Fernandes, Nascimento

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  • Nascimento Fernandes

(nome artístico de Manuel Fernandes do Nascimento)
Faro, 06/11/1881 - Lisboa, 16/08/1955

Ator. Dramaturgo. Realizador. Produtor cinematográfico.


  • Diccionario do theatro portuguez (1908) - António de Sousa Bastos

"Um actor novo com bastante préstimo, que tem sido muito útil na companhia do theatro do Príncipe Real e que ultimamente muito se salientou na revista Ó da guarda! em que desempenhou com muita graça a caricatura de um polícia. Nascimento Fernandes está no começo da carreira e promette ser um bom elemento para o theatro."

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Para ver "Os Crimes de Diogo Alves" clique: https://www.youtube.com/watch?v=wNu0S3UZ4Ho

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"O Rapto de Uma Atriz"

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Para ouvir "O Cicerone da Estrada da Luz" clique: https://www.youtube.com/watch?v=_1KgFc3q-Ew

  • Notas Biográficas

Nascimento Fernandes era filho do Manuel do Nascimento, natural de Faro, e de Mariana Rosa do Couto Correia, natural de Tavira. O seu nome artístico é Nascimento Fernandes, por ter ocorrido um erro de impressão aquando da sua estreia, onde, em vez de escreverem Fernandes do Nascimento, escreveram o nome pelo qual fica conhecido.
Em criança vai para Lisboa, onde faz os seus estudos. Inicia a profissão de caixeiro-viajante, na área de vinhos e azeites, contudo, em 1905, numa deslocação ao Brasil, no âmbito da sua atividade, cruza-se com Companhia de José Ricardo que ia em digressão e que seguia no mesmo navio. Este encontro leva-o a optar pelo teatro, estreando-se no país irmão, onde se destaca na revista "Agulhas e Alfinetes", de Eduardo Schwalbach. No regresso a Lisboa, apesar da oposição da família, deixa definitivamente a atividade comercial e começa a participar nos ensaios do Grupo no Dramático Adelina Ruas, ingressando na Companhia do Teatro do Príncipe Real.
Estreia-se, em 1907, na revista "Ó da Guarda!", onde foi aclamado pelo desempenho no papel "polícia Savalidades", obtendo muito sucesso junto do público. Nesse mesmo ano estreia-se também no cinema, num pequeno sketch "O Rapto de uma Actriz", dirigido por Lino Ferreira, considerado o primeiro filme de ficção realizado em Portugal.
Na primeira década do século passado compõe com enorme sucesso e arte os seus compères, dominando o teatro de revista. Além de exímio no teatro de revista, fez também opereta, vaudeville, mágica, ópera cómica e zarzuela. Ao longo da sua carreira teatral participou em peças como O chapéu de coco, O rei do ouro, O doutor Sovina, Dona Formiga, Seja feita a tua vontade, As três Helenas, Pimpinela, Chá de Parreira, Nobre Povo, O Liró, O diabo a quatro, O brasileiro Pancrácio, Maré de rosas, Fado Bizantino, Feira da Luz, O fado, Uma velha que tinha um gato, A madrasta, O pinto calçudo, A cadeira da verdade, O diabo azul, Marido à força, Duas Bengalas, O Tavares Rico, O Chico das pêgas, O pateta alegre, O Conde Barão, Olaré quem brinca, A feira do diabo, Os três ratões, entre muitas outras, onde obteve imenso sucesso.
Enquanto ator integrou a Companhia Rey Colaço-Robles Monteiro, a Companhia Maria Matos, a Companhia Lucília Simões, a Companhia José Clímaco, a Companhia António Macedo, a Companhia Beatriz d'Almeida, a Companhia Luísa Satanela-Estêvão Amarante, a Companhia do Teatro Gymnasio, a Companhia do Teatro Variedades, a Empresa Luís Galhardo e Os Comediantes de Lisboa.
No campo da dramaturgia foi autor das peças "Vem cá, não tenhas medo", "Cravos de Papel", "Miséria e loucura ou a falência de uma padaria", "Rasto de sangue", "Tragédia do silêncio" e "A honra do aborto ou o vizinho de cima".
Como produtor Nascimento Fernandes fundou, em setembro de 1918, com sua mulher Amélia Pereira, a Portugal Films. No entanto, por entender que em Portugal, não havia os meios e os técnicos capazes de concretizar os seus projetos, parte para Barcelona, onde nos estúdios da Manufactura Cinematográfica Royal Films realiza e interpreta, Vida Nova, um argumento escrito por Ernesto Rodrigues, Félix Bermudes e João Bastos, e três filmes de curta duração Nascimento, Músico, Nascimento, Detective por Amor e Nascimento, Sapateiro, que estrearam em Lisboa em maio de 1919. Vida Nova terá sido exibido também em Espanha e no Brasil, revelando-se um bom investimento, todavia não volta a trabalhar na área da produção cinematográfica.
O seu talento ficou registado igualmente no cinema português nos filmes mudos "Os Crimes de Diogo Alves" (1909), de Lino Ferreira e João Freire Correia, onde representou a personagem de "Tenente", "Um Duelo Célebre" (1921), de Armando Layolo e a "Crónica Anedótica" (1930), de Leitão de Barros, onde representou a personagem de "Polícia de Trânsito". Já no cinema sonoro, participou em "O Trevo de Quatro Folhas" (1936), de Chianca de Garcia, onde representou a personagem "José Maria", Aniki Bóbó (1942), de Manoel de Oliveira, onde representou a célebre personagem do "Lojista" e "A Vizinha do Lado" (1945), de António Lopes Ribeiro, onde representou a igualmente célebre personagem "Plácido Mesquita". A saída de palco deste grande ator foi na peça "Um par de estalos", de Sacha Guitry, em 1948, no Teatro Avenida, ao lado dos atores Hortense Luz e Ribeirinho, sendo o espetáculo apresentado no âmbito do Carnaval de 1948 dos Comediantes de Lisboa. O seu nome faz parte da toponímia de Lisboa, de Faro e de Odivelas, o que atesta a sua notoriedade.

  • Filmografia:

- Vida Nova (1919)
- Nascimento, Músico (1919)
- Nascimento, Detective por Amor (1919)
- Nascimento, Sapateiro (1919)

fonte consultada: https://pt.wikipedia.org/wiki/Nascimento_Fernandes