View source for Sampaio, Jaime Salazar - Livro Proibido

[[File:SalazarSampaio.jpg|192px]] [[File:Blocolivro2.jpg|170px]] [[File:Blococensura.jpg|190px]] 

*'''Jaime Salazar Sampaio'''(1925-2010)<br />
Poeta, ficcionista e autor dramático,licenciado em Engenharia. Jaime Augusto Salazar Sampaio foi talvez o autor português contemporâneo mais representado em Portugal por dezenas de companhias profissionais e amadoras que, desde os anos 60, o foram inserindo regularmente nos seus reportórios. A sua primeira peça foi '''Aproximação e 14 poemas''', editada em 1945 na antologia de vários autores '''Bloco –1ª pedra''', logo apreendida pela censura, que viu como sinais ameaçadores o vermelho da capa e as invocações à liberdade no texto.<br />	

[[File:Ouvir-.png|18px|link=https://agr-tc.pt/25-de-Abril_50-Anos/LivroProibido-Bloco-de-JaimeSalazarSampaio-poema6-pag56-lido-por-Tiago-Miguel-12-2_2024.mp3]][https://agr-tc.pt/25-de-Abril_50-Anos/LivroProibido-Bloco-de-JaimeSalazarSampaio-poema6-pag56-lido-por-Tiago-Miguel-12-2_2024.mp3 Poema 6 de JSS, pág. 56 - lido por Tiago Miguel do 12.º 2ª - 2024,]&nbsp;&nbsp;[[File:Ouvir-.png|18px|link=https://agr-tc.pt/25-de-Abril_50-Anos/LivroProibido-Bloco-de-JaimeSalazarSampaio-poema10-pag57-lido-por-Tiago-Miguel-12-2_2024.mp3]][https://agr-tc.pt/25-de-Abril_50-Anos/LivroProibido-Bloco-de-JaimeSalazarSampaio-poema10-pag57-lido-por-Tiago-Miguel-12-2_2024.mp3 Poema 10 de JSS, pág. 57 - lido por Tiago Miguel do 12.º 2ª - 2024,]&nbsp;&nbsp;

*'''''Livro proibido - Bloco, Teatro, Poesia, Conto'''''
'''*Excerto de teatro''' - ''''''Aproximação, pág. 3, 4 e 5.'''''<br />
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 '''LUIZ''' — ''(para o Barman)'', José, outra dose. A vida é um envenenamento progressivo. ''(Pausa)'' Os nossos antepassados, sim : comiam os frutos das árvores, acendiam fogueiras ao abrigo do vento, pisavam a terra descalços. Depois a necessidade criou a inteligência. <br />E a inteligência nunca vem sozinha quando o delírio da posse a acompanha... aparecem os ricos, os muito ricos e os seus corolários — crianças rotas e famintas, mulheres de compra e legiões cinzentas. Quando a inteligência é acompanhada pela inércia... aparecem os bêbados assim... ''(Pausa)'' José, acabo de te instruir em dois pontos fundamentais, a História da Humanidade e a minha própria História... <br />Ainda te quero dizer...<br /> 

