Difference between revisions of "Contreiras, Adão"

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[[File:Adão-Contreiras.jpg|157px]][[]]<br />
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[[File:Adãocontreiras.JPG|112px]][[File:Adão2006naexposiçãoAR.CO-.jpg|102px]][[File:Adao2002nareaberturagaleriamargem_.jpg|121px]][[File:Adao1988inauguraçaogaleriamargem-.jpg|111px]]<br />
  
'''ADÃO CONTREIRAS'''<br />
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'''Adão Contreiras'''<br />
 
Nasceu em 1944 no sítio dos Gorjões <br />
 
Nasceu em 1944 no sítio dos Gorjões <br />
Empresário (sólimpa), artista, escritor , poeta, antifascita<br />
 
  
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Empresário (Sólimpa), artista, escritor, poeta, antifascita. Foi professor no Ensino Básico e Secundário<br />
Nota Biográfica<br />
 
  
<br />
 
Nasceu em 1944 no sítio dos Gorjões e por ai tem vivido. Por outras paragens, referenciado, quando estudante ou professor. Quando ainda miúdo lembra-se de ter apanhado um tabefe da mãe, por trocar por vezes, a ordem da letra “r” nas palavras. Estudou na Escola de Artes Decorativas António Arroio entre os anos de 1957 a 61, aí, trocou os pés pelas mãos na gramática e teve que repetir o exame de português para poder entrar nas Belas Artes.<br />Fervia o ano de 61, lutas de estudantes estendiam-se pelas academias, foi chamado ao Director da ESBAL, mais outros, por assinar uma reclamação pedindo: (mais barro /argila), que faltava na aula de escultura. No fim do 1º período teve que regressar a casa dos pais, minguavam os recursos!<br />Divergiu da tropa guerreira de Além Mar e ficou livre por incapacidade mental, nada de dramático! Ficou preso na armadilha “ Do Boi da Paciência” e enviuvou das artes. Inerte, mas com o coração nas mãos, escreveu e pintou algumas coisas. Fez exposições.<br />Já empreendedor, antes de tempo, foi obreiro na abertura da lavandaria Sólimpa em Faro de cujo nome é autor. Trabalhou nela como empregado e depois patrão; fez destilações de produtos tóxicos até à uma da manhã, enquanto pelas direcções do Cine Clube de Faro e do Círculo Cultural do Algarve destilava-se o odor venenoso da “ dita – dura”, com outros amigos.<br />Dado o 25 de Abril, logo iniciou uma temerosa aventura – criar uma cooperativa com os trabalhadores, e assim aconteceu surgindo a Cooplava. Voltou à ESBAL.<br />Expôs-se, mas não tremeu. Salvaguardando alguns desequilíbrios que atirou para cima das letras – artigos de opinião e intervenção social no Jornal do Algarve de Vila Real de Santo António, nos anos de 1969 a 72; colaborações literárias: Sete Estrelo, Aullido, Sulscrito,
 
Publicou até à data dois opúsculos, Página Móvel Com Texto Fixo e Ouro e Vinho. Não é casado. E além disso foi ex-esperto na produção de eventos.<br />Nos finais dos anos 80 do século passado criou o espaço Atelier/Galeria Margem em Faro onde durante toda a década de 90 (início? do obscurantismo cavaquista), operou-se alguma resistência cultural e de cidadania; pautaram sessões abertas ao público em geral e mormente aos criadores; -n- eventos abrangendo os vários campos artísticos tiveram lugar. Foi nessa encruzilhada de acontecimentos que se forjaram os contactos com Huelva, por iniciativa de José Bivar, minha, o Zé Maria e o Juan (entretanto falecidos). Foi em busca do Bar 1900 que nós encontramos o Uberto Stabile , e foi daí que nasceu uma cooperação que deu frutos e ainda hoje (e bem) com outros protagonistas, dura.<br />Há muita gente que disso se recorda!<br />As Belas Artes, em Lisboa, foram um refúgio. In:http://algarveliterario.blogspot.com/p/notabiografica-nasceu-em1944-no-sitio.html
 
  
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*'''Nota Biográfica'''<br />
  
