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Poeta. Romancista. Cronista. Jornalista. Resistente antifascista. Patrono da Biblioteca Municipal de Vila Real de Santo António.Vicente Capinas "perfilou-se ao lado de romancistas célebres como Alves Redol, Manuel da Fonseca ou Fernando Namora, nos tortuosos caminhos da neo-realismo, sofrendo não raras vezes as perseguições da PIDE e até a ignomínia do cárcere. Pagou caro a sua ousadia de pintar a realidade social nos campos ou nas fábricas com o olhar acusador e perscrutante do socialista, que lutava pela emancipação das classes laboriosas.[https://arquivo.pt/wayback/20001025083924/http://www.3arede.pt/ajea/stilus/12.html in antigo site da AJEA via arquivo.pt]<br/ > | Poeta. Romancista. Cronista. Jornalista. Resistente antifascista. Patrono da Biblioteca Municipal de Vila Real de Santo António.Vicente Capinas "perfilou-se ao lado de romancistas célebres como Alves Redol, Manuel da Fonseca ou Fernando Namora, nos tortuosos caminhos da neo-realismo, sofrendo não raras vezes as perseguições da PIDE e até a ignomínia do cárcere. Pagou caro a sua ousadia de pintar a realidade social nos campos ou nas fábricas com o olhar acusador e perscrutante do socialista, que lutava pela emancipação das classes laboriosas.[https://arquivo.pt/wayback/20001025083924/http://www.3arede.pt/ajea/stilus/12.html in antigo site da AJEA via arquivo.pt]<br/ > | ||
− | Poeta, ficcionista e jornalista profissional. De 1937 a 1939 dirigiu o semanário Foz do Guadiana, suspenso pela censura de Salazar. Dirigiu igualmente o quinzenário Jornal de Cinema. Colaborou nos jornais regionais: Jornal do Algarve, Correio do Sul, Barlavento, O Algarve, A Planície, Bandarra, Gazeta do Sul e Notícias da Amadora, Diário do Sul, Diário do Alentejo e Jornal do Barreiro. Também colaborou em revistas e jornais de Lisboa, Coimbra e do Porto, como O Diabo (década de 30), Sol Nascente, Áquila, Cinéfilo, Pensamento, Vértice, Quatro Ventos, República. O seu primeiro romance, Fronteiriços, editado em 1953, foi imediatamente proibido e apreendido pela PIDE (polícia política do regime de Salazar). Segredo no Meio do Mar, é o relato de dez dias passados no «segredo» da fortaleza de Peniche, onde esteve preso em 1950 por se opor à ditadura salazarista. Da sua poesia afirmou João Rui de Sousa ser «a memória que – não pondo de parte a pulsão de uma bem vincada positividade moral, o aceno de uma fraternidade mesmo se apenas sonhada – testemunha sobretudo os olhos cansados pela ira do abandono, os colapsos de frio e de sono, de destroços, de aconteceres existencialmente menos felizes». Sobre os seus romances, José Manuel Mendes diz serem «bem a denúncia das injustiças sociais, um painel realista, não eufemizado, da desgraça a que são condenados os sem eira nem beira num universo de opressão». Vergílio Alberto Vieira chama a atenção para a coragem desta escrita «que ganha raiz em pleno salazarismo e chega ao nosso tempo com a limpidez só pela autenticidade popular assumida». Poemas seus estão incluídos nas seguintes antologias: Vietname (1970), Escrita e Combate (1976), Textos Manuscritos (1977), Uma Certa Maneira de Cantar (1977), Poemabril (1984), Água Clara: Poetas em Vila Viçosa (1987). | + | Poeta, ficcionista e jornalista profissional. De 1937 a 1939 dirigiu o semanário Foz do Guadiana, suspenso pela censura de Salazar. Dirigiu igualmente o quinzenário Jornal de Cinema. Colaborou nos jornais regionais: Jornal do Algarve, Correio do Sul, Barlavento, O Algarve, A Planície, Bandarra, Gazeta do Sul e Notícias da Amadora, Diário do Sul, Diário do Alentejo e Jornal do Barreiro. Também colaborou em revistas e jornais de Lisboa, Coimbra e do Porto, como O Diabo (década de 30), Sol Nascente, Áquila, Cinéfilo, Pensamento, Vértice, Quatro Ventos, República. O seu primeiro romance, Fronteiriços, editado em 1953, foi imediatamente proibido e apreendido pela PIDE (polícia política do regime de Salazar). Segredo no Meio do Mar, é o relato de dez dias passados no «segredo» da fortaleza de Peniche, onde esteve preso em 1950 por se opor à ditadura salazarista. Da sua poesia afirmou João Rui de Sousa ser «a memória que – não pondo de parte a pulsão de uma bem vincada positividade moral, o aceno de uma fraternidade mesmo se apenas sonhada – testemunha sobretudo os olhos cansados pela ira do abandono, os colapsos de frio e de sono, de destroços, de aconteceres existencialmente menos felizes». Sobre os seus romances, José Manuel Mendes diz serem «bem a denúncia das injustiças sociais, um painel realista, não eufemizado, da desgraça a que são condenados os sem eira nem beira num universo de opressão». Vergílio Alberto Vieira chama a atenção para a coragem desta escrita «que ganha raiz em pleno salazarismo e chega ao nosso tempo com a limpidez só pela autenticidade popular assumida». Poemas seus estão incluídos nas seguintes antologias: Vietname (1970), Escrita e Combate (1976), Textos Manuscritos (1977), Uma Certa Maneira de Cantar (1977), Poemabril (1984), Água Clara: Poetas em Vila Viçosa (1987). [http://livro.dglab.gov.pt/sites/DGLB/Portugues/autores/Paginas/PesquisaAutores1.aspx?AutorId=10306 In: site DGLAB] |
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+ | Reprodução do poema de Vicente Campinas que foi descoberto por Mário Lima no blogue Ephemera de Pacheco Pereira.[É] a prova documental [de] uma polémica antiga. | ||
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- António Vicente Campinas (1910 - 1998)
Poeta. Romancista. Cronista. Jornalista. Resistente antifascista. Patrono da Biblioteca Municipal de Vila Real de Santo António.Vicente Capinas "perfilou-se ao lado de romancistas célebres como Alves Redol, Manuel da Fonseca ou Fernando Namora, nos tortuosos caminhos da neo-realismo, sofrendo não raras vezes as perseguições da PIDE e até a ignomínia do cárcere. Pagou caro a sua ousadia de pintar a realidade social nos campos ou nas fábricas com o olhar acusador e perscrutante do socialista, que lutava pela emancipação das classes laboriosas.in antigo site da AJEA via arquivo.pt
Poeta, ficcionista e jornalista profissional. De 1937 a 1939 dirigiu o semanário Foz do Guadiana, suspenso pela censura de Salazar. Dirigiu igualmente o quinzenário Jornal de Cinema. Colaborou nos jornais regionais: Jornal do Algarve, Correio do Sul, Barlavento, O Algarve, A Planície, Bandarra, Gazeta do Sul e Notícias da Amadora, Diário do Sul, Diário do Alentejo e Jornal do Barreiro. Também colaborou em revistas e jornais de Lisboa, Coimbra e do Porto, como O Diabo (década de 30), Sol Nascente, Áquila, Cinéfilo, Pensamento, Vértice, Quatro Ventos, República. O seu primeiro romance, Fronteiriços, editado em 1953, foi imediatamente proibido e apreendido pela PIDE (polícia política do regime de Salazar). Segredo no Meio do Mar, é o relato de dez dias passados no «segredo» da fortaleza de Peniche, onde esteve preso em 1950 por se opor à ditadura salazarista. Da sua poesia afirmou João Rui de Sousa ser «a memória que – não pondo de parte a pulsão de uma bem vincada positividade moral, o aceno de uma fraternidade mesmo se apenas sonhada – testemunha sobretudo os olhos cansados pela ira do abandono, os colapsos de frio e de sono, de destroços, de aconteceres existencialmente menos felizes». Sobre os seus romances, José Manuel Mendes diz serem «bem a denúncia das injustiças sociais, um painel realista, não eufemizado, da desgraça a que são condenados os sem eira nem beira num universo de opressão». Vergílio Alberto Vieira chama a atenção para a coragem desta escrita «que ganha raiz em pleno salazarismo e chega ao nosso tempo com a limpidez só pela autenticidade popular assumida». Poemas seus estão incluídos nas seguintes antologias: Vietname (1970), Escrita e Combate (1976), Textos Manuscritos (1977), Uma Certa Maneira de Cantar (1977), Poemabril (1984), Água Clara: Poetas em Vila Viçosa (1987). In: site DGLAB
- Livros Proibidos
A Ilha dos Sonhos Malditos (1957) Fronteiriços (1957), Raiz da Serenidade (1967) e Travessias (1953).