*'''''Poemas''''' de Jaime Salazar Sampaio<br />
[[File:Poemassampaio1e2.png|207px]] [[File:Poemassampaio2a5.png|207px]] [[File:Poemassampaio5a10.png |207px]] [[File:Poemassampaio10a12.png|207px]] [[File:Poemassampaio13e14.png|207px]] 
<br />
*'''''Poema 6''''', pág. 56. [[File:Ouvir-.png|18px|link=https://agr-tc.pt/25-de-Abril_50-Anos/LivroProibido-Bloco-de-JaimeSalazarSampaio-poema6-pag56-lido-por-Tiago-Miguel-12-2_2024.mp3]][https://agr-tc.pt/25-de-Abril_50-Anos/LivroProibido-Bloco-de-JaimeSalazarSampaio-poema6-pag56-lido-por-Tiago-Miguel-12-2_2024.mp3 Poema 6 de JSS, pág. 56 - lido por Tiago Miguel do 12.º 2ª - 2024,]&nbsp;&nbsp;
Dispersos somos fracos<br />
Dispersos somos gotas<br />
Dispersos somos nada.<br />
<br />
Venha um vento<br />
De pensamento<br />
Unir as gotas de nós.<br />
<br />
Ao rio que seremos<br />
Abrirão as barreiras<br />
Passagem<br />
E os senhores dos discursos<br />
Não terão palavras<br />
Para nós... <br />
<br />
Venha um vento
Leve<br />
De pensamento.<br />
Venha.. <br />
<br />
*'''''Poema 7''''', pág. 56.<br />
“Não é por bandeiras e fronteiras <br />
que darei o meu sangue.<br />
<br />
Não luto por Cristo<br />
Ou por S. Tiago.<br />
<br />
É por mim, companheiro,<br /> 
Por mim e por ti.”<br />
<br />
*'''''Poema 10''''', pág. 57 e 58. [[File:Ouvir-.png|18px|link=https://agr-tc.pt/25-de-Abril_50-Anos/LivroProibido-Bloco-de-JaimeSalazarSampaio-poema10-pag57-lido-por-Tiago-Miguel-12-2_2024.mp3]][https://agr-tc.pt/25-de-Abril_50-Anos/LivroProibido-Bloco-de-JaimeSalazarSampaio-poema10-pag57-lido-por-Tiago-Miguel-12-2_2024.mp3 Poema 10 de JSS, pág. 57 - lido por Tiago Miguel do 12.º 2ª - 2024,]&nbsp;&nbsp;
<br />
“Legal<br />
E a facada da lei.<br />
Legal<br />
É o gesto arbitrário<br />
Do homem fardado e armado.<br />
Legal<br />
É toda a mentira<br />
Que tiver pedestal”<br />
<br />
*Poema '''''Grito''''' de '''Matilde Rosa Araújo'''
Rasga! É alma? É alma? É trapo?<br />
Que importa?<br />
Rasga, atira os pedaços ao vento<br />
Rasga e não chores<br />
Ri!<br />
Arranca esses farrapos<br />
Rasga as mãos na pedra<br />
Anda descalça<br />
Despedaça a alma<br />
Rasga!<br />
E faz bandeiras!...<br />
<br />
*Poema '''''Vento Norte''''' de '''Mário Ruivo'''
Cavalo negro de crina ao vento<br />
relincho na cerca<br />
arbusto quebrado<br />
<br />
Num muro de sombras<br />
o portão de ferro<br />
e o vento uivando<br />
e o vento uivando<br />
<br />
Cavalo negro de crina ao vento<br />
a erva talada na longa alameda<br />
<br />
 O jogo era este: um jogo de espertezas e de compromissos. Primeira regra – certos assuntos... nem pensar enfiá-los numa peça! Segunda regra – começando por escolher um assunto que não incomodasse (…) era aconselhável ter um outro cuidado: quando eu queria dizer uma coisa que sabia não poder nomear, referia-a... por um outro nome. E se fosse preciso, acrescentava uma poeira de palavras “descomprometidas”, tentando criar um clima de ambiguidades. O pior é que, por culpa destes malabarismos que eu me sentia obrigado a praticar, a pouco e pouco (…), a autocensura tomou conta de mim, como se eu fosse, ou tentasse ser, um auxiliar da tal Comissão. (…) E a jogatana tornou-se um vício. Muito embora esse vício, para além de ter certas consequências desfavoráveis, tivesse também uma inesperada virtude: ao empurrar o essencial do discurso para as entrelinhas – e era esta uma das regras mais importantes daquele jogo – eu estava a aprender o meu ofício de escriba, já que o essencial nem sempre se pode verbalizar, cabendo ao silêncio das entrelinhas sinalizá-lo; de forma subtil, se formos capazes...<br />In:https://repositorio.ul.pt/bitstream/10451/30094/1/12773-38509-1-SM.pdf
<br />
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[[File:Wiki-nao-censurada-lapisazul.png|797px|center]]<br />
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