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Nasceu em 1944 no sítio dos Gorjões e por aí tem vivido. Por outras paragens, referenciado, quando estudante ou professor. Quando ainda miúdo lembra-se de ter apanhado um tabefe da mãe, por trocar por vezes, a ordem da letra “r” nas palavras. Estudou na Escola de Artes Decorativas António Arroio entre os anos de 1957 a 61, aí, trocou os pés pelas mãos na gramática e teve que repetir o exame de português para poder entrar nas Belas Artes.<br />Fervia o ano de 61, lutas de estudantes estendiam-se pelas academias, foi chamado ao Director da ESBAL, mais outros, por assinar uma reclamação pedindo: (mais barro /argila), que faltava na aula de escultura. No fim do 1º período teve que regressar a casa dos pais, minguavam os recursos!<br />Divergiu da tropa guerreira de Além Mar e ficou livre por incapacidade mental, nada de dramático! Ficou preso na armadilha “ Do Boi da Paciência” e enviuvou das artes. Inerte, mas com o coração nas mãos, escreveu e pintou algumas coisas. Fez exposições.<br />Já empreendedor, antes de tempo, foi obreiro na abertura da lavandaria Sólimpa em Faro de cujo nome é autor. Trabalhou nela como empregado e depois patrão; fez destilações de produtos tóxicos até à uma da manhã, enquanto pelas direcções do Cine Clube de Faro e do Círculo Cultural do Algarve destilava-se o odor venenoso da “ dita – dura”, com outros amigos.<br />Dado o 25 de Abril, logo iniciou uma temerosa aventura – criar uma cooperativa com os trabalhadores, e assim aconteceu surgindo a Cooplava. Voltou à ESBAL.<br />Expôs-se, mas não tremeu. Salvaguardando alguns desequilíbrios que atirou para cima das letras – artigos de opinião e intervenção social no Jornal do Algarve de Vila Real de Santo António, nos anos de 1969 a 72; colaborações literárias: Sete Estrelo, Aullido, Sul. Publicou até à data dois opúsculos, '''''Página Móvel Com Texto Fixo''''' e '''''Ouro e Vinho'''''. Não é casado. E além disso foi ex-esperto na produção de eventos.<br />Nos finais dos anos 80 do século passado criou o espaço '''Atelier/Galeria Margem''' em Faro onde durante toda a década de 90 (início? do obscurantismo cavaquista), operou-se alguma resistência cultural e de cidadania; pautaram sessões abertas ao público em geral e mormente aos criadores; -n- eventos abrangendo os vários campos artísticos tiveram lugar. Foi nessa encruzilhada de acontecimentos que se forjaram os contactos com Huelva, por iniciativa de José Bivar, minha, o Zé Maria e o Juan (entretanto falecidos). Foi em busca do Bar 1900 que nós encontramos o Uberto Stabile , e foi daí que nasceu uma cooperação que deu frutos e ainda hoje (e bem) com outros protagonistas, dura.<br />Há muita gente que disso se recorda!<br />As Belas Artes, em Lisboa, foram um refúgio. In:http://algarveliterario.blogspot.com/p/notabiografica-nasceu-em1944-no-sitio.html
 
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<br />
 
 
 
 
 
 
       
 
 
 
 
  
 
 
Ao espelho pátria da saudade rosca do tempo nos braços abraços meus ainda na oxidação do sangue na penumbra das vísceras nas rosas da ficção no temporal das lembranças ao espelho percursos nos caminhos diáfana sombra de frondosa árvore no lugar encalhado do vale no seco andar do cansaço passos e passos no cruzamento da terra rasgada ao espelho confluente sensação de arminho frescura sem peso aérea e fecunda dispersão nos ruídos das pulsações ritmo sonoramente ofuscado ao espelho brilho verbal dos impadecimentos ao espelho átrio de mim verbo transido no olhar solícita paragem para infinitamente surdo acontecer ao espelho<br />
 
 
***
 
A liberdade livre da poesia de Adão Contreiras, crítica de Fernando Martins ao livro Mostruário de Títulos para Poemas.  <br />
 
 
 
Viagens no Texto – com ponto final<br />
 
 
 
 
<br />
 
 
98ª  viagem<br />
 
  
 +
*'''A eternidade é um instante'''<br />
 
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<br />
quando o sol ilumina as fontes<br />
+
Em Silves, onde vivi<br />
num reduto ávido de constelações<br />
+
não havia esta paisagem<br />
vislumbram-se possíveis horizontes<br />
+
- mas o Arade estava aí<br />
no calendário das perturbações<br />
+
e a Ponte era passagem<br />
 
 
 
<br />
 
<br />
( nota:<br />
+
Quando fui professor em Silves<br />
esta quadra deve ser lida do ponto de vista<br />
+
Nos verdes tempos que já lá vão<br />
do nervosismo do poeta quando em viagem, assim -<br />
+
Tinha sonhos de muitos matizes<br />
 +
- Minhas sombras rolando p´lo chão –<br />
 
<br />
 
<br />
"as fontes" sítio a nort´esta das orelhas<br />
+
Tinha densos amores imperfeitos<br />
"ávidas constelações" aura do poeta <br />
+
No ventre dos solenes arrepios<br />
"possíveis horizontes" arrepios de frio<br />
+
Cavando no corpo seus defeito<br />
"calendário das perturbações" sintomas iniciáticos )<br />
+
Viajando nos olhos seus brios<br />
 
 
ponto final<br />
 
 
 
 
 
