, na Câmara e na Junta Escolar de Faro. Também dava aulas particulares de piano(...)Não sei porque razão era vice-cônsul honorário da Bolívia em Faro, mas desconfio que fosse derivado das suas relações de amizade com algumas famílias ligadas ao negócio de exportação de frutos secos, cortiças, azeite e outras mercadorias regionais.Entre os cargos que graciosa e honradamente desempenhou, destaca-se a de Sindico da Ordem Terceira de S. Francisco de Faro, prestando relevantes serviços de assistência social, no combate à indigência e no auxílio à saúde pública.<br />Em livro, com letra de imprensa, nunca deu à estampa nenhum dos seus trabalhos. É certo que tudo o que escrevia era bastante sintetizado, pequenas súmulas sobre pessoas e factos, instituições e monumentos do passado histórico algarvio. No fundo eram apenas curiosidades que se tentavam aclarar, resumos de teses elaboradas por autores consagrados, compilações de citações avulsas, transcrição de documentos publicados em obras raras, enfim um caudal de “coisas e loisas”, uma espécie de bric-à-brac da História do Algarve. Nunca escreveu uma obra de fundo, com verdadeira importância para o avanço da historiografia nacional. A maioria desses estudos, ou pequeníssimas monografias, “editou-as” ele em curiosos caderninhos manuscritos, guarnecidos com belas molduras geométricas, de cornucópias e arabescos coloridos, ilustrados com o brasão de Faro, esquissos de monumentos e outros desenhos, a maioria dos quais muito infantis e meramente decorativos. Esses “canhenhos” de notas históricas - encapados em papel de fantasia com motivos florais, ou em papel vegetal de diferentes cores – “editava-os” em várias cópias manuscritas, oferecendo-os ainda em vida aos amigos e familiares, encontrando-se hoje dispersos pelas bibliotecas regionais, pelas livrarias particulares de alguns bibliófilos (como é o meu caso) e até pelos alfarrabistas, que os vendem como preciosidades da historiografia regional. Os exemplares que possuo estão datados de Lisboa na década de cinquenta, mas tenho um exemplar sobre o brasão de Faro datado de 1941.''<br /> | Segundo Vilhena Mesquita no seu blogue https://promontoriodamemoria.blogspot.com/2022/01/honorato-santos-um-ignorado-historiador.html '''''Honorato Santos''' era um cidadão muito estimado e bastante respeitado entre os seus conterrâneos(...). Possuía uma privilegiada memória, era inteligente, perspicaz e persistente na sua avidez pelo conhecimento. Tornou-se conhecido pela sua natural apetência para a música, sendo um apreciado instrumentista de piano, frequentador das nobres tertúlias citadinas.(...)Tanto em Faro como em Olhão o nome do '''Honorato Santos''' era sinónimo de louvável dedicação à leitura, de rara persistência ao estudo e de forte apego à investigação histórica. As centenas de nótulas e pequenos artigos sobre “Velharias Históricas do Algarve” valeram-lhe a nomeação para o Instituto Arqueológico do Algarve, que era aliás o único título de que se orgulhava, e do qual fazia alarde nos seus cartões de visita.<br />Desempenhou diferentes cargos públicos na cidade de Faro, nomeadamente na Fazenda Pública, na Câmara e na Junta Escolar de Faro. Também dava aulas particulares de piano(...)Não sei porque razão era vice-cônsul honorário da Bolívia em Faro, mas desconfio que fosse derivado das suas relações de amizade com algumas famílias ligadas ao negócio de exportação de frutos secos, cortiças, azeite e outras mercadorias regionais.Entre os cargos que graciosa e honradamente desempenhou, destaca-se a de Sindico da Ordem Terceira de S. Francisco de Faro, prestando relevantes serviços de assistência social, no combate à indigência e no auxílio à saúde pública.<br />Em livro, com letra de imprensa, nunca deu à estampa nenhum dos seus trabalhos. É certo que tudo o que escrevia era bastante sintetizado, pequenas súmulas sobre pessoas e factos, instituições e monumentos do passado histórico algarvio. No fundo eram apenas curiosidades que se tentavam aclarar, resumos de teses elaboradas por autores consagrados, compilações de citações avulsas, transcrição de documentos publicados em obras raras, enfim um caudal de “coisas e loisas”, uma espécie de bric-à-brac da História do Algarve. Nunca escreveu uma obra de fundo, com verdadeira importância para o avanço da historiografia nacional. A maioria desses estudos, ou pequeníssimas monografias, “editou-as” ele em curiosos caderninhos manuscritos, guarnecidos com belas molduras geométricas, de cornucópias e arabescos coloridos, ilustrados com o brasão de Faro, esquissos de monumentos e outros desenhos, a maioria dos quais muito infantis e meramente decorativos. Esses “canhenhos” de notas históricas - encapados em papel de fantasia com motivos florais, ou em papel vegetal de diferentes cores – “editava-os” em várias cópias manuscritas, oferecendo-os ainda em vida aos amigos e familiares, encontrando-se hoje dispersos pelas bibliotecas regionais, pelas livrarias particulares de alguns bibliófilos (como é o meu caso) e até pelos alfarrabistas, que os vendem como preciosidades da historiografia regional. Os exemplares que possuo estão datados de Lisboa na década de cinquenta, mas tenho um exemplar sobre o brasão de Faro datado de 1941.''<br /> | ||
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Revision as of 14:54, 6 May 2022
Honorato Artur pires da Silva Santos
Faro -1879 / Lisboa -4-2-1968
Investigador e publicista, Honorato Artur Pires da Silva Santos, nasceu em 1879, na cidade de Faro.Mais tarde,viveu em Coimbra e Lisboa com a filha, Mariana Santos,onde continuou as suas pesquisas sobre o passado histórico do Algarve.
