Brito, Sérgio Palma

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"Viva o 25 de Abril! Nasci em Aljustrel, uma das terras de Portugal ‘marcadas’ como comunista, a par de Baleizão, Couço, Barreiro e tantas outras. Três meses depois dos 17 anos entro para o Instituto Superior Técnico e aceito militar no PCP. Sou bom aluno, aos 23 anos termino o curso e Portugal já terá perdido a Guerra Colonial. Seria uma santa vidinha. Não quero ver os meus Pais e amigos viverem com medo da PIDE ou perder o emprego e alguns a ser presos. Não quero ver mineiros e camponeses pobres serem presos e barbaramente torturados. Não quero ver jovens enviados para guerra perdida à nascença. Sobretudo, quero que mineiros e camponeses pobres tenham trabalho humano, e dignidade na habitação, alimentação, saúde, educação, vestuário e calçado. Tão simples, como a que eu então já tenho. E acabar com a Guerra. Adiro ao Partido Comunista Português (clandestino) sem formação política e com único desígnio: derrubar Salazar. Em 1964 sou expulso do IST e denunciado à PIDE por funcionário clandestino do PCP de inesquecível nome, Nuno Alvares Pereira. Em 1965 a PIDE não me prende como acontece a muitos. Ordena ao Ministério do Exército que me incorpore como soldado raso na 1ª Companhia Disciplinar em Penamacor, com condenados de delito comum. Une-nos convivência, solidariedade e respeito exemplares. É gente de princípios … exclusão feita de roubar e coisas mais graves. No livro conto tudo. Ver a fotografia Amiga de confiança diz-me ter lido pintada no muro do IST uma das mais belas frases da minha vida: “Liberdade para o Sérgio Palma Brito”. Ignoro quem pintou, mas foi quase ato de loucura … ainda por cima com nome tão longo. Em Penamacor, são quatro meses de uma experiência humana riquíssima e que faz de mim Homem. Só hoje digo em publico o que então pensei: “Sou forte, porra!”. Entrei na CD com vinte anos. A 3 de setembro de 1965 tenho licença de dez dias, a 10 não me apresento e a 23 sou dado como desertor do Exército da Guerra Colonial, a mais bela decisão nestes quase 77 anos de vida. Dou o Salto para a Liberdade, atravesso os Pirenéus a pé. Não quero contar a travessia no livro (afinal, centenas de milhares de portugueses fizeram-no), mas a Helena Cabeçadas convence-me (conta, para se saber como era). Exilio na Bélgica e 11 anos na Université Libre de Bruxelles em universo cosmopolita e fraterno, a Liberdade a que aspirava. Encontro mineiros de Aljustrel a viver com a dignidade com que eu queria que vivessem em Portugal. Conheço o ‘socialismo comunista’. Saio do PCP tão discretamente como entrei. Na ULB pinto o caneco, tenho um trabalho que adoro (informática científica e assistente em gestão), sou eleito para o Conselho de Administração e ‘faço coisas’ (ler o livro). Aos 32 anos sou escolhido para o que era o topo da minha carreira na Universidade. Recuso e regresso a Portugal para trabalho incerto e em ambiente hostil. Em 1944, sou registado português por obra de meus Pais e da Natureza. Em 1977, sou português porque quero. E esta liberdade de escolha também a devo ao 25 de Abril" in facebook do autor