91ª  viagem<br />
 
 
<br />
 
<br />
vestido da voz que animava os seres<br />
+
O rio Arade tinha verdura<br />
os vapores da palavra<br />
+
A serra tinha alabastro<br />
encontraram as sapatilhas da dança,<br />
+
Tinha a água aquela candura<br />
uma cremação de beijos<br />
+
Deixando nas margens seu lastro<br />
atravessou o corpo do poeta<br />
 
<br />
 
uma fome de sol esculpiu<br />
 
na atmosfera um circulo<br />
 
sonoro<br />
 
a dança das palavras tinha encontrado<br />
 
a vegetação animal<br />
 
o poeta viu<br />  
 
a forma do seu cansaço e um destino visível<br />
 
 
<br />
 
<br />
o movimento para a alegria mínima<br />
+
A ponte vestia íntimos desejos<br />
 +
P´ra alcançar a outra margem<br />
 +
- Era como dar muitos beijos<br />
 +
Na água correndo selvagem –<br />
 
<br />
 
<br />
no interior da manhã<br />
+
E o sol cuspindo seus raios<br />
o corpo curou-se da parte comercial<br />
+
Iluminando árvores e montes<br />
as margens do vendaval  em ruínas <br />
+
Reflectia na água das fontes<br />
 +
Aquele azul sem desmaios<br />
 
<br />
 
<br />
ponto final<br />
+
- Forças tão graves e solenes<br />
 
+
Presos ao destino de qualquer mão<br />
<br />
+
Deixando nos recônditos casebres<br />
 
+
Nobres sabores de laranja e limão<br />
 
 
 
88ª viagem<br />
 
 
 
a vida é<br />
 
a nossa fúria<br />
 
e o nosso esconderijo<br />
 
 
<br />
 
<br />
habitamos nela com<br />
+
Terra vermelha de sangue azul<br />
uma única porta de saída<br />
+
Nos cumprimentos dos anos antigos<br />
a morte<br />
+
Prostrada nos braços do Al-Andaluz<br />
 +
Assomando ao presente pelos postigos –<br />
 
<br />
 
<br />
ponto final<br />
+
Ó longes de um antanho pousado<br />
<br />
+
Nos galhos dos laranjais em flor<br />
 
+
Nesse Silves agora recordado<br />
 
+
Lembrando um voar de condor<br />
In http://algarveliterario.blogspot.com/p/notabiografica-nasceu-em1944-no-sitio.html
 
 
 
 
 
[[https://www.sulinformacao.pt/2020/02/adao-contreiras-abre-as-portas-do-seu-estudio-e-nem-musica-vai-faltar/ - notícia...]]
 
 
 
 
 
 
 
Sul Informação
 
 
 
 
 
 
O artista algarvio Adão Contreiras vai abrir as portas do seu estúdio, situado em Gorjões, no concelho de Faro, a todos quantos o queiram visitar, no sábado, dia 29, a partir das 15h00.
 
 
 
Além de ficar a conhecer o ateliê do artista que fundou a galeria Margem, em Faro, o público poderá conversar com Adão Contreiras e assistir a uma Jam Session com Zé Eduardo e os Lighthousers.
 
 
 
A iniciativa, realizada no seguimento da primeira edição do evento Open Studios Faro, também contempla a exibição de vídeos inéditos do espólio da Galeria Margem.
 
 
 
 
 
[[http://margemdois.blogspot.com/ - Blogue pessoal]]
 
 
 
[[File:Adão-Contreiras.jpg|157px]]<br />
 
 
 
'''ADÃO CONTREIRAS'''<br />
 
Nasceu em 1944 no sítio dos Gorjões <br />
 
Empresário (sólimpa), artista, escritor , poeta, antifascita<br />
 
 
 
 
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Nota Biográfica<br />
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In: http://margemdois.blogspot.com/'''''Poesia 2'''''<br />
 
 
 