- Raiz da Serenidade(1967)
(Este poema, escrito em 1952, inspirou-se nos crimes e nas dores que pesavam sobre o povo coreano, nesse momento.
- Poema 1 Manhã de Paz
Ai a manhã de Primavera
calma e sedosa de perfume e flor
— como qualquer primeiro amor
ornamentado de quimera
Haja o que houver e seja quando for
prometo sim! Prometo ter maneira
de semear rosas onde exista a dor!
- Poema 2 Uma Canção de Paz
Arrasa tudo que se oponha à tua
aspiração de ver a paz na Terra
Que a guerra mesmo a menos crua
é sempre guerra
Ergue bem alto a força da palavra
e torna-a mais potente que o canhão
Que a guerra seja apenas sombra escrava
de má recordação
Arrasa tudo que se oponha à tua
decisão de alcançar a paz na Terra
Que a guerra mesmo a menos crua
é crime é sempre guerra
- Poema 3 Libertação
Andorinhas de sonho fazem ninho
nos beirais
e nas janelas
da casa-esperança sob um céu de anil.
E neste homem sózinho
que vai acompanhando todo o mundo
no caminho
onde está encerrada a sua vida
despertam temporais nos seus corcéis
atiram-se bandeiras para a luta
incêncios de procelas ferem fundo
na inconsequente e consequente lida
de querer ser aquilo que há-de ser
sol tempestade pão paz alegria
— simples homem irmão de toda a gente!
- Para saber mais:
- Sobre a polémica do poema "Catarina" de Vicente Campinas e o poema canção de José Afonso "Cantar alentejano"
https://drive.google.com/file/d/0B8qf4EMOlMBkYTAxNzY3ODktMTUxNy00YmFlLWE0NTctMmJiNGE2YTA3MDk2/view?ddrp=1&hl=pt_PT&resourcekey=0-7aGr3wvd-qzFuDO7rOYbzg
Reprodução do poema de Vicente Campinas que foi descoberto por Mário Lima no blogue Ephemera de Pacheco Pereira.[É] a prova documental [de] uma polémica antiga.
https://www.facebook.com/groups/751286504892123/?fref=ts
catarina
- Excerto do poema Catarina
A grande seara da fome
tinha papoilas vermelhas
pintadas sobre as clareiras
que não sabiam teu nome,
Catarina!
Eras bela haste de espiga
que florira e dera grãos
e mais grãos tinha p'ra dar
na sementeira da esperança,
Catarina.
Na planície alentejana
sombria e desventurada
p'la força da escravidão,
a fome corroi o povo
que ainda tem olhos vendados
pla cegueira e tirania
dos exploradores da terra.
Mas a luta pelo pão,
pelo pão de cada dia,
acendeu nos deserdados
as fogueiras de ódio e guerra
contra a injustiça e opressão,
contra os senhores da terra.