- Referências biográficas
Segundo Vilhena Mesquita no seu blogue https://promontoriodamemoria.blogspot.com/2022/01/honorato-santos-um-ignorado-historiador.html Honorato Santos era um cidadão muito estimado e bastante respeitado entre os seus conterrâneos(...). Possuía uma privilegiada memória, era inteligente, perspicaz e persistente na sua avidez pelo conhecimento. Tornou-se conhecido pela sua natural apetência para a música, sendo um apreciado instrumentista de piano, frequentador das nobres tertúlias citadinas.(...)Tanto em Faro como em Olhão o nome do Honorato Santos era sinónimo de louvável dedicação à leitura, de rara persistência ao estudo e de forte apego à investigação histórica. As centenas de nótulas e pequenos artigos sobre “Velharias Históricas do Algarve” valeram-lhe a nomeação para o Instituto Arqueológico do Algarve, que era aliás o único título de que se orgulhava, e do qual fazia alarde nos seus cartões de visita.
Desempenhou diferentes cargos públicos na cidade de Faro, nomeadamente na Fazenda Pública, na Câmara e na Junta Escolar de Faro. Também dava aulas particulares de piano(...)Não sei porque razão era vice-cônsul honorário da Bolívia em Faro, mas desconfio que fosse derivado das suas relações de amizade com algumas famílias ligadas ao negócio de exportação de frutos secos, cortiças, azeite e outras mercadorias regionais.Entre os cargos que graciosa e honradamente desempenhou, destaca-se a de Sindico da Ordem Terceira de S. Francisco de Faro, prestando relevantes serviços de assistência social, no combate à indigência e no auxílio à saúde pública.
Em livro, com letra de imprensa, nunca deu à estampa nenhum dos seus trabalhos. É certo que tudo o que escrevia era bastante sintetizado, pequenas súmulas sobre pessoas e factos, instituições e monumentos do passado histórico algarvio. No fundo eram apenas curiosidades que se tentavam aclarar, resumos de teses elaboradas por autores consagrados, compilações de citações avulsas, transcrição de documentos publicados em obras raras, enfim um caudal de “coisas e loisas”, uma espécie de bric-à-brac da História do Algarve. Nunca escreveu uma obra de fundo, com verdadeira importância para o avanço da historiografia nacional. A maioria desses estudos, ou pequeníssimas monografias, “editou-as” ele em curiosos caderninhos manuscritos, guarnecidos com belas molduras geométricas, de cornucópias e arabescos coloridos, ilustrados com o brasão de Faro, esquissos de monumentos e outros desenhos, a maioria dos quais muito infantis e meramente decorativos. Esses “canhenhos” de notas históricas - encapados em papel de fantasia com motivos florais, ou em papel vegetal de diferentes cores – “editava-os” em várias cópias manuscritas, oferecendo-os ainda em vida aos amigos e familiares, encontrando-se hoje dispersos pelas bibliotecas regionais, pelas livrarias particulares de alguns bibliófilos (como é o meu caso) e até pelos alfarrabistas, que os vendem como preciosidades da historiografia regional. Os exemplares que possuo estão datados de Lisboa na década de cinquenta, mas tenho um exemplar sobre o brasão de Faro datado de 1941.
Bibliografia
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