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<br />
Nasceu em 1944 no sítio dos Gorjões e por ai tem vivido. Por outras paragens, referenciado, quando estudante ou professor. Quando ainda miúdo lembra-se de ter apanhado um tabefe da mãe, por trocar por vezes, a ordem da letra “r” nas palavras. Estudou na Escola de Artes Decorativas António Arroio entre os anos de 1957 a 61, aí, trocou os pés pelas mãos na gramática e teve que repetir o exame de português para poder entrar nas Belas Artes.<br />Fervia o ano de 61, lutas de estudantes estendiam-se pelas academias, foi chamado ao Director da ESBAL, mais outros, por assinar uma reclamação pedindo: (mais barro /argila), que faltava na aula de escultura. No fim do 1º período teve que regressar a casa dos pais, minguavam os recursos!<br />Divergiu da tropa guerreira de Além Mar e ficou livre por incapacidade mental, nada de dramático! Ficou preso na armadilha “ Do Boi da Paciência” e enviuvou das artes. Inerte, mas com o coração nas mãos, escreveu e pintou algumas coisas. Fez exposições.<br />Já empreendedor, antes de tempo, foi obreiro na abertura da lavandaria Sólimpa em Faro de cujo nome é autor. Trabalhou nela como empregado e depois patrão; fez destilações de produtos tóxicos até à uma da manhã, enquanto pelas direcções do Cine Clube de Faro e do Círculo Cultural do Algarve destilava-se o odor venenoso da “ dita – dura”, com outros amigos.<br />Dado o 25 de Abril, logo iniciou uma temerosa aventura – criar uma cooperativa com os trabalhadores, e assim aconteceu surgindo a Cooplava. Voltou à ESBAL.<br />Expôs-se, mas não tremeu. Salvaguardando alguns desequilíbrios que atirou para cima das letras – artigos de opinião e intervenção social no Jornal do Algarve de Vila Real de Santo António, nos anos de 1969 a 72; colaborações literárias: Sete Estrelo, Aullido, Sulscrito,
+
*'''''98ª  viagem'''''<br />
Publicou até à data dois opúsculos, Página Móvel Com Texto Fixo e Ouro e Vinho. Não é casado. E além disso foi ex-esperto na produção de eventos.<br />Nos finais dos anos 80 do século passado criou o espaço Atelier/Galeria Margem em Faro onde durante toda a década de 90 (início? do obscurantismo cavaquista), operou-se alguma resistência cultural e de cidadania; pautaram sessões abertas ao público em geral e mormente aos criadores; -n- eventos abrangendo os vários campos artísticos tiveram lugar. Foi nessa encruzilhada de acontecimentos que se forjaram os contactos com Huelva, por iniciativa de José Bivar, minha, o Zé Maria e o Juan (entretanto falecidos). Foi em busca do Bar 1900 que nós encontramos o Uberto Stabile , e foi daí que nasceu uma cooperação que deu frutos e ainda hoje (e bem) com outros protagonistas, dura.<br />Há muita gente que disso se recorda!<br />As Belas Artes, em Lisboa, foram um refúgio. In:http://algarveliterario.blogspot.com/p/notabiografica-nasceu-em1944-no-sitio.html
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
       
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ao espelho pátria da saudade rosca do tempo nos braços abraços meus ainda na oxidação do sangue na penumbra das vísceras nas rosas da ficção no temporal das lembranças ao espelho percursos nos caminhos diáfana sombra de frondosa árvore no lugar encalhado do vale no seco andar do cansaço passos e passos no cruzamento da terra rasgada ao espelho confluente sensação de arminho frescura sem peso aérea e fecunda dispersão nos ruídos das pulsações ritmo sonoramente ofuscado ao espelho brilho verbal dos impadecimentos ao espelho átrio de mim verbo transido no olhar solícita paragem para infinitamente surdo acontecer ao espelho<br />
 
 
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A liberdade livre da poesia de Adão Contreiras, crítica de Fernando Martins ao livro Mostruário de Títulos para Poemas.  <br />
 
 
 
 
 
Viagens no Texto – com ponto final<br />
 
 
 
 
 
 
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98ª  viagem<br />
 
 
 
 
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quando o sol ilumina as fontes<br />
 
quando o sol ilumina as fontes<br />
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no calendário das perturbações<br />
 
no calendário das perturbações<br />
  
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( '''Nota'''- Esta quadra deve ser lida do ponto de vista do nervosismo do poeta quando em viagem, assim:<br />
( nota:<br />
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"as fontes"- sítio a nort´esta das orelhas<br />
esta quadra deve ser lida do ponto de vista<br />
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"ávidas constelações"- aura do poeta <br />
do nervosismo do poeta quando em viagem, assim -<br />
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"possíveis horizontes"- arrepios de frio<br />
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"calendário das perturbações"- sintomas iniciáticos )<br />
"as fontes" sítio a nort´esta das orelhas<br />
 
"ávidas constelações" aura do poeta <br />
 
"possíveis horizontes" arrepios de frio<br />
 
"calendário das perturbações" sintomas iniciáticos )<br />
 
  
ponto final<br />
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In:'''''Viagens no Texto – com ponto final'''''<br />
  
  
91ª  viagem<br />
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*'''''91ª  viagem'''''<br />
 
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vestido da voz que animava os seres<br />
 
vestido da voz que animava os seres<br />
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as margens do vendaval  em ruínas <br />
 
as margens do vendaval  em ruínas <br />
 
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ponto final<br />
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In:'''''Viagens no Texto – com ponto final'''''<br />
 
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In http://algarveliterario.blogspot.com/p/notabiografica-nasceu-em1944-no-sitio.html <br />
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88ª viagem<br />
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*'''Bibliografia'''<br />
 
 
a vida é<br />
 
a nossa fúria<br />
 
e o nosso esconderijo<br />
 
<br />
 
habitamos nela com<br />
 
uma única porta de saída<br />
 
a morte<br />
 
<br />
 
ponto final<br />
 
<br />
 
 
 
 
 
In http://algarveliterario.blogspot.com/p/notabiografica-nasceu-em1944-no-sitio.html
 
 
 
 
 
[[https://www.sulinformacao.pt/2020/02/adao-contreiras-abre-as-portas-do-seu-estudio-e-nem-musica-vai-faltar/ - notícia...]]
 
 
 
 
 
 
 
Sul Informação
 
 
 
 
 
 
O artista algarvio Adão Contreiras vai abrir as portas do seu estúdio, situado em Gorjões, no concelho de Faro, a todos quantos o queiram visitar, no sábado, dia 29, a partir das 15h00.
 
 
 
Além de ficar a conhecer o ateliê do artista que fundou a galeria Margem, em Faro, o público poderá conversar com Adão Contreiras e assistir a uma Jam Session com Zé Eduardo e os Lighthousers.
 
 
 
A iniciativa, realizada no seguimento da primeira edição do evento Open Studios Faro, também contempla a exibição de vídeos inéditos do espólio da Galeria Margem.
 
 
 
 
 
[[http://margemdois.blogspot.com/ - Blogue pessoal]]
 
 
 
[[File:Adão-Contreiras.jpg|157px]]<br />
 
 
 
'''ADÃO CONTREIRAS'''<br />
 
Nasceu em 1944 no sítio dos Gorjões <br />
 
Empresário (sólimpa), artista, escritor , poeta, antifascita<br />
 
 
 
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Nota Biográfica<br />
 
 
 
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Nasceu em 1944 no sítio dos Gorjões e por ai tem vivido. Por outras paragens, referenciado, quando estudante ou professor. Quando ainda miúdo lembra-se de ter apanhado um tabefe da mãe, por trocar por vezes, a ordem da letra “r” nas palavras. Estudou na Escola de Artes Decorativas António Arroio entre os anos de 1957 a 61, aí, trocou os pés pelas mãos na gramática e teve que repetir o exame de português para poder entrar nas Belas Artes.<br />Fervia o ano de 61, lutas de estudantes estendiam-se pelas academias, foi chamado ao Director da ESBAL, mais outros, por assinar uma reclamação pedindo: (mais barro /argila), que faltava na aula de escultura. No fim do 1º período teve que regressar a casa dos pais, minguavam os recursos!<br />Divergiu da tropa guerreira de Além Mar e ficou livre por incapacidade mental, nada de dramático! Ficou preso na armadilha “ Do Boi da Paciência” e enviuvou das artes. Inerte, mas com o coração nas mãos, escreveu e pintou algumas coisas. Fez exposições.<br />Já empreendedor, antes de tempo, foi obreiro na abertura da lavandaria Sólimpa em Faro de cujo nome é autor. Trabalhou nela como empregado e depois patrão; fez destilações de produtos tóxicos até à uma da manhã, enquanto pelas direcções do Cine Clube de Faro e do Círculo Cultural do Algarve destilava-se o odor venenoso da “ dita – dura”, com outros amigos.<br />Dado o 25 de Abril, logo iniciou uma temerosa aventura – criar uma cooperativa com os trabalhadores, e assim aconteceu surgindo a Cooplava. Voltou à ESBAL.<br />Expôs-se, mas não tremeu. Salvaguardando alguns desequilíbrios que atirou para cima das letras – artigos de opinião e intervenção social no Jornal do Algarve de Vila Real de Santo António, nos anos de 1969 a 72; colaborações literárias: Sete Estrelo, Aullido, Sulscrito,
 
Publicou até à data dois opúsculos, Página Móvel Com Texto Fixo e Ouro e Vinho. Não é casado. E além disso foi ex-esperto na produção de eventos.<br />Nos finais dos anos 80 do século passado criou o espaço Atelier/Galeria Margem em Faro onde durante toda a década de 90 (início? do obscurantismo cavaquista), operou-se alguma resistência cultural e de cidadania; pautaram sessões abertas ao público em geral e mormente aos criadores; -n- eventos abrangendo os vários campos artísticos tiveram lugar. Foi nessa encruzilhada de acontecimentos que se forjaram os contactos com Huelva, por iniciativa de José Bivar, minha, o Zé Maria e o Juan (entretanto falecidos). Foi em busca do Bar 1900 que nós encontramos o Uberto Stabile , e foi daí que nasceu uma cooperação que deu frutos e ainda hoje (e bem) com outros protagonistas, dura.<br />Há muita gente que disso se recorda!<br />As Belas Artes, em Lisboa, foram um refúgio. In:http://algarveliterario.blogspot.com/p/notabiografica-nasceu-em1944-no-sitio.html
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
          
 
          
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'''''Viagens no Texto – com ponto final'''''<br />
 +
'''''Página Móvel com Texto Fixo''''' (2013);editora 4águas<br />
 +
'''''Ouro e Vinho''''' (2014)editora 4águas<br />
 +
'''''Mostruário de Títulos para Poemas''''' (2016);editora 4águas<br />
 +
'''''Púrpura Voz''''' (2017);editora Lua de Marfim<br />
 +
Colaborou com as seguintes publicações: Jornal do Algarve; Sete-Estrelo; Revista de Literatura Aullido (Huelva) e Revista de Literatura Sulscrito<br />
 +
Em 2016, criou a capa da colectânea '''''Fronteiras Humanas: o drama dos refugiados''''', org. Fernando Esteves Pinto.<br />
  
+
[[File:LivrosAdãocontreiras.JPG|698px]]<br />
 
 
 
 
 
Ao espelho pátria da saudade rosca do tempo nos braços abraços meus ainda na oxidação do sangue na penumbra das vísceras nas rosas da ficção no temporal das lembranças ao espelho percursos nos caminhos diáfana sombra de frondosa árvore no lugar encalhado do vale no seco andar do cansaço passos e passos no cruzamento da terra rasgada ao espelho confluente sensação de arminho frescura sem peso aérea e fecunda dispersão nos ruídos das pulsações ritmo sonoramente ofuscado ao espelho brilho verbal dos impadecimentos ao espelho átrio de mim verbo transido no olhar solícita paragem para infinitamente surdo acontecer ao espelho<br />
 
 
***
 
A liberdade livre da poesia de Adão Contreiras, crítica de Fernando Martins ao livro Mostruário de Títulos para Poemas. <br />
 
 
 
  
Viagens no Texto – com ponto final<br />
+
*'''Pode saber mais sobre o autor nos seguintes links''':<br />
 
 
 
 
 
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98ª  viagem<br />
 
  
 +
[http://galeriamargem.blogspot.com/2007/04/inaugurao-da-galeria-margem.html - 1988  - Publicação de 2007 no blogue Galeria Margem de fotografias da inauguração em 1988 do ATELIER-GALERIA, criado em 1988 por '''Adão Contreiras''', na zona antiga da cidade de Faro. (Cidade Velha)]<br />
 +
[https://www.youtube.com/watch?v=9h-TnBBS-1o - 1988 - Vídeo da inauguração da Galeria Margem de Adão Contreiras]<br />
 +
[http://galeriamargem.blogspot.com/2007/03/exposio-de-reabertura-2002.html - 2002 - Publicação de 2007 no blogue Galeria Margem de fotografias da sua reabertura ]
 
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quando o sol ilumina as fontes<br />
 
num reduto ávido de constelações<br />
 
vislumbram-se possíveis horizontes<br />
 
no calendário das perturbações<br />
 
 
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( nota:<br />
 
esta quadra deve ser lida do ponto de vista<br />
 
do nervosismo do poeta quando em viagem, assim -<br />
 
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"as fontes" sítio a nort´esta das orelhas<br />
 
"ávidas constelações" aura do poeta <br />
 
"possíveis horizontes" arrepios de frio<br />
 
"calendário das perturbações" sintomas iniciáticos )<br />
 
 
ponto final<br />
 
 
 
91ª  viagem<br />
 
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vestido da voz que animava os seres<br />
 
os vapores da palavra<br />
 
encontraram as sapatilhas da dança,<br />
 
uma cremação de beijos<br />
 
atravessou o corpo do poeta<br />
 
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uma fome de sol esculpiu<br />
 
na atmosfera um circulo<br />
 
sonoro<br />
 
a dança das palavras tinha encontrado<br />
 
a vegetação animal<br />
 
o poeta viu<br />
 
a forma do seu  cansaço e um destino visível<br />
 
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o movimento para a alegria mínima<br />
 
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no interior da manhã<br />
 
o corpo curou-se da parte comercial<br />
 
as margens do vendaval  em ruínas <br />
 
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ponto final<br />
 
 
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88ª viagem<br />
 
 
a vida é<br />
 
a nossa fúria<br />
 
e o nosso esconderijo<br />
 
<br />
 
habitamos nela com<br />
 
uma única porta de saída<br />
 
a morte<br />
 
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ponto final<br />
 
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In http://algarveliterario.blogspot.com/p/notabiografica-nasceu-em1944-no-sitio.html
 
  
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[[File:Adão2006naexposiçãoAR.CO.JPG|266px]][[File:Adao2002nareaberturagaleriamargem.jpg|266px]][[File:Adao1988inauguraçaogaleriamargem.jpg|299px]]<br />
  
[[https://www.sulinformacao.pt/2020/02/adao-contreiras-abre-as-portas-do-seu-estudio-e-nem-musica-vai-faltar/ - notícia...]]
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[http://margemdois.blogspot.com/2010/10/apresentacao.html - 2010 - Publicação no blogue Margemdois de '''Adão Contreiras''', da apresentação do livro de poesia  '''''Amo agora'''''  de '''Casimiro de Brito e Marina Cedro''' na Casa Fernando Pessoa em 15 de Setembro de 2010]<br />
 
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[https://www.sulinformacao.pt/2020/02/adao-contreiras-abre-as-portas-do-seu-estudio-e-nem-musica-vai-faltar/ - 2020 - Notícia do ''Sul Informação'' sobre o artista algarvio '''Adão Contreiras'''  quando abriu as portas do seu estúdio, situado em Gorjões, no concelho de Faro, a todos quantos o quiseram visitar.]<br />
 
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[http://margemdois.blogspot.com/ - 2021 - Blogue pessoal de '''Adão Contreiras''' que divulga a sua obra poética e artística, informações, fotos pessoais, vídeos  das sua obras e de outros artistas]<br />
 
 
Sul Informação
 
 
 
 
 
 
O artista algarvio Adão Contreiras vai abrir as portas do seu estúdio, situado em Gorjões, no concelho de Faro, a todos quantos o queiram visitar, no sábado, dia 29, a partir das 15h00.
 
 
 
Além de ficar a conhecer o ateliê do artista que fundou a galeria Margem, em Faro, o público poderá conversar com Adão Contreiras e assistir a uma Jam Session com Zé Eduardo e os Lighthousers.
 
  
A iniciativa, realizada no seguimento da primeira edição do evento Open Studios Faro, também contempla a exibição de vídeos inéditos do espólio da Galeria Margem.
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[[File:Adão Contreirasobras1.JPG|943px]]<br />
  
  
[[http://margemdois.blogspot.com/ - Blogue pessoal]]
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[[Category:Autores]][[Category:Atores]][[Category:Escritores]][[Category:Pintores]][[Category:Poetas]][[Category:Faro]]

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Adãocontreiras.JPGAdão2006naexposiçãoAR.CO-.jpgAdao2002nareaberturagaleriamargem .jpgAdao1988inauguraçaogaleriamargem-.jpg

Adão Contreiras
Nasceu em 1944 no sítio dos Gorjões

Empresário (Sólimpa), artista, escritor, poeta, antifascita. Foi professor no Ensino Básico e Secundário


  • Nota Biográfica

Nasceu em 1944 no sítio dos Gorjões e por aí tem vivido. Por outras paragens, referenciado, quando estudante ou professor. Quando ainda miúdo lembra-se de ter apanhado um tabefe da mãe, por trocar por vezes, a ordem da letra “r” nas palavras. Estudou na Escola de Artes Decorativas António Arroio entre os anos de 1957 a 61, aí, trocou os pés pelas mãos na gramática e teve que repetir o exame de português para poder entrar nas Belas Artes.
Fervia o ano de 61, lutas de estudantes estendiam-se pelas academias, foi chamado ao Director da ESBAL, mais outros, por assinar uma reclamação pedindo: (mais barro /argila), que faltava na aula de escultura. No fim do 1º período teve que regressar a casa dos pais, minguavam os recursos!
Divergiu da tropa guerreira de Além Mar e ficou livre por incapacidade mental, nada de dramático! Ficou preso na armadilha “ Do Boi da Paciência” e enviuvou das artes. Inerte, mas com o coração nas mãos, escreveu e pintou algumas coisas. Fez exposições.
Já empreendedor, antes de tempo, foi obreiro na abertura da lavandaria Sólimpa em Faro de cujo nome é autor. Trabalhou nela como empregado e depois patrão; fez destilações de produtos tóxicos até à uma da manhã, enquanto pelas direcções do Cine Clube de Faro e do Círculo Cultural do Algarve destilava-se o odor venenoso da “ dita – dura”, com outros amigos.
Dado o 25 de Abril, logo iniciou uma temerosa aventura – criar uma cooperativa com os trabalhadores, e assim aconteceu surgindo a Cooplava. Voltou à ESBAL.
Expôs-se, mas não tremeu. Salvaguardando alguns desequilíbrios que atirou para cima das letras – artigos de opinião e intervenção social no Jornal do Algarve de Vila Real de Santo António, nos anos de 1969 a 72; colaborações literárias: Sete Estrelo, Aullido, Sul. Publicou até à data dois opúsculos, Página Móvel Com Texto Fixo e Ouro e Vinho. Não é casado. E além disso foi ex-esperto na produção de eventos.
Nos finais dos anos 80 do século passado criou o espaço Atelier/Galeria Margem em Faro onde durante toda a década de 90 (início? do obscurantismo cavaquista), operou-se alguma resistência cultural e de cidadania; pautaram sessões abertas ao público em geral e mormente aos criadores; -n- eventos abrangendo os vários campos artísticos tiveram lugar. Foi nessa encruzilhada de acontecimentos que se forjaram os contactos com Huelva, por iniciativa de José Bivar, minha, o Zé Maria e o Juan (entretanto falecidos). Foi em busca do Bar 1900 que nós encontramos o Uberto Stabile , e foi daí que nasceu uma cooperação que deu frutos e ainda hoje (e bem) com outros protagonistas, dura.
Há muita gente que disso se recorda!
As Belas Artes, em Lisboa, foram um refúgio. In:http://algarveliterario.blogspot.com/p/notabiografica-nasceu-em1944-no-sitio.html


  • A eternidade é um instante


Em Silves, onde vivi
não havia esta paisagem
- mas o Arade estava aí
e a Ponte era passagem

Quando fui professor em Silves
Nos verdes tempos que já lá vão
Tinha sonhos de muitos matizes
- Minhas sombras rolando p´lo chão –

Tinha densos amores imperfeitos
No ventre dos solenes arrepios
Cavando no corpo seus defeito
Viajando nos olhos seus brios

O rio Arade tinha verdura
A serra tinha alabastro
Tinha a água aquela candura
Deixando nas margens seu lastro

A ponte vestia íntimos desejos
P´ra alcançar a outra margem
- Era como dar muitos beijos
Na água correndo selvagem –

E o sol cuspindo seus raios
Iluminando árvores e montes
Reflectia na água das fontes
Aquele azul sem desmaios

- Forças tão graves e solenes
Presos ao destino de qualquer mão
Deixando nos recônditos casebres
Nobres sabores de laranja e limão

Terra vermelha de sangue azul
Nos cumprimentos dos anos antigos
Prostrada nos braços do Al-Andaluz
Assomando ao presente pelos postigos –

Ó longes de um antanho pousado
Nos galhos dos laranjais em flor
Nesse Silves agora recordado
Lembrando um voar de condor

In: http://margemdois.blogspot.com/Poesia 2

  • 98ª viagem


quando o sol ilumina as fontes
num reduto ávido de constelações
vislumbram-se possíveis horizontes
no calendário das perturbações

( Nota- Esta quadra deve ser lida do ponto de vista do nervosismo do poeta quando em viagem, assim:
"as fontes"- sítio a nort´esta das orelhas
"ávidas constelações"- aura do poeta
"possíveis horizontes"- arrepios de frio
"calendário das perturbações"- sintomas iniciáticos )

In:Viagens no Texto – com ponto final


  • 91ª viagem


vestido da voz que animava os seres
os vapores da palavra
encontraram as sapatilhas da dança,
uma cremação de beijos
atravessou o corpo do poeta

uma fome de sol esculpiu
na atmosfera um circulo
sonoro
a dança das palavras tinha encontrado
a vegetação animal
o poeta viu
a forma do seu cansaço e um destino visível

o movimento para a alegria mínima

no interior da manhã
o corpo curou-se da parte comercial
as margens do vendaval em ruínas

In:Viagens no Texto – com ponto final
In http://algarveliterario.blogspot.com/p/notabiografica-nasceu-em1944-no-sitio.html


  • Bibliografia

Viagens no Texto – com ponto final
Página Móvel com Texto Fixo (2013);editora 4águas
Ouro e Vinho (2014)editora 4águas
Mostruário de Títulos para Poemas (2016);editora 4águas
Púrpura Voz (2017);editora Lua de Marfim
Colaborou com as seguintes publicações: Jornal do Algarve; Sete-Estrelo; Revista de Literatura Aullido (Huelva) e Revista de Literatura Sulscrito
Em 2016, criou a capa da colectânea Fronteiras Humanas: o drama dos refugiados, org. Fernando Esteves Pinto.

LivrosAdãocontreiras.JPG

  • Pode saber mais sobre o autor nos seguintes links:

- 1988 - Publicação de 2007 no blogue Galeria Margem de fotografias da inauguração em 1988 do ATELIER-GALERIA, criado em 1988 por Adão Contreiras, na zona antiga da cidade de Faro. (Cidade Velha)
- 1988 - Vídeo da inauguração da Galeria Margem de Adão Contreiras
- 2002 - Publicação de 2007 no blogue Galeria Margem de fotografias da sua reabertura

Adão2006naexposiçãoAR.CO.JPGAdao2002nareaberturagaleriamargem.jpgAdao1988inauguraçaogaleriamargem.jpg

- 2010 - Publicação no blogue Margemdois de Adão Contreiras, da apresentação do livro de poesia Amo agora de Casimiro de Brito e Marina Cedro na Casa Fernando Pessoa em 15 de Setembro de 2010
- 2020 - Notícia do Sul Informação sobre o artista algarvio Adão Contreiras quando abriu as portas do seu estúdio, situado em Gorjões, no concelho de Faro, a todos quantos o quiseram visitar.
- 2021 - Blogue pessoal de Adão Contreiras que divulga a sua obra poética e artística, informações, fotos pessoais, vídeos das sua obras e de outros artistas

Adão Contreirasobras1